“IN VITRO” DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DO

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AVALIAÇÃO “IN VITRO” DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO DO
DECOCTO DA AMEIXA DO MATO (Ximenia americana) EM
BACTÉRIAS ISOLADAS DO COTO UMBILICAL DE CAPRINOS
Khaled Salim Dantas Aby FARAJ¹, Thamis Thiago RIBEIRO², Caio
Sergio SANTOS³, Thalles D’avilla Pires Dutra DANTAS², Nilza Dutra
ALVES4, Francisco Marlon Carneiro FEIJÓ4
¹ Discente do programa de pós graduação em Ambiente, Tecnologia e Sociedade da UFERSA.
² Discente do curso de medicina veterinária da UFERSA.
³ Médico veterinário, técnico laboratorial da UFERSA.
4
Docente do curso de medicina veterinária da UFERSA.
Resumo
Com o aumento da resistência a antimicrobianos, a necessidade de
novas técnicas de profilaxia tem se mostrado necessária. Muitas vezes a
planta medicinal é o único recurso terapêutico dos produtores rurais. O
seguinte trabalho avaliou o potencial antimicrobiano do decocto da
ameixa do mato em bactérias isoladas do coto umbilical de caprinos
recém-nascidos. A técnica realizada foi a de difusão em poços com 7
bactérias
de
diferentes
espécies.
Com
os
resultados
obtidos
observamos que o decocto apresentou potencial inibitório contra todas
as bactérias nas concentrações de 50% e 100%.
Palavra-chave: ameixa do mato, onfaloflebite, caprinocultura, decocto
“IN VITRO” EVALUATION OF ANTIMICROBIAL POTENTIAL OF
DECOCTION AMEIXA DO MATO (Ximenia americana) IN ISOLATES
BACTERIUM FROM UMBILICUS OF GOAT
Abstract
With the increase antimicrobial resistance, the need for new prophylactic
techniques has proved necessary. Sometimes the medicinal plants is the
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only therapeutic resource of farmers. The following study evaluated the
antimicrobial potential of the ameixa do mato decoction in bacterium
isolated from the umbilical navel of newborn goats. The technique was
carried diffusion wells with 7 different bacterium species. With the results
observed showed that the decoction inhibitory potential against all the
bacteria at concentrations of 50% and 100%.
Key-words: ameixa do mato, infection navel, goat, decoction
Introdução
A criação de caprinos no semiárido é ampla, sendo encontrada em
99% dos municípios desta região (HOLANDA JUNIOR; SOUSA NETO,
2014). Para o cabrito neonato, a profilaxia do coto umbilical é de
fundamental importância visto que atua prevenindo a onfaloflebite que é
caracterizada pelo processo de inflamação da veia umbilical, e muitas
vezes a planta medicinal é o único recurso terapêutico dessas
comunidades (SANTOS et. al., 2013). Estudos anteriores relatam o uso
do extrato e decocto da Ximenia americana como antimicrobiano, sendo
que a sua atividade pode estar relacionada com a presença de
componentes químicos na planta tais como: alcaloides indólico;
esteróides; flavonóides; triterpenóides e derivados fenólicos (PALMEIRA
et al., 2010). Visto que vários caprinocultores da zona rural de MossoróRN utilizam de forma empírica os decoctos de algumas plantas no
controle e prevenção de diversas enfermidades, como, por exemplo, a
X. americana, o presente estudo buscou verificar a atividade
antimicrobiana da planta referida contra bactérias isoladas de coto
umbilical de caprinos neonatos.
Material e métodos
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No seguinte trabalho foram utilizadas 7 bactérias (Escherichia coli,
Pasteurella sp., Bacillus coagulans, Stomatococcus sp., Enterobacter
aglomerans, Actinomyces spp. e Enterobacter aerogenes), previamente
isoladas de coto umbilical de caprinos recém-nascidos e identificadas de
acordo com MacFaddin (2000). Para a preparação do decocto foram
pesados 100g da entrecasca triturada da X. americana e acrescentada
100mL de água destilada estéril, na proporção de 1:1, e esta mistura foi
armazenada em frasco de vidro estéril devidamente fechado e levada a
fervura em banho-maria por 15 minutos, sendo posteriormente filtrado
em papel filtro estéril. O decocto obtido (concentração de 100%) foi
posteriormente diluído para obtenção de mais 3 concentrações: 50%,
25% e 12,5%. Os controles positivos utilizados foram as soluções de
iodo a 2% e clorexidine a 2%, ambos antissépticos de uso rotineiro na
prevenção de infecções umbilicais, e o negativo foi água destilada. Para
os testes foi realizado o método de difusão em ágar - técnica do poço,
sendo que cada diluição e controles eram testados em triplicata e com
volumes de 50µl em cada poço. Os antibiogramas confeccionados foram
incubados em estufa bacteriológica à 37º C durante 24 horas.
Posteriormente, fez-se a leitura a partir da mensuração do diâmetro dos
halos, obtendo-se os resultados a partir das médias das triplicatas.
Resultados e Discussão
Com o que foi exposto observamos que o decocto nas
concentrações de 100% e 50% evidenciou inibição (halo >10mm) contra
todas as bactérias testadas. Na concentração de 25%, observou-se
inibição em 3 amostras (Enterobacter aglomerans, Actinomyces spp. e
Enterobacter aerogenes). Na concentração de 12,5% nenhuma bactéria
se demonstrou sensível. No trabalho realizado por Carvalho et. al.,
(2014) ao testar o decocto da X. americana em bactérias isoladas de
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dermatites caninas, sendo 3 bactérias do gênero Staphylococcus, 1 do
gênero Aeromonas e 1 do gênero Bacillus concluiu o potencial
antibacteriano da planta, obtendo inibições na concentração de 20%.
Alves et. al., (2013) demonstra em seu trabalho o potencial
antimicrobiano da X. americana contra Staphylococcus aureus e S.
epidermidis, reforçando desta forma o potencial da planta para fins de
profilaxia. No trabalho realizado por Alla et. al., (2013) o extrato da
planta apresentou halo de 20mm em cepas de S. aureus e 14mm de
Pseudomonas aeruginosa. Desta forma, o uso da X. americana por
produtores caprinos com a finalidade de profilaxia, se demonstra viável
visto que a planta é encontrada facilmente na região do semiárido. A
técnica de decocção é de fácil metodologia podendo ser praticada pelos
produtores, todavia trabalhos “in vivo” ainda precisam ser realizados.
Conclusão
O uso do decocto do cajueiro nas diluições de 50% e 100%
apresenta um bom potencial inibitório contra bactérias isoladas do coto
umbilical de caprinos.
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