ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS Iremar Nunes de Lima 1 Pablo Achilles Guimarães 2 Resumo: O uso de TI é uma tendência na gestão atual das empresas, tendo como objetivo simplificar, agilizar e manter um banco de dados sempre atualizado. Para tanto, o gerenciamento de banco de dados é fundamental no sentido de organizar o fluxo de informação cada vez mais ágil e acessível. Este artigo descreve as estratégias e técnicas de gerenciamento de bancos de dados, enfatizando o sistema de informação como um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicação e recursos que coleta, transforma e dissemina informação em uma organização. Palavras-chave: Informática; Banco de Dados; Gerenciamento de Dados. 1. INTRODUÇÃO Segundo Albano (2000), as grandes mudanças vêm alterando o cenário competitivo mundial e impactando diretamente as organizações. Esse novo cenário traz, em sua essência, algumas transformações que colocam novos desafios às organizações, entre os quais pode-se citar maior inovação organizacional e contínua aquisição e distribuição de informações, de forma mais rápida e eficaz. Trata-se do sistema de informação. 1 Mestre em Informática e professor do Centro Universitário Newton Paiva ([email protected]). 2 Especialista em Banco de Dados e Business Intelligence ([email protected]). Sistema de informação é um conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicação e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina informação em uma organização. As pessoas têm recorrido aos sistemas de informação para se comunicarem, utilizando uma diversidade de dispositivos físicos (hardware), instruções e procedimentos de processamento de informação (software), canais de comunicações (redes e dados armazenados, recursos de dados). Neste contexto, na sociedade atual, onde as informações são numerosas e precisam de velocidade, torna-se impossível viver sem a tecnologia de banco de dados. Pelo fato de atuar na área de banco de dados e diante da sua importância em todos os setores da sociedade, esta pesquisa se justifica no sentido de buscar maior entendimento teórico sobre o tema visto que será substancial na prática profissional. De acordo com o exposto, a tecnologia da informação (TI) torna-se relevante para esta pesquisa, considerando os dados na era da informação, sobretudo as estratégias e técnicas de gerenciamento de bancos de dados. Pretendeu-se com este estudo analisar, teoricamente, as estratégias e técnicas de gerenciamento de banco de dados. Para tanto, tornaram-se objetivos específicos desta pesquisa: identificar e analisar os tipos de bancos de dados; discutir como se ocorre o processo de gestão de um banco de dados; verificar os desafios do gerenciamento de dados. O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma: a seção 2 aborda o sistema de informação e a apresentação de banco de dados ; a seção 3 trata das estratégias e técnicas de gerenciamento de banco de dados; na seção 4 será apresentada a conclusão deste trabalho. 2. SISTEMA DE INFORMAÇÃO E BANCO DE DADOS Para se entender o processo de gerenciamento de dados, faz-se necessário compreender os sistemas de informação. O’Brien (2006) ressalta que o conceito de sistema é subjacente ao campo dos sistemas de informação. 2.1. Conceituando sistema de informação A compreensão do conceito de sistema contribui para o entendimento de outros conceitos em tecnologia, bem como aplicações, desenvolvimento e administração de sistemas de informação, dada a sua importância para este estudo. O conceito de sistema ora apresentado leva a entender, por exemplo, conceitos como: • Tecnologia: que as redes de computadores são sistemas de componentes de processamento de informações que utilizam uma multiplicidade de hardware, software, gerenciamento de dados e tecnologias de redes de telecomunicações. • Aplicações: que as aplicações de negócios e e-commerece envolvem sistemas de informação interconectados; • Desenvolvimento: que as formas de desenvolvimento para utilizar a tecnologia da informação na empresa abrangem o projeto dos componentes básicos dos sistemas de informação; • Administração: que o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a qualidade, o valor estratégico para o negócio e a segurança dos sistemas de informação de uma organização (O’BRIEN, 2006, p. 7). Bio (1996, p. 26) enuncia que: O sistema total é uma extensão do processamento integrado de dados que resulta na integração de todos os subsistemas principais num único sistema; o sistema deve incorporar as informações necessárias para planejamento e controle; o sistema deve gerar informações para auxiliar os administradores de todos os níveis a atingirem seus objetivos. Segundo Oliveira (2001, p. 35) “sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetivam determinada função”. Para O´brien (2002, p. 17) “sistema é grupo de componentes interrelacionados que trabalham juntos rumo a uma meta comum recebendo insumos e produzindo resultados em um processo organizado de transformação”. De acordo com essas definições, sistema é um conjunto de elementos interagindo para atingir um ou mais objetivos, e tem por obrigação orientar, direcionar a decisão precisa face aos propósitos preestabelecidos. É importante lembrar que não existe um modelo ideal de sistema para cada empresa, mas deve buscar maior aproximação para simular a realidade. Para Oliveira (1999, p. 25), [...] ambiente de sistema é o conjunto de elementos que não pertencem ao sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os seus elementos e qualquer alteração nos seus elementos pode mudar ou alterar o sistema. Conforme OLIVEIRA (1999), a teoria geral dos sistemas define sistema como um conjunto de elementos ou componentes interdependentes, que interagem para se atingir determinado objetivo comum, formando um todo unitário e complexo. Os elementos do sistema são agrupados em três classes genéricas: de elementos de controle que compreendem os objetivos, os planos e os padrões; de transformação que é a operação de processamento de dados e decisão operativa; e, os de informação que compreendem as entradas, os mecanismos de processamento, saídas e feedback. O limite do sistema define o sistema e o distingue de qualquer outro (o ambiente), através da combinação dos subsistemas. Tão importante quanto os conceitos citados é o conhecimento sobre os componentes de um sistema, conforme abordado por Turban et al. (2007). Todos os sistemas de informação utilizam recursos humanos, de hardware, software, dados e recursos de rede para executar atividades de entrada, processamento, saída, armazenamento e controle que transformam recursos de dados em produtos de informação. Neste contexto O’Brien (2006, p. 13-14) ressalta que as atividades básicas do processamento de informação (ou de processamento de dados) que acontecem nos sistemas de informação, a saber: • Entrada. Escaneamento ótico de etiquetas com códigos de barras em mercadoria. • Processamento. Calcular salário, impostos e outras deduções na folha de pagamento dos funcionários. • Saída. Produzir relatórios e demonstrativos de desempenho das vendas. • Armazenamento. Manter registros sobre clientes, empregos e produtos. • Controle. Gerar sinais audíveis para indicar entrada adequada de dados de vendas. O sistema de informação permite melhor compreensão de banco de dados, seu funcionamento e gerenciamento, que será foco da próxima seção. 2.2. Gerenciamento de banco de dados De acordo com O’Brien (2006, p. 132) “os dados são um recurso organizacional essencial que precisa ser administrado como outros importantes ativos da empresas”. A maioria das organizações não conseguiria sobreviver ou ter sucesso sem dados de qualidade sobre suas operações internas e seu ambiente externo. Ainda segundo o autor, dados são fatos ou observações crus, normalmente sobre fenômenos físicos ou transações de negócios. Mais especificamente, os dados são medidas objetivas dos atributos (as características) de entidades (como pessoas, lugares, coisas e eventos). As pessoas, muitas vezes, empregam os termos dados e informações de modo intercambiável. Entretanto, é melhor encarar os dados como recursos de matéria-prima que são processados em produtos acabados de informação. Logo, podemos definir informação como dados que foram convertidos em um contexto significativo e útil para usuários finais específicos (O’BRIEN, 2006, p.13). Dessa forma, os dados normalmente são subjetivos a um processo de valor adicionado (que chamamos processamento de dados ou processamento de informação) em que (1) sua forma é agregada, manipulada e organizada, (2) seu conteúdo é analisado e avaliado e (3) é colocada em um contexto adequado a um usuário humano. Portanto, você deve encarar a informação como dados processados colocados em um contexto que lhes confere valor para usuários finais específicos. Para Turban et al. (2007, p. 245), “os dados geralmente são extraídos antes de sua entrada em um banco de dados SAD (subsistema de gerenciamento de dados). Em alguns SADs, não há um banco de dados separado e os dados são inseridos no modelo SAD conforme necessário”. Para O’Brien (2006) dados são mais do que a matéria-prima dos sistemas de informação. O conceito de recursos de dados tem sido ampliado pelos gerentes e profissionais de sistemas de informação. Eles percebem que os dados constituem um valioso recurso organizacional. Dessa forma, devem ser efetivamente administrados para beneficiar todos os usuários finais de uma organização. Podem assumir diversas formas, entre as quais a de dados alfanuméricos tradicionais, compostas de números e caracteres alfabéticos e outros que descrevem transações de negócios e outros eventos e entidades. Dados de texto, que consistem em orações e parágrafos utilizados nas comunicações escritas, dados de imagem, como formas e cifras gráficas, dados auditivos, a voz humana e outros sons, também são formas importantes de dados (O’BRIEN, 2006, p. 12). Os recursos de dados dos sistemas de informação normalmente são organizados em: Banco de dados que guardam dados processados e organizados; Bases de conhecimento que guardam conhecimento em uma multiplicidade de formas como fatos, regras e exemplos ilustrativos sobre práticas de negócios bem-sucedidas. Para Turban (2007, p. 4), “um banco de dados é uma coleção de arquivos ou tabelas relacionados contendo dados”. Referindo-se aos dados como recursos de rede, O’Brien (2006), destaca: suporte de rede e entrada de recursos de dados. Na categoria suporte de rede, inclui-se todos os recursos humanos, de hardware, de software e de dados que apóiam diretamente a operação e o uso de uma rede de comunicações. Podese assim exemplificá-lo: processadores de comunicações, como modem e processadores de ligação entre redes, e os softwares de controle de comunicações. Em relação à entrada de recursos de dados, O’Brien (2006) assim esclarece a entrada normalmente apresenta-se na forma de atividades de registro de dados, como gravação e edição. Elmasri (2005) assim como O’Brien (2006), refere-se aos sistemas de bancos de dados, mostrando que os dados normalmente são submetidos a atividades de processamento como cálculo, comparação, separação, classificação e resumo. Essas atividades organizam, analisam e manipulam dados, convertendo-os em informação par aos usuários finais. A qualidade de todos os dados armazenados em um sistema de informação também deve ser mantida por um processo interrupto de atividades de correção e atualização. De acordo com Turban et al. (2007), a informação pode ser transmitida de várias formas para os usuários finais. A meta dos sistemas de informação é a produção de produtos de informação apropriada para os usuários finais. A qualidade da informação também é relevante neste contexto, visto que “as pessoas desejam informações de alta qualidade, ou seja, produtos de informação cujas características, atributos ou qualidades ajudam a torná-los valiosos para elas”. Nesta perspectiva, O’Brien (2006), ressalta a informação como dotada de três dimensões: tempo, conteúdo e forma, conforme caracterizadas no Quadro 1, a seguir: Dimensão do Tempo Prontidão Aceitação Freqüência Período Dimensão do Conteúdo Precisão Relevância Integridade Concisão Amplitude Desempenho Dimensão da forma Clareza A informação deve ser fornecida quando for necessária A informação deve estar atualizada quando for fornecida A informação deve ser fornecida tantas vezes quantas forem necessárias A informação pode ser fornecida sobre períodos passados, presentes e futuros. A informação deve estar isenta de erros A informação deve estar relacionada às necessidades de informação de um receptor específico para uma situação específica. Toda a informação que for necessária deve ser fornecida. Apenas a informação que for necessária deve ser fornecida. A informação pode ter um alcance amplo ou estreito, ou um foco interno ou externo. A informação pode revelar desempenho pela mensuração das atividades concluídas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados. A informação deve ser fornecida de uma forma que seja fácil de compreender. Detalhe Ordem Apresentação Mídia A informação pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida A informação pode ser organizada em uma seqüência predeterminada. A informação pode ser apresentada em forma narrativa, numérica, gráfica ou outras. A informação pode ser fornecida na forma de documentos em papel impresso, monitores de vídeo ou outras mídias. Quadro 1 - As três dimensões da informação Fonte: O’Brien (2006, p. 15) O armazenamento de recursos de dados é um componente básico dos sistemas de informação. É a atividade na qual os dados e informações são guardadas de forma organizada para uso posterior. Da mesma maneira que o material escrito do texto é organizado em palavras, orações, parágrafos e documentos, os dados armazenados geralmente são organizados em campos, registros, arquivos e bancos de dados. Isso facilita seu uso posterior no processamento ou na recuperação como saída, quando requisitados pelos usuários de um sistema. Uma importante atividade dos sistemas de informação é o controle de seu desempenho. Um sistema de informação deve produzir feedback sobre suas atividades de entrada, processamento, saída e armazenamento. Esse feedback deve ser monitorado e avaliado para determinar se o sistema está atendendo aos padrões de desempenho estabelecidos. Em seguida, as atividades do sistema devem ser ajustadas de forma que os produtos de informação sejam devidamente produzidos para usuários finais. O usuário final deve ser capaz de reconhecer os componentes fundamentais dos sistemas de informação que encontra no mundo real. Isso significa poder identificar: • As pessoas, o hardware, o software, os dados e os recursos de rede que eles utilizam; • Os tipos de produtos de informação que eles produzem; • O modo como eles executam as atividades de entrada, processamento, saída, armazenamento e controle; • Como eles apóiam as operações, a tomada de decisões gerenciais ou a busca pela vantagem competitiva da empresa (O’BRIEN, 2006, p. 16-17). Esse tipo de entendimento contribui não só para ser melhor usuário, criador e gerente de sistemas de informação, como também para melhor gerenciar os dados. Neste sentido, considerando os dados como um recurso organizacional essencial que precisa ser bem administrado, seu gerenciamento deve consolidar registros e objetos de dados em bancos de dados que podem ser acessados por diferentes programas aplicativos. Além disto, um importante pacote de software, chamado de sistema de gerenciamento de banco de dados funciona como interface de software entre os usuários e os bancos de dados. Desta forma, o gerenciamento de banco de dados envolve três atividades básicas, assim apresentadas por O’Brien (2006): atualização e manutenção, fornecimento de informações e fornecimento de uma capacidade de consulta/resposta e emissão de relatório por meio de um software. Diante da importância desses recursos, Silberschatz et al. (2006) defende que a proteção ao Banco de Dados, é de suma importância, devendo adotar medidas de segurança em diversos níveis, tais como: físico, humano, sistema operacional e sistema de Banco de Dados. 3. AS ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS Considerando a importância dos dados como recurso organizacional essencial, estes precisam ser gerenciados, visando administrá-los para atender às necessidades de informação dos usuários e da empresa. Para O’Brien (2006, p. 135-136) os dados podem ser organizados logicamente em caracteres, campos, registros e bancos de dados, conforme especificados a seguir: • Caracter: trata-se do elemento lógico mais simples dos dados, que consiste em um único símbolo alfabético, numérico ou outro. Pode-se argumentar que o bit ou byte é um elemento mais elementar de dados. [...] se referem aos elementos de armazenamento físico fornecidos pelo hardware do computador. Do ponto de vista do usuário (ou seja, de uma visão lógica, em oposição a uma visão física ou de hardware), um caracter é o elemento mais simples dos dados possível de ser observado e manipulado. • Campo: também chamado de item de dados, que consiste em um grupamento de caracteres. O grupamento de caracteres alfabéticos no nome de uma pessoa, por exemplo, forma um campo de nome, e o grupamento de números em um total de vendas forma um capo de total de vendas. Em termos específicos, um campo de dados representa um atributo (uma característica ou qualidade) de alguma entidade (objeto, pessoa, lugar ou evento). • Registro: os campos de dados afins são agrupados para formarem um registro que representa, então, uma coleção de atributos que descrevem uma entidade. Um exemplo é o registro da folha de pagamento, que consiste em campos de dados descrevendo atributos como o nome da pessoa, seu número da previdência social e sua base salarial. • Arquivo: um grupo de registros afins é um arquivo ou tabela de dados. Os arquivos muitas vezes são classificados pelo aplicativo para o qual são primeiro usados, tais como um arquivo de folha de pagamento ou um arquivo de estoque, ou pelo tipo de dados que contem, tais como um arquivo de documento ou um arquivo de imagem gráfica. Os arquivos também são classificados por sua permanência, por exemplo, entre um arquivo mestre de folha de pagamento e um arquivo de transações semanais da folha de pagamento. Um arquivo de transações, portanto, conteria registros de todas as transações ocorrentes durante um período e poderia ser utilizado periodicamente para atualizar os registros permanentes contidos em um arquivo mestre. Um arquivo histórico é um arquivo mestre ou de transações obsoleto, retido para fins de backup ou para armazenamento histórico de longo prazo chamado armazenamento de acervo. • Banco de dados: é um conjunto integrado de elementos de dados relacionados logicamente. Consolida registros previamente armazenados em arquivos separados em uma fonte comum de registros de dados que fornece dados para muitas aplicações. Os dados armazenados em um banco de dados são independentes dos programas aplicativos que os utilizam e do tipo de dispositivos de armazenamento secundário nos quais são armazenados. Para O’Brien (2006, p. 136), “o desenvolvimento de bancos de dados e de softwares de gerenciamento de bancos de dados é o fundamento dos métodos modernos de administrar dados organizacionais”. Neste aspecto, a abordagem do gerenciamento de bancos de dados consolida registros e objetos de dados em bancos de dados que podem ser acessados por diferentes programas aplicativos. Além disso, Um importante pacote de software, chamado sistema de gerenciamento de bancos de dados (database management system, ou DBMS), funciona como interface de software entre os usuários e os bancos de dados. Esse sistema ajuda os usuários a acessarem facilmente os registros de um banco de dados. Dessa forma, o gerenciamento de banco de dados envolve o uso de software de gerenciamento de bancos de dados para controlar como são criados, consultados e mantidos para, assim, fornecerem as informações necessárias aos usuários finais e suas organizações. Assim, a abordagem do gerenciamento de bancos de dados envolve três atividades básicas: • Atualização e manutenção de bancos de dados comuns para refletir novas transações de negócios e outros eventos que exigem mudanças nos registros de uma organização; • Fornecimento das informações requisitadas por cada aplicação do usuário final mediante o uso de aplicativos que compartilham os dados em bancos de dados comuns. Esse compartilhamento de dados é suportado pela interface comum de dados propiciada por um pacote de sistemas de gerenciamento de bancos de dados, de forma que os usuários finais e programadores não precisem saber onde ou como os dados estão fisicamente armazenados; e • Fornecimento de um capacidade de consulta/respostas e emissão de relatório por meio de um software DBMS, de sorte que os usuário finais possam utilizar navegadores de Rede e a Internet ou intranets para consultar facilmente os bandos de dados, gerar relatórios e receber respostas rápidas a seus pedidos de informação para situações específicas (O’BRIEN, 2006, p. 137). Importante ressaltar os componentes comuns de softwares de sistemas de gerenciamento de bancos de dados, conforme descritos no Quadro 2. Definição do banco de dados Acesso informal Desenvolvimento de aplicações Interface de linguagem codificada Processamento de transações Ajuste do banco de dados Linguagem e ferramentas gráficas para definir entidades, relacionamento, restrições à integridade e direitos de autorização Linguagem e ferramentas gráficas para acessar dados sem condições complicadas Ferramentas gráficas para desenvolver menus, formulários de entrada de dados e relatórios Linguagem que combina acesso informal com a capacidade plena de uma linguagem de programação Mecanismos de controle para impedir a interferência de usuários simultâneos e recuperar dados perdidos após uma falha Ferramentas para monitorar e melhorar o desempenho do banco de dados Quadro 2 - Componentes comuns de softwares de SGBDs Fonte: O’Brien, 2006, p. 138 Os principais tipos de bancos de dados utilizados pelas organizações e usuários finais são: bancos de dados operacionais e bancos de dados distribuídos, descritos a seguir. 3.1. Bancos de Dados Operacionais De acordo com O’Brien (2006, p. 141), Os bancos de dados operacionais armazenam dados detalhados necessários para apoiar os processos e operações de e-business; eles também são chamados bancos de dados de área temática (subject área databases, ou SADB), bancos de dados de transações e bancos de dados de produção. Pode-se citar como exemplos de banco de dados operacionais: banco de dados de clientes bancos de dados de pessoal; banco de dados de estoque e outros bancos de dados contendo dados gerados pelas operações das empresas. 3.2. Bancos de dados distribuídos Sobre banco de dados distribuídos, O’Brien (2006, p. 141) ressalta que: Muitas organizações reproduzem e distribuem cópias ou partes de bancos de dados para servidores de rede em uma multiplicidade de locais. Esses bancos de dados distribuídos podem residir em servidores de rede na rede mundial de computadores (WWW), em intranets ou extranets, ou em outras redes da empresa. Na concepção de Bio (2001), os bancos de dados distribuídos podem ser cópias de bancos de dados operacionais ou analíticos, bancos de dados em hipermídia ou de discussão, ou qualquer outro tipo de base de dados. Para Soares (2005) assim como O’Brien (2006) defendem que a reprodução e distribuição de bancos de dados é feita para melhorar o desempenho e a segurança do banco de dados. Garantir que todos os dados nos bancos de dados distribuídos de uma organização sejam constante e concomitantemente atualizados é o desafio maior do gerenciamento de baços de dados distribuídos. 3.3. Bancos de dados externos O’Brien (2006, p. 142) enfatiza que: O acesso a uma abundância de informações de bancos de dados internos e externos é disponibilizado mediante o pagamento de uma taxa em serviços comerciais online, e com ou sem tarifas de muitas fontes na Internet, particularmente na WWW. Os sites da rede fornecem uma variedade infinita de páginas de documentos interligadas por hiperlinks em bancos de dados em hipermídia possíveis de serem acessados. Os dados são encontrados na forma de estatística sobre a atividade econômica e demográfica em bancos de dados estatísticos. Bio (2001) ressalta que é possível visualizar ou carregar o computador resumos ou cópias completas de centenas de jornais, revistas, boletins informativos, documentos de pesquisa e outros materiais publicados e periódicos em bancos de dados bibliográficos e de textos integrais. 3.4. Data Warehouse e Data Mining Para O’Brien (2006) “um data warehouse armazena dados que foram extraídos dos vários bancos de dados de uma organização, sejam eles operacionais, externos ou de outra espécie”. É uma fonte central de dados já trabalhados, transformados e catalogados, portanto, prontos para serem utilizados por gerentes e outros profissionais da empresa para data mining, processamento analítico online e outras formas de análise empresarial, pesquisa de mercado e apoio às decisões. Os data warehouses podem ser subdivididos em data marts, os quais guardam subconjuntos de dados do data warehouse focando aspectos específicos de uma empresa como um departamento ou um processo de negócios. Um uso importante dos dados do processo warehouse é o data mining. No data mining, os dados de uma data warehouse são processados para identificar fatores e tendências-chave nos padrões das atividades de negócios. Esse procedimento pode ser utilizado para ajudar os gerentes a tomarem decisões sobre mudanças estratégicas nas operações para obter vantagens competitivas no mercado (O’Brien, 2006, p. 143). O rápido crescimento dos sites na Internet, intranets e extranet têm aumentado drasticamente o uso de bancos de dados em documentos em hipertexto e hipermídia. Os componentes de um sistema de informação baseado em redes incluem navegadores, servidores e bancos de dados em hipermídia. 3.5. Gerenciamento, planejamento e fundamentos técnicos de bancos de dados De acordo com Bio (2001), a administração de recursos de dados inclui atividades de administração de bancos de dados, planejamento de dados e administração de dados. Gerenciamento de bancos de dados é uma importante função de gerenciamento de dados responsável pelo uso adequado da tecnologia do gerenciamento de bancos de dados. Compreende a responsabilidade pelo desenvolvimento e manutenção do dicionário de dados da organização, projeto e monitoração do desempenho dos bancos de dados e aplicação de padrões para uso e segurança dos bancos de dados (O’BRIEN, 2006, p. 145). Os gerenciadores e analistas de bancos de dados trabalham com programadores de sistemas e usuários finais para fornecerem seu know-how, a projetos maiores de desenvolvimento de sistemas. Planejamento de dados é uma função do planejamento e análise de negócios que se concentra no gerenciamento de recursos de dados. Ela compreende a responsabilidade pelo desenvolvimento de uma arquitetura global de dados para os recursos de dados da empresa vinculada à sua missão e seus planos estratégicos e aos objetivos e processos de suas unidades de negócios. O planejamento de dados é feito por organizações que assumiram um compromisso formal com o planejamento de longo alcance para o uso e administração estratégicos de seus dados. Gerenciamento de dados é outra função vital da administração de recursos de dados. Ela envolve a administração de coleta, armazenamento e disseminação de todos os tipos de dados de tal forma que os dados se tornem um recurso padronizado disponível para todos os usuários finais na organização. O foco do gerenciamento de dados é o apoio aos processos e objetivos estratégicos da organização. O gerenciamento de dados também pode incluir a responsabilidade pelo desenvolvimento de políticos e definição de padrões para arranjos de concepção, processamento e segurança dos bancos de dados da empresa. A abordagem de gerenciamento de dados oferece aos gerentes e profissionais de empresas diversos benefícios importantes. O gerenciamento de bancos de dados reduz a duplicação de dados e integra os dados de forma que possam ser acessados por múltiplos programas e usuários. Fundamentando-se em Silberschatz (2006), pode-se dizer que na totalidade dos sistemas de informações, os sistemas de dados devem ser logicamente organizados e estruturados, de forma que possam ser facilmente acessados, eficientemente processados, rapidamente recuperados e efetivamente gerenciados. Neste aspecto, O’Brien (2006) ressalta que tem-se planejado estruturas de dados e métodos de acesso que vão dos simples aos complexos para organizar e acessar eficientemente dados armazenados pelos sistemas de informação. Nessa seção, exploraremos esses conceitos, bem como conceitos mais técnicos de gerenciamento de bancos de dados. O’Brien (2006) destaca ainda que as relações entre os muitos registros individuais nos bancos de dados são baseadas em uma das diversas estruturas ou modelos lógicos de dados. Os pacotes de sistemas de gerenciamento de bancos de dados são projetados para utilizar uma estrutura específica de dados para fornecer aos usuários finais acessos rápidos e fáceis a informações armazenadas em bancos de dados. As cinco estruturas de bancos de dados fundamentais são os modelos hierárquicos, em rede, relacionais, orientados a objetos e multidimensionais. 4. CONCLUSÃO O uso de TI é uma tendência na gestão atual das empresas, tendo como objetivo simplificar, agilizar e manter um banco de dados sempre atualizado. Para tanto, o gerenciamento de banco de dados é fundamental no sentido de organizar o fluxo de informação cada vez mais ágil e acessível. O funcionamento eficaz de um banco de dados depende, sobremaneira, de estratégias e técnicas de gerenciamento, tais como: definição do banco de dados, acesso, aplicação, interface, processamento, além de se considerar que o seu gerenciamento deve envolver atividades básicas permanentes, como: atualização e manutenção, fornecimento das informações requisitadas por cada aplicação do usuário final, fornecimento de uma capacidade de consulta/respostas e emissão de relatório por meio de um SGBD. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBANO, Claudio. Impacto da TI no Cenário Competitivo das Organizações. DEVELOPER’S Magazine, São Paulo, v.04, n.45, p.32-34, mai/2000. Mensal. ALBERTIN, Alberto Luiz. Comércio eletrônico: modelo, aspectos e contribuições de sua aplicação. São Paulo: Atlas, 2000. BIO, G. L. Sistema de Informação e Segurança. São Paulo: Atlas, 2001. ELMASRI, Rames; NAVATHE, Shamkant B. Sistemas de Banco de dados. 4 ed. São Paulo: Person Addison Wesley, 2005. O’BRIEN, James A. 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