RESUMOS DE GENÉTICA DE ANIMAL AMPLIFICAÇÃO CRUZADA DE PRIMERS EST-SSRS DE PHASEOLUS VULGARIS PARA ESPÉCIE DIPTERYX ALATA* Corrêa, KM1; Guimarães, RA1; Telles, MPC1; Vianello, RP2; Soares, TN1 1 2 estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Laboratório de Genética & Biodiversidade – LGBio, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás, GO. Laboratório de Biotecnologia, Embrapa Arroz e Feijão, Santo Antônio de Goiás, GO. E-mail: [email protected] Introdução: a espécie Dipteryx alata é uma espécie pertencente à família Fabaceae, amplamente distribuída no Cerrado, conhecida vulgarmente como baru. Esta espécie possui um relevante potencial econômico e de grande aceitação popular, devido ao seu aproveitamento alimentar. Os marcadores microssatélites são altamente informativos e de fácil utilização na análise genética de seres vivos, isso devido a algumas características deste marcador, como serem altamente polimórficos e estarem distribuídos de forma abundante no genoma de eucariotos. Estes marcadores podem ser gênicos ou genômicos, nos quais gênicos tendem a ter maior sucesso nos testes de amplificação cruzada, por serem mais conservados entre espécies próximas evolutivamente, como é o caso de D. alata e Phaseolus vulgaris, ambas da família Fabaceae. Objetivo: Testar a amplificação cruzada de marcadores microssatélites gênicos EST-SSRs desenvolvidos para a espécie P. vulgaris para a espécie D. alata, com intuito de disponibilizar marcadores polimórficos para esta espécie. Material & Métodos: Foi testada a amplificação, via PCR, de 349 primers EST-SSRs de P. vulgaris em 3 indivíduos adultos de D. alata. Os primers que apresentaram bom padrão de amplificação foram avaliados quanto ao polimorfismo em 12 indivíduos provenientes da coleção de Germoplasma da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG. Para tanto foi realizada a extração do DNA genômico desses indivíduos, com base no protocolo CTAB 2%, modificado para espécies nativas do Cerrado. Os testes de amplificação foram realizados a partir da mudança de temperatura de anelamento até atingir a ideal para cada primer. Os produtos de amplificação foram submetidos a gel de agarose 3% e os locos que apresentaram bandas sem inespecificidade e com alturas entre 100 a 400 pb, foram submetidos a gel de acrilamida a 6%, para uma melhor avaliação do produto amplificado e análise quanto aos níveis de polimorfismo. Resultados e Conclusão: Dos 349 primers PVEST testados, foram selecionados 31 que apresentaram padrões satisfatórios em gel de agarose 3% para a análise em gel de acrilamida 6% com 12 indivíduos. Destes 31 primers, 12 apresentaram locos com perfil de bandas satisfatórias. As temperaturas de anelamento variaram entre 48ºC a 57º C e os locos apresentaram de 1 a 7 alelos, sendo dez locos monomórficos e dois polimórficos (PVEST 284 e 151). Embora muitos locos não tenham apresentado polimorfismo, pode ser que ao avaliar um número maior de indivíduos e diferentes populações, eles apresentem outros alelos que não foram amostrados com os doze indivíduos avaliados. Além disso, os locos que apresentaram polimorfismo e um bom número de alelos podem ser utilizados em estudos de análise genética da espécie D. alata. Palavras-chave: Baru. Cerrado. Marcadores moleculares. Microssatélites. estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Apoio: Genpac 02 Edital CNPq/Fapeg/PRO-CENTRO-OESTE. CARIÓTIPO DO GOLFINHO TUCUXI SOTALIA FLUVIATILIS (CETARTIODACTYLA, DELPHINIDAE) Bonifácio, HL1; da Silva, VMF 2 ; Feldberg, E 1 Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva; Laboratório de Genética Animal, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. 2 Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM. Email para correspondência: [email protected] 1 estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Palavra-chave: Cetáceos, Golfinhos de rio da Amazônia, Citogenética, Bandeamento cromossômico Introdução: O tucuxi Sotalia fluviatilis (Gervais 1853) é endêmico da bacia do rio Amazonas. Esta espécie é o único golfinho de rio da família Delphinidae e está classificado como “insuficientemente conhecido” de acordo com a “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas” da União Internacional para a Conservação dos Recursos Naturais (IUCN) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Conhecimento sobre a organização cariotípica dos mamíferos aquáticos da Amazônia ainda é incipiente. Caracterizações iniciais já foram realizadas para o peixe-boi amazônico Trichechus inunguis, para ariranha Pteronura brasiliensis e para lontra Lontra longicaudis. Entre as duas espécies simpátricas de golfinhos de rio: somente o boto Inia geoffrensis teve sua organização cromossômica estudada e para o tucuxi nenhum dado é conhecido sobre sua constituição cromossômica. Objetivo: Descrever pela primeira vez o cariótipo do tucuxi fornecendo dados para entender a evolução cariotípica em cetáceos. Materias & Métodos: Foram estudados citogeneticamente cinco espécimes de tucuxi (3♀ e 2 ♂) capturados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM) (3º20’S, 64º54’W) em Tefé-AM. Amostras de sangue e tecido foram coletadas com autorização do IBAMA (13462-3). As preparações cromossômicas foram obtidas por cultura de linfócitos de sangue periférico. Coloração convencional foi realizada com Giemsa. Heterocromatina constitutiva foi detectada por bandeamento C e a região organizadora do nucléolo (RON) por impregnação de nitrato de prata. Os cromossomos foram classificados em metacêntrico (m), submetacêntrico (sm), subtelocêntrico (st) e telocêntrico (t) baseado na razão de comprimento dos braços e na posição do centrômero. Resultados e Conclusão: Os espécimes de tucuxi apresentaram número diploide igual a 44 cromossomos, com a fórmula cariotípica de 18m+8sm+6st+10t+XX/XY e número fundamental (NF) igual a 74. Heterocromatina banda C positiva foi observada na região terminal e intersticial dos cromossomos. As duas espécies simpátricas de golfinhos fluvias amazônicos retém caracteres ancestrais como a região organizadora do nucléolo localizada em um único sítio, no braço curto do par 21t. Além disso, em vinte espécies de cetáceos, o sítio da RON usualmente é localizado no braço curto de um par (sm) ou (t). O primeiro par (t) é conservado entre nove espécies de Delphinoidea e Iniidae, pois a heterocromatina banda C positiva localizada na região intersticial como vista no tucuxi é compartilhada entre nove espécies. Apesar, desta homologia cromossômica, o cariótipo do tucuxi é espécie-específico e diferencia-se dos delfinídeos pela fórmula cariotípica com grande número de (m) e pela presença da RON no menor par (t). Estas análises são o primeiro passo para entender a organização cromossômica no tucuxi e para futuros experimentos de ZOO-FISH nos golfinhos da Amazônia. estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Apoio: INPA, PPG-GCBev, Projeto Boto, Petrobras Ambiental, Instituto Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, ADAPTA, FAPEAM e CNPq DIFERENCIAÇÃO GENÉTICA E ENDOGAMIA EM SUBPOPULAÇÕES DE PROCHILODUS NIGRICANS (CHARACIFORME, PROCHILODONTIDAE) DA REGIÃO AMAZÔNICA Braga RS1, Guedes LBS1, Castro TG¹, Dos Anjos, D, Collevatti RG¹, Costa MC², Silva-Júnior NJ³, Diniz-filho JAF4, Telles MPC¹ Laboratório de Genética & Biodiversidade, DBG, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal de Goiás (UFG). CxP 131, 74001-970, Goiânia, GO, Brasil. 2 Systema Naturae Consultoria Ambiental LTDA, Goiânia, GO, Brasil. 3 Departamento de Biologia, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil. 4 Departamento de Ecologia, ICB, UFG. Email para correspondências: [email protected] 1 estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Palavras-chave: endogamia, microssatélites, Prochilodus nigricans. Introdução: Prochilodus nigricans (Spix & Agassiz, 1829) é uma espécie de Characiforme de alto valor comercial que é amplamente distribuída na América do Sul, principalmente na Amazônia Brasileira. Neste contexto, usar marcadores microssatélites para conhecer a estrutura genética em populações naturais torna-se importante para delinear estratégias de conservação. Objetivo: Conhecer a variabilidade genética em populações de P. nigricans oriundas da região Amazônica. Material e métodos: O DNA dos indivíduos oriundo de oito localidades (subpopulações) da bacia amazônica foi extraído a partir de tecido muscular e utilizado para avaliar a variabilidade em nove marcadores microssatélites, utilizando a genotipagem por eletroforese capilar em seqüenciador automático ABI 3100 (Applied Biosystems). Resultados e conclusão: Os 575 indivíduos apresentaram uma considerável riqueza alélica nas subpopulações e a diversidade genética pode ser considerada relativamente alta, variando entre 0,750 e 0,858. A variabilidade genética observada está fracamente estruturada nas populações analisadas (FST = 0,014; p < 0,0001) sugerindo um baixo efeito de deriva. O valor de FIS foi igual a 0,173 (p < 0,0001) e o FIT foi igual a 0,185, sugerindo que o sistema reprodutivo deve estar influenciando nesta diferenciação entre subpopulações. Entretanto, o alto valor de FIT e FIS sugere um forte componente de comportamento reprodutivo, sugerindo acasalamento preferencial dentro das cabeceiras. Apoio: Systema Naturae Consultoria Ambiental Ltda./FUNAPE/UFG. Trabalho realizado no âmbito do Programa de Conservação da Ictiofauna, previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA) do AHE Jirau. DIVERSIDADE CARIOTÍPICA NA FAMÍLIA ERYTHRINIDAE (OSTARIOPHYSI, CHARACIFORMES) NO ESTADO DE MATO GROSSO: CARACTERIZAÇÃO CITOGENÉTICA Nascimento, CN¹; Silva, JS¹; Troy, WP² Palavras-chave: Hoplias, Erythrinus, Hoplerythrinus. Introdução: A família Erythrinidae, pertencente à ordem Characiformes, é composta por três gêneros: Erythrinus, Hoplerythrinus e Hoplias, popularmente conhecidos como jejús, traíras, trairões ou lobós. Esta família é constituída por 15 espécies válidas. No Brasil são descritas duas espécies de Erythrinus, uma espécie de Hoplerythrinus e cinco espécies de Hoplias. Do ponto de vista citogenético, diversas espécies e/ou populações de eritrinídeos já foram analisadas apresentando uma variedade no número diploide modal de 2n=39/40 (variação relacionada ao sexo) a 2n=50 cromossomos em Hoplias; 2n=48 a 52 cromossomos em Hoplerythrinus e 2n=52 a 54 cromossomos em Erythrinus, além de grande diversidade de fórmulas cariotípicas nos grupos. Por outro lado, estudos citogenéticos sobre as espécies desta família nas bacias do rio Paraguai e do rio Tapajós no estado de Mato Grosso ainda são incipientes. Objetivo: O presente trabalho visou à caracterização dos cariótipos de diferentes espécies de Erythrinidae destas regiões. Material & Métodos: Foram analisados, segundo a técnica de preparação direta de cromossomos, 10 fêmeas(♀) e 10 machos(♂) de Erythrinus erythrinus; 2♀/2♂ Hoplerythrinus unitaeniatus ambos coletados no rio Cuiabá, bacia do rio Paraguai, MT; 2♀/2♂ Hoplias aimara do córrego Estiva, bacia do rio Tapajós, MT e 2♀/2♂ Hoplias malabaricus do córrego São José, bacia do Alto rio Paraguai, MT. Resultados e Conclusão: Foi evidenciado em E. erythrinus número diploide modal de 2n=54 cromossomos constituído de 6metacêntricos(m), 4subtelocêntricos(st), 44acrocêntricos(a) e Número Fundamental(NF) de 64; H. unitaeniatus apresentou 2n=48 cromossomos constituído de 32m+10sm+6st e NF=96. O número diploide observado em Hoplias aimara foi de 2n=50 cromossomos composto por 28m+16sm+6st e NF=100. H. malabaricus apresentou 2n=40 cromossomos distribuídos em 26m+14sm e NF=80. As espécies analisadas indicaram uma variação de 2n=40 a 2n=54 cromossomos, tal como já observado na literatura. Estudos citogenéticos em Erythrinidae listam uma grande diversidade de citótipos amplamente distribuídos na América do Sul. Estes diferentes citótipos estão relacionados, em alguns casos à distribuição geográfica, no entanto há relatos de populações simpátricas de H. malabaricus apresentando variação cariotípica, mostrando a existência de espécies crípticas. Estudos citogenéticos na ordem Characiformes sugerem que, dentre os eritrinídeos, E. erythrinus apresenta o cariótipo mais próximo do estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. ¹ Bolsista PROBIC, Laboratório de Ictiologia e Citogenética Animal, Departamento de Ciências Biológicas – UNEMAT – Campus de Tangará da Serra/MT. cristiano. [email protected] ² Professor Orientador, Laboratório de Ictiologia e Citogenética Animal, Departamento de Ciências Biológicas – UNEMAT – Campus de Tangará da Serra/MT. waldotroy@ gmail.com ancestral, devido a grande quantidade de cromossomos do tipo acrocêntricos e número diploide de 2n=54 cromossomos, mostrando uma característica peculiar deste gênero. Apesar dos diferentes números diploides encontrados para H. unitaeniatus, H.aimara e H. malabaricus no presente trabalho, observa-se uma predominância de cromossomos de dois braços o que é contrário ao mostrado por E. erythrinus. Esta variabilidade cariotípica acentuada nas espécies de Hoplerythrinus e Hoplias corrobora a ideia de que variados eventos de rearranjos cromossômicos tenham contribuído na diversidade destes grupos. Os dados encontrados representam avanços no conhecimento citogenético de espécies de Erythrinidae no estado de Mato Grosso, contribuindo para o conhecimento da diversidade e da evolução cromossômicas desta família. estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Apoio: Probic/Unemat e Secitec DIVERSIFICAÇÃO DO GENE PARA RRNA 5S EM ESPÉCIES DE PEIXES DA FAMÍLIA CURIMATIDAE QUE OCORREM NA BACIA DO RIO ARAGUAIA Souza, JB1,2; Vitorino, CA1,2; Tenório, RCO1,2; Venere, PC1,2 UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso. GEPEMA – Grupo de Pesquisas em Peixes do Médio Araguaia. E-mail para correspondência: [email protected] 1 Palavras-chave: Curimatidae, rDNAs. Introdução: A família Curimatidae (Characiformes) é constituída por 8 gêneros, com mais de 100 espécies descritas, e está distribuída por toda a região neotropical. Os peixes dessa família possuem hábito forrageiro, e algumas espécies são exploradas na pesca artesanal e comercial. Estudos citogenéticos realizados em espécies de Curimatidae revelaram cariótipos muito similares para a maioria das espécies, com diferenças sutis entre algumas delas, reveladas pelos padrões de bandeamentos cromossômicos. Nesse sentido, o uso de marcadores moleculares como, por exemplo, os rDNAs, têm se mostrado promissores para um melhor entendimento dos mecanismos relacionados à diversificação na microestrutura cromossômica desse grupo de peixes. Objetivo: Caracterização do gene rDNA 5S em diversas espécies da família Curimatidae para um melhor entendimento da organização e evolução do genoma desse grupo de peixes presente na bacia do rio Araguaia. Material & Métodos: Foram realizadas análises moleculares de 9 espécies de Curimatidae que estão presentes na bacia do rio Araguaia: Curimata inornata, Curimata cyprinoides, Curimatella immaculata, Cyphocharax gouldingi, Cyphocharax notatus, Cyphocharax cf. plumbeus, Steindachnerina amazonica, Steindachnerina gracilis, e Psectrogaster amazonica. O DNA nuclear foi obtido a partir da extração de tecido muscular utilizando o protocolo de fenol-clorofórmio seguido de precipitação em etanol. A amplificação do rDNA 5S foi realizada pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) usando combinações de primers específicos sendo visualizada por meio de eletroforese em gel de agarose 1,5% a 120V e corados com GelRed (0,5μl/ mL), seguido por fotodocumentação em Bio-Imaging Systems. Resultados e Conclusão: O marcador usado se mostrou útil para a identificação das espécies pertencentes à gêneros distintos, demostrando sensibilidade à regiões altamente variáveis como o rDNA 5S-NTS. Foi verificada a ocorrência de três padrões de bandeamento contendo de uma a três bandas distintas, permitindo a identificação de três gêneros diferentes. Os resultados obtidos estão de acordo com dados publicados na literatura, sendo feitas relações intergenéricas para o grupo através de padrões morfológicos. Outros estudos devem ser conduzidos para um melhor entendimento da relação entre as espécies. Apoio: CNPq, UFMT, FAPEMAT estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. 2 GENÉTICA GEOGRÁFICA DE PSEUDOPLATYSTOMA PUNCTIFER (CASTELNAU,1855) (SILURIFORMES, PIMELODIDAE) NA BACIA AMAZÔNICA Telles, MPC1; Collevatti, RG1; Braga, RS1; Guedes, LBS1; Castro, TG1; Costa, MC2; Silva-Júnior, NJ3; Barthem, RB4; Diniz-Filho, JAF5 Laboratório de Genética & Biodiversidade, DBG, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal de Goiás (UFG). CxP 131, 74001-970, Goiânia, GO, Brasil. 2 Systema Naturae Consultoria Ambiental LTDA, Goiânia, GO, Brasil. 3 Departamento de Biologia, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil. 4 Departamento de Zoologia, Museu Paraense Emílio Goeldi, CxP 399, 66040-170 - Belém, PA, Brasil. 5 Departamento de Ecologia, ICB, UFG. Email para correspondências: [email protected] estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. 1 Palavras-chave: Microssatélite, genética geográfica, Pseudoplatystoma punctifer. Introdução: A genética geográfica permite avaliar processos evolutivos subjacentes à variação genética dentro e entre populações, bem como dar a base para o estabelecimento de estratégias eficazes para a conservação da biodiversidade. Objetivo: Avaliar o padrão espacial da variabiliade genética em subpopulações da espécie Pseudoplatystoma punctifer com ocorrência na Bacia Amazônica. Material & métodos: Para este trabalho foram utilizadas análises espaciais explícitas para investigar a variação genética molecular (utilizando sete marcadores microssatélites, amplificados via PCR e submetidos à eletroforese capilar em sequenciador automático ABI 3100 – Applied Biosystems) de Pseudoplatystoma punctifer, com base em amostras obtidas em 15 localidades (subpopulações) ao longo do rio Madeira e Solimões, bacia amazônica. Resultados e conclusão: Foi observado um valor de FST global significativo, indicando que cerca de 5% da variabilidade genética ocorre entre as populações locais, embora foram observaods valores entre zero e 21%, quando alguns pares de populações são comparados. Estes valores de FST estão ligeiramente estruturados no espaço geográfico (r = 0,317, P = 0,071 pelo teste de Mantel), mas um correlograma de Mantel revela que as populações próximas geograficamente tendem a ser mais semelhantes geneticamente do que o esperado pelo acaso (������������������������������������������������������ r = 0,386, P = 0,007���������������������������������� ). O correlograma mostra uma diminuição exponencial da similaridade genética com a distância, compatíveis com o modelo de fluxo gênico de isolamento por distância. Mais investigações são necessários para distinguir os papéis relativos dos níveis de fluxo gênico históricos e atuais. Todavia, o padrão observado tem implicações importantes para o estabelecimento de estratégias para lidar com a diversidade genética da espécie. Apoio: Systema Naturae Consultoria Ambiental Ltda./FUNAPE/UFG. Trabalho realizado no âmbito do Programa de Conservação da Ictiofauna, previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA) do AHE Jirau. IMUNIZAÇÃO GENÉTICA DE CAMUNDONGOS ISOGÊNICOS BALB/C COM PROTEÍNAS RECOMBINANTES DE LEISHMANIA (VIANNIA) BRAZILIENSIS Matos GG¹; Guimarães, JPT¹; Ribeiro-Dias, F¹; Dorta MCL¹ ¹ Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, CEP 74605-050, Goiânia-GO, Brasil. Email para correspondência: [email protected] 380 Introdução: A leishmaniose é uma protozoose causada por protozoários do gênero Leishmania . A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é considerada uma doença negligenciada com ampla distribuição mundial, atingindo predominantemente regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, cerca de 90% dos casos de Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) são causados por L. (V.) braziliensis, a espécie que desenvolve as lesões mais graves. Os fármacos utilizados no tratamento das leishmanioses apresentam custo elevado, requerem regime de tratamento longo e estão se tornando menos efetivos. Se disponível, a vacinação poderia ser uma ferramenta promissora para o controle da LTA. Avanços das técnicas de biologia molecular foram importantes, pois permitiram o surgimento das vacinas de segunda geração. Para o desenvolvimento de uma vacina efetiva, os antígenos TSA (”Thiol Specific Antioxidant“), LmSTI1 (”Leishmania major Stress Inducibleprotein 1“) , Leif (”Leishmania elongation initiation factor“) e LACK (Leishmania homologue of receptors for activated C kinase) se destacam, por serem conservados nas espécies de Leishmania e por estarem presentes durante todo o ciclo de vida do parasita. Objetivos: Avaliar a imunogenicidade e a capacidade protetora das proteínas recombinantes LACK e TSA de L.(V.)braziliensis, em conjunto e/ou em separado, em camundongos isogênicos da linhagem BALB/c, como estratégia de vacinação na leishmaniose experimental. Materiais & Métodos: As proteínas recombinantes LACK e TSA de L.(V.)braziliensis foram produzidas no laboratório de Imunobiologia das leishmanioses. Foram utilizados 35 camundongos, fêmeas, da linhagem BALB/c, os quais foram divididos em cinco grupos, de acordo com o tipo de imunização que receberam. Os animais foram imunizados previamente com Adjuvante de Freund Completo®, 21 dias antes do início das imunizações com as proteínas. Foram realizadas três imunizações em cada animal, com intervalo de 21 dias entre cada imunização. Trinta dias após o final das imunizações, os camundongos foram desafiados com 5x105 parasitos de L.(V.)braziliensis na pata direita. Fez-se a mensuração do inchaço das patas dos animais, semanalmente. Para quantificar a carga parasitária e a eficácia da vacinação fez-se a técnica de diluição limitante. Para avaliar a imugenicidade das proteínas fez-se o ensaio imunoenzimático (ELISA) usando o soro dos animais imunizados. Resultados e Conclusão: Ao se fazer a mensuração das patas dos animais imunizados, não se observou diferença significativa entre os animais dos grupos controles e aqueles imunizados com as proteínas, assim como não houve diferença significativa da carga parasitária entre os grupos, mostrando que o esquema estudos, Goiânia, v. 39, n. 3, p. 311-319, jul./set. 2012. Palavras-chave: Leishmania (Viannia) braziliensis,Imunização, TSA, LACK estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. de imunização não forneceu proteção contra a infecção por L.(V.)braziliensis. Ao se fazer o ELISA notou-se diferença significativa entre os animais do grupo controle e os imunizado s com a proteínas, mostrando que essas proteínas são imunogênicas. MICROCROMOSSOMOS B RELACIONADOS A SÍTIOS RIBOSSOMAIS EM MOENKHAUSIA SP. (CHARACIFORMES: CHARACIDAE) DA BACIA DO RIO GUAPORÉ, MT Silva, JS1; Nascimento, CN1; Troy, WP2 e da Silva, CJ3 Laboratório de Ictiologia e Citogenética Animal – UNEMAT – Campus de Tangará da Serra-MT. 2 Laboratório de Ictiologia e Citogenética Animal – UNEMAT – Campus de Tangará da Serra-MT. 3 Professora Coordenadora do Projeto BIONORTE – UNEMAT. E-mail para correspondência: [email protected] 1 Introdução: O gênero Moenkhausia é um dos mais especiosos grupos de Characidae, compreendendo cerca de 70 espécies de peixes conhecidas popularmente por lambari. Do ponto de vista taxonômico é alocado em incertae sedis, um grande grupo não monofilético da família Characidae. Citogeneticamente é possível observar uma variação no número diploide modal de 2n=48 a 2n=52 cromossomos, demonstrando na maioria das espécies estudadas cariótipos constituídos de cromossomos de dois braços. Neste gênero, além da grande variedade cariotípica, pode-se observar a alta frequência de cromossomos supranumerários, que podem variar em número, morfologia e distribuição nas espécies e entre as espécies. Entretanto, a presença do cromossomo B nunca esteve relacionada às regiões organizadoras de nucléolos neste grupo de peixes. Objetivo: Caracterizar o cariótipo de Moenkhausia sp. da bacia do rio Guaporé de Vila Bela da Santíssima Trindade. Material & Métodos: Foram analisados quatro indivíduos de Moenkhausia sp. (2 machos e 2 fêmeas) da bacia do rio Guaporé, amostrados em Vila Bela da Santíssima Trindade, MT, através de técnicas citogenéticas convencionais, tais como, análise em Giemsa, AgRONs e bandamento C. Resultados e Conclusão: Desta forma, Moenkhausia sp. apresentou número diploide modal de 2n=50 cromossomos e fórmula cariotípica composta por 9 pares de cromossomos metacêntricos, 12 submetacêntricos, 1 subtelocêntrico e 3 acrocêntricos, com número fundamental NF=94 para machos e para fêmeas. Além dos cromossomos do complemento padrão, foi observada a presença de pelo menos um cromossomo supranumerário em algumas das metáfases. Através da realização sequencial de coloração em Giemsa, bandamento C e Ag-RON foi possível caracterizá-lo como um microcromossomo totalmente heterocromático e com a presença de sítios ribossomais. As AgRONs foram observadas também no 5° par cromossômico metacêntrico e os blocos de heterocromatina constitutiva estiveram preferencialmente nas regiões centroméricas de alguns pares metacêntricos e submetacêntricos, sendo observadas também marcações terminais em um par acrocêntrico. Os cromossomos Bs têm sido objeto de várias discussões que envolvem sua natureza e origem. Há tempos eram considerados como cromossomos acessórios ou que não tinham uma função muito clara no cariótipo. Entretanto, o acúmulo de informações acerca estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Palavras–chave: Citogenética, AgRONs, bandamento C, cromossomos supranumerários destes cromossomos, como a relação destes com diferentes populações em diferentes altitudes; com a variação de sua presença relacionada ao sexo dos peixes e a presença de sítios ribossomos vem de encontro à ideia de sua função acessória na maioria dos organismos que os contém. Este trabalho contribui para o maior conhecimento dos peixes da região do estado de Mato Grosso. estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Apoio: Probic/Unemat PERFIL GLOBAL DE EXPRESSÃO DE MICRO-RNAS NO MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Moraes, LN1; Cunha, JP1; Vechetti-Júnior, IJ1; Bertaglia, RS1; Carvalho, RF1. 1 LBME - Laboratório de Biologia do Músculo Esquelético, Departamento de Morfologia, IBB, UNESP, Botucatu, SP. E-mail para correspondência: rcarvalho@ibb. unesp.br Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) está associada à miopatia dos músculos esqueléticos dos membros com diminuição na proporção das fibras do tipo I (contração lenta), aumento nas fibras do tipo II (contração rápida) e perda da massa muscular, prejudicando a qualidade de vida dos portadores dessa síndrome. A complexidade dos mecanismos de controle da expressão gênica na IC sugere o envolvimento de moléculas reguladoras adicionais, como os micro-RNAs (miRNAs), essas moléculas de RNA codificadas pelo genoma regulam vários processos celulares no músculo esquelético e estão envolvidas em várias doenças musculares. A hipótese deste trabalho é que o músculo esquelético na IC possui um perfil característico de expressão de miRNAs que permitirá identificar quais deles estão envolvidos com as alterações celulares, bem como estabelecer seu papel patogenético na doença. Objetivo: Analisar o perfil global da expressão de miRNAs e de genes relacionados à atrofia no músculo esquelético de ratos com insuficiência cardíaca. Material & Métodos: A IC em ratos wistar machos (250-300g) foi induzida com dose única de 30mg/kg de monocrotalina e após 35 dias o quadro clínico compatível com a IC foi confirmado. Os animais foram eutanasiados por decapitação e o músculo sóleo foi coletado para análises morfológica e molecular. A análise de atrofia e transição dos tipos de fibras musculares foram realizadas por meio da reação histoquímica da ATPase miofibrilar. A RT-qPCR foi utilizada para avaliar a expressão de genes envolvidos na atrofia, de transição dos tipos de fibras e de miRNAs. A análise de expressão gênica foi realizada pelo método do Ct comparativo. Resultados e Conclusão: Os animais apresentaram atrofia muscular confirmada pela análise da área das fibras musculares e transição de fibras do tipo I para II. Corroborando com esses dados, os MURF1 e MAFbx, marcadores de atrofia, estavam superexpressos, o gene TnnI envolvido com fibras de contração lenta apresentou sua expressão diminuída e o gene TnnT3 relacionado com fibras de contração rápida teve tendência no aumento de sua expressão. Dos 373 miRNAs analisados, 19 apresentaram padrão de expressão alterada, entre eles, o miR-29a que está envolvido com proliferação e diferenciação celular no músculo apresentou sua expressão diminuída e o miR-489 que mantém as células satélites quiescentes aumentou sua expressão. Os outros 17 microRNAs com expressão alterada seguem sob análise para identificar seu papel na IC, uma vez que foram identificados miRNAs que ainda não foram relacionados a miopatias. Apoio: FAPESP (processos nº 2010/06281-3 e 2011/03004-1) e CAPES estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Palavras-chave: Insuficiência Cardíaca, MicroRNAs, Músculo Esquelético. VARIABILIDADE GENÉTICA EM SUBPOPULAÇÕES DE BRACHYPLATYSTOMA ROUSSEAUXII NA BACIA AMAZÔNICA, BRASIL Moreira, LR1; Braga, RS1; Guedes, LBS1; Castro, TG1; Costa, MC2; Silva-Jr, NJ2; Collevatti, RG1; Diniz-Filho, JAF3; Telles, MPC1 Laboratório de Genética & Biodiversidade, Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO. 2 Systema Naturae Consultoria Ambiental Ltda, Goiânia, GO. 3 Departamento de Ecologia, ICB/UFG, Goiânia, GO. 1 estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012. Palavras-chave: diversidade genética, dourada, estrutura genética, microssatélite. Introdução: Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau 1855, Pimelodidae), comumente conhecido como “dourada”, é um grande bagre que possui elevado valor comercial por toda a bacia Amazônica. Esta espécie apresenta o mais extenso processo migratório dentre os diversos peixes de água doce. No presente trabalho, foram utilizados 17 marcadores microssatélites para acessar a variabilidade genética de indivíduos amostrados em 10 localidades (subpopulações) do Rio Madeira, um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas. Material & Métodos: O DNA genômico total de 273 indivíduos, obtido a partir do tecido muscular, foi amplificado por PCR e submetido à eletroforese capilar em seqüenciador automático ABI 3100 (Applied Biosystems, CA) para genotipagem. A probabilidade de exclusão de paternidade (Pe) e a probabilidade de identidade (Pi) dos loci foram estimadas pelo software IDENTITY. O número de alelos por loco, heterozigosidade esperada e observada, assim como riqueza alélica e coeficiente de endogamia (FIS) foram estimados pelo software FSTAT. Resultados e Conclusão: A bateria de loci utilizada no estudo apresentou alta probabilidade de exclusão de paternidade (0,9999) e alta probabilidade de identidade (7,025-27) com uma heterozigosidade média observada e esperada de 0,894 e 0,773, respectivamente. O número de alelos variou de 7, a 15,2 e as subpopulações estudadas mostraram alta diversidade genética, com He variando de 0,720 a 0,873 e Ho variando de 0,734 a 0,982. A riqueza alélica variou de 3,5 a 4,5 e o FIS apresentou uma variação de 0,02 a 0,164. O índice FST encontrado foi 0,019, indicando um baixo nível de estruturação populacional, embora valores maiores (0,0491) tenham sido encontrados para alguns pares de subpopulações. Apesar dos baixos níveis de estruturação genética, há um decréscimo de variabilidade nas subpopulações das cabeceiras à medida que estas se afastam do estuário. Independente dos processos demográficos e reprodutivos subjacentes a esse padrão, o mesmo pode ter importantes implicações para a conservação da variabilidade genética da espécie na bacia. Suporte Financeiro: Systema Naturae Consultoria Ambiental Ltda./FUNAPE/UFG; Trabalho realizado no âmbito do Programa de Conservação da Ictiofauna, previsto no Projeto Básico Ambiental (PBA) do AHE Jirau. estudos, Goiânia, v.39, n. 3, p. 371-386, jul./set. 2012.