Dentre os ecossistemas presentes na região entremarés e hábitats da zona costeira, os costões rochosos são considerados um dos mais importantes por conter uma alta riqueza de espécies de grande importância ecológica e econômica, tais como mexilhões, ostras, crustáceos e uma variedade de peixes. Por receber grande quantidade de nutrientes proveniente dos sistemas terrestres, estes ecossistemas apresentam uma grande biomassa. Como consequência, os costões rochosos são locais de alimentação, crescimento e reprodução de um grande número de espécies. A grande variedade de organismos e o fácil acesso tornaram os costões rochosos um dos mais populares e bem estudados ecossistemas marinhos. A grande diversidade de espécies presentes nos costões rochosos faz com que, neste ambiente, ocorram fortes interações biológicas, como consequência da limitação de substrato ao longo de existente entre o hábitat terrestre e o marinho. O costão rochoso é um importante substrato de fixação e locomoção para diversos organismos. Entretanto, a sua ocupação não ocorre aleatoriamente, ou seja, os organismos se estabelecem ou se locomovem em faixas bastante distintas normalmente perpendiculares à superfície do mar. Estas regiões (ou zonas) são formadas a partir das habilidades adaptativas dos organismos relacionadas aos fatores abióticos (ambientais), e aos fatores bióticos (diversos níveis de interações biológicas e processos de recrutamento de larvas e propágulos). A esta distribuição dá-se o nome de ZONAÇÃO. Os padrões de zonação são estudados desde o século XIX por inúmeros pesquisadores, definiram, então, um padrão de zonação universal baseado principalmente na distribuição dos organismos. Mais tarde, foi considerando também os níveis de maré e a distribuição dos organismos, incluindo o efeito das ondas na sua classificação. Independentemente da metodologia adotada, definiu-se, de modo geral, três principais zonas de distribuição: supra litoral: Região superior do costão rochoso permanentemente exposta ao ar, onde somente chegam borrifos de água do mar. Esta área está compreendida entre o limite inferior de distribuição da vegetação terrestre, que é representada por líquens ou plantas vasculares (bromeliáceas, cactáceas, entre outras) e o limite superior de ocorrência de cirripédios ou, por vezes, de gastrópodos. Nesta faixa, os fatores abióticos como temperatura e radiação solar possuem grande importância na distribuição dos organismos, os quais são muito adaptados à perda de água e à variação da temperatura. meso litoral: Região sujeita às flutuações da maré, submersa durante a maré alta e exposta durante a maré baixa. Seu limite superior é caracterizado, geralmente, pela ocorrência de cirripédios (cracas) e o inferior pela alga parda Sargassum sp. É, provavelmente, o ambiente marinho mais conhecido e estudado. Os organismos sésseis desta região estão adaptados a esta variação diária e consequentemente a todas as mudanças físicas que isto implica. Também pela variação da maré, se restringem a um período reduzido de alimentação e liberação de larvas, eventos dependentes da maré cheia. Já os organismos errantes, podem migrar para regiões inferiores na maré baixa, permanecendo assim, sempre submersos. infra litoral: Região permanentemente submersa, apresentando seu limite superior caracterizado pela zona de Sargassum sp (algas marinhas). O limite inferior pode ser determinado pelo encontro das rochas com o substrato arenoso, perpendicular ao costão. Nesta região começam a ter mais importância às relações bióticas (predação, competição) na determinação da distribuição dos organismos, uma vez que os fatores ambientais são mais estáveis. Características gerais: 1. 2. 3. 4. 5. Solo raso acumulado nas fendas das rochas. Alta salinidade. Intensa erosão. Invertebrados marinhos fixos nas rochas, distribuídos em zonas. Algas sésseis. Manguezais O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo. Estes ocorrem ao longo do litoral, margeando estuários, lagunas e enseadas, desde o Cabo Orange no Amapá até o Município de Laguna, em Santa Catarina. Os manguezais abrangem uma superfície total de mais de 10.000 km², a grande maioria na Costa Norte. O Estado de São Paulo tem mais de 240 km² de manguezal. O manguezal é um ecossistema peculiar, que se estabelece nas regiões tropicais de todo o globo. Origina-se a partir do encontro das águas doce e salgada, formando a água salobra. Este ambiente apresenta água com salinidade variável, sendo exclusivo das regiões costeiras. No Brasil, os manguezais são protegidos por legislação federal, devido à importância que representam para o ambiente marinho. São fundamentais para a procriação e o crescimento dos filhotes de vários animais, para a rota migratória de aves e para a alimentação de peixes. Além disso, colaboram para o enriquecimento das águas marinhas com sais nutrientes e matéria orgânica. No passado, a extensão dos manguezais brasileiros era muito maior: muitos portos, indústrias, loteamentos e rodovias costeiras foram desenvolvidos em áreas de manguezal, causando uma degradação do seu estado natural. Esse tão importante ecossistema sofre intensa exploração pelo homem, que retira mariscos, ostras e peixes em quantidades elevadas. Derrubam-se árvores para a extração do ranino da casca, e para fazer carvão. O mangue é alvo da especulação imobiliária, que aterra suas áreas para a construção de casas, marinas e indústrias. Suas águas são alvo de esgotos domésticos e industriais. Os manguezais fornecem uma rica alimentação protéica para a população litorânea brasileira: a pesca artesanal de peixes, camarões, caranguejos e moluscos, que são para os moradores do litoral a principal fonte de subsistência. Impactos: O manguezal foi sempre considerado um ambiente pouco atrativo e menosprezado, embora sua importância econômica e social seja muito grande. No passado, estas manifestações de aversão eram justificadas, pois a presença do mangue estava intimamente associada à febre amarela e à malária. Embora estas enfermidades já tenham sido controladas, a atitude negativa em relação a este ecossistema perdura em expressões populares em que a palavra mangue, infelizmente, adquiriu o sentido de desordem, sujeira ou local suspeito. A destruição gratuita, a poluição doméstica e química das águas, derramamentos de petróleo e aterros mal planejados são alguns dos grandes inimigos do manguezal. Nos manguezais, as condições físicas e químicas existentes são muito variáveis, o que limita os seres vivos que ali habitam e frequentam. Os solos são formados a partir do depósito de areia, silte (partícula mineral de tamanho menor que a areia) e material coloidal (matéria orgânica trazida pelos rios). Características gerais: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Solo lodoso, frouxo e pouco oxigenado. Alta salinidade. Invasão periódica das marés. Poucas espécies, muitos indivíduos. Adaptações especiais dos vegetais. Grande produtividade. Fauna: Os manguezais são conhecidos como berçários, porque existe uma série de animais que se reproduzem e criam os filhotes nestes locais. Os camarões se reproduzem no mar, na região da plataforma continental. Suas larvas migram para as regiões dos manguezais, onde se alimentam e crescem antes de retornarem ao mar. Uma grande variedade de peixes penetra nos manguezais na maré alta. Muitos dos peixes que constituem o estoque pesqueiro das águas costeiras, como robalos e tainhas, dependem das fontes alimentares do manguezal, ao menos na fase jovem. Destacam-se as várias espécies de caranguejos, formando enormes populações nos fundos lodosos. Nos troncos submersos, vários animais filtradores, tais como as ostras, alimentam-se de partículas suspensas na água. Os caranguejos em sua maioria são ativos na maré baixa, enquanto os moluscos alimentam-se durante a maré alta. Diversas espécies de aves comedoras de peixes e de invertebrados marinhos são encontradas nas árvores do manguezal. Podem ser espécies que habitam os mangues ou aves migratórias, que usam os manguezais para se alimentar e descansar. Alimentam-se especialmente na maré baixa, quando os fundos lodosos estão expostos. São guarás, colhereiros, garças, socós e martins-pescadores. Ao contrário de outras matas, os manguezais não são muito ricos em espécies, porém se destacam pela grande abundância das populações que neles vivem. Flora: Possui vegetação típica, que apresenta uma série de adaptações às condições existentes nos manguezais. Esta vegetação é tão especializada que se pode verificar a ocorrência das mesmas espécies de plantas nos manguezais de todo o mundo, como é o caso da Rhizophora mangle, conhecida vulgarmente no Brasil como mangue vermelho. Associadas ao mangue vermelho destacam-se a presença do mangue branco (Laguncularia racemosa) e do mangue preto (Avicennia schaueriana). Conceitos Importantes Adaptação A distribuição dos seres vivos nas várias regiões da Terra não é aleatória ou ocasional. Por detrás da aparente naturalidade de suas existências destacam-se não só complexas relações entre seres como adaptações ao ambiente onde vivem. Em outras palavras: nenhum ser habita um certo lugar por acaso. Para sobreviver este ser deve possuir características que permitam a sua adaptação ao meio em que habita, características essas herdadas de seus ancestrais e que serão por ele transmitidas aos seus descendentes. Desse modo indivíduos de uma determinada população herdam características que lhes são vantajosas em termos de sobrevivência. Indivíduos portadores de características vantajosas deixam em média, mais descendentes que outros e suas populações tendem a ser majoritárias com o passar das gerações. Podemos, então, definir como adaptação: aquisição de características que tornam um indivíduo ou um grupo mais equipado para sobreviver e reproduzir num determinado ambiente. São incontáveis os exemplos de adaptações e neste estudo do meio, você poderá identificar alguns deles através de simples observação. Como exemplos, temos adaptações para a caça verificadas em animais carnívoros tais como o tipo de presas e a velocidade; plumagem ou pelagem de animais como adaptações para aproximar-se de presas, fugir de predadores ou, ainda, atrair parceiros sexuais; patas eficazes para a fuga em alguns animais, etc. pH O teste de pH é um dos mais comuns em análise de água. O pH é a medida da acidez ou da alcalinidade da água através da atividade dos íons de hidrogênio. A escala de pH varia de 0 a 14. São consideradas ácidas as águas com pH abaixo de 7.0, aquelas com pH acima de 7.0 são consideradas básicas e ao redor de 7 são consideradas neutras. O pH da água pode variar de acordo com a presença de substâncias de origem natural (decomposição das folhas) ou de origem antrópica ( despejo de esgoto doméstico ou industrial). O pH ideal para a maioria dos organismos é entre 6.5 a 8.2 pH. Porém o crescimento abundante de algas e vegetação extrai dióxido de carbono (CO 2) da água por meio da fotossíntese, podendo elevar consideravelmente o nível de pH. A maioria das águas naturais possuem pH entre 5.0 e 8.5. Águas de chuvas ácidas possuem pH entre 5.5 e 6.0. Os solos alcalinos e minerais podem aumentar o valor de pH até 8.0/ 8.5. Como realizar o teste? 1- Pegue uma tira (fita) de pH do kit do seu grupo. 2- Insira a tira no recipiente com a água a ser analisada. 3- Aguarde alguns instantes. 4- Compare a cor da amostra com a escala de cores de pH. Oxigênio dissolvido (OD) Animais aquáticos e a maioria dos microorganismos necessitam de oxigênio para sobreviver. O oxigênio vindo da atmosfera, rapidamente se dissolve na água enquanto a mesma não esta saturada, e pode variar em função da temperatura e pressão. O oxigênio também é produzido por plantas aquáticas, algas, e fitoplâncton como um produto da fotossíntese. Cada espécie necessita de certa quantidade de oxigênio para sobreviver. Níveis de oxigênio dissolvidos abaixo de 3ppm (partes por milhão) são inadequados para alguns organismos aquáticos. Águas com níveis abaixo de 2 ou 1 ppm não possuem peixes. Um rio considerado limpo, em condições normais, deve apresentar valores maiores ou iguais a 6 ppm de oxigênio dissolvido. A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é a medida da quantidade de oxigênio consumido pelas bactérias enquanto decompõe a matéria orgânica. Em rios poluídos, uma grande parte do oxigênio é utilizada por bactérias, roubando dos outros organismos o oxigênio necessário para sua sobrevivência. Como realizar o teste? 1- Mergulhe a cubeta na amostra da água e deixe a amostra transbordar. Retire a cubeta cuidadosamente mantendo-a cheia até a boca. 2- Adicione dois tabletes para teste de OD na cubeta. A água transbordará na introdução dos tabletes. 3- Tampe a cubeta. Você irá notar que a medida que se aperta a tampa, mais água transbordará. Assegura-se que nenhuma bolha de ar ficou na cubeta. 4- Agite a cubeta por inversão até que os tabletes estejam completamente dissolvidos (aproximadamente 4 minutos) mantendo a agitação durante o período. 5- Aguarde mais 5 minutos para o desenvolvimento da dor. 6- Compare a cor desenvolvida na cubeta com a escala calorimétrica de Oxigênio Dissolvido. Anote os resultados em ppm.