DISCIPLINA: TOPICOS DE FÍSICA NUCLEAR UNIDADE 1

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DISCIPLINA: TOPICOS DE FÍSICA NUCLEAR
UNIDADE 1: Modelos atômicos
OBJETIVOS: Ao final desta unidade, você deverá:
- distinguir entre diferentes modelos usados para descrever o átomo;
- ter noções do mundo quântico e de que está feito o nosso universo;
1.1 Estrutura do mundo físico
Quando a gente começa a se aventurar no mundo da física, algumas típicas
perguntas são feitas, por exemplo, de que o mundo está feito? Ou então, quais são
as forças físicas fundamentais em nosso universo?
Para nossa primeira pergunta, podemos dizer que, essencialmente, nós e o resto
das coisas que compõem o nosso mundo são feitas de prótons, nêutrons e elétrons.
Os prótons e os nêutrons moram dentro do chamado núcleo atômico, enquanto os
núcleos rodeados pelos elétrons são os átomos. Por exemplo, o átomo de hidrogênio
está formado por um próton e um elétron, o átomo de hélio está formado por dois
prótons, dois nêutrons e dois elétrons. O átomo de carbono está formado por seis
prótons, seis nêutrons e seis elétrons, enquanto que materiais mais pesados como o
ferro ou chumbo contêm mais prótons mais nêutrons e mais elétrons.
segunda
pergunta,
podemos
dizer
que
na
natureza
temos
quatro
Para a
forças
fundamentais (ou interações fundamentais) que são como partículas individuais que
interagem umas com as outras. Assim, temos em ordem crescente de intensidade: a
gravitacional, a eletromagnética, a interação fraca (ou força nuclear fraca), e a
interação forte (ou força nuclear forte). A gravidade é uma forca com o mais longo
alcance embora tenha á mais baixa intensidade. Ela é uma força puramente atrativa
e mantém em equilíbrio o nosso sistema solar. O eletromagnetismo é a interação
entre partículas que possuem carga elétrica. As partículas carregadas em repouso
interagem através de forcas eletrostáticas, enquanto partículas carregadas em
movimento interagem com forcas elétricas e magnéticas. A interação fraca atua na
escala do núcleo atômico e é a responsável pelo chamado decaimento beta. Esta
interação pode-se considerar junto com o eletromagnetismo na chamada interação
eletrofraca. A denominada interação forte é a mais forte das interações e mantém
ligados os nucleons (prótons e nêutrons) dentro do núcleo. No átomo de Hélio, por
exemplo, esta força é suficientemente forte para manter ligados dois prótons,
embora as cargas elétricas positivas tendam a separar um do outro.
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1.2 O átomo
A Figura 1.1 mostra uma seqüência de como são as componentes da estrutura em
cada etapa sucessiva de amplificação. Por exemplo, encontraremos que num sólido
são os átomos os componentes desta estrutura. De uma forma similar acontece para
os líquidos e os gases, que possuem uma estrutura menos ordenada, a ligação entre
dois componentes é menos ligada e as distâncias entre eles são maiores.
Figura 1.1
Aplicando novamente outro sistema para aumentar e enxergar além dos átomos,
notaremos que eles também têm uma estrutura, que nos dá informação de como os
átomos estão ligados para formar as moléculas ou os sólidos. Encontramos que o
átomo consiste de um núcleo e de uma camada de elétrons.
Amplificando novamente o núcleo atômico, encontramos também uma estrutura.
Os núcleos são compostos de duas classes de nucleons: os prótons com carga
positiva e os nêutrons que não têm carga nenhuma. Os nucleons também estão
compostos por partículas denominadas quarks.
1.3 Evolução dos modelos atômicos.
Os átomos consistem de um caroço central, que é o núcleo atômico, e em uma
representação clássica, de um sistema de elétrons circundando o núcleo. O número
de elétrons no átomo é idêntico ao número atômico Z do elemento químico como no
sistema da tabela periódica de elementos. Como os átomos são neutros comparados
com o meio externo, temos que o número atômico dá também o número de cargas
positivas contidas no núcleo do átomo.
O primeiro modelo com êxito do átomo está fundamentado nas hipóteses de Niels
Bohr e Ernest Rutherford, em 1913. É importante saber quais foram os esforços
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teóricos e experimentais para atingir este resultado. Esta apaixonante história esta
muito bem contada por Maria Cristina Abdalla no livro “Bohr, O arquiteto do átomo”
[2], do qual tomarei emprestado algumas importantes citações.
Átomo, em grego, significa indivisível, ou seja, sem uma estrutura. Ao que parece foi
o filósofo grego Leicippus, no século V, quem deu origem à teoria atomista e suas
ideias foram transmitidas por Demócrito de Abdera. Nesta teoria, toda a matéria se
compunha de átomos, entidades indivisíveis, com diferentes agrupamentos para
diferentes tipos de materiais.
Depois do período obscuro da Idade Média, as ideias da teoria atomista voltaram no
século XVIII, com ferventes atomistas como Sir Issac Newton, Galileu, Robert Boyle,
Robert Hooke e Christiaan Huygens. As primeiras tentativas de relacionar o átomo
com a Química surgem dos postulados de John Dalton em 1808, com as leis de
proporções definidas e com Amedeo Avogadro em 1811, propondo que as partículas
fundamentais de gases elementares não são necessariamente átomos, mas podem
ser grupos de átomos reunidos para formar moléculas.
Do mesmo modo, em 1800 quando Alessandro Volta descobre a célula voltaica, o
que permitiu que Michael Faraday em 1833, estudando a eletrólise, sugerisse a
existência de uma unidade de carga elétrica fundamental, o elétron, independente da
substância usada. Foi em 1874, quando George Johnstone Stoney estima pela
primeira vez a massa do elétron, com um valor 20 vezes menor do que o atual. Em
1881, William Crookes com experiências de descargas elétricas, que passam por um
gás rarefeito dentro de uma ampola de vidro, raios catódicos, conclui que eles são
formados por partículas indivisíveis.
1.3.1 Modelo de Thomson
Em 1897, J. J. Thomson introduz campos elétricos e magnéticos no caminho dos
raios catódicos e descobre o elétron. Por esta descoberta, Thomson recebe o Nobel
em 1906 e passou a ser considerado “o pai do elétron”. Thomson também formulou
um modelo teórico para o átomo. Este seria formado por uma massa uniforme
carregada
positivamente,
suplementada
por
cargas
esparsas
carregadas
negativamente, incrustadas na massa uniforme. Este modelo ficou conhecido como
pudim de ameixas (Figura 1.2) onde os elétrons são atraídos ao centro de
distribuição de cargas positivas e repelidos entre eles pela lei de Coulomb. Quando
as forças de atração e repulsão se equilibrassem o átomo ficaria estável.
3
Figura 1.2: J.J. Thomson (esquerda) e seu modelo atômico de pudim de ameixas (direita).
Fonte: http://reich-chemistry.wikispaces.com/Fall.2008.MMA.Lowe.Rivas.Timline
Foi em 1911, quando o físico neozelandes Ernest Rutherford descobriu que o modelo
de Thomson estava errado, pois o modelo teórico do Thomson não estava de acordo
com as evidências experimentais do Rutherford para o espalhamento de partículas 
em átomos de ouro. Além disso, o modelo teórico do átomo deveria bater também
com
outros
resultados
experimentais
resultantes
da
comparação
das
linhas
espectrais (Boxe 1).
1.3.2 Modelo de Rutherford
O modelo do átomo de Thomson previa linhas espectrais teóricas muito diferentes
das linhas experimentais correspondentes aos elementos químicos dos quais eles
emanavam. Foi por este motivo que Bohr, baseado nos trabalhos de Planck,
argumentava que a absorção e emissão de energia pelos átomos de diversos
elementos químicos deveriam ser tratadas como discretos pacotes de onda e não
como ondas em propagação contínua. Essa insistência e obstinação de Bohr não
foram muito bem recebidas por Thomson, por mais que ambos trabalhasem juntos
em Cambrigde.
Rutherford estudava as interações da radiação atômica com a matéria. A
radioatividade foi descoberta no final do século XIX. Três tipos de radiação podem
ser emanadas dos átomos: raios  (átomos de Hélio ionizados-despidos de seus dois
elétrons), raios  (elétrons acelerados) e raios  (fótons muitos energéticos).
Rutherford descobre os raios  e  em 1899. Ele era colaborador e amigo de
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Thomson. Quando trabalhou no Manchester, se interessou profundamente por um
trabalho de Hans Geiger sobre bombardeio de partículas  em folhas finas de ouro e
alumínio, que davam o seguinte resultado: “Algumas das partículas  são defletidas
com um ângulo apreciável, e apenas uma em 8 mil partículas  é defletida com um
angulo maior de 90 graus.” Este resultado de simplesmente uma que voltava para
trás era suficiente para Rutherford se contrapor ao modelo de Thomson, já que era
muito estranho que um projétil “grande” como a partícula  bater num átomo “mole”
(de acordo com o modelo de Thomson o átomo era como um pudim de ameixas) e
voltar?
Os resultados das experiências foram apresentados em março de 1911, no encontro
da Sociedade Literária e Filosófica de Manchester. Em outubro de 1912 foi quando
Rutherford usou pela primeira vez a palavra núcleo: ”O átomo deve conter um
núcleo muito carregado”. A existência deste núcleo, grande e pesado dava uma
resposta à pergunta de Rutherford sobre o espalhamento das partículas . Assim,
cria-se um novo conceito da distribuição de carga no átomo, dando origem a um
novo modelo atômico.
Figura 1.3: Ernest Rutherford (esquerda) e seu modelo atômico (direita). Fonte: http://reichchemistry.wikispaces.com/Fall.2008.MMA.Lowe.Rivas.Timline
1.3.2 Modelo de Bohr
Durante o ano de 1911, Bohr era bolsista de Thomson em Cambridge, mas o atrito
científico com Thomson não gerava um bom âmbito de trabalho. Durante o jantar no
encontro anual dos estudantes em Cambridge, Thomson e Rutherford ajustavam a
transferência de Bohr para Manchester para março de 1912. Em Manchester,
frequentou um curso de radiotividade e desenvolveu pesquisas experimentais de
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espalhamento de raios  e  sobre finas lâminas de metal. Entretanto, o laboratório
experimental foi interrompido por falta de material para as experiências. Assim, Bohr
retorna à Dinamarca sem terminar o trabalho experimental, mas com uma árdua
leitura do trabalho teórico de Charles Darwin sobre a absorção de raios  por lâminas
finas de ouro sem levar em conta a interação entre o núcleo e os elétrons do alvo,
que resulta na desaceleração das partículas . Neste caso, Bohr aprimorou a ideia de
Darwin incluindo as forças que sentem os elétrons e os mantém em suas posições,
tratando os elétrons como vibradores atômicos, ligados elasticamente ao núcleo.
Bohr condicionou os vibradores aos vínculos quânticos, de acordo a teoria de Planck,
onde a menor energia emitida por um radiador quântico é
radiação (o número de vibrações por segundo) e
h
h, 
é a frequência da
é a constante de Planck. Desta
maneira, Bohr usava pela primeira vez a hipótese quântica para o átomo. Assim, ele
concluiu que o átomo de hidrogênio contém apenas um elétron na camada externa e
dois elétrons para o átomo de Hélio.
O modelo atômico de Rutherford apresentava um problema de estabilidade
radioativa porque de acordo as leis da eletrodinâmica, o elétron carregado em
movimento acelerado emite radiação, assim perderia energia e o raio de sua órbita
em torno ao núcleo diminuiria até fazer com que ele caia no núcleo. Esta
instabilidade atômica era já conhecida desde 1904 pelo físico japonês Hantaro
Nagoaka, que já propusera um modelo de átomo planetário. Ainda assim, Bohr não
desistiu da ideia dos elétrons orbitando ao redor do núcleo e resolve o problema da
instabilidade. Foi em 1914 quando Bohr casualmente conheceu a fórmula de Balmer,
o que permitiu fechar seu modelo.
Bohr imaginou que o átomo de hidrogênio estava formado por um núcleo carregado
positivamente no centro e um elétron, carregado negativamente, orbitando em torno
do núcleo de carga positiva. A soma das duas cargas dava zero pois o átomo era
eletricamente neutro. Neste modelo, Bohr postulava uma série de órbitas possíveis
para posicionar o elétron, chamada de órbitas estacionárias, arranjadas em círculos
concêntricos. Numa órbita possível, por exemplo, na órbita “n”, o elétron possuiria
uma energia En. Na órbita mais próxima do núcleo, o elétron estaria no estado
fundamental e seria estável. As outras seriam instáveis, de modo que se o elétron
estivesse numa órbita superior ao estado fundamental, ele poderia cair em qualquer
outra mais próxima do núcleo. Dessa maneira Bohr postulou:
- o elétron não perde energia em uma órbita estacionaria,
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- quando um elétron cai de uma órbita
energia
com energia
para uma orbita
com
, a energia associada ao decaimento é dada pela diferença de energia
entre as duas órbitas, ou seja:
 ,
onde
(1)
h é a constante de Planck.
Usando estes postulados, Bohr mostrou porque as linhas espectrais são discretas.
Cada uma das órbitas postuladas por Bohr é discreta, pois cada linha espectral
representa uma transição do elétron de uma órbita para outra. Quando o elétron se
movimenta de uma órbita maior
emitindo um fóton de frequencia
para outra menor

, o elétron perde energia,
com uma energia dada por
 .
Este processo
se denomina emissão. Num outro caso, o processo denominado de absorção
acontece quando o elétron se movimenta de uma órbita mais interna para uma mais
externa, absorvendo a energia de um fóton.
A equação (1) está de completo acordo com a fórmula de Balmer. Bohr calculou
também o raio da
n-ésima
órbita, escrevendo dessa maneira o raio de Bohr para o
átomo de Hidrogênio, r=0,55 x 10-8 cm. Nos Boxes 1 e 2 podemos estudar um pouco
sobre a matemática envolvida na descrição atômica dada por Bohr.
Figura 1.4: Niels Bohr e seu modelo atômico (direita). Fonte:
http://da.wikipedia.org/wiki/Billede: Niels_Bohr.jpg
BOXE 1: Linhas espectrais [3]
Quando um sólido é aquecido até a incandescência, os átomos emitem radiação que
contêm todos os comprimentos de onda, devido à natureza de emissão coletiva de
um grande numero de átomos que interagem. Por outro lado, dentro de um gás
rarefeito, os átomos ou moléculas encontram-se, em média, muito distante uns dos
outros e ocasionalmente interagem por colisões entre eles. Neste caso, qualquer
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radiação emitida é característica dos átomos individuais ou moléculas presentes.
Quando um gás monoatômico, ou vapor, a uma pressão pouco menor que a
atmosférica, é convenientemente „excitado‟, em geral pela passagem de corrente
elétrica, a radiação emitida possui um espectro que contêm somente alguns
comprimentos de onda discretos. A Figura 1.5 representa os espectros atômicos do
átomo de Hidrogênio que se denomina espectro de emissão de linha.
Figura 1.5: Espectro de emissão de linha para o átomo de Hidrogênio.
Fonte:http://fisicamodernaexperimental.blogspot.com/2009/03/espectro-dohidrogenio_11.html
Todo elemento emite um espectro único de linhas quando se encontre excitado na
fase de vapor. A passagem da luz branca num gás favorece a absorção da luz em
certos comprimentos de onda presentes no seu espectro de emissão. O espectro de
absorção
de
linha
mostra
um
fundo
claro
atravessado
por
linhas
escuras
correpondentes aos comprimentos de onda em falta, enquanto que os espectros de
emissão consistem de linhas claras sobre um fundo escuro.
Final do século XIX quando se descobriu que os comprimentos de onda presentes
nos espectros atômicos caem em certos conjuntos definidos, que foram chamadas de
séries espectrais. Cada uma destas séries pode ser descrita por uma fórmula
empírica simples com várias semelhanças entre as várias séries para o espectro
completo do elemento. J. J. Balmer descobriu a primeira destas séries para o
Hidrogênio em 1885 (Figura 1.5) correspondentes apenas àqueles comprimentos de
onda visível do espectro. A fórmula de Balmer para os comprimentos de onda podese escrever assim:
8
(2)
A constante R=1,097 x 107 m-1=1,097 x 10-3 Å é conhecida como constante de Rydberg.
Temos assim, com: n=3 uma linha chamada de H com
chamada de H com
=4,863
=6,563
Å, n=4 uma linha
Å, etc. A série limite com n= ocorre para um
comprimento de onda de 4/R, de acordo com a experiência. As linhas espectrais do
Hidrogênio na região do ultravioleta são descritas pela série de Lyman, enquanto que
na região do infravermelho por três séries espectrais conhecidas como séries de
Paschen, Brackett e Pfund (Figura 1.6).
Figura 1.6 Séries de Lyman, Balmer e Paschen.
Fonte:http://vsites.unb.br/iq/kleber/CursosVirtuais/QQ/aula-6/aula-6.html
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BOXE 2:
A FÍSICA-MATEMÁTICA DO MODELO DE ÁTOMO DE BOHR.
Bohr mostrou que os princípios da física clássica são incompatíveis para sustentar
a estabilidade do átomo de Hidrogênio. O elétron circula em torno do núcleo,
evitando ser atraído pela interação coulombiana, e ainda deve irradiar energia
eletromagnética de forma contínua. Bohr assumiu uma orbita eletrônica circular.
Desta maneira, a força centrípeta deve-se compensar com a força eletrostática para
garantir a estabilidade do átomo. A força centrípeta é dada por
força eletrostática é
A velocidade do elétron
enquanto a
Pela condição de estabilidade da órbita temos:
pode ser escrita em função do raio
da órbita como
A energia total do elétron no átomo de Hidrogênio é a soma da energia cinética
e de sua energia potencial
ou seja,
Acima, usamos a expressão (4) para . Assim, a energia total de um elétron atômico
é negativa, condição necessária para que o elétron fique ligado ao núcleo.
Bohr impõe a condição de que a velocidade da órbita tenha um comportamento
ondulatório associado ao comprimento de onda de deBroglie, dado por
onde
=6,63
Usando
x 10-34 joule-seg é a constante de Planck e
da equação (4) resulta
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é a massa do elétron.
Da experiência, temos que para separar o próton e o elétron do átomo de hidrogênio
são necessários 13,6 eV, ou seja, a energia de ligação
é de -13,6 eV=-2,2 x 10-18
Joule. Usando (5) podemos obter o raio orbital do elétron como
Desse jeito, usando este valor de
podemos estimar o comprimento de onda para o
elétron como
Este comprimento de onda corresponde ao comprimento da circunferência da órbita
do elétron
ou seja, a órbita do elétron num átomo de hidrogênio
corresponde a uma onda completa do elétron unida a si própria. A física aqui contida
é a mesma para as vibrações de uma espira onde os comprimentos de onda se
ajustam a circunferência da espira em um número inteiro de vezes. Usando esta
analogia, obtemos que o elétron pode orbitar em torno do núcleo indefinidamente
sem irradiar energia desde que sua órbita contenha um número inteiro de
comprimentos de onda de deBroglie. Portanto, a condição de estabilidade de uma
órbita circular de radio
onde
inteiro
pode-se escrever como
corresponde ao raio da órbita que contem
comprimentos de onda. O
é chamado de numero quântico orbital. Introduzindo o valor de
da
equação (7) podemos obter uma expressão para as órbitas estáveis do elétron:
A órbita mais interna possui um raio
conforme nossos cálculos
anteriores.
A energia do elétron
é dada em termos dos raios das orbitas
11
como:
substituindo
pelo valor obtido na equação (9), vemos que
Estas energias são chamadas níveis de energia do átomo de hidrogênio e estão
representadas graficamente na Figura 1.6.
ATIVIDADES
1. Preencha a seguinte tabela das séries espectrais mais importantes observadas no
átomo de hidrogênio:
Nome
Região
Lyman
U.V
Balmer
U.V próximo
Fórmula
e visível
Paschen
I.R
Brackett
I.R
Pfund
I.R
2. Usando a fórmula de Bohr, calcule os três maiores comprimentos de onda da
série de Balmer. Entre que limites de comprimento de onda está a série de Balmer?
3. Mostre que no estado fundamental do átomo de hidrogênio, a velocidade do
elétron pode ser escrita como
onde
éa
constante de estrutura fina.
4. Usando o modelo de Bohr, calcule a energia necessária para remover o elétron
restante em um átomo de He ionizado.
5. Mostre que a freqüência de revolução de um elétron no modelo de Bohr para o
átomo de hidrogênio é dada por
, onde
12
é a energia total do elétron.
BIBLIOGRAFIA
[Abd06] Bohr, O arquiteto do átomo. Maria Cristina B. Abdalla, © 2006 Odysseus
Editora Ltda.
[Bei69] Arthur Beiser, Conceitos de Física Moderna, Ed. Polígono S.A. São Paulo,
1969.
[Hey99] K. Heyde, Basic Ideas and Concepts in Nuclear Physics, An Introductory
Approach, © IOP Publishing Ltd 1994, 1999, UK.
[Bet04] K. Bethge, G. Kraft, P. Kreisler e G. Walter, Medical Applications of Nuclear
Physics, © Springer-Verlag Berlin Heidelberg 2004, Germany.
[Fanca] Ana Rodrigues Fanca, Física Atômica e Nuclear – Capítulo 8. Modelos
Nucleares, http://w3.ualg.pt/~arodrig/Documentos/PortalMIEET/EstrutMat7.ppt
[Bertu] Carlos A. Bertulani, Física Atômica e Nuclear – Capítulo 8. Modelos Nucleares,
http://www.tamu-commerce.edu/physics/cab/Lectures/FisicaNuclear.pdf
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