estratégias e técnicas de gerenciamento de banco de dados

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ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE DADOS
Iremar Nunes de Lima 1
Pablo Achilles Guimarães 2
Resumo: O uso de TI é uma tendência na gestão atual das empresas, tendo como
objetivo simplificar, agilizar e manter um banco de dados sempre atualizado. Para tanto,
o gerenciamento de banco de dados é fundamental no sentido de organizar o fluxo de
informação cada vez mais ágil e acessível. Este artigo descreve as estratégias e técnicas
de gerenciamento de bancos de dados, enfatizando o sistema de informação como um
conjunto organizado de pessoas, hardware, software, redes de comunicação e recursos
que coleta, transforma e dissemina informação em uma organização.
Palavras-chave: Informática; Banco de Dados; Gerenciamento de Dados.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Albano (2000), as grandes mudanças vêm alterando o cenário
competitivo mundial e impactando diretamente as organizações. Esse novo cenário traz,
em sua essência, algumas transformações que colocam novos desafios às organizações,
entre os quais pode-se citar maior inovação organizacional e contínua aquisição e
distribuição de informações, de forma mais rápida e eficaz. Trata-se do sistema de
informação.
1
Mestre em Informática e professor do Centro Universitário Newton Paiva
([email protected]).
2
Especialista em Banco de Dados e Business Intelligence ([email protected]).
Sistema de informação é um conjunto organizado de pessoas, hardware,
software, redes de comunicação e recursos de dados que coleta, transforma e dissemina
informação em uma organização.
As pessoas têm recorrido aos sistemas de informação para se comunicarem,
utilizando uma diversidade de dispositivos físicos (hardware), instruções e
procedimentos de processamento de informação (software), canais de comunicações
(redes e dados armazenados, recursos de dados). Neste contexto, na sociedade atual,
onde as informações são numerosas e precisam de velocidade, torna-se impossível viver
sem a tecnologia de banco de dados.
Pelo fato de atuar na área de banco de dados e diante da sua importância em
todos os setores da sociedade, esta pesquisa se justifica no sentido de buscar maior
entendimento teórico sobre o tema visto que será substancial na prática profissional.
De acordo com o exposto, a tecnologia da informação (TI) torna-se
relevante para esta pesquisa, considerando os dados na era da informação, sobretudo as
estratégias e técnicas de gerenciamento de bancos de dados.
Pretendeu-se com este estudo analisar, teoricamente, as estratégias e
técnicas de gerenciamento de banco de dados. Para tanto, tornaram-se objetivos
específicos desta pesquisa: identificar e analisar os tipos de bancos de dados; discutir
como se ocorre o processo de gestão de um banco de dados; verificar os desafios do
gerenciamento de dados.
O restante deste trabalho está organizado da seguinte forma: a seção 2
aborda o sistema de informação e a apresentação de banco de dados ; a seção 3 trata das
estratégias e técnicas de gerenciamento de banco de dados; na seção 4 será apresentada
a conclusão deste trabalho.
2. SISTEMA DE INFORMAÇÃO E BANCO DE DADOS
Para se entender o processo de gerenciamento de dados, faz-se necessário
compreender os sistemas de informação. O’Brien (2006) ressalta que o conceito de
sistema é subjacente ao campo dos sistemas de informação.
2.1. Conceituando sistema de informação
A compreensão do conceito de sistema contribui para o entendimento de
outros conceitos em tecnologia, bem como aplicações, desenvolvimento e administração
de sistemas de informação, dada a sua importância para este estudo. O conceito de
sistema ora apresentado leva a entender, por exemplo, conceitos como:
• Tecnologia: que as redes de computadores são sistemas de componentes
de processamento de informações que utilizam uma multiplicidade de
hardware, software, gerenciamento de dados e tecnologias de redes de
telecomunicações.
• Aplicações: que as aplicações de negócios e e-commerece envolvem
sistemas de informação interconectados;
• Desenvolvimento: que as formas de desenvolvimento para utilizar a
tecnologia da informação na empresa abrangem o projeto dos componentes
básicos dos sistemas de informação;
• Administração: que o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza
a qualidade, o valor estratégico para o negócio e a segurança dos sistemas de
informação de uma organização (O’BRIEN, 2006, p. 7).
Bio (1996, p. 26) enuncia que:
O sistema total é uma extensão do processamento integrado de dados que
resulta na integração de todos os subsistemas principais num único sistema; o
sistema deve incorporar as informações necessárias para planejamento e
controle; o sistema deve gerar informações para auxiliar os administradores
de todos os níveis a atingirem seus objetivos.
Segundo Oliveira (2001, p. 35) “sistema é um conjunto de partes
interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com
determinado objetivo e efetivam determinada função”.
Para O´brien (2002, p. 17) “sistema é grupo de componentes interrelacionados que trabalham juntos rumo a uma meta comum recebendo insumos e
produzindo resultados em um processo organizado de transformação”.
De acordo com essas definições, sistema é um conjunto de elementos
interagindo para atingir um ou mais objetivos, e tem por obrigação orientar, direcionar a
decisão precisa face aos propósitos preestabelecidos. É importante lembrar que não
existe um modelo ideal de sistema para cada empresa, mas deve buscar maior
aproximação para simular a realidade.
Para Oliveira (1999, p. 25),
[...] ambiente de sistema é o conjunto de elementos que não pertencem ao
sistema, mas qualquer alteração no sistema pode mudar ou alterar os seus
elementos e qualquer alteração nos seus elementos pode mudar ou alterar o
sistema.
Conforme OLIVEIRA (1999), a teoria geral dos sistemas define sistema
como um conjunto de elementos ou componentes interdependentes, que interagem para
se atingir determinado objetivo comum, formando um todo unitário e complexo.
Os elementos do sistema são agrupados em três classes genéricas: de
elementos de controle que compreendem os objetivos, os planos e os padrões; de
transformação que é a operação de processamento de dados e decisão operativa; e, os de
informação que compreendem as entradas, os mecanismos de processamento, saídas e
feedback. O limite do sistema define o sistema e o distingue de qualquer outro (o
ambiente), através da combinação dos subsistemas.
Tão importante quanto os conceitos citados é o conhecimento sobre os
componentes de um sistema, conforme abordado por Turban et al. (2007). Todos os
sistemas de informação utilizam recursos humanos, de hardware, software, dados e
recursos de rede para executar atividades de entrada, processamento, saída,
armazenamento e controle que transformam recursos de dados em produtos de
informação.
Neste contexto O’Brien (2006, p. 13-14) ressalta que as atividades básicas
do processamento de informação (ou de processamento de dados) que acontecem nos
sistemas de informação, a saber:
• Entrada. Escaneamento ótico de etiquetas com códigos de barras em
mercadoria.
• Processamento. Calcular salário, impostos e outras deduções na folha de
pagamento dos funcionários.
• Saída. Produzir relatórios e demonstrativos de desempenho das vendas.
• Armazenamento. Manter registros sobre clientes, empregos e produtos.
• Controle. Gerar sinais audíveis para indicar entrada adequada de dados de
vendas.
O sistema de informação permite melhor compreensão de banco de dados,
seu funcionamento e gerenciamento, que será foco da próxima seção.
2.2. Gerenciamento de banco de dados
De acordo com O’Brien (2006, p. 132) “os dados são um recurso
organizacional essencial que precisa ser administrado como outros importantes ativos da
empresas”. A maioria das organizações não conseguiria sobreviver ou ter sucesso sem
dados de qualidade sobre suas operações internas e seu ambiente externo. Ainda
segundo o autor, dados são fatos ou observações crus, normalmente sobre fenômenos
físicos ou transações de negócios. Mais especificamente, os dados são medidas
objetivas dos atributos (as características) de entidades (como pessoas, lugares, coisas e
eventos).
As pessoas, muitas vezes, empregam os termos dados e informações de modo
intercambiável. Entretanto, é melhor encarar os dados como recursos de
matéria-prima que são processados em produtos acabados de informação.
Logo, podemos definir informação como dados que foram convertidos em
um contexto significativo e útil para usuários finais específicos (O’BRIEN,
2006, p.13).
Dessa forma, os dados normalmente são subjetivos a um processo de valor
adicionado (que chamamos processamento de dados ou processamento de informação)
em que (1) sua forma é agregada, manipulada e organizada, (2) seu conteúdo é
analisado e avaliado e (3) é colocada em um contexto adequado a um usuário humano.
Portanto, você deve encarar a informação como dados processados colocados em um
contexto que lhes confere valor para usuários finais específicos.
Para Turban et al. (2007, p. 245), “os dados geralmente são extraídos antes
de sua entrada em um banco de dados SAD (subsistema de gerenciamento de dados).
Em alguns SADs, não há um banco de dados separado e os dados são inseridos no
modelo SAD conforme necessário”.
Para O’Brien (2006) dados são mais do que a matéria-prima dos sistemas de
informação. O conceito de recursos de dados tem sido ampliado pelos gerentes e
profissionais de sistemas de informação. Eles percebem que os dados constituem um
valioso recurso organizacional. Dessa forma, devem ser efetivamente administrados
para beneficiar todos os usuários finais de uma organização.
Podem assumir diversas formas, entre as quais a de dados alfanuméricos
tradicionais, compostas de números e caracteres alfabéticos e outros que
descrevem transações de negócios e outros eventos e entidades. Dados de
texto, que consistem em orações e parágrafos utilizados nas comunicações
escritas, dados de imagem, como formas e cifras gráficas, dados auditivos, a
voz humana e outros sons, também são formas importantes de dados
(O’BRIEN, 2006, p. 12).
Os recursos de dados dos sistemas de informação normalmente são
organizados em: Banco de dados que guardam dados processados e organizados; Bases
de conhecimento que guardam conhecimento em uma multiplicidade de formas como
fatos, regras e exemplos ilustrativos sobre práticas de negócios bem-sucedidas.
Para Turban (2007, p. 4), “um banco de dados é uma coleção de arquivos ou
tabelas relacionados contendo dados”. Referindo-se aos dados como recursos de rede,
O’Brien (2006), destaca: suporte de rede e entrada de recursos de dados. Na categoria
suporte de rede, inclui-se todos os recursos humanos, de hardware, de software e de
dados que apóiam diretamente a operação e o uso de uma rede de comunicações. Podese assim exemplificá-lo: processadores de comunicações, como modem e processadores
de ligação entre redes, e os softwares de controle de comunicações. Em relação à
entrada de recursos de dados, O’Brien (2006) assim esclarece a entrada normalmente
apresenta-se na forma de atividades de registro de dados, como gravação e edição.
Elmasri (2005) assim como O’Brien (2006), refere-se aos sistemas de
bancos de dados, mostrando que os dados normalmente são submetidos a atividades de
processamento como cálculo, comparação, separação, classificação e resumo. Essas
atividades organizam, analisam e manipulam dados, convertendo-os em informação par
aos usuários finais. A qualidade de todos os dados armazenados em um sistema de
informação também deve ser mantida por um processo interrupto de atividades de
correção e atualização.
De acordo com Turban et al. (2007), a informação pode ser transmitida de
várias formas para os usuários finais. A meta dos sistemas de informação é a produção
de produtos de informação apropriada para os usuários finais.
A qualidade da informação também é relevante neste contexto, visto que “as
pessoas desejam informações de alta qualidade, ou seja, produtos de informação cujas
características, atributos ou qualidades ajudam a torná-los valiosos para elas”. Nesta
perspectiva, O’Brien (2006), ressalta a informação como dotada de três dimensões:
tempo, conteúdo e forma, conforme caracterizadas no Quadro 1, a seguir:
Dimensão do Tempo
Prontidão
Aceitação
Freqüência
Período
Dimensão do Conteúdo
Precisão
Relevância
Integridade
Concisão
Amplitude
Desempenho
Dimensão da forma
Clareza
A informação deve ser fornecida quando for necessária
A informação deve estar atualizada quando for fornecida
A informação deve ser fornecida tantas vezes quantas forem necessárias
A informação pode ser fornecida sobre períodos passados, presentes e
futuros.
A informação deve estar isenta de erros
A informação deve estar relacionada às necessidades de informação de
um receptor específico para uma situação específica.
Toda a informação que for necessária deve ser fornecida.
Apenas a informação que for necessária deve ser fornecida.
A informação pode ter um alcance amplo ou estreito, ou um foco
interno ou externo.
A informação pode revelar desempenho pela mensuração das atividades
concluídas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados.
A informação deve ser fornecida de uma forma que seja fácil de
compreender.
Detalhe
Ordem
Apresentação
Mídia
A informação pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida
A informação pode ser organizada em uma seqüência predeterminada.
A informação pode ser apresentada em forma narrativa, numérica,
gráfica ou outras.
A informação pode ser fornecida na forma de documentos em papel
impresso, monitores de vídeo ou outras mídias.
Quadro 1 - As três dimensões da informação
Fonte: O’Brien (2006, p. 15)
O armazenamento de recursos de dados é um componente básico dos
sistemas de informação. É a atividade na qual os dados e informações são guardadas de
forma organizada para uso posterior. Da mesma maneira que o material escrito do texto
é organizado em palavras, orações, parágrafos e documentos, os dados armazenados
geralmente são organizados em campos, registros, arquivos e bancos de dados. Isso
facilita seu uso posterior no processamento ou na recuperação como saída, quando
requisitados pelos usuários de um sistema.
Uma importante atividade dos sistemas de informação é o controle de seu
desempenho. Um sistema de informação deve produzir feedback sobre suas atividades
de entrada, processamento, saída e armazenamento. Esse feedback deve ser monitorado
e avaliado para determinar se o sistema está atendendo aos padrões de desempenho
estabelecidos. Em seguida, as atividades do sistema devem ser ajustadas de forma que
os produtos de informação sejam devidamente produzidos para usuários finais.
O usuário final deve ser capaz de reconhecer os componentes fundamentais
dos sistemas de informação que encontra no mundo real. Isso significa poder identificar:
• As pessoas, o hardware, o software, os dados e os recursos de rede que
eles utilizam;
• Os tipos de produtos de informação que eles produzem;
• O modo como eles executam as atividades de entrada, processamento,
saída, armazenamento e controle;
• Como eles apóiam as operações, a tomada de decisões gerenciais ou a
busca pela vantagem competitiva da empresa (O’BRIEN, 2006, p. 16-17).
Esse tipo de entendimento contribui não só para ser melhor usuário, criador
e gerente de sistemas de informação, como também para melhor gerenciar os dados.
Neste sentido, considerando os dados como um recurso organizacional
essencial que precisa ser bem administrado, seu gerenciamento deve consolidar
registros e objetos de dados em bancos de dados que podem ser acessados
por
diferentes programas aplicativos. Além disto, um importante pacote de software,
chamado de sistema de gerenciamento de banco de dados funciona como interface de
software entre os usuários e os bancos de dados.
Desta forma, o gerenciamento de banco de dados envolve três atividades
básicas, assim apresentadas por O’Brien (2006): atualização e manutenção,
fornecimento de informações e fornecimento de uma capacidade de consulta/resposta e
emissão de relatório por meio de um software.
Diante da importância desses recursos, Silberschatz et al. (2006) defende
que a proteção ao Banco de Dados, é de suma importância, devendo adotar medidas de
segurança em diversos níveis, tais como: físico, humano, sistema operacional e sistema
de Banco de Dados.
3. AS ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS DE GERENCIAMENTO DE BANCO DE
DADOS
Considerando a importância dos dados como recurso organizacional
essencial, estes precisam ser gerenciados, visando administrá-los para atender às
necessidades de informação dos usuários e da empresa. Para O’Brien (2006, p. 135-136)
os dados podem ser organizados logicamente em caracteres, campos, registros e bancos
de dados, conforme especificados a seguir:
• Caracter: trata-se do elemento lógico mais simples dos dados, que
consiste em um único símbolo alfabético, numérico ou outro. Pode-se
argumentar que o bit ou byte é um elemento mais elementar de dados. [...] se
referem aos elementos de armazenamento físico fornecidos pelo hardware do
computador. Do ponto de vista do usuário (ou seja, de uma visão lógica, em
oposição a uma visão física ou de hardware), um caracter é o elemento mais
simples dos dados possível de ser observado e manipulado.
• Campo: também chamado de item de dados, que consiste em um
grupamento de caracteres. O grupamento de caracteres alfabéticos no nome
de uma pessoa, por exemplo, forma um campo de nome, e o grupamento de
números em um total de vendas forma um capo de total de vendas. Em
termos específicos, um campo de dados representa um atributo (uma
característica ou qualidade) de alguma entidade (objeto, pessoa, lugar ou
evento).
• Registro: os campos de dados afins são agrupados para formarem um
registro que representa, então, uma coleção de atributos que descrevem uma
entidade. Um exemplo é o registro da folha de pagamento, que consiste em
campos de dados descrevendo atributos como o nome da pessoa, seu número
da previdência social e sua base salarial.
• Arquivo: um grupo de registros afins é um arquivo ou tabela de dados.
Os arquivos muitas vezes são classificados pelo aplicativo para o qual são
primeiro usados, tais como um arquivo de folha de pagamento ou um arquivo
de estoque, ou pelo tipo de dados que contem, tais como um arquivo de
documento ou um arquivo de imagem gráfica. Os arquivos também são
classificados por sua permanência, por exemplo, entre um arquivo mestre de
folha de pagamento e um arquivo de transações semanais da folha de
pagamento. Um arquivo de transações, portanto, conteria registros de todas as
transações ocorrentes durante um período e poderia ser utilizado
periodicamente para atualizar os registros permanentes contidos em um
arquivo mestre. Um arquivo histórico é um arquivo mestre ou de transações
obsoleto, retido para fins de backup ou para armazenamento histórico de
longo prazo chamado armazenamento de acervo.
• Banco de dados: é um conjunto integrado de elementos de dados
relacionados logicamente. Consolida registros previamente armazenados em
arquivos separados em uma fonte comum de registros de dados que fornece
dados para muitas aplicações. Os dados armazenados em um banco de dados
são independentes dos programas aplicativos que os utilizam e do tipo de
dispositivos de armazenamento secundário nos quais são armazenados.
Para O’Brien (2006, p. 136), “o desenvolvimento de bancos de dados e de
softwares de gerenciamento de bancos de dados é o fundamento dos métodos modernos
de administrar dados organizacionais”. Neste aspecto, a abordagem do gerenciamento
de bancos de dados consolida registros e objetos de dados em bancos de dados que
podem ser acessados por diferentes programas aplicativos. Além disso,
Um importante pacote de software, chamado sistema de gerenciamento de
bancos de dados (database management system, ou DBMS), funciona como
interface de software entre os usuários e os bancos de dados. Esse sistema
ajuda os usuários a acessarem facilmente os registros de um banco de dados.
Dessa forma, o gerenciamento de banco de dados envolve o uso de software
de gerenciamento de bancos de dados para controlar como são criados, consultados e
mantidos para, assim, fornecerem as informações necessárias aos usuários finais e suas
organizações. Assim, a abordagem do gerenciamento de bancos de dados envolve três
atividades básicas:
• Atualização e manutenção de bancos de dados comuns para refletir novas
transações de negócios e outros eventos que exigem mudanças nos registros
de uma organização;
• Fornecimento das informações requisitadas por cada aplicação do usuário
final mediante o uso de aplicativos que compartilham os dados em bancos de
dados comuns. Esse compartilhamento de dados é suportado pela interface
comum de dados propiciada por um pacote de sistemas de gerenciamento de
bancos de dados, de forma que os usuários finais e programadores não
precisem saber onde ou como os dados estão fisicamente armazenados; e
• Fornecimento de um capacidade de consulta/respostas e emissão de
relatório por meio de um software DBMS, de sorte que os usuário finais
possam utilizar navegadores de Rede e a Internet ou intranets para consultar
facilmente os bandos de dados, gerar relatórios e receber respostas rápidas a
seus pedidos de informação para situações específicas (O’BRIEN, 2006, p.
137).
Importante ressaltar os componentes comuns de softwares de sistemas de
gerenciamento de bancos de dados, conforme descritos no Quadro 2.
Definição do banco de dados
Acesso informal
Desenvolvimento de aplicações
Interface de linguagem codificada
Processamento de transações
Ajuste do banco de dados
Linguagem e ferramentas gráficas para definir entidades,
relacionamento, restrições à integridade e direitos de
autorização
Linguagem e ferramentas gráficas para acessar dados
sem condições complicadas
Ferramentas gráficas para desenvolver menus,
formulários de entrada de dados e relatórios
Linguagem que combina acesso informal com a
capacidade plena de uma linguagem de programação
Mecanismos de controle para impedir a interferência de
usuários simultâneos e recuperar dados perdidos após
uma falha
Ferramentas para monitorar e melhorar o desempenho do
banco de dados
Quadro 2 - Componentes comuns de softwares de SGBDs
Fonte: O’Brien, 2006, p. 138
Os principais tipos de bancos de dados utilizados pelas organizações e
usuários finais são: bancos de dados operacionais e bancos de dados distribuídos,
descritos a seguir.
3.1. Bancos de Dados Operacionais
De acordo com O’Brien (2006, p. 141),
Os bancos de dados operacionais armazenam dados detalhados necessários
para apoiar os processos e operações de e-business; eles também são
chamados bancos de dados de área temática (subject área databases, ou
SADB), bancos de dados de transações e bancos de dados de produção.
Pode-se citar como exemplos de banco de dados operacionais: banco de
dados de clientes bancos de dados de pessoal; banco de dados de estoque e outros
bancos de dados contendo dados gerados pelas operações das empresas.
3.2. Bancos de dados distribuídos
Sobre banco de dados distribuídos, O’Brien (2006, p. 141) ressalta que:
Muitas organizações reproduzem e distribuem cópias ou partes de bancos de
dados para servidores de rede em uma multiplicidade de locais. Esses bancos
de dados distribuídos podem residir em servidores de rede na rede mundial de
computadores (WWW), em intranets ou extranets, ou em outras redes da
empresa.
Na concepção de Bio (2001), os bancos de dados distribuídos podem ser
cópias de bancos de dados operacionais ou analíticos, bancos de dados em hipermídia
ou de discussão, ou qualquer outro tipo de base de dados.
Para Soares (2005) assim como O’Brien (2006) defendem que a reprodução
e distribuição de bancos de dados é feita para melhorar o desempenho e a segurança do
banco de dados. Garantir que todos os dados nos bancos de dados distribuídos de uma
organização sejam constante e concomitantemente atualizados é o desafio maior do
gerenciamento de baços de dados distribuídos.
3.3. Bancos de dados externos
O’Brien (2006, p. 142) enfatiza que:
O acesso a uma abundância de informações de bancos de dados internos e
externos é disponibilizado mediante o pagamento de uma taxa em serviços
comerciais online, e com ou sem tarifas de muitas fontes na Internet,
particularmente na WWW. Os sites da rede fornecem uma variedade infinita
de páginas de documentos interligadas por hiperlinks em bancos de dados em
hipermídia possíveis de serem acessados.
Os dados são encontrados na forma de estatística sobre a atividade
econômica e demográfica em bancos de dados estatísticos. Bio (2001) ressalta que é
possível visualizar ou carregar o computador resumos ou cópias completas de centenas
de jornais, revistas, boletins informativos, documentos de pesquisa e outros materiais
publicados e periódicos em bancos de dados bibliográficos e de textos integrais.
3.4. Data Warehouse e Data Mining
Para O’Brien (2006) “um data warehouse armazena dados que foram
extraídos dos vários bancos de dados de uma organização, sejam eles operacionais,
externos ou de outra espécie”. É uma fonte central de dados já trabalhados,
transformados e catalogados, portanto, prontos para serem utilizados por gerentes e
outros profissionais da empresa para data mining, processamento analítico online e
outras formas de análise empresarial, pesquisa de mercado e apoio às decisões. Os data
warehouses podem ser subdivididos em data marts, os quais guardam subconjuntos de
dados do data warehouse focando aspectos específicos de uma empresa como um
departamento ou um processo de negócios.
Um uso importante dos dados do processo warehouse é o data mining. No
data mining, os dados de uma data warehouse são processados para
identificar fatores e tendências-chave nos padrões das atividades de negócios.
Esse procedimento pode ser utilizado para ajudar os gerentes a tomarem
decisões sobre mudanças estratégicas nas operações para obter vantagens
competitivas no mercado (O’Brien, 2006, p. 143).
O rápido crescimento dos sites na Internet, intranets e extranet têm
aumentado drasticamente o uso de bancos de dados em documentos em hipertexto e
hipermídia. Os componentes de um sistema de informação baseado em redes incluem
navegadores, servidores e bancos de dados em hipermídia.
3.5. Gerenciamento, planejamento e fundamentos técnicos de bancos de
dados
De acordo com Bio (2001), a administração de recursos de dados inclui
atividades de administração de bancos de dados, planejamento de dados e administração
de dados.
Gerenciamento de bancos de dados é uma importante função de
gerenciamento de dados responsável pelo uso adequado da tecnologia do
gerenciamento de bancos de dados. Compreende a responsabilidade pelo
desenvolvimento e manutenção do dicionário de dados da organização,
projeto e monitoração do desempenho dos bancos de dados e aplicação de
padrões para uso e segurança dos bancos de dados (O’BRIEN, 2006, p. 145).
Os gerenciadores e analistas de bancos de dados trabalham com
programadores de sistemas e usuários finais para fornecerem seu know-how, a projetos
maiores de desenvolvimento de sistemas.
Planejamento de dados é uma função do planejamento e análise de negócios
que se concentra no gerenciamento de recursos de dados. Ela compreende a
responsabilidade pelo desenvolvimento de uma arquitetura global de dados para os
recursos de dados da empresa vinculada à sua missão e seus planos estratégicos e aos
objetivos e processos de suas unidades de negócios. O planejamento de dados é feito
por organizações que assumiram um compromisso formal com o planejamento de longo
alcance para o uso e administração estratégicos de seus dados.
Gerenciamento de dados é outra função vital da administração de recursos
de dados. Ela envolve a administração de coleta, armazenamento e disseminação de
todos os tipos de dados de tal forma que os dados se tornem um recurso padronizado
disponível para todos os usuários finais na organização. O foco do gerenciamento de
dados é o apoio aos processos e objetivos estratégicos da organização. O gerenciamento
de dados também pode incluir a responsabilidade pelo desenvolvimento de políticos e
definição de padrões para arranjos de concepção, processamento e segurança dos bancos
de dados da empresa.
A abordagem de gerenciamento de dados oferece aos gerentes e
profissionais de empresas diversos benefícios importantes. O gerenciamento de bancos
de dados reduz a duplicação de dados e integra os dados de forma que possam ser
acessados por múltiplos programas e usuários.
Fundamentando-se em Silberschatz (2006), pode-se dizer que na totalidade
dos sistemas de informações, os sistemas de dados devem ser logicamente organizados
e estruturados, de forma que possam ser facilmente acessados, eficientemente
processados, rapidamente recuperados e efetivamente gerenciados.
Neste aspecto, O’Brien (2006) ressalta que tem-se planejado estruturas de
dados e métodos de acesso que vão dos simples aos complexos para organizar e acessar
eficientemente dados armazenados pelos sistemas de informação. Nessa seção,
exploraremos esses conceitos, bem como conceitos mais técnicos de gerenciamento de
bancos de dados.
O’Brien (2006) destaca ainda que as relações entre os muitos registros
individuais nos bancos de dados são baseadas em uma das diversas estruturas ou
modelos lógicos de dados. Os pacotes de sistemas de gerenciamento de bancos de dados
são projetados para utilizar uma estrutura específica de dados para fornecer aos usuários
finais acessos rápidos e fáceis a informações armazenadas em bancos de dados. As
cinco estruturas de bancos de dados fundamentais são os modelos hierárquicos, em rede,
relacionais, orientados a objetos e multidimensionais.
4. CONCLUSÃO
O uso de TI é uma tendência na gestão atual das empresas, tendo como
objetivo simplificar, agilizar e manter um banco de dados sempre atualizado. Para tanto,
o gerenciamento de banco de dados é fundamental no sentido de organizar o fluxo de
informação cada vez mais ágil e acessível.
O funcionamento eficaz de um banco de dados depende, sobremaneira, de
estratégias e técnicas de gerenciamento, tais como: definição do banco de dados, acesso,
aplicação, interface, processamento, além de se considerar que o seu gerenciamento
deve envolver atividades básicas permanentes, como: atualização e manutenção,
fornecimento das informações requisitadas por cada aplicação do usuário final,
fornecimento de uma capacidade de consulta/respostas e emissão de relatório por meio
de um SGBD.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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