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A CONQUISTA DO MÉXICO
Introdução
As antilhas já não satisfaziam mais os desejos dos conquistadores, que
logo passaram a desejar conquistar novas terras que fossem mais ricas e mais
difíceis. Os índios desejosos de verem-se livres dos colonizadores espanhóis,
passaram a incentivar aos invasores dizendo-lhes que para o oriente, para o norte ou
para o sul existiam grandes reinos onde havia abundância de ouro.
Em 1517 Francisco Córdoba descobriu a península de Yucatán, onde
encontrou forte resistência dos índios. Em seu retorno deu informações da rica
cultura dos maias, cujo deus era a serpente emplumada (Culculcán).
Pouco tempo depois Francisco Córdoba e Juan de Grijalva exploraram a
costa do México e trouxeram boas notícias do Império Asteca.
Diogo Velasquez que era o governador de Cuba ficou bastante inspirado
com as informações e organizou uma expedição para explorar e conquistar a região,
e nomeou Hernán Cortés para dirigí-la.
1. HERNÁN CORTÉS
Hernán Cortés era um tabelião que acompanhou o governador Diogo
Velasquez na conquista de Cuba em 1511, tendo recebido como recompensa grandes
propriedades, tendo se instalado e feito fortuna em Cuba.
Após a indicação do seu nome pelo governador vendeu as suas terras e
propôs financiar a expedição com o próprio dinheiro.
Um dia passeavam no porto Velásquez e Cortés quando um desconhecido
correu para o governador e gritou: “Excelência, cuidado com Cortés! Chegará o dia
em que tereis de o perseguir!.
Este fato consumou-se logo em seguida porque Cortés se apressou em
iniciar a viagem e partiu sem avisar ao governador.
2. A EXPEDIÇÃO
Cortés se fez acompanhar de cerca de quinhentos oficiais e soldados, cerca
de cem marinheiros, centenas de criados indígenas, quatorze canhões e vários
cavalos.
Os cavalos se revelariam preciosos, porque espalharam o pânico entre os
indígenas do continente, uma vez que eram totalmente desconhecido na América.
3. A ROTA
A esquadra seguiu as costas de Iucatão; chegando a foz do rio Rabasco,
no golfo do México, a oeste da península. Cortés decidiu desembarcar. Os indígenas
se mostraram hostís e Cortés foi obrigado a travar duro combate. Quando perdia a
luta apareceu a cavalaria aterrorizando os indígenas e assegurando a vitória.
Cortês tomou solenemente posse do país em nome do rei da Espanha.
Depois batizou inúmeros indígenas quanto foi possível.
Seguindo viagem Cortés desembarcou novamente na ilha de San Juan de
Ulua. Neste local tomou conhecimento através de um chefe indígena, da existência
de poderoso soberano chamado Moctezuma, que reinava no império Asteca. Cortés
refutou dizendo que o seu soberano era o rei mais poderoso do mundo e que enviava,
pôr seu intermédio, uma mensagem a Moctezuma, dizendo que desejava encontrálo.
Algum tempo depois Cortés recebeu uma embaixada dos Astecas que lhe
trouxeram presentes de grande valor, especialmente um capacete cheio de ouro em
pó e dois discos, um de ouro e outro de prata, simbolizando o Sol e Lua, o que deixou
os espanhois estupefatos e impressionados. Estava descoberto o caminho para a
capital do imperador asteca.
Fundou uma colônia neste local de desembarque chamando-a de Vera
Cruz, em seguida queimou os seus navios, para que nenhum de seus homens
imaginasse poder regressar a Cuba.
Em 16 de agosto de 1519, embrenhou-se à pé, pelo interior, a fim de
procurar a capital do misterioso imperador dos Astecas.
4. OS ASTECAS
Ao chegar no México os astecas tiveram que combater com diversos
povos, assim fundaram na parte ocidental dos bancos de areia do lago Texcoco uma
cidade chamada Tenochtitlan, pôr volta de 1325. Era um povo sem muita expressão
até o século XV, a partir daí fizeram aliança com as tribos vizinhas passando a liderálas. Aumentaram significativamente os seus territórios. Submeteram tribos e mais
tribos que pagavam tributos a Tenochtitla até dominarem uma grande parte do atual
México.
A cidade ficava rodeada de águas e era cortada pôr canais. A canoa era o
meio de transporte mais utilizado.
Os Astecas cultivavam flores, legumes, milho, batatas, tomates e outros
produtos agrícolas. Produziam tecidos, pedras preciosas, remédios, tabaco.
Dedicavam-se também ao tráfico de escravos, vendiam-se tanto como, em Portugal,
os africanos da Guiné. Os Astecas eram conhecidos pelo seu amor pelas flores, muito
usadas em suas festas e cerimônias religiosas.
Os Astecas prestavam culto a deuses sanguinários. Estes deuses se não
fossem abastecidos com sangue humano, que era espalhado pelas pirâmides em
escadaria, o Sol não nasceria todas as manhãs.
Outros deuses eram mais pacíficos principalmente os que foram herdados
dos Toltecas (A Serpente Emplumada, a Estrela da Manhã, o Vento, etc.)
Observava-se entre os sacerdotes que eram os intelectuais do país, uma
certa tendência para o monoteísmo. Mas este movimento nunca conquistou as
massas. Haviam ainda diversas cerimônias e rituais pagãos que ocupavam a vida dos
Astecas. Seus templos eram construídos de pedra e argila seca. Os fogos dos
sacrifícios ardiam neles dia e noite sob o rufar dos tamborins. O mais importante
deles era erigido a Huitzipochtlan o “deus da guerra”. O povo Asteca era muito
religioso e acreditava que se não fizesse os sacrifícios seriam castigados pelos
deuses. Deste modo sacrificavam vidas para que a comunidade fosse feliz.
A sua população foi avaliada pelos cronistas espanhóis em cerca de
trezentos mil habitantes pôr volta do século XVI.
Na sociedade asteca, o exército era a única organização cuja importância
podia igualar a dos sacerdotes. O serviço militar era obrigatório e todos tinham que
combater em caso de perigo. Para entrar no exército era preciso ter recebido
educação específica. Pôr este motivo eram mandados para escolas militares onde
eram provadas suas aptidões. Os astecas eram guerreiros temidos em toda a América
Central. Lutavam para impor tributos ou simplesmente para suprirem a falta de
prisioneiros para o sacrifício a seus deuses. Em certa luta com o povo Cholula
chegou o crepúsculo e já tinham muitos prisioneiros. O general dos Astecas mandou
um recado para o adversário perguntando se ele desejava continuar o combate no dia
seguinte. Recebeu a resposta de que já tinham bastante prisioneiros para o sacrifício.
O general Asteca contentou-se com a resposta e regressaram para suas terras.
O soberano era escolhido de uma determinada família; tinha um conselho
que se reunia com regularidade para tomas as decisões dos assuntos do Estado.
Moctesuma II reinava desde 1502, e era o nono soberano. Era um sumo sacerdote
erudito e fiel às suas obrigações. Alagou bastante o seu Estado graças as expedições
militares. Com o tempo perdeu muito de sua energia e otimismo. O excesso de
religiosidade mergulhava-o no fatalismo que acabaria pôr escravizá-lo. Este
sentimento tinha origem no mito de Quetzalcoatl, deus do vento do leste e,
simultanemante no deus da chuva, fonte da vida. A tradição descreve este deus como
um gigante de pele clara e longa barba. Conta-se então que este homem branco
“Quetzalcoatl” vivera outrora entre os astecas e os ensinara a trabalhar a terra, a
construir casas e a trabalhar os metais. Ensinara também a existência de um só deus,
o deus do amor e da misericórdia, e exortava os índios a abandonarem os sacrifícios
humanos. A tradição dizia que um dia “Quetzalcoatl” regressaria do Oriente ao país
dos Astecas e reinaria sobre eles.
Este mito teve papel preponderante no pensamento e na conduta de
Moctezuma. Quando soube que os homens brancos tinham aparecido do leste em
grandes navios, julgou realizada a profecia que anunciava o regresso do deus branco.
Parece que deste modo se convenceu de que era inútil resistir aos estrangeiros porque
estes estavam em contato com poderes sobrenaturais.
5. A QUEDA DO IMPÉRIO ASTECA
Dando continuidade ao seu projeto de conquistar o povo Asteca Cortés
embrenhou-se pelo interior do México com a intenção de inicialmente conquistar o
povo Tlaxcalans, povo que orgulhosamente havia rejeitado o jugos dos Astecas. A
idéia de Cortés era fazer este povo seu aliado na luta que travaria contra
Moctezuma. Travou-se uma terrível luta entre o exército de Cortés e o exército dos
Tlaxcalans, que somente foi vencido após a segundo combate, mais uma vez, graças
a cavalaria e aos canhões que intimidaram os índios.
A repercursão da vitória de Cortés chegou até Moctezuma que considerava
o povo Tlaxcalans era considerado invencível. Pelo que enviou a Cortés mensageiros
com o intuito de evitar a visita do espanhol.
O caminho para Tenochtitlan foi aberto em novembro de 1519 pelo que
atravessaram a grande ponte que ligava a cidade à margem do lago.
Cortés encontra-se com Moctezuma dá-lhe de presente um colar de contas
de vidro e recebe grande número de objetos de ouro e prata. Moctezuma explicou a
lenda de Quetzalcoatl e declarou-se convencido de que Cortés e os seus homens
eram os brancos que, segundo a profecia deveriam chegar ao seu país, vindos do
oriente. Por isso reconhecia no rei da Espanha o seu senhor e dai em diante punha
todos os bens à disposição do seu soberano. Foi o fim do Império Asteca
Augusto Bello de Souza Filho
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