FILOSOFIA – 11º ano Os dois usos da retórica: Persuasão Governo da República Portuguesa Rua Professor Veiga Simão | 3700 - 355 Fajões | Telefone: 256 850 450 | Fax: 256 850 452 | www.agrupamento-fajoes.pt | E-mail: [email protected] PERSUASÃO Persuasão • A persuasão apresenta-se como o mecanismo psicológico mais ajustado para demover as pessoas em determinadas situações. Discurso persuasivo (…) São inúmeras as situações em que o discurso persuasivo continua a mostrar-se o instrumento mais eficaz e, nalguns, casos, até, o único humanamente admissível. Estamos a pensar no trabalho do psicólogo, no médico que recupera a esperança de um doente incrédulo quanto à sua cura, nas campanhas quanto ao álcool e contra a droga, na prevenção rodoviária, mas também no professor que incentiva nos seus alunos o gosto pela leitura e pelo saber em geral, na mãe que consola e ajuda a sua filha a ultrapassar um desgosto de amor, enfim, no amigo que nos faz ver quando erramos. Quem se atreveria a censurar algumas destas atividades ou procedimentos?” Américo de Sousa O bom uso da retórica • PERSUADIR Convencer alguém a aceitar ou decidir algo, sem que isso implique, necessariamente, a intenção de o iludir ou prejudicar pela diminuição das suas aptidões cognitivas ou comportamentais. Ato comunicativo Emissor A influência que o orador oferece na argumentação pressupõe um interlocutor age Interlocutor Vai alterando: Opiniões Modos de pensar Forma de reagir Compreenda e seja capaz de avaliar criticamente os argumentos Quem argumenta não deixa de atribuir a quem o escuta o estatuto de: Pessoa racionalmente competente Capaz de deliberar e tomar as suas decisões • Persuadir Não é desqualificar o outro, é contar com ele, reclamar a sua presença e participação Auditório • O auditório não é: Um amontoado passivo de acéfalos, destituídos de inteligência e vontade, a deixarse arrastar pelas palavras e poder de sedução daquele que fala. São pessoas conscientes dos efeitos da argumentação Sabem o que pretende aquele que fala, por isso devem estar esclarecidos quanto ao seguinte: 1. Conhecimento das linhas gerais da situação problemática em foco, isto é, objeto da argumentação. 2. Conhecimento de todas as soluções disponíveis acerca das quais se reclama a opção das pessoas. 3. Conhecimento das consequências positivas e negativas decorrente de cada uma das escolhas. Base asseguradora de que o diálogo decorre segundo normas éticas Perelman • Perelman Enfatiza o logos tónica nos elementos intelectuais O que verdadeiramente persuade são os argumentos racionais que servem de suporte à conclusão Mas… A pessoa não é só intelectualidade Isto quer dizer que os elementos racionais se associam a outros motivos, por vezes tão determinantes quanto eles no processo de adesão. ETHOS e PATHOS Adesão Foro racional • Adesão Foro afetivo Fenómeno que o orador se esforça por conquistar lançando mão a vários recursos Bom uso da retórica • Bom uso da retórica • Fala-se de bom uso da retórica, ou de retórica branca, quando se permite que os elementos do auditório ajuízem e se expressem de modo consciente e crítico. A este respeito fala-se de uso ético da retórico ou persuasão. O bom uso da retórica A PERSUASÃO • Consideramos legítimo a forma de persuadir efetuada pelo uso de argumentos racionais • Predominância do LOGOS controla os aspetos menos racionais associados ao ETHOS e ao PATHOS Uso ético da retórica na Filosofia • Argumentação ou retórica Método mais ajustado ao exercício da Filosofia Especificidade da Filosofia Autonomia Universalidade Racionalidade apresentam aos pensadores um certo numero de exigências éticas • Decorrentes do Amor pela sabedoria Interesse exclusivo pela verdade • Reflexão filosófica respeito pelo outro Atmosfera de sinceridade e isenção Imperativos de ordem ética, que se impõem ao filósofo e fazem do seu discurso algo de imparcial e de carácter descomprometido Bom uso da argumentação Argumentação genuinamente filosófica Qualidades éticas 1. Fidelidade - àquilo que legitima a sua argumentação: a busca da verdade 2. Força de carácter - para persuadir na argumentação sem efetuar cedências às suas inclinações particulares 3. Abertura mental - Para reconhecer eventuais erros nas suas crenças básicas e, se necessário, ser capaz de as substituir 4. Autonomia de espírito - Para resistir à tentação de “certas ideias em moda” 5. Paciência - Para esperar e método para prosseguir, quando a dificuldade ou gravidade das questões reclamam reflexões mais prolongadas 6. Coragem - Para incentivar e não impedir refutações e críticas oriundas do auditório 7. Humildade e modéstia - Para admitir que as suas teorias, por mais bem elaboradas que lhe pareçam, podem não ser adequadas para a resolução dos problemas em causa. 7. Humildade e modéstia - Para admitir que as suas teorias, por mais bem elaboradas que lhe pareçam, podem não ser adequadas para a resolução dos problemas em causa. • Argumentação filosófica INTERESSE EXCLUSIVO PELA VERDADE