Arquivo - Projeto Manuelzão

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Arrudas e Onça agravam situação do Rio das
Velhas
Condições ambientais das sub-bacias refletem impacto da região metropolitana
As sub-bacias do Ribeirão
Arrudas e do Ribeirão da Onça
estão situadas na região do Alto
Velhas e abrangem os municípios
de Belo Horizonte e Contagem,
que somam uma área de 525,58
km2. Ambas as bacias estão
localizadas na margem esquerda
do Rio das Velhas. Trata-se da
região mais urbanizada da bacia,
com uma população estimada em
2.776.543 milhões de pessoas,
conforme mostram os dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) de 2000.
O
Ribeirão
Arrudas
deságua no Rio das Velhas no
município de Sabará e o Ribeirão
da Onça no município de Santa
Luzia. Lançamento de esgoto “in
natura”, diminuição das áreas de
drenagem
e
ocupação
desordenada de encostas e
fundos de vale são alguns dos
problemas causados pela intensa
ocupação das áreas dessas subbacias, e que agravam ainda
mais as condições do Rio das
Velhas.
O
processo
de
urbanização de Belo Horizonte
procurou esconder os cursos
d´água da região. A canalização
foi, até pouco tempo, uma prática
recorrente e seguia um certo
ritual. Primeiramente, os córregos
serviam de drenagem dos
esgotos e resíduos industriais, o
que
provocava
sua
morte
biológica. Em decorrência, ele
passava a ser foco de vetores e
era,
então,
canalizado.
A
orientação atual da prefeitura é
pela não canalização dos cursos
d´água. Tentar manter as
condições naturais dos cursos
d’água é uma das principais
diretrizes
do
Drenurbs
(Programa de Recuperação
Ambiental e Saneamento dos
Fundos de Vale e dos Córregos
em Leito Natural de Belo
Horizonte).
O Programa Drenurbs, da
Prefeitura de Belo Horizonte,
trabalha na recuperação dos
córregos da cidade que ainda
estão em leito natural. Algumas
das ações previstas são o
saneamento dos fundos de vale,
a implantação de redes de esgoto
e o reassentamento de famílias
que estão em áreas de
inundação.
Água e Esgoto
A COPASA (Companhia
de Saneamento de Minas Gerais)
é
a
responsável
pelo
fornecimento de água e coleta de
esgoto em Belo Horizonte e
Contagem. A intensa urbanização
e atividade industrial conjugadas
com o tratamento insuficiente dos
esgotos fazem das bacias do
Arrudas
e
Onça
grandes
poluidoras do Rio das Velhas.
Com a instalação da
Estação de Tratamento de
Esgoto do Arrudas – ETE
Arrudas – e da ETE Onça, ainda
em fase de construção, esperase uma grande melhoria das
águas do Rio das Velhas. A
estação Arrudas foi a primeira de
Belo Horizonte; inaugurou suas
atividades em outubro de 2001 e
está localizada no município de
Sabará.
Quanto ao fornecimento
de água, o Censo 2000 do IBGE,
aponta que 625 mil domicílios em
Belo Horizonte são abastecidos,
o que corresponde a 99,26% do
total, e em Contagem são 141
mil, um percentual de 98,89%.
Lixo
Segundo
dados
da
Prefeitura de Belo Horizonte,
98,55% da população são
atendidos pelo Serviço de
Limpeza Urbana (SLU). A
prefeitura instalou em pontos
estratégicos containers para que
a
população
deposite,
separadamente, metal, plástico,
papel e vidro. Esses materiais
são recolhidos e, posteriormente,
comercializados pela Associação
de Catadores de Papel, Papelão
e Material Reaproveitável –
ASMARE - e pela Santa Casa.
Entretanto, o volume de material
reciclado na capital ainda é
pequeno.
Os Locais de Entrega
Voluntária –LEV’s – estão
divididos em nove pontos nas
regionais: Barreiro, Noroeste,
Venda Nova, Centro-Sul, Norte,
Leste,
Oeste,
Nordeste
e
Pampulha.
Em Contagem, 97,13% do
lixo são coletados, 1,62% é
incinerado ou enterrado e 1,10%
é colocado em terrenos baldios e
rios. Do lixo coletado, grande
parte é destinada a aterros
sanitários. Segundo dados da
Feam, são 220 toneladas por dia.
Saúde
Devido à carência de
tratamento de esgoto, despejo in
natura nos rios e outras
agressões ao meio ambiente,
algumas doenças persistem nas
bacias do Arrudas e Onça. Cerca
de 1,86% das internações em
hospitais da região são por causa
de enteroinfecções, ou seja,
doenças causadas pela ingestão
de água e ou alimentos
contaminados,
que
atacam
principalmente as vias intestinais.
Problemas
de
infraestrutura,
principalmente
sanitários,
caracterizam
as
periferias de Belo Horizonte e
Contagem
e
favorecem
a
proliferação de doenças infectoparasitárias, como verminoses e
diarréias. As populações que
habitam essas áreas convivem
com esgoto a céu aberto e
depósitos de lixo.
Ictiofauna
Os ribeirões Arrudas e da
Onça são responsáveis pela
drenagem da maior parte dos
esgotos da Região Metropolitana
de Belo Horizonte - RMBH. Por
isso, logo que esses cursos
d’água despejam suas águas no
Rio das Velhas, é observada uma
acentuada
degradação
da
qualidade do rio. Segundo
pesquisas do subprojeto S.O.S.
Rio das Velhas, nestes ribeirões,
devido ao grande volume de
esgoto doméstico e industrial
lançado sem tratamento, não são
encontrados peixes na maior
parte de sua extensão. No
entanto, em alguns afluentes em
melhores condições, como por
exemplo nas drenagens do
Parque das Mangabeiras, ainda
podem ser encontrados lambaris
e pequenos cascudos. Na
represa
da
Pampulha,
pertencente à sub-bacia do
ribeirão da Onça, existem cerca
de 20 espécies, algumas delas
exóticas, como a tilápia, de
origem africana.
Outros Indicadores
O
Índice
de
Desenvolvimento Humano – IDH
– é um instrumento usado pela
ONU (Organização das Nações
Unidas) para avaliar a qualidade
de vida dos povos em todo o
mundo. Esse índice leva em
consideração elementos como
educação, saúde, habitação e
saneamento básico, entre outros,
e varia de 0 a 1. Na bacia do
Arrudas esse índice está em
torno de 0,784. Países como
Emirados Árabes Unidos e
Colômbia apresentam um IDH
superior a este.
Outra
questão
preocupante é a Taxa de
Mortalidade Infantil, que mede o
número de crianças que morrem
antes de completar um ano de
vida por conjunto de mil nascidos.
Em Belo Horizonte, tal taxa está
em torno de 30,37 por mil, e em
Contagem, 23,31, segundo o
DATASUS/2002.
Este boletim é produzido pela Equipe de Comunicação do Projeto Manuelzão
Maiores informações nos telefones (31) 3248-9697/ (31) 3248-9959 e no site www.manuelzao.ufmg.br/expedicao
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