conhecimentos, atitudes e práticas acerca da detecção do câncer

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY
COORDENAÇAO GERAL DE PÓS-GRADUAÇAO E PESQUISA
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS ACERCA
DA DETECÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
ELENIR PERIERA DE PAIVA
RIO DE JANEIRO
2008
ii
UFRJ
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS ACERCA
DA DETECÇÃO DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Elenir Pereira de Paiva
Orientadoras:
Profª Drª. Maria Catarina Salvador da Motta
e Drª. Rosane Harter Griep
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação da Escola de Enfermagem Anna
Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários para
obtenção do Título de Doutor em Enfermagem.
RIO DE JANEIRO
Julho/2008
iii
FOLHA DE APROVAÇÃO
ELENIR PEREIRA DE PAIVA
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTRICAS ACERCA DA DETECÇÀO
DO CÂNCER DE PRÓSTATA
Tese de Doutorado apresentada para a obtenção do título de Doutor da Escola de
Enfermagem Anna Nery/UFRJ .
Rio de Janeiro, 22 de Julho de 2008.
Aprovada por:
____________________________________________________________
Drª. Maria Catarina Salvador da Motta/Presidente. UFRJ
____________________________________________________________
Drª . Enirtes Caetano Prattes Mello/1ª Examinadora. UNIRIO
____________________________________________________________
Drª. Maria de Fátima Batalha de Menezes/2ªExaminadora. INCA
____________________________________________________________
Drª. Maria Helena do Nascimento Souza/3ª Examinadora. UFRJ
____________________________________________________________
Drª. Rosane Harter Griep/4ª Examinadora. FIOCRUZ
____________________________________________________________
Drª. Maria Yvone Chaves Mauro/Suplente. UERJ
____________________________________________________________
Drª. Ana Inês de Souza/Suplente. UFRJ
iv
Paiva, Elenir Pereira de
Conhecimentos, Atitudes e Práticas Acerca da Detecção do Câncer
de Próstata. Elenir Pereira de Paiva: Rio de Janeiro: UFRJ/EEAN, 2008.
xv, 100f.: il.: 30cm.
Orientador: Drª Maria Catarina Salvador da Motta
Tese (Doutorado)- UFRJ/EEAN/Programa de Pós-graduação em
Enfermagem, 2008.
Referências bibliográficas: f. 89-98.
1. Neoplasias da Próstata. 2. Saúde do Homem. 3. Enfermagem em
saúde Pública, Conhecimentos, Atitudes e Prática em saúde. I. Motta,
Maria Catarina Salvador da. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Escola de Enfermagem Anna Nery, Programa
de Pós-graduação em
Enfermagem. III. Título.
CDD 610.73
v
RESUMO
CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTRICAS ACERCA DA DETECÇÀO
DO CÂNCER DE PRÓSTATA
ELENIR PEREIRA DE PAIVA
Orientadora: Drª. Maria Catarina Salvador da Motta
Co-Orientadora: Drª. Rosane Harter Griep
Resumo da Tese de Doutorado apresentada à Banca Examinadora da Escola de
Enfermagem Anna Nery, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte
dos requisitos - UFRJ, necessários à obtenção do grau de Doutor em Enfermagem.
Esta tese analisou a relação entre conhecimentos, atitudes e práticas acerca da detecção
do câncer de próstata. Trata-se de inquérito domiciliar que abrangeu homens com idade
entre 50 anos e 80 anos, residentes em uma área adscrita do Programa de Saúde da
Família do Município de Juiz de Fora – MG. Os dados foram coletados entre os meses
de abril e junho de 2007 através de formulário multidimensional com variáveis sóciodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida, realização de exames para detecção
precoce, acesso e utilização dos serviços de saúde, história familiar e pessoal para o
câncer de próstata, além de perguntas acerca de conhecimentos, atitudes e práticas
relacionadas à detecção do câncer de próstata. Associações estatísticas entre
conhecimentos, atitudes e práticas e as variáveis para detecção precoce do câncer de
próstata foram avaliadas através do teste qui-quadrado com níveis de significância de
5%. Foram entrevistados 160 homens cuja média de idade foi de 61,5 anos (DP= 8,0). A
descrição sócio-demográfica mostrou que 69,4% eram casados e 88,8% tinham filhos, a
renda familiar média foi de R$308,00 (DP=276,4), sendo que 86,3% informaram
utilizar o Programa de Saúde da Família. Em relação às crenças avaliadas, observou-se
que 95% dos homens acreditam que o câncer pode ser curado se detectado
precocemente. De acordo com as definições prévias de conhecimento, atitude e prática
adequadas, 63,8% dos homens apresentaram conhecimento adequado, 40,6% atitudes e
28,1% práticas adequadas. Encontrou-se associações significativas entre conhecimentos,
vi
atitudes e práticas dos entrevistados em relação ao rastreamento do câncer de próstata.
Os homens com conhecimento adequado tiveram prevalência 7,6 vezes (IC95%=2,423,6) mais elevado de referirem práticas adequadas. Aqueles com atitudes adequadas
tiveram prevalência quase duas vezes mais elevada (RP=1,8; IC=1,1-3,0) de referirem
práticas adequadas.. Sugere-se medidas voltadas à redução das barreiras encontradas e
oportunizar este grupo com práticas educativas. As contribuições deste estudo vão além
da produção do conhecimento, na medida em que pretende servir de subsídios para
orientar ou definir ações no âmbito dos serviços de saúde, visando aumentar a adesão
aos exames de detecção precoce para o câncer de próstata, assim contribuir
significativamente para a redução da proporção de diagnósticos em estágios mais
avançados desta doença. Esta tese corrobora a prevenção e a detecção precoce,
estratégias básicas para o controle do câncer de próstata, têm como requisito essencial
um conjunto de atividades educativas constantes, persistentes e dinâmicas para os
homens, segundo seu padrão de valores, escolaridade, entre outras variáveis.
Palavras chave: Neoplasias da próstata, saúde do homem, enfermagem em saúde
pública, Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde.
RIO DE JANEIRO
JULHO/2008
vii
ABSTRACT
PAIVA, EP. KNOWLEDGE, ATTITUDES AND PRACTICES ABOUT
DETECTION OF PROSTATE CANCER (Tese de Doutorado – Escola de
Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008)
This Thesis analyses the relation between knowledge, attitudes and practices about
detection of prostate cancer. We use questionnaire which were applied at home. We
approached men from 50 to 80 years old who lived in Juiz de Fora, Minas Gerais,
Brazil. The data were collected from April to June in 2007. The questions were about
social-demographic and occupational aspects, life habits, habits of medical exam
realization to detect prostate cancer precociously, access and utilization of health
services, personal and family history, besides questions on attitudes and practices
related to prostate cancer detection. Statistics associations between knowledge, attitudes
and practices, and other variable aspects to precocious detection of prostate cancer were
evaluated through a specific type of test which presented 5% of significant level
subjectes were 160 men interviewed. They are 61.5 years old in average (DP = 8.0). The
social-demographic description showed that 69.4% were married and 88.8% had
children. The average of family income was R$308,00 (DP = 276.4), 86.3% use family
health program, 95% of men believed that prostate cancer can be cured if detected
precociously. According to prior knowledge, attitudes and practice definitions, 63% of
men presented adequate knowledge, 40.6% attitudes and 28.1% proper practices. We
found significant associations between knowledge, attitudes and practices from
subjectes and prostate cancer occurrence. Men who presented more knowledge about
the disease were able to talk about practices more precisely (7.6 times) than others (CI
95% = 2.4 – 23.6). The ones who presented suitable attitudes had more capacity to talk
about practices, as well (RP = 1.8; CI = 1.1 – 3.0). Our suggestions are to creat
opportunities of health educative practices and to try to reduce barriers identified. This
study’s contribution goes on besides the production of knowledge, because it intends to
serve as orientation as well as definer of actions into health services. It can help to avoid
the number of prostate cancer’s diagnosis in advanced stage, stimulating the habits of
making medical exams in order to detect precociously this disease. Based on the
analyzed experience, it is possible to reinforce our thesis: prevention, precocious
viii
detection and prostate cancer control’s basic strategies have as essential factor
persistent, dynamic and educative activities to men according to their standard of
values, including education degree among others.
KEY-WORDS: Prostatic Neoplasms, Men’s Health, Public Health Nursing,
Knowlwdge, Attitudes and Practices.
RIO DE JANEIRO
2008
ix
RESUMEM
PAIVA, EP.CONOCIMIENTOS, ATITUDES Y PRÁCTICAS RESPECTO A
DETECCIÓN DEL CÁNCER DE PRÓSTATA. (Tese de doutorado – Escola de
Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008)
Esta tesis analizó la relación entre conocimientos, atitudes y prácticas respecto a la
detección del cáncer de próstata. Hicimos encuestas en los hogares de hombres con edad
entre 50 y 80 años, que viven en Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Los datos fueron
recogidos entre los meses de abril y junio de 2007 a través de un cuestionario específico
con variables socio-demográficas, ocupacionales, hábitos de vida, la costumbre de hacer
o no exámenes para detectar precozmente la enfermedad, acceso y utilización de los
servicios de salud, historia familiar y personal para el cancer de próstata, además de
preguntas respecto a conocimientos , atitudes y prácticas relacionadas a la detección de
este tipo específico de cáncer. Asociasiones estadísticas entre conocimiento, actitud y
práctica y las variables para la detección precoz del cáncer de próstata fueron evaluadas
a través de un teste específico con niveles de significación de 5%. Fueron encuestados
160 hombres cuya media de edad fue de 61,5 años (DP = 8,0). La descripción sociodemográfica enseñó que 69,4% eran casados y 88% tenían hijos, la renta familiar media
fue de 308,00 (DP = 276,4). De ellos, 86,3% participaban del programa de salud de la
familia. Respecto a las creencias evaluadas, observamos que 95% de los hombres creen
que el cáncer puede ser curado si es detectado precozmente. De acuerdo con las
definiciones previas de conocimientos, actitudes y prácticas adecuadas, 63,8% de los
hombres presentan conocimiento adecuado, 40,6% actitudes y 28,1% prácticas también
adecuadas. Encontramos asociaciones significativas entre conocimientos, actitudes y
prácticas de los encuestados respecto al rastreo del cáncer de próstata. Los hombres con
conocimientos adecuados hablaron con más propiedad (7,6% - IC 95% = 2,4 – 23,6) de
las prácticas adecuadas. Aquellos con actitudes adecuadas enseñaron mejor dominio de
prácticas adecuadas (RP = 1,8; IC = 1,1 – 3,0). Nuestra sugerencia consiste en medidas
educativas respecto a las prácticas y la reducción de barreras encontradas. Las
contribuciones de este estudio van más allá de la producción de conocimiento, ya que
su contenido sirve de orientación y definición de acciones en el ámbito de los srvicios
x
de salud, buscando aumentar la prácitca de exámenes de detección precoz para el cáncer
de próstata, y de este modo, contribuir significativamente para la reducción de la
proporción de diagnóstico en el período más avanzado de esta enfermedad. La
experiencia analizada sirve para reforzar la tesis de que la prevención y detección
precoz, estrategias básicas para el control del cáncer de próstata, depende de un
conjunto de actividades educativas constantes, persistentes y dinámicas para los
hombres, de acuerdo con sus valores, niveles de educación y otras variables.
PALABRAS CLAVE: Neoplasias de la Próstata, Salud del Hombre, Enfermería en
Salud Pública, Conocimientos, Actitudes y Prácticas de Salud
RIO DE JANEIRO
2008
xi
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Distribuição sócio-demográfica da amostra estudada ............................ 40
Tabela 2 – Hábitos relacionados à saúde entre os homens da amostra..................... 41
Tabela 3 – Descrição de variáveis relacionadas à saúde entre os homens da
amostra ................................................................................................................. 42
Tabela 4 – Problemas relacionados à próstata referidos entre os homens da
amostra ................................................................................................................. 43
Tabela 5 – Crenças referidas sobre os aspectos relacionados à detecção e ao
tratamento do câncer de próstata entre os entrevistados ......................................... 43
Tabela 6 – Descrição dos conhecimentos acerca do câncer de próstata
avaliados................................................................................................................ 44
Tabela 7 – Conhecimento sobre determinadas práticas/fatores que poderiam
aumentar as chances de ter câncer de próstata na avaliação dos entrevistados......... 45
Tabela 8 – Descrição de opiniões (atitudes) em relação à detecção do câncer
de próstata entre os entrevistados .......................................................................... 46
Tabela 9 – Práticas em relação aos exames de rastreamento do câncer de
próstata entre os entrevistados................................................................................ 47
Tabela 10 – Barreiras (dificuldades) para avaliação do exame entre os
entrevistados .......................................................................................................... 48
Tabela 11 – Associação entre conhecimentos, atitudes e a prática adequada
entre os entrevistados ............................................................................................. 49
Tabela 12 – Associação entre conhecimentos e atitude adequada entre os
entrevistados ......................................................................................................... 50
Tabela 13 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e conhecimentos
entre os entrevistados ............................................................................................ 51
Tabela 14 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e atitudes entre
os entrevistados...................................................................................................... 52
Tabela 15 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e práticas entre
os entrevistados...................................................................................................... 53
Tabela 16 – Associação entre freqüência com que vai ao médico e práticas
entre os entrevistados ............................................................................................. 54
xii
Tabela 17 – Associação entre freqüência com que vai ao médico e atitude
entre os entrevistados ............................................................................................. 54
xiii
SUMÁRIO
CAPÍTULO I
____________________________________________________________
Introdução
1.1- Apresentação do problema do estudo......................................... 1
1.2- Aproximação ao objeto de estudo .............................................. 7
1.3- Objetivos ................................................................................... 8
1.4- Justificativa ............................................................................... 9
CAPÍTULO II
____________________________________________________________
Pressupostos Teóricos
2.1- O câncer de próstata .................................................................... 14
2.2- Detecção do câncer de próstata.................................................... 16
2.3- Tratamento e prognóstico ............................................................ 19
2.4 - A masculinidade e a prevenção do câncer de próstata................. 23
CAPÍTULO III
____________________________________________________________
Modelo Conhecimentos, Atitudes e Práticas (CAP)
3.1- Conceitos básicos....................................................................... 26
3.2- Os pressupostos do Modelo CAP ............................................... 28
3.3- O Modelo CAP e o câncer de próstata ........................................ 29
3.4-O Enfoque da Consistência Contingente e a Educação em Saúde 30
CAPÍTULO IV
____________________________________________________________
Material e Métodos
4.1- Delineamento do estudo ............................................................. 34
4.2- População do estudo................................................................... 34
4.3- Instrumentos de coleta de dados ................................................. 35
4.4- Pré-testes e estudo piloto ............................................................ 36
4.5- Seleção e treinamento dos entrevistadores .................................. 36
4.6- Elaboração do manual do entrevistador ...................................... 37
4.7- Definições das variáveis ............................................................. 37
4.7.1- Conhecimentos, atitudes e práticas ...................................... 37
4.7.2- Definições das co-variáveis ................................................. 40
4.8- Processamento dos dados ........................................................... 40
4.9- Questões éticas........................................................................... 40
4.10- O Sistema de Saúde de Juiz de Fora ......................................... 41
xiv
CAPÍTULO V
____________________________________________________________
Resultados ............................................................................................... 45
CAPÍTULO VI
____________________________________________________________
6. Discussão ............................................................................................. 62
CAPÏTULO VII
____________________________________________________________
7. Considerações finais e recomendações..................................................71
____________________________________________________________
REFERÊNCIAS ____________________________________________ 76
ANEXOS __________________________________________________ 94
xv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
CA – Câncer
CAP - Conhecimentos, atitudes e práticas.
CACON- Centros de Alta Complexidade em Oncologia
CMC: Central de Marcação de Consultas
DUEN- Departamento de Urgência e Emergência Norte
ESF: Estratégia de Saúde da Família
ETR: Exame de Toque Retal
HBP: Hiperplasia Benigna de Próstata
INCA-Instituto Nacional de Câncer
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MS-Ministério da Saúde
OMS- Organização Mundial de Saúde
PSF: Programa de Saúde da Família
PSA: Antígeno Prostático Específico
SMSJF: Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora
SBU- Sociedade Brasileira de Urologia
RIO DE JANEIRO
Julho/2008
xvi
DEDICATÓRIA
Ao Fabiano, Gabriela e Manuela,
Manuela, pelo amor, apoio,
dedicação e presença constantes.
Aos meus pais, pelo amor e dedicação.
Aos meus irmãos e suas famílias como mais um estímulo, com
muito amor.
A DEUS por este crescimento.
xvii
AGRADECIMENTOS
À Drª. Maria Catarina Salvador da Motta, pela orientação e oportunidade de
crescimento profissional, e sobretudo pela amizade, carinho e estímulos constantes.
À Drª.Rosane Harter Griep, pela amizade e pela sua valiosa contribuição e
colaboração em todos os momentos desta tese.
À Escola de Enfermagem Anna Nery- Universidade Federal do Rio de Janeiro, por
esta oportunidade inestimável de enriquecimento profissional.
Aos funcionários da secretaria acadêmica, em especial a Sônia Xavier e Jorge pela
atenção, carinho e disponibilidade.
Aos funcionários da Biblioteca da Pós-graduação da Escola de Enfermagem Anna
Nery, em especial, á Lúcia, pela colaboração e disponibilidade.
Às minhas colegas de curso em especial a Mariângela pela atenção e carinho em todos
os momentos.
Aos amigos do DUEN como estímulo e carinho.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
2
2
1. INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação do problema de estudo
Este estudo investigou conhecimentos e atitudes acerca do câncer de
próstata e sua relação com a prática de detecção precoce em homens residentes de uma
área adscrita ao Programa de Saúde da Família no Município de Juiz de Fora – MG.
A magnitude do câncer de próstata é refletida pelas estatísticas
publicadas pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2005a e 2005b). O número de
casos novos estimados para o Brasil em 2005 foi de 46.330, representando um risco
estimado de 51 casos para 100.000 habitantes. No que se refere à mortalidade, observase que as taxas têm sido crescentes e que, ao longo dos anos, tem sido a terceira causa
de óbito entre os homens, (gráfico 1). No entanto, a mortalidade é considerada
relativamente baixa, o que em parte reflete o bom prognóstico da doença (INCA, 2005).
Gráfico 1
Evolução temporal da mortalidade* por câncer, homens,
Brasil, 1979-2002
20,0
18,0
16,0
Traquéia, Brônquio e Pulmão
14,0
12,0
10,0
Estômago
8,0
6,0
Próstata
4,0
2,0
Cólon e Reto
0,0
* Ajustada pela População Padrão Mundial, 1960.
Fontes: MS/SVS/DASIS/CGIAE/Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM
MP/Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
MS/INCA/Conprev/Divisão de Informação
2
3
3
Diversos fatores têm sido apontados como determinantes para o aumento
das taxas de câncer de próstata, dentre eles, destacam-se: a maior expectativa de vida; e
as constantes campanhas de identificação da doença, que passaram a revelar mais
homens com a doença, além das influências ambientais e alimentares, tais como o alto
consumo energético, ingestão de carne vermelha, gorduras e o leite (SROUGI, 2003,
INCA, 2005).
Embora essa doença seja passível de detecção precoce, muitas vezes
deixa de ser identificada e, quando ocorre o diagnóstico, já se encontra em estágios
avançados, comprometendo o seu prognóstico (SROUGI, 2003). De acordo com a
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU, 2002), um em cada seis homens com idade
acima de 45 anos pode ter a doença sem que conheça o diagnóstico. A alta freqüência,
que faz do câncer de próstata um problema de saúde pública, aliada à possibilidade de
detecção, através de procedimentos relativamente simples, deveria fazer desta doença
uma prioridade na atenção à saúde masculina (SBU, 2002).
Neste sentido, a atenção envolveria ações preventivas de caráter
primário, que englobam ações focadas nos fatores de risco ou predisponentes e
secundário que abrange diagnóstico precoce e abordagem terapêutica adequada para
prevenir a incapacidade e mortalidade que a doença possa ocasionar (CZERESNIA,
2003).
No âmbito da prevenção primária, os fatores de risco são, na maioria,
desconhecidos e inevitáveis, o que dificulta medidas preventivas mais específicas para o
câncer de próstata (SROUGI, 2003). No entanto, dois marcadores de risco são
reconhecidamente importantes: a idade e a história familiar. Com relação à idade, a
probabilidade da ocorrência do câncer de próstata em homens com menos de 39 anos é
de um em cada 10.000 homens; um em 103 homens entre os 40 e 59 anos e um em 8
homens entre os 60 e 79 anos (NETTO Jr, 1999). Assim, o aumento exponencial dos
casos acima dos 50 anos faz com que o rastreamento seja indicado a partir desta idade
(INCA, 2005).
No que se refere à história familiar, homens que têm pai ou irmão com a
doença têm risco aumentado em cerca de três a dez vezes em relação aos homens em
geral (CORMIER et al, 2002; MS, 2005). É tão importante este marcador, que o risco é
aumentado proporcionalmente ao número de parentes de primeiro grau acometidos: 2,2
3
4
4
vezes quando se trata de um parente; 4,9 vezes quando são dois parentes e de 10,9 vezes
quando são três parentes (SROUGI, 2003).
Além destes dois fatores, não podemos deixar de mencionar a
importância da raça/etnia na determinação do câncer de próstata. Este câncer é 60%
mais freqüente em negros, cuja chance de morrer em conseqüência dele é o dobro da
observada em brancos (SROUGI, 2003). Outros fatores, tais como o consumo excessivo
de álcool, tabagismo e a vasectomia já foram associados à maior incidência dessa
doença. Substâncias geradas durante o preparo de alguns alimentos, como as aminas
heterocíclicas e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, têm sido abordadas como
fatores que poderiam aumentar o risco da mesma (INCA, 2002; SROUGI, 2003).
Embora o câncer de próstata não tenha uma etiologia claramente
elucidada, a causa mais provável parece ser a estimulação prolongada do tecido
prostático pela testosterona. Além disso, a dieta rica em gordura animal, a
hereditariedade, as características étnico-raciais e a influência ambiental seriam fatores
adjuvantes para o surgimento da hiperplasia prostática (HENRIG & SROUGI, 1998;
ROBBINS et al, 1998).
Levando em conta todos estes fatores, o Ministério da Saúde elaborou a
Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer de Próstata (INCA, 2005), cujo
principal objetivo é reduzir a incidência e a mortalidade por este câncer no Brasil. O
programa propõe o desenvolvimento de ações contínuas que levem à conscientização da
população quanto aos fatores de risco para câncer, que promovam a detecção precoce
daqueles passíveis de rastreamento e que propiciem o acesso a um tratamento eqüitativo
e de qualidade em todo o território nacional para a doença.
Embora ainda permeada de polêmicas acerca das recomendações
(GOMES et al, 2008), a detecção precoce do câncer de próstata é preconizada através
do rastreamento de homens assintomáticos, por meio da realização do Exame de Toque
Retal (ETR) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA) (OLIFFE et al,
2006; INCA, 2002; BOEHM et al, 1995). Estes dois exames são considerados
fundamentais no diagnóstico precoce da doença, permitindo melhorar o prognóstico e a
qualidade de vida dos pacientes já que viabilizam tratamento menos agressivo e
mutilante (BOEHM et al, 1995), além de reduzirem os custos decorrentes do mesmo
(CLARO & SROUGI, 2001). O tumor é de crescimento muito lento, logo, sua
identificação em fase precoce possibilita índice de cura em 75% a 87% em dez anos
4
5
5
(NETTO Jr., 1999). No entanto, ainda existem controvérsias em relação à efetividade do
rastreamento para os homens em geral (SBU, 2003; OLIFFE et al, 2006), embora
alguns estudos observacionais tenham mostrado seus benefícios.
A Sociedade Americana do Câncer preconiza o rastreamento
populacional para o câncer de próstata pelo toque retal e dosagem de PSA com
periodicidade anual, em homens com idade igual ou superior a 50 anos. No caso de
história familiar de presença da doença, a recomendação é a de que o exame seja feito a
partir dos 45 anos (AMERICAN CANCER SOCIETY, 1999).
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (2005) recomenda que o
controle do câncer de próstata seja baseado em ações educativas voltadas, em primeiro
lugar, à população masculina, alertando sobre os sinais e sintomas iniciais do câncer de
próstata, estimulando-os a procurar uma unidade de saúde tão logo sejam notados; mas
também aos profissionais de saúde, atualizando-os sobre os sinais de alerta para
suspeição do câncer de próstata e os procedimentos de encaminhamento para o
diagnóstico precoce dos possíveis casos. Sabe-se, por outro lado, que o câncer de
próstata sintomático, na maioria das vezes, encontra-se tardiamente diagnosticado, já
que as glândulas periféricas é que são mais propensas à degeneração maligna, gerando
os sintomas tardios (SROUGI, 2003).
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) promove, anualmente,
campanha nacional utilizando-se dos meios de comunicação em massa, para
conscientizar a população sobre a doença e as formas de sua detecção precoce, bem
como implementar as ações governamentais para a garantia da acessibilidade aos
medicamentos e diminuição do tempo entre diagnóstico e tratamento. No entanto, a
maioria das campanhas baseia-se em propostas do princípio de transmissão de
informação sobre os riscos que o câncer acarreta, a fim de introduzir na prática o exame
de detecção nos serviços de forma efetiva.
Embora o próprio conceito de prevenção remeta a uma ação orientada
para que o sujeito não adoeça e que possa desfrutar de melhor qualidade de vida, é
necessário envolvê-lo com informações relevantes para que se insira ativamente e possa
incorporar hábitos preventivos (CZERESNIA, 2003). No entanto, reconhece-se que
apenas a transmissão de informação tem se mostrado insuficiente para atender a estas
propostas (ABREU, 2002; MARTINS, 2001). É necessário observar as ações de saúde
dentro de um contexto ou modelo comportamental que identifiquem fatores que
5
6
6
predisponham e que reforcem a realização do exame. Este conhecimento poderia
subsidiar de maneira mais efetiva as estratégias educativas voltadas para a população.
Neste sentido, avaliar o relacionamento entre conhecimentos, atitudes e
práticas (CAP) dos homens em relação ao câncer de próstata pode se constituir em uma
metodologia útil para o planejamento e avaliação do alcance das práticas de educação
em saúde (CANDEIAS e MARCONDES, 1979) por parte dos serviços de saúde
pública.
O modelo CAP parte do pressuposto de que um comportamento em
saúde prende-se a um processo seqüencial: tem origem na aquisição de um
conhecimento cientificamente correto, que pode explicar a formação de uma atitude
favorável e a adoção de uma prática de saúde (LEON, 1996). A teoria deste modelo
discute que duas grandes correntes teóricas poderiam explicar o comportamento: uma
defende que as pessoas atuam pelas circunstâncias, pela situação; outra diz que as
pessoas atuam por seus valores e suas crenças (GILLET, 1985). O modelo CAP, por sua
vez, baseia-se na segunda teoria.
No entanto, além do conhecimento, barreiras como o custo, o acesso aos
serviços de saúde e até mesmo fatores culturais podem determinar práticas mais ou
menos favoráveis de saúde. Além destes, diversos fatores podem ainda motivar ou
favorecer a disposição para determinadas práticas em saúde. Esta motivação pode ser
interna através de sintomas como a dor ou desconforto, ou mesmo externa por meio do
estímulo de campanhas veiculadas através da comunicação de massa (SROUGI, 2003,
MCCOY et al,1995).
No caso específico do câncer de próstata, outros fatores complexos são
fundamentais quando se pensa em ações de prevenção, tais como os preconceitos e
medos que envolvem a realização do exame de toque retal. Além destes, é conhecido o
fato de que os homens historicamente buscam menos os cuidados de saúde do que as
mulheres (GOMES et al, 2008). Portanto, a adesão às praticas de rastreamento do
câncer de próstata pode se constituir em um importante marcador do autocuidado
masculino em saúde.
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7
7
1.2. Aproximação ao Objeto de Estudo
O câncer de próstata inquieta-me há algum tempo, particularmente desde
que iniciei o trabalho como enfermeira na Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de
Fora (SMS-JF), atuando no Departamento de Urgência e Emergência Norte (DUEN),
onde trabalho desde 1998. Observo que não temos programa organizado direcionado a
atender a população masculina para detecção precoce do mesmo.
Durante a jornada de trabalho, presto assistência aos homens que chegam
ao serviço com dificuldades urinárias, onde a conduta se faz apenas através da
realização do cateterismo vesical, sem maiores investigações sobre as causas destes
distúrbios. Este usuário é encaminhado ao serviço especializado de Urologia após o
procedimento, sem que se possa acompanhar o desfecho do caso.
Neste mesmo local, trabalhei com grupos de homens em atividades
deTese de doutorado – Escola de Enfermagem Anna Nery/Universidade Federal do Rio
de Janeiro, 2008) educação em saúde na Unidade Ambulatorial, orientando aqueles que
desejavam realizar cirurgia de vasectomia. Um dos temas abordados nesta atividade
incluía a prevenção de câncer de próstata, em que a questão da masculinidade e o medo
do toque retal sempre emergiam na fala do grupo. Percebia, então, que a prática do
exame de próstata era cercada de estigma e crenças que comprometiam o rastreamento
da doença.
Outro aspecto da motivação deste estudo diz respeito ao fato de existirem
poucos investimentos em políticas públicas destinadas à atenção da saúde do homem no
contexto dos serviços do Sistema Único de Saúde. Vários estudos constatam que os
homens, em geral, padecem mais de condições severas e crônicas de saúde do que as
mulheres e também morrem mais pelas principais causas de morte (COURTENAY et
al, 2000; LAURENTI et al, 2005; LUCK et al, 2000).
7
8
8
1.3. Objetivos do Estudo
1.3.1 Geral
•
Analisar conhecimentos, atitudes e práticas em relação ao câncer de próstata
em homens com idade entre 50 e 80 anos, usuários de uma unidade do PSF no
Município de Juiz de Fora - MG.
1.3.2. Específicos
•
Estimar a ocorrência de câncer de próstata como morbidade referida entre os
homens do estudo;
•
Identificar a freqüência de realização do exame de detecção do câncer de
próstata entre os homens do estudo;
•
Analisar barreiras associadas à realização do exame de detecção precoce.
•
Verificar a associação entre conhecimentos, atitudes e práticas acerca dos
exames de detecção precoce do câncer de próstata.
8
9
9
1.4. Justificativa
O câncer de próstata é notadamente reconhecido como um importante
problema de saúde pública. Portanto, este estudo que envolve conhecimentos, atitudes e
práticas poderá subsidiar o planejamento de ações de educação em saúde para a
prevenção desta patologia. Entender os fatores envolvidos nos comportamentos,
crenças, cultura e tabus dos usuários frente ao rastreamento proposto e preconizado
(SBU, INCA) como a melhor forma de abordagem para detecção precoce pode
favorecer estratégias voltadas a práticas de prevenção mais adequadas.
Neste rastreamento, o exame físico feito por meio do toque retal, ainda
constitui etapa indispensável ao diagnóstico precoce. Porém, devido ao caráter invasivo,
do ponto de vista físico e emocional, e à disseminação do medo que envolve o exame
entre os próprios homens, limita-se a adesão à sua prática. Entende-se que só será
possível mudar este contexto adverso na medida em que se disseminarem
conhecimentos adequados sobre o exame, buscando formação de uma atitude positiva
em relação à detecção precoce.
No entanto, quando se pensa nos serviços de atenção do Sistema Único
de Saúde (SUS), um dos maiores desafios ainda diz respeito à desigualdade de acesso,
refletido muitas vezes pela desigualdade social da população (LIMA et al, 2002;
BARROS & BERTOLDI, 2002). Sabe-se que o acesso não se dá de forma homogênea
nas diversas regiões do país e nem nos diversos segmentos populacionais (ARAÚJO &
LEITÃO, 2005). No que diz respeito ao gênero, estudos (FIGUEIREDO, 2006) já
demonstraram que as mulheres utilizam mais regularmente os serviços de saúde do que
os homens. As mulheres buscam os serviços por motivos ligados aos exames de rotina e
prevenção e os homens principalmente por motivo de doença (PINHEIRO et al, 2002),
ou seja, as mulheres buscam os serviços para a saúde e os homens para a doença.
Diversos aspectos têm sido apontados como justificativa para estas
diferenças entre os gêneros. Entre eles, destaca-se o fato de que, culturalmente, a
identidade masculina está relacionada à desvalorização do autocuidado e a pouca
preocupação com a saúde (GOMES et al, 2007). Além disso, os homens preferem
serviços de saúde que atendam mais objetivamente às suas demandas, tais como
farmácias e prontos-socorros que garantiriam atendimento mais rápido e propiciariam
que os mesmos expusessem suas necessidades com maior facilidade (FIGUEIREDO,
2006). A falta de vínculo e acolhimento por parte das unidades de saúde pode levar ao
9
10
10
afastamento dos homens para o cuidado com a saúde (SCHIMITH & LIMA, 2004),
além de fatores como a inadequação de horários de atendimentos que não se pautam no
contexto do trabalhador (FIGUEIREDO, 2006).
Assim, entende-se que este estudo pode contribuir com o debate de
propostas e ações de saúde voltadas para a saúde masculina, uma vez que busca
entender comportamentos em saúde fora do âmbito das Unidades Básicas de Saúde, ou
seja, no próprio domicílio dos usuários.
Os resultados do estudo poderão subsidiar reflexões acerca da
necessidade dos profissionais de saúde que atuam na atenção básica, no repensar de sua
prática no sentido de valorizar os sentimentos da clientela sobre as questões de saúde ao
promover ações não só de recuperação da saúde como também de prevenção e controle.
Neste sentido, acredita-se que será possível prestar assistência à saúde do homem,
considerando todas as dimensões do ser humano não só os aspectos físicos, mas
também o afetivo e o sexual.
Nos últimos anos, a tecnologia revolucionou o conhecimento sobre o
diagnóstico precoce, o tratamento e a assistência ao câncer de próstata. No entanto, as
taxas de mortalidade pela doença no Brasil ainda são crescentes (SROUGI, 2003).
Embora haja ações de estímulo à adesão ao rastreamento promovido anualmente em
algumas unidades de saúde do município de Juiz de Fora, não se encontrou estudos que
avaliem a abrangência, a efetividade e a assimilação dos conhecimentos difundidos.
Portanto, esta investigação pode ser útil nesta avaliação e poderão subsidiar abordagens
mais assertivas no planejamento das próximas ações ou no desenvolvimento de
campanhas.
Ainda não se têm respostas definitivas para o câncer de próstata, até
mesmo por que dúvidas ainda persistem a respeito das suas causas e acerca da melhor
abordagem para a sua detecção precoce e para o seu tratamento. Estas e outras questões
serão respondidas na medida em que pesquisas nesta área sejam desenvolvidas e que
biomarcadores mais específicos sejam identificados para subsidiar protocolos de
assistência mais adequados para esta patologia (SROUGI, 2003). Enquanto isso, as
medidas de rastreamento hoje indicadas devem ser estimuladas.
Portanto, intervenções em nível de saúde pública são necessárias. Estas
devem ser capazes de atingir e sensibilizar os homens em relação ao câncer de próstata,
permitindo
10
conhecimentos
necessários
que
estimulem
práticas
positivas
de
11
11
rastreamento, principalmente entre aqueles grupos de maior risco. Neste sentido, as
ações de saúde, bem como a avaliação da efetividade se fazem necessárias.
Destacamos a escassez na produção científica da Enfermagem on-line
acerca do câncer de próstata. Embora tenhamos identificado 241 trabalhos na base
MEDLINE, na base de dados LILACS, que abrange a produção da Enfermagem na
América Latina, identificaram-se apenas oito trabalhos, sendo que três deles são
dissertações de mestrado defendidas no Brasil e uma monografia de pós-graduação.
A primeira dissertação teve como objetivo avaliar o paciente operado de
próstata por hiperplasia benigna, com o propósito de estabelecer um perfil diagnóstico
de enfermagem para esta clientela, utilizando a taxonomia II da NANDA internacional
(SANTANA, 2004). Na segunda, o objetivo foi levantar o número de clientes
acometidos por afecções prostáticas atendidos em um hospital geral, e averiguar o
conhecimento dos clientes a respeito da doença e, com isso, verificar as necessidades
expressadas por essa população (BOERY, 1997). Já a terceira dissertação tratou da
intervenção do enfermeiro no que tange ao autocuidado voltado ao idoso submetido à
prostatectomia (SILVA, 2000). Na base da BENF, encontrou-se uma monografia de
pós-graduação da cidade de Juiz de Fora (MG). A autora pesquisou sobre os tipos de
câncer que são responsáveis, com maior freqüência, pela morte na população em todas
as faixas etárias e em ambos os sexos naquela cidade, procedendo a uma comparação
com dados de outras cidades da Região Sudeste (GOMES, 1996).
Estes resultados ilustram a carência de estudos sobre a temática e a
ausência de investigações acerca do CAP e o câncer de próstata na Enfermagem
Nacional, o que aponta para o ineditismo deste trabalho.
A maioria dos estudos encontrados versa sobre a atuação especializada
de médicos urologistas e/ou proctologistas. A revisão da literatura permitiu identificar
que há um número reduzido de trabalhos científicos destinados à saúde do homem.
Consideramos assim o presente estudo de extrema relevância para a prevenção do
câncer de próstata, bem como para a área da saúde pública e da enfermagem.
Esta tese parte do pressuposto de que a detecção precoce do câncer de
próstata é um desafio complexo e ainda insuficientemente explorado no âmbito das
pesquisas da Enfermagem. O estudo do relacionamento entre conhecimentos, atitudes e
as práticas pode ser uma estratégia útil no entendimento de fatores envolvidos no
autocuidado masculino.
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12
12
Em se tratando de ensino, formação e atualização profissional, tem-se a
expectativa de que as conclusões deste estudo auxiliem na formulação da prosposta de
educação em saúde, neste particular, a ênfase recai no cuidado com a saúde dos homens
com enfoque na detecção precoce para o câncer de próstata, no intuito de que se atenda
realmente aos propósitos de difundir a assistência aos demais setores do SUS de Juiz de
Fora.
No campo da pesquisa, tem-se o intento de contribuir para ampliar
conhecimentos de novos estudos sobre o tema.
Espera-se, contribuir para o estímulo à pesquisa de enfermeiros,
compreendendo a prática assistencial como fonte inesgotável para novas investigações,
pois é dela que surgem as inquietações que perpassam o cuidar, “objeto” de nossa
profissão. Entende-se que é com a produção de novos conhecimentos que se tem a
possibilidade de vislumbrar novos caminhos e, até mesmo, respostas para as
inquietações surgidas na prática de assistir o outro.
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CAPÍTULOII
PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
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2. PRESSUPOSTOS TEÓRICOS
2.1. O Câncer de Próstata
Inicialmente, o câncer de próstata não apresenta sintomas, sendo que um
único sinal clínico da doença pode ser a presença de nódulo ou endurecimento da
glândula percebido ao exame de toque retal. Alguns pacientes apresentam sintomas
obstrutivos e cerca de 25% daqueles com retenção urinária podem ter câncer de próstata
(SROUGI, 2003).
Apesar dos esforços do INCA para estimar a incidência do câncer de
próstata no Brasil, os indicadores produzidos provavelmente situam-se abaixo da
realidade. Isso devido à precariedade do sistema de registro e notificação no nosso país,
bem como a falta de rastreamento/diagnóstico da doença que envolve grande número de
brasileiros que não possuem nenhum acesso aos serviços de saúde (SROUGI, 2003).
Um dos fatores reconhecidamente mais associados ao aumento do câncer
de próstata é a idade. Este tumor é raro antes dos 50 anos, com sua incidência
duplicando a cada década de vida. O diagnóstico de certeza é realizado através do
estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia da próstata, que deve ser
considerado sempre que houver anormalidades no toque retal e/ou na dosagem do PSA
(Antígeno Prostático Específico). O aumento da expectativa de vida e o emprego de um
marcador tumoral, o PSA, permitiram que aumentasse o número de casos
diagnosticados a partir de 1990 (CLARO & SROUGI, 2001).
Os maiores riscos do câncer de próstata residem no fato de a doença não
apresentar sintomas em sua fase inicial, justamente quando as chances de cura são
maiores. Para Hering e Srougi (1998), a etiologia da doença é ainda desconhecida,
sabendo-se que o progredir da idade e a presença de testosterona no sangue representam
os fatores de risco mais importantes para seu desenvolvimento. Além disso, dieta rica
em gordura animal e a hereditariedade são mencionadas como fatores adjuvantes para o
surgimento da hiperplasia prostática. Outros fatores importantes são raciais, com
influência tanto em sua freqüência quanto em sua agressividade. Hering e Srougi (1998)
em seus estudos afirmam que a doença nos negros é mais freqüente e agressiva.
A partir dos 40 anos, 80% a 90% dos homens apresentam um
crescimento benigno progressivo da próstata, que estrangula o canal uretral e cria graus
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15
variados de dificuldades para expelir a urina. Segundo Hering e Srougi (1998), a
Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) é o crescimento da glândula ao redor da uretra,
dentro das zonas transicional e central. Em geral o aumento glandular envolve uma área
concêntrica ao redor da região central, porém, muitas vezes, o crescimento é
assimétrico, ocorrendo em formato de lobos, lateral ou posteriormente ou ainda
comprometendo a base vesical - lobo mediano.
Robbins et al (1998), constataram que a HBP ocorre em cerca de 20%
dos homens a partir dos 40 anos de idade, com aumento para 70% entre homens com 60
anos ou mais e atingem 90% naqueles acima de 70 anos.
Outro ponto importante acerca do câncer de próstata é seu caráter
indolente. O risco de um homem, durante toda a vida, desenvolver neoplasia maligna da
próstata é de aproximadamente 30%; o risco de que o tumor se torne clínico é de 10%; e
a possibilidade de óbito é de 3%. Este fato comprova a existência de uma quantidade
considerável de tumores clinicamente desprezíveis (em torno de 90%), com os quais, e
não pelos quais os pacientes morrerão (FERREIRA & NARDI, 1999).
Bennet et al (1998) destacam que o câncer prostático incipiente é
assintomático, sendo que a doença invasiva localmente pode causar obstrução urinária,
produzindo sintomas semelhantes aos da Hiperplasia Benigna da Próstata ou obstruir os
ureteres, podendo levar à hidronefrose. Muitos pacientes apresentam como sintomas
metastáticos a dor óssea ou as fraturas patológicas.
As
neoplasias
da
próstata
são
representadas
em
95%
pelos
adenocarcinomas e o restante inclui sarcomas, carcinoma epidermóide e carcinoma de
células transicionais, sendo que se disseminam por contigüidade e por via hematogênica
(FERREIRA & NARDI, 1999).
Os antecedentes familiares têm particular importância para o câncer de
próstata, pois elevam o risco em três vezes ou mais para os descendentes. O risco de um
homem com história familiar desenvolver câncer de próstata é duas vezes maior
naqueles que têm pelo menos um familiar direto, pai ou irmão, acometido pela
neoplasia. Quando houver dois ou três parentes de primeiro grau portadores do câncer, a
possibilidade aumenta para cinco vezes, respectivamente (CORMIER et al, 2002;
FERREIRA & NARDI, 1999; INCA, 2002).
A influência que a dieta pode exercer sobre a gênese desta patologia
ainda é incerta, porém as evidências são convincentes de que uma dieta rica em frutas,
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16
16
verduras, legumes, grãos e cereais integrais podem evitar o câncer. Dietas ricas em
fibras, selênio, vitamina A, D, C e E, derivados da soja, licopeno podem diminuir o
risco de aparecimento dessa doença (INCA, 2002; FERREIRA & NARDI, 1999;
SROUGI, 2003). No entanto dietas ricas em gordura animal podem aumentar as taxas
de androgênios e estrogênios e relacionar-se com o aumento dos tumores de próstata, ao
contrário da gordura vegetal e dos frutos do mar. Calcula-se que cerca de 75% a 80%
dos tumores não se expressam clinicamente, e apenas 20% a 25% manifestarão
sintomas, sendo que, destes, 10% são focais, 40% são iniciais e talvez curáveis e 50%
são avançados (FERREIRA & NARDI, 1999).
Alguns fatores podem estar associados ao câncer de próstata como o
consumo excessivo de álcool, tabagismo e a vasectomia (SROUGI, 2003). Alertam
(Robbins et al 1998; INCA, 2002), embasados em levantamentos clínicos e
epidemiológicos, que a idade avançada, a raça, os fatores hormonais, genéticos e
ambientais desempenham um papel relevante no desenvolvimento/progressão desses
tumores de próstata.
Com base nas literaturas citadas, observar-se que, em relação ao câncer
de próstata, ainda não se tem um conhecimento sólido sobre sua prevenção; acredita-se
que para que isto aconteça, novos estudos ainda devam ser desenvolvidos.
2.2. Detecção do câncer de próstata
Entende-se por detecção precoce no caso do câncer da próstata o
rastreamento de homens assintomáticos por meio da realização do exame de toque retal
(ETR) e pela dosagem do antígeno prostático específico (PSA). Embora esses exames
possam detectar o câncer da próstata em seus estágios iniciais, as evidências científicas
não permitem concluir se tal detecção reduz a mortalidade por esse câncer ou melhora a
qualidade de vida dos pacientes. Além de a detecção e o tratamento precoce prevenirem
a progressão do câncer e o aparecimento de metástases, também é provável que sejam
detectados tumores que teriam um crescimento muito lento e que não causariam
problemas à saúde do homem (INCA, 2006). A morbidade que se segue ao diagnóstico
do câncer de próstata deve ser avaliada, tendo em vista a freqüente ocorrência de
complicações irreversíveis, que afetam a qualidade de vida do homem após o tratamento
específico.
A fração prostática da fosfatase ácida (FAP) e o antígeno prostático
específico (PSA), podem sugerir a existência da doença e indicar a realização de ultra16
17
17
sonografia pélvica (ou prostática transretal se disponível). Esta ultra-sonografia, por sua
vez, poderá mostrar a necessidade de se realizar a biópsia prostática transretal. A
presença de alterações no Exame de Toque Retal (ETR) é uma indicação para a biópsia,
independente dos níveis séricos de PSA do paciente. As alterações incluem nódulos,
enduração focal, um endurecimento difuso e, em alguns casos, a assimetria da glândula
(FERREIRA & NARDI, 1999).
De acordo com Dangelo (1998), em virtude de estar situada
anteriormente ao reto, a próstata pode ser palpada pelo exame de toque retal. É o exame
mais utilizado, apesar de suas limitações, uma vez que somente as porções posterior e
lateral da próstata podem ser palpadas, deixando 40% a 50% dos tumores fora de seu
alcance. Vale lembrar que nem todo nódulo endurecido na próstata é câncer, por outro
lado, não se deve esquecer que o toque normal não exclui a presença de câncer,
lembrando que aproximadamente 20% dos cânceres se originam de porções mais
centrais insensíveis ao toque.
O PSA teve seu uso clínico introduzido em 1989 e provocou grande
alteração no diagnóstico precoce da doença (SBU, 2002). A dosagem do PSA surgiu
como teste promissor na detecção precoce do câncer de próstata, porém a relação custobenefício deve ser cuidadosamente avaliada. A primeira dificuldade na avaliação da
sensibilidade e especificidade do teste é a falta de consenso sobre o ponto de corte ideal
e clinicamente significativo, com autores propondo valores que vão de 2,5ng/ml a
10ng/ml. Considerando um ponto de corte em 4,0ng/ml, a sensibilidade estimada varia
de 35% a 71% e a especificidade, de 63% a 91% (INCA, 2002). Os especialistas
afirmam que indivíduos com taxas de PSA entre 2,5 e 4,0ng/ml devem ser vistos com
certo cuidado, pois pesquisas recentes mostraram que alguns deles já apresentam câncer
de próstata (SROUGI, 2003).
Estudos que estimaram seu valor preditivo positivo apontam para valores
em torno de 28%, o que significa que cerca de 72% dos pacientes com dosagem do PSA
alterada são submetidos à biópsia desnecessária (INCA, 2002). Como o antígeno dosado
é produzido pelas células epiteliais da próstata e não especificamente pela célula
cancerosa, a dosagem do PSA pode estar alterada em outras patologias que não o câncer
de próstata, como na hiperplasia benigna, assim como após a ejaculação e a realização
de cistoscopia (INCA, 2002).
A melhor forma de diagnosticar o câncer de próstata é a combinação
entre exame de toque retal e dosagem de PSA, já que o primeiro exclusivamente falha
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18
em 30% a 40% dos diagnósticos, o segundo, exclusivamente, falha em 20% e a
associação perde apenas 5% dos casos (SROUGI, 1997).
A prevenção é a melhor alternativa no combate ao câncer de próstata que
temos até o momento, embora pareça que sejamos ainda incapazes de fazer algo que
mude a predisposição genética dos homens.
KOWASKI (1997) define prevenção como: “A agregação de todas as
atividades designadas para melhorar a saúde pessoal e pública por meio de estratégias,
incluindo a implementação de modificações comportamentais, educação em saúde,
medidas de proteção da saúde”. Portanto a prevenção da saúde visa melhorar as
condições de saúde do indivíduo e evitar o aparecimento de doenças. A prevenção
específica tem como finalidade a proteção do indivíduo contra determinados agravos à
saúde.
LEAVEL & CLARK (1976) definem que o papel do indivíduo no
controle do câncer é conhecer os sintomas iniciais; ao profissional da área de saúde,
treinado e capacitado, compete a responsabilidade pela prevenção e detecção inicial; já
a comunidade tem a responsabilidade, por meio de órgãos de saúde voluntários e
oficiais, intensificar a educação do leigo em relação ao câncer, fornecendo informação e
materiais educativos e providenciando o registro de todos os casos.
Para atendermos aos princípios que regem o Sistema Único de Saúde
vigente em nosso país, precisamos rever a prática acerca da assistência à saúde dos
homens e pensar na necessidade de realizar uma intervenção de saúde com esta
população específica, a fim de detectar precocemente o câncer e, com isso, melhorar a
qualidade de vida de muitos homens.
Sabidamente o rastreamento na população geral de doenças de baixa
prevalência resulta em grande número de falsos positivos e, no caso do câncer de
próstata, o verdadeiro diagnóstico será conseguido por técnicas invasivas (ARROLL,
PANDIT & BUETOW, 2003). A este respeito, o INCA (2002) divulgou que, com
exceção de dois ensaios clínicos em andamento atualmente na Europa (European
Randomized Screening for Prostate Câncer Trial – ERSPC) e nos Estados Unidos
(Prostate, Lung, Colorrectal and Ovarian Câncer Screening Trial – PCLO), os estudos
disponíveis na literatura para avaliação da efetividade do rastreamento do câncer de
próstata apresentam problemas metodológicos em seu desenho. O baixo valor preditivo
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19
positivo dos testes de rastreamento indica uma elevada proporção de resultados falsopositivos, e, conseqüentemente, um alto índice de realização de biópsias desnecessária.
Sendo assim, o rastreamento de homens assintomáticos para o câncer de
próstata está associado a danos importantes, aqui incluídos os freqüentes resultados
falso-positivos dos testes disponíveis, a ansiedade gerada por esses resultados, o número
de biópsia desnecessária e as complicações potenciais do tratamento de tumores que não
iriam afetar a saúde do indivíduo. A relação entre os benefícios (redução da morbidade
e mortalidade) e os danos anteriormente citados ainda é desconhecida (INCA, 2006).
Levando-se em consideração as controvérsias sobre a detecção precoce,
bem como o fato de que estas estratégias de detecção devem resultar mais em benefício
do que em dano, o que se recomenda acerca desta doença é o Rastreamento
Oportunístico, que consiste na sensibilização dos homens assintomáticos com idade
entre 50 e 70 anos que procuram os serviços de saúde por motivos outros que não o
câncer de próstata quanto aos benefícios da detecção precoce, colocando o Sistema de
Saúde à disposição desses indivíduos para a realização dos procedimentos necessários
ao diagnóstico da doença, a saber, ETR e dosagem de PSA (INCA, 2002).
2.3. Tratamento e prognóstico
O tratamento proposto para o câncer de próstata dependerá do estágio da
doença (extensão) e do grau histológico (Gleason), principalmente. Se o câncer for
localizado, pode-se optar pela prostatectomia radical, em que a sobrevida em dez anos
pode atingir 90%, sendo equivalente à da população normal. O índice de recorrência
local após cinco anos é de 10% contra 40% quando se se associa a radioterapia. Esta
quando utilizada no câncer de próstata localizado ou localmente avançado (fora da
próstata, mas sem metástases) apresenta biópsias positivas de 6% a 30% dos casos
quando realizadas seis meses e dois anos respectivamente após o tratamento. Nos casos
metastáticos, o tratamento é paliativo e o prognóstico bem mais reservado. A
hormonioterapia e a radioterapia reduzem o câncer, mas ele geralmente recidiva em
alguns anos, verificando-se também o risco de impotência com estes tratamentos
(INCA, 2003).
Robbins et al 1998, constatam que, assim como o prognóstico, o
tratamento é influenciado pelo estágio da doença. A patologia localizada é tratada
primariamente com cirurgia, radioterapia ou combinação de ambas, com taxa de
sobrevida de 15 anos em 90% dos casos. O tratamento hormonal inclui primariamente
19
20
20
orquiectomia ou administração de estrogênios ou análogos sintéticos do hormônio de
liberação do hormônio luteinizante nos casos de doença disseminada.
Portanto há de se considerar a individualidade de cada paciente para se
escolher um método de tratamento levando-se em conta a idade dos mesmos, o
estadiamento do tumor, o grau histopatológico, o tamanho da próstata, as comorbidades, a expectativa de vida, os seus anseios e os recursos técnicos disponíveis.
Sob o ponto de vista histológico, as neoplasias da próstata costumam ser
classificadas em função do grau de anaplasia celular e de distorção glandular. O sistema
de Gleason é o mais utilizado e é realizado somando-se os escores histológicos de duas
análises, primária e secundária, que variam de 1 a 5, sendo 1 o caráter mais diferenciado
e 5 mais indiferenciado. Logo, seus valores variam de 2 a 10, criando três classes de
tumor. Se os valores forem de 2 a 4, o tumor é dito diferenciado; 5 a 6, moderadamente
diferenciados e, após 7, indiferenciados.
Outro parâmetro de prognóstico é representado pelo volume da lesão
primária. Quando ela tem menos que 3 a 4cc, a incidência de metástases é nula em
pacientes com lesões de mais de 12cc quase sempre possuem metástases.
Nos Estados Unidos, estudos realizados por urologistas mostraram que o
tratamento desta doença pode ser realizado pela prostatectomia radical ou radioterapia.
Em outro estudo, 72% dos oncologistas consideram a cirurgia radical e a radioterapia
como tratamentos equivalentes (ARROLL, PANDIT & BUETOW, 2003). O enfoque da
discussão nos estudos são as conseqüências dos tratamentos, sendo que a cirurgia pode
levar à impotência sexual, às vezes, incontinência urinária que ocorre em 3% a 35% dos
pacientes operados. Finalmente, a radioterapia pode produzir queimaduras no intestino
grosso, no ânus e na bexiga, ocasionando grande desconforto aos pacientes (SROUGI,
2003). Portanto, parece claro que, ao se falar em câncer de próstata, logo se pensa em
impotência, o estigma parece estar no imaginário dos homens, sendo acometidos ou não
pela doença.
O tratamento quimioterápico para o câncer de próstata foi avaliado pela
primeira vez em 1976, quando se comprovaram 7% de respostas objetivas. Ao longo
dos anos, várias estratégias de quimioterapia isoladas ou em combinação foram
experimentadas, no entanto os resultados, seja com medicação única ou combinada,
foram desapontadores (NETTO Jr, 1999).
Contudo o tratamento quimioterápico geralmente não é utilizado
rotineiramente, pois o adenocarcinoma da próstata é pouco sensível aos antineoplásicos
20
21
21
disponíveis. O principal problema nesta fase da doença é a dor óssea, secundária a
metástases, para a qual as várias abordagens propostas são de natureza paliativa.
Os principais tipos de tratamento, a sobrevida relacionada e os principais
efeitos adversos estão resumidos no Quadro 1.
Quadro 1 – Tipos de tratamento para o câncer de próstata, sobrevida relacionada e
efeitos adversos:
Tratamento
Índices de sobrevida
Efeitos adversos
Conduta
A mortalidade por câncer de próstata em 20 anos Ansiedade,
Expectante
é de 25% para neoplasias menos agressivas;
incidência
35%-71% para neoplasias mais agressivas
sintomas
maior
de
urinários
obstrutivos
Remoção
10% a 20% das neoplasias malignas detectadas Impotência,
cirúrgica
por PSA apresentam sinais de recorrência em incontinência
da glândula
dez anos; menos de 5% morrem desse câncer.
Radioterapia
Dentro de cinco anos após o tratamento, 10% a Impotência,
Externa
20%
das
neoplasias
detectadas
por
PSA incontinência,
apresentam sinais de recorrência; menos de 10% micção dolorosa ou
morrem desse câncer
freqüente, disfunção
intestinal
Braquiterapia Poucas informações de longo prazo
Impotência,
incontinência,
micção dolorosa ou
freqüente, disfunção
intestinal.
Fonte: (DUDLEY,T & NAGLE, J, 2005)
Ao planejar o tratamento para o câncer de próstata, geralmente os
especialistas escolhem o método levando em conta o estágio da doença e a perspectiva
de vida do homem. Nos estágios T1, geralmente os tumores não são pressentidos no
toque retal; no T2, são pressentidos no toque retal, mas ainda estão circunscritos à
próstata. O tratamento dos tumores compreendidos nos estágios T1 e T2 se faz por meio
de cirurgia, radioterapia e observação. Os estágios T3 e T4 englobam tumores que
ultrapassam o envoltório da cápsula e geralmente já têm um prognóstico sombrio, e a
conduta geralmente se faz por radioterapia externa. Os tumores classificados como N+
21
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M+ são tumores metastáticos, em que a estratégia é o tratamento endócrino com
hormônios que anulam a testosterona (SROUGI, 2003).
Os procedimentos para a classificação TNM são os seguintes:
•
Categorias T: Exame físico, diagnóstico por imagem, endoscopia, biópsia e
exames bioquímicos.
•
Categorias N: Exame físico e diagnóstico por imagem
•
Categorias M: Exame físico, diagnóstico por imagem, investigação do esqueleto
e exames bioquímicos.
Classificação TNM para o Câncer de próstata(adenocarcinomas)
Próstata
T1
Não paupável ou visível
T1a
< 5%
T1b
> 5%
T1c
Biópsia por agulha
T2
Tumor confinado a próstata
T2a
< metade de um lobo
T2b
> metade de um lobo
T2c
Ambos os lobos
T3
Através da cápsula prostática
T3a
Extracapsular
T3b
Vesícula(s) seminal(s)
T4
Fixo ou invade estruturas adjacentes:
Colo vesical, esfíncter externo, reto,
músculos elevadores do ânus, parede
pélvica
N1
Linfonodo(s) regional(ais)
M1a
Linfonodo(s) não regional(ais)
M1b
Osso
M1c
Outra(s) localização(ões)
Fonte:Inca, 2004
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2.4. A masculinidade e a prevenção do câncer de próstata
Em geral, os estudos relativos à prevenção do câncer de próstata focam
aspectos relativos à parte clínica dos exames envolvidos, não levando em conta os
aspectos subjetivos, relacionados principalmente à masculinidade (GOMES et al, 2008).
O ato de realização do toque retal é delicado para o homem, pois, neste momento, sua
visão da masculinidade torna-se ameaçada. Geralmente, o homem tem um imaginário
machista: traz consigo que seu corpo não foi feito para ser penetrado e sim penetrar. A
abordagem dos aspectos sexuais nos remete à questão da força da cultura nos padrões de
comportamento das pessoas. De acordo com Cavalcanti (1990), “a cultura é
extremamente marcante e, tanto quanto a vida biológica, interfere na formação da
personalidade do ser humano”. Para o autor, “se quisermos entender o homem, qualquer
que seja sua idade, sexo, cultura, tempo ou país em que vive, teremos que estudá-lo no
seu grupo sociocultural”.
O exame retal digital expõe o homem ao toque genital, que o remete à
questão da homossexualidade, comportamento considerado desviante na sociedade,
principalmente para a Igreja, que realça a procriação como a finalidade principal da vida
sexual. Assim, os homens são educados para exercer a heterossexualidade e repelir
qualquer atitude que os aproxime da homossexualidade (CAVALCANTI, 1990).
Percebe-se ainda nos dias de hoje que são passados preconceitos e mensagens
indevidas referentes à sexualidade por pessoas significativas, como pais, professores e amigos, o
que pode levar a sentimentos maléficos de erro, pecado, culpa, vergonha, sujeira, dano,
imoralidade, doença, proibição, enfim, a toda sorte de distorções totalmente nocivas à pessoa
(BARBOSA, 1994).
Como estes valores são apresentados aos homens de forma
acentuada durante a vida, na idade de realizar o exame de toque retal percebe-se este
temor.
Jesus (1999) ressalta que “compreendemos a força dos conceitos sobre a
sexualidade que são passados de geração em geração, que, mesmo sofrendo
modificações, ainda conserva-se em seu bojo a mesma estrutura de gerações anteriores”.
Esta afirmação pode ser complementada pelo autor Vitiello (1996), que faz
considerações sobre machismo, pois acredita que herdamos o machismo de nossos
antecessores culturais há, pelo menos, seis mil anos. “Usado inicialmente como
instrumento preservador do poder masculino, o machismo deu tão certo, como recurso,
que até hoje ainda não conseguimos nos livrar adequadamente de suas conseqüências”.
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Pelos preceitos machistas, ao homem não é permitida a preocupação com o corpo, a
emoção.
Em relação ao câncer de próstata, por se tratar de região genital, de uma
parte do corpo considerada “reservada”, permeada de preconceitos e tabus, transmitidos
de geração em geração, o homem, ainda hoje, século XXI, expressa e verbaliza a
vergonha na hora de se referir ao exame de toque retal. Segundo Gomes (2003), o toque,
que envolve penetração, pode estar associado tanto à dor física quanto à simbólica, que
se associa também à violação. Outro medo que o autor considera é o medo de ereção
durante o toque, que pode ser visto como prazer, pois no imaginário masculino, “a
ereção pode estar associada ao prazer e não consegue imaginá-la como fisiológica”.
Outro dado a ser salientado é que os homens podem apresentar frente ao
exame digital constrangimento porque tal procedimento “viola” os preceitos
masculinos, em sua condição de ser ativo. Assim, Nascimento (2005) considera que o
homem que realiza o exame poderia estar conspirando contra sua masculinidade.
Percebe-se que ainda existem muitos mitos em relação às questões subjetivas
envolvidas no toque retal e, para desmitificá-las, demandará tempo para que novas
pesquisas que enfoquem o assunto sejam realizadas.
Lara (2005) explica as barreiras geralmente encontradas no tratamento
para o câncer de próstata e as enumera, quais sejam: como a falta de informação dos
homens; o preconceito ao toque retal e o medo de procurar o urologista e levar uma
“dedada”, a dificuldade de acesso médico especializado; medo de ficar impotente.
Investindo na saúde masculina o Ministério da Saúde fez um
levantamento com as Sociedades Médicas Brasileiras incluindo antropólogos,
psicólogos, membros do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do
Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), a fim de
investigar por que os homens vão pouco ao médico. Após ouvirem os especialistas
chegou-se a um consenso onde foram apontadas as principais barreiras que os homens
enfrentam para ir ao médico que são: culturais, institucionais e médicas.
(CAVALCANTI, 2008)
O autor coloca a barreira cultural ligada a masculinidade, onde os
homens se acham imunes, já as institucionais acontecem porque geralmente eles não
são ouvidos nos consultórios, e médicas estariam ligada à falta de postura de alguns
profissionais de saúde e as consultas de curta duração não permitindo ao homem se
expressar.
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O grande desafio desta política é mudar este comportamento, e
possivelmente formar centros de chek-up para homens com atendimento no mínimo nas
especialidades de cardiologia, urologia e pneumologia. (CAVALCANTI, 2008)
Diante do exposto, percebe-se que apesar da evolução o homem tem em
sua raiz preceitos antigos que precisam ser trabalhados de forma a desmistificar estas
questões visando melhorar a sua qualidade de vida.
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CAPÍTULO III
MODELO CAP
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3. MODELO CONHECIMENTOS, ATITUDES E PRÁTICAS (CAP)
3.1. Conceitos básicos
Antes de se fazer uma abordagem sobre algumas teorias de natureza
psicossocial que se propõem a explicar as características das relações entre a tríade
conhecimentos, atitudes e práticas (CAP), achou-se oportuno apresentar alguns
conceitos que servirão de base para este estudo.
Conhecimento, atitude e prática constituem-se conceitos diferenciados,
embora correlacionados (MARINHO et al, 2003).
O conceito de conhecimento, segundo Pinto (1985), “é a capacidade que
o ser vivo possui para representar o mundo que o rodeia e reagir a ele. Para Drucker
(1993), conhecimento é a aquisição de um conjunto formado por experiências, valores,
informações de contexto e criatividade aplicadas a novas experiências. Já Marinho
(2003) diz que é a habilidade para aplicar fatos específicos na resolução de problemas,
ou, ainda, emitir conceitos com a compreensão adquirida sobre determinado evento.
Percebe-se que, na prática, as pessoas utilizam-se dos conceitos de
informação e conhecimento como se fossem sinônimos, no entanto muitas delas pensam
que têm conhecimento a respeito de determinado assunto, quando, na verdade, possuem
informação sobre o mesmo.
Lucci (2003) utilizou-se do texto extraído da obra “Na Era do Capital
Humano”, de Richard Crawford (2003), que faz as seguintes colocações sobre
conhecimento e informações: “um conjunto de coordenadas da posição de um navio ou
um mapa do oceano são informações, a habilidade para utilizar essas coordenadas e o
mapa na definição de uma rota para o navio é o conhecimento”. Ou seja, o autor mostra
que conhecimento e informações estão articulados e que estes conceitos passam pela
vinculação das pessoas, bem como que um depende do outro, ficando a informação
estéril se não houver o conhecimento do homem para aplicá-la. Outro fator a ser
considerado é que o conhecimento é baseado nas informações prévias. Para gerar
conhecimento, faz-se necessário interpretar fatos, além de criar novas associações
(MARX e BENTO, 2004).
Atitude é essencialmente ter opiniões, sentimentos, predisposições e
crenças, relativamente constantes, dirigidos a um objetivo, pessoa ou situação.
Relaciona-se ao domínio afetivo e à dimensão emocional. Para Richardson e
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colaboradores (1999), as atitudes são predisposições para reagir positiva ou
negativamente a respeito de certos objetos, instituições, conceitos e outras pessoas.
O conceito de atitude, segundo Rodrigues (1978), é um conceito muito
controverso. O autor relata um estudo realizado por Alport, em 1935, que já apresentava
muitas definições sobre o termo. Afirma ainda que atitudes sejam variáveis
intervenientes não observáveis, mas diretamente inferíveis do comportamento
observável, integrando-as a três componentes que são o cognitivo, afetivo e
comportamental.
Bem (1973) acrescenta mais um componente da atitude, ou seja, divide-a
em quatro partes, cognitiva, emocional, comportamental e social, argumentando que as
atitudes humanas se fundamentam em quatro atividades do homem: pensar, sentir,
comportar-se e interagir com os outros, definindo atitudes como os gostos e as
antipatias.
Prática “é a tomada de decisão para executar a ação”. Relaciona-se aos
domínios psicomotor, afetivo e cognitivo-dimensão social (MARINHO, 2003). Embora
se espere que as práticas sejam executadas em consonância cognitiva, muitas vezes isso
pode não acontecer. Por exemplo, há sujeitos que adotam práticas, a despeito de
conhecer a potencialidade negativa de seus efeitos na saúde.
Na prática, observa-se que as pessoas não atuam simplesmente em
função do conhecimento que possuem, pois muitos indivíduos adotam práticas que
freqüentemente acabam afetando a sua saúde, seja em curto, médio ou em longo prazo
(STRIMISKA, 1985). Um exemplo que ilustra bem esta situação diz respeito aos
médicos fumantes, que, apesar de possuírem um conhecimento correto de que o cigarro
é prejudicial à saúde, tal conhecimento não é suficiente para a mudança de atitude e/ou
prática. Isso mostra dissonância cognitiva entre o conhecimento e a prática.
Portanto, para que não haja dissonâncias entre atitudes e práticas, é
necessário considerar a situação em que o objeto se encontra, os conceitos de apoio
estruturais e de coerção social. Somente a partir do controle dos fatores negativos, o
sujeito poderá alcançar um CAP positivo.
3.2. Os pressupostos do Modelo CAP
A discussão sobre conhecimento principalmente vem sendo usada há
muito tempo, por filósofos e, mais recentemente, por psicólogos e outros cientistas do
comportamento e tem trazido contribuições e reflexões sobre os fundamentos de
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atitudes, buscando as relações consistentes e inconsistentes entre conhecimentos,
atitudes e práticas.
O modelo CAP foi proposto visando facilitar a fase do diagnóstico no
planejamento em educação para saúde. Esta teoria parte do pressuposto de que os
conceitos propostos facilitem o diagnóstico educativo e a intervenção em saúde
(CANDEIAS & MARCONDES, 1979).
Segundo o modelo comportamental de conhecimentos, atitudes e práticas
(CAP), um comportamento em saúde prende-se a um processo seqüencial, com origem
na aquisição de um conhecimento cientificamente correto, que pode explicar a formação
de uma atitude favorável e a adoção de uma determinada prática de saúde (CANDEIAS
& MARCONDES, 1979; ABREU, 2002; MARTINS, 2001). De acordo com a premissa
do CAP, na área da saúde, se proporcionar um conhecimento correto, possibilitaremos a
mudança de atitude das pessoas, as quais, posteriormente, poderão atuar positivamente
(LEÓN, 1996; CANDEIAS & MARCONDES, 1979).
Entende-se que esses aspectos têm grande relevância para o planejamento
em saúde, cabendo aos gestores e profissionais da área buscar um diagnóstico dos
conhecimentos, atitudes e práticas em saúde dos usuários e até mesmo dos próprios
profissionais, de modo a possibilitar o desenvolvimento de atividades que favoreçam
um CAP desejável, do ponto de vista da saúde pública.
3.3. O Modelo CAP e o Câncer de Próstata
Analisando artigos sobre conhecimentos, atitudes e práticas, observa-se
que as práticas de enfermagem têm priorizado programas de educação em saúde, sendo
que o foco destes é aumentar a aceitação do modelo CAP de forma que possa mudar o
comportamento dos usuários ante aos fatores de risco para adoecimento. Estudos
prévios (MCCOY et al, 1995; LIVINGSTON et al, 2001; MYERS et al, 1994) sobre
CAP mostram que a informação sozinha não é suficiente para estabelecer um hábito
regular e consistente (anual) do rastreamento para câncer de próstata.
Mccoy et al (1995) apontaram a falta de conhecimento como fator
determinante para decisão de realizar exames de detecção precoce para o câncer de
próstata, pois, em seu estudo, a maioria dos homens referiu não ter conhecimento sobre
câncer de próstata e as complicações de seu tratamento. Alguns dados demonstraram
associação clara entre conhecimentos, atitudes e crenças que sofreram interferência no
processo de delimitação do estadiamento do tumor e índice de mortalidade. A melhora
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nos cuidados de saúde destes homens passou pelo estímulo do CAP que mostrou
quando e como realizar o rastreamento. O CAP visa o aumento da utilização dos
serviços de saúde (avaliação, acesso e aceitação), promovendo educação em saúde com
ênfase nos programas de detecção precoce em populações com menor acesso ao sistema
(MCCOY et al, 1995).
A aderência ao exame de toque retal mostra que, quando os homens
obtêm um resultado negativo num primeiro exame, apenas 63% voltam a fazer um
segundo exame, contra 22% num terceiro exame (SROUGI, 2003).
Neste sentido, percebe-se a necessidade de investimentos em ações de
saúde para este grupo específico, pois se trabalharmos de forma a sensibilizar os
homens isto poderá levá-los a ter uma atitude e uma prática positiva para a realização
dos exames de detecção precoce como e preconizado pelo Ministério da Saúde.
3.4. O Enfoque da Consistência Contingente a Educação em Saúde
Considera-se que a educação em saúde é o processo pelo qual os
indivíduos mudam ou adquirem conhecimentos, atitudes e práticas condizentes com a
boa saúde, tal como definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Segundo Derryberry (1960), “educação em saúde diz respeito a um
conjunto de experiências do indivíduo que modificam os seus conhecimentos, atitudes e
práticas, assim como o processo e esforços que visam a produzir tais modificações”.
Segundo Marcondes (1974), “educação em saúde é um processo essencialmente ativo
que envolve uma mudança no modo de pensar, sentir e agir dos indivíduos, visando à
obtenção de saúde”.
Na área da saúde, existe um grande interesse pelo estudo das relações
entre conhecimentos, atitudes e práticas com o fim de promover resultados satisfatórios
em pesquisas (MARINHO et al, 2003). De acordo com Candeias & Marcondes (1979),
como parte do planejamento da educação em saúde, cabe aos profissionais da área fazer
um diagnóstico dos conhecimentos, atitudes e práticas em saúde do educando, antes da
intervenção, para, posteriormente, desenvolver atividades programadas que lhe
permitam alcançar os conhecimentos, atitudes e práticas desejadas do ponto de vista da
saúde pública.
Cabe aos responsáveis neste processo educacional fornecer estrutura
capaz de intensificar a atitude de forma a levar o indivíduo a tomar uma prática
favorável. Cyrino & Pereira (2004) mostram propostas educativas com diferentes
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métodos de ensinar, a fim de atingir um conteúdo esperado. Eles trabalham rompendo
com o método tradicional de ensinar e aprender, atuando de forma a estimular a gestão
participativa dos protagonistas. Postulam que o aprendizado é um processo complexo e
que não acontece de forma linear, e sim por acréscimo, de modo a somar alguns novos
elementos aos que sabíamos antes.
Por ser complexo, estrutura-se mediante redes de conexão que o sujeito
faz, “reelaborando associações singulares que se ampliam e ganham novos sentidos à
medida que é capaz de desenvolver novas relações de problemas que esclarecem novas
questões, abrindo-se para aprendizagens mais complexas” (PENAFORTE, 2001).
O enfoque da consistência contingente interpreta consistências entre
atitudes e práticas, não meramente a partir da atitude do educando em relação ao objeto
(AO), mas, também, a partir da sua atitude em relação à situação em que o mesmo se
encontra (AS). Segundo Rokeach, o comportamento ou as práticas dos indivíduos
decorrem de uma atitude em relação a dado objeto e de uma atitude em relação às
circunstâncias que envolvem esse objeto. Estas circunstâncias podem prender-se a
normas sociais, valores culturais e papéis, entre outros fatores. Portanto para entender o
comportamento humano torna-se necessário entender duas ordens de atitudes
(C=AO+AS). Um exemplo: um indivíduo pode apresentar uma atitude positiva em
relação à necessidade de fumar (AO+), mas reconhecer por outro lado, que o fumo o
tranquiliza (AS-), permitindo-lhe melhor controle das situações problemáticas que
provocam o aumento de tensões emocionais.
A enfermagem tem aqui, no que se relaciona com o câncer de próstata,
algumas oportunidades reais de atuação, tanto na formação de conhecimento com
atuação direta junto à sociedade, quanto na criação de atitudes positivas com relação à
sua prevenção, tanto do ponto de vista de objeto (demonstrando a relevância do
diagnóstico precoce desta doença) quanto do ponto de vista da situação (informando e
demonstrando a inocuidade e simplicidade dos exames para sua prevenção)
Sendo assim, a enfermagem pode trabalhar de forma a disseminar os
conteúdos em relação ao câncer de próstata, promovendo meios para estimular os
homens a realizarem os exames de detecção precoce, ou seja, divulgando informações
sobre os exames desmistificando o tabu existente e a falta de conhecimentos sobre o
assunto.
BOEHM et al (1995), em seu estudo cujos sujeitos eram homens afroamericanos, concluíram que os programas de educação em saúde têm resultados
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positivos, na medida em que o participante ganha nova informação a cada encontro.
Mostram ainda resultados de estudos prévios, em que a informação sozinha mostrou-se
insuficiente para o paciente estabelecer o hábito consistente e regular para o
rastreamento (UNDERWOOD,1991). Uma participação individual e regular no
programa necessita de um conjunto de informações e comportamentos e que geralmente
oferece dificuldades para que as pessoas a encaixem no seu dia-a-dia. Esses desafios
são aumentados com a falta de cuidados de saúde por parte dos homens e a
insensibilidade dos sistemas governamentais no que tange à temática.
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CAPÍTULO IV
MATERIAL E MÉTODOS
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4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Delineamento do Estudo
Trata-se de um estudo seccional, desenvolvido através de inquérito
domiciliar, que foi realizado em uma área adscrita ao PSF, Unidade de Saúde Francisco
Teixeira, localizada no Município de Juiz de Fora - MG.
Os inquéritos de saúde podem ser definidos como tipos de estudos
descritivos ou analíticos, longitudinais ou transversais sobre diversos aspectos
relacionados ao estado de saúde, demanda e utilização de serviços de saúde, através de
amostras representativas de uma determinada população (CAMPOS, 1993).
A questão central dos inquéritos reside na quantificação dos problemas
de saúde e na forma como são “percebidos” pelas pessoas. Entre as diversas funções dos
inquéritos de saúde, o principal objetivo é revelar o estado de saúde e doença na
população, gerando informações que auxiliam na determinação de processos que levam
a agravos, necessidade de serviços de saúde, entre outros (PEREIRA, 2000).
Os inquéritos sobre conhecimentos, atitudes e práticas justificam-se pela
constatação de que indivíduos são diferentes em relação aos conhecimentos sobre saúde,
têm atitudes que não são uniformes e diferem em relação, à prática que adotam para si e
seus familiares, aspectos estes que guardam estreito relacionamento. Além disso, as
informações resultantes do inquérito são úteis para o planejamento e condução de
programas e atividades (PEREIRA, 2000).
4.2. População de estudo e amostra
A população de estudo foi constituída por amostra aleatória simples
composta de 160 homens com idade entre 50 e 80 anos de idade do total de 457 homens
da área adscrita ao PSF citado. O Cálculo do tamanho da amostra foi feito a partir da
seguinte fórmula:
Onde N= população total de homens na faixa etária considerada na área adscrita (457); z= valor
correspondente ao nível de confiança ao quadrado (1,962=3,84); d= precisão absoluta ao quadrado
(0,062=0,0036); p= proporção da população com a característica em estudo (0,5).
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Como critérios de inclusão, foram escolhidos para participar do estudo
homens residentes na comunidade adscrita do PSF com idade entre 50 anos e 80 anos,
independente da existência de história anterior de câncer de próstata ou não.
Já os critérios de exclusão englobaram: homens com menos de 50 anos,
pois não se constituem grupos prioritários para a detecção precoce para este câncer
(INCA, 2005; SBU, 2002); homens com idade superior a 80 anos, uma vez que, entre
eles, problemas urológicos e o próprio câncer já são muito freqüentes, minimizando
chances de detecção precoce (INCA, 2002; FERREIRA & NARDI, 1999; SROUGI,
2003).
Para a seleção dos sujeitos, procedeu-se da seguinte forma: analisaram-se
todas as fichas cadastrais do PSF (n=854), após separar as dos homens desta região que
atendiam aos critérios de inclusão (idade entre 50-80, n=457), sorteou-se uma amostra
aleatória simples, que se compôs de 160 homens.
As visitas aos domicílios não foram agendadas. Não tivemos perda
amostral, quando não encontrávamos o usuário sorteado procedíamos outras visitas até
encontrá-los. Algumas visitas foram realizadas a noite e em finais de semana devido
horário de trabalho e disponibilidade dos usuários.
4.3. Instrumentos de coleta dos dados
Utilizou-se como instrumento de pesquisa um formulário composto de
perguntas abertas e fechadas (Anexo A), as quais tiveram como base outras de
questionários de estudos internacionais (ARROL et al, 2003; BOEHM et al, 1995;
CAMARGO, 2004; CORMIER et al, 2002; DEMARK-WAHNEFRIED et al, 1993;
LIVINGSTON et al, 2002; MCCOY et al, 1995; MYERS et al, 1994) e nacionais
(MARINHO et al, 2003, GAMARRA, 2003). O conteúdo das questões abrangeu
variáveis socioeconômicas e demográficas (idade, escolaridade, situação conjugal,
ocupação, renda e religião), além de história de queixas urológicas, história familiar e
pessoal para o câncer de próstata, conhecimentos, atitudes e prática relacionada ao
exame da próstata, como também a percepção dos usuários quanto ao acesso e
organização dos serviços de saúde.
Uma versão inicial do instrumento foi enviada para uma enfermeira
brasileira, especialista na área de saúde do homem, residente e atuante no Canadá, que
avaliou a pertinência e adequação das perguntas e do formulário com um todo, frente
35
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aos objetivos propostos. As sugestões desta pesquisadora foram então incorporadas e
uma nova versão do questionário foi elaborada.
4.4. Pré-testes e Estudo Piloto
Com o objetivo de aprimorar o formulário, avaliar a clareza na
formulação das perguntas e adequação da linguagem entre os homens, três etapas
sucessivas de pré-teste foram realizadas. Assim, foi aplicado o questionário para
homens de características semelhantes ao da população de estudo.
O estudo piloto teve o objetivo de testar a logística do estudo e o
desempenho dos entrevistadores. Nesta etapa, aplicou-se o formulário por meio de
entrevistas para 30 homens da própria comunidade, o qual fez parte do estudo principal,
no entanto esse grupo foi excluído da seleção da amostragem final.
4.5. Seleção e treinamento dos entrevistadores
Foi realizado um processo de seleção e capacitação de oito acadêmicos
do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora que
foram, posteriormente, treinados para aplicação dos formulários. Os critérios de seleção
dos alunos relacionaram-se à disponibilidade de horários compatíveis e adequados à
presença dos homens nos domicílios, ao interesse pelo estudo, à simpatia e à facilidade
de lidar com o público.
O treinamento aconteceu em três etapas, com carga horária total de 16
horas. Na primeira, apresentamos os objetivos da pesquisa e da abordagem sugerida
para aplicar o formulário. Na segunda, foram feitas simulações da aplicação entre os
próprios acadêmicos. Na terceira etapa, realizada depois do estudo piloto, foi
apresentado aos entrevistadores o formulário com as correções. Também foi informado
o tempo médio de cada entrevista com preenchimento do formulário no estudo piloto.
Os entrevistadores foram supervisionados no campo pelo pesquisador, na primeira
aplicação no domicílio, buscando apoiá-los e esclarecer possíveis dúvidas de abordagem
que pudessem ocorrer na prática do trabalho de campo.
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4.6. Elaboração do Manual do Entrevistador
O treinamento e o trabalho de campo foram guiados pelo Manual de
Aplicação do Formulário do Estudo (Anexo B), cuja elaboração teve o objetivo de
explicar passo a passo a aplicação do mesmo. O manual foi considerado oportuno e
funcional, tendo em vista que este guia foi proposto com o fim de orientar e sanar
possíveis dúvidas que poderiam surgir no campo de pesquisa na ausência da
pesquisadora. Com isso, evitou-se perda de oportunidades nos domicílios.
4.7. Definições das variáveis
4.7.1. Conhecimentos, atitudes e práticas
Para a classificação e análise do conhecimento, atitude e prática foram
adaptadas definições de outros estudos (ARROL et al, 2003; BOEHM et al, 1995;
CAMARGO, 2004; CORMIER et al, 2002; DEMARK-WAHNEFRIED et al, 1993;
LIVINGSTON et al, 2002; MCCOY et al, 1995; MYERS et al, 1994; OLIFFE, et al,
2006) e utilizaram-se variáveis ou a combinação de variáveis, conforme apresentado no
quadro 1.
37
38
38
Quadro 1 – Descrição das definições de conhecimentos, atitudes e práticas adequadas no contexto deste estudo
CAP
Conhecimento
Adequado
Inadequado
Homens que conheciam algum dos métodos de rastreamento de Homens que não conheciam nenhum dos exames
câncer de próstata (exame de toque retal e/ou PSA).
de rastreamento.
Homens que responderam “sim” à pergunta 29: “O Sr. conhece
algum exame que possa detectar esse tipo de câncer?” e que
apresentado na pergunta 29.1: “Se sim, quais exames que
poderiam detectar o câncer de próstata que o Sr conhece?” as
seguintes respostas: “toque retal”, “exame de sangue”, “PSA”,
“toque anal”, “toque”.
Atitude(opiniões) Homens que consideram muito importante a realização anual dos Homens que responderam “não” à pergunta 39 e
exames de rastreamento de câncer de próstata.
responderam que o exame deveria ser feito em uma
A seguinte combinação de perguntas foi utilizada:
freqüência maior do que anualmente, “somente se
Para quem respondeu “sim” à pergunta 39: “Na opinião do Sr, a tiver sintomas”, que “não deveriam fazer” ou “não
única forma de suspeitar se o homem tem câncer de próstata é sabiam” (pergunta 40) e que responderam à
fazendo o exame da próstata? E respondeu “anualmente” à pergunta
42
pergunta 40 “Na opinião do Sr., com que freqüência os homens “indiferente”,
da sua idade deveriam fazer os exames para detecção de câncer importante”.
de próstata”?. e respondeu “muito importante” como opção de
resposta à pergunta 42 “Na sua opinião, fazer o exame de
38
com
“pouco
as
opções
importante”
“importante”,
ou
“nada
39
39
próstata é.”
Prática
Homens que realizaram os exames toque retal e/ou PSA há Homens que realizaram os exames de toque retal ou
menos de um ano. As seguintes perguntas foram utilizadas:
“Quando foi a última vez que o Sr. realizou o exame de
próstata?” (44.2) e “Quando foi a última vez que o Sr. realizou
exame de PSA?” (45.1)
39
PSA há mais de dois anos ou nunca o realizaram.
40
40
4.7.2. Definição das co-variáveis
As idades foram agrupadas em faixa etária, utilizando-se como ponto de
corte a distribuição de tercis: 50 a 56 anos, 57 a 65 anos e 66 e mais. Já a renda familiar
per capita foi definida a partir da divisão da renda familiar mensal pelo número de
dependentes desta renda. Utilizaram-se os seguintes pontos de corte dessa distribuição
da renda per capita: “0 a 95 reais (ou até ¼ do salário mínimo); 96 a 190 reais (ou > ¼ a
½ salário mínimo); 191 a 380 reais (> ½ a 1 salário mínimo) e mais de 380 reais (mais
de um salário mínimo).
A escolaridade foi agrupada em duas categorias “fundamental
incompleto” e “fundamental completo ou mais”. Quanto à situação conjugal, foram
divididos em “casados” e “não casados” e, no que tange à religião, os participantes
foram agrupados em “católica” e “outras denominações”.
4.8. Processamento dos dados
Inicialmente,
realizaram-se
revisão
e
codificação
manual
dos
formulários. Os dados foram digitados utilizando-se o programa Epi-info (2005) e
foram submetidos às técnicas estatísticas exploratórias: média, desvio padrão (DP) e
distribuição de freqüências. Associações estatísticas de análises bivariadas foram feitas
por meio do teste de qui-quadrado com níveis de significância de 5%.
4.9. Questões Éticas
Para a realização desta pesquisa, solicitou-se autorização à Gerência de
Atenção Básica da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora (Anexo C).
Cada entrevistador assinou o Termo de Sigilo assumindo o compromisso
de manter sigilo das informações fornecidas pelos entrevistados (Anexo D), bem como
se comprometendo a realizar encaminhamento do usuário à unidade de saúde de origem
quando este apresentar alguma sintomatologia referida durante a entrevista (Anexo E).
Procurou-se atender aos requisitos da Resolução nº 196/96, de 10 de
outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, para tal, os homens elegíveis eram
convidados a participar do estudo e somente respondiam ao formulário após tomarem
40
41
41
conhecimento, por meio da leitura feita pelo entrevistador, do “Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido” e assinarem (Anexo F). Este documento explica a
natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, benefícios prévios e incômodos que esta
possa acarretar (BRASIL, 1996). Além disso, foram garantidos o sigilo das informações
fornecidas e o anonimato dos entrevistados, procedendo-se a uma identificação
numérica dos participantes.
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de
Enfermagem Anna Nery – UFRJ e aprovado sob nº 007/07 – protocolo do CEP em
05/02/2007 (Anexo G). A Prefeitura de Juiz de Fora ainda não contava com um Comitê
de Ética em Pesquisa.
4.10. O Sistema de Saúde de Juiz de Fora
Minas Gerais (MG) foi o primeiro estado da federação que instituiu por
lei (Lei nº 12.428, de 12 de dezembro de 1997) um incentivo financeiro aos municípios
que assumissem o compromisso de desenvolver e manter em funcionamento programas
específicos voltados para o atendimento à saúde das famílias, mediante comprovação na
Secretaria de Estado da Saúde. Assim, no Estado, as primeiras experiências de
implantação do Programa Saúde da Família ocorreram em 1994, após assinatura do
protocolo de intenções entre o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde.
Juiz de Fora se situa no Sudeste de Minas, possui uma extensão territorial
de 1.429,875km2 e é o segundo município do Estado, sendo o pólo de três importantes
regiões do Estado: Zona da Mata, Campo das Vertentes e Sul de Minas. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2007), o número de habitantes é
de 513.348 (sinopse preliminar), com 99% da população concentrada na área urbana. A
economia tem por base o comércio, a prestação de serviços e a indústria. O município
tem como classificação de Região Administrativa do Estado: Sudeste do Estado de
Minas Gerais; Macrorregião da Zona da Mata Mineira; Microrregião 065 (Juiz de Fora).
Em 1997 o município de Juiz de Fora aprovou seu Plano Municipal de
Saúde, uma das exigências da Lei 8142 para habilitação dos municípios nas novas
modalidades de gestão previstas na Norma Operacional Básica (NOB 96). Em 1998 o
41
42
42
município tem aprovado seu pleito e é habilitado na condição de Gestão Plena do
Sistema de Saúde, situação que perdura até hoje.
A rede assistencial do SUS de Juiz de Fora conta com 40 Unidades
Básicas de Saúde na área Urbana e 14 Postos de Saúde na zona rural, responsáveis pela
atenção básica. A cobertura da Estratégia de Saúde da Família na cidade é de 54,6%. A
atenção primária à saúde é feita por meio das Unidades Básicas de Saúde, que somam
40 UBSs, sendo que 24 destas estão organizadas com base na Estratégia da Saúde da
Família e as demais, para o atendimento básico em clínica geral, pediatria, ginecologia,
enfermagem, odontologia e assistência social. A rede conta ainda com uma cota de
exames complementares e um suprimento de medicamentos básicos, cerca de 70 itens
farmacêuticos, que tentam ampliar a resolutividade do nível de complexidade a que se
propõem, porém o desabastecimento de medicamentos e insumos diversos não tem sido
tão esporádico como gostaríamos (SMS-JF, 2006).
Atualmente, na cidade, a Estratégia da Saúde da Família encontra-se
estruturada da seguinte forma: com 80 Equipes de Saúde da Família (ESF) e uma ESF
na Zona Rural, atendendo a uma população de 177.706 habitantes. As equipes somam
80 médicos, 80 enfermeiros, 13 assistentes sociais, dois técnicos de enfermagem, 52
auxiliares de enfermagem e 500 agentes comunitários de saúde.
A atenção secundária é de responsabilidade dos oito Departamentos e
das duas Unidades Regionais, Leste e Norte. Destas Regionais, a Norte é uma unidade
mista, que oferta atendimento básico e de urgência e emergência. A atenção terciária é
propiciada por 16 hospitais conveniados, dos quais dois são públicos (Hospital
Universitário, federal, e Hospital Dr. João Penido, estadual) e 14 privados, com ou sem
fins lucrativos. Sendo que dez são hospitais gerais e seis são psiquiátricos, perfazendo
um total de 988 leitos gerais e 750 psiquiátricos conveniados.
A atenção quaternária é oferecida no município através da realização de
transplantes renais realizados pelas equipes do Hospital Universitário e da Santa Casa
de Misericórdia de Juiz de Fora. São também responsáveis pelo atendimento às
urgências de baixa complexidade e encaminhamentos para outros serviços (Unidades
Regionais, Departamentos e Hospital de Pronto Socorro), nos casos de atendimentos
mais complexos e urgentes e quando esgotada a sua capacidade resolutiva.
42
43
43
Os Departamentos (Depto. das Clínicas Especializadas, Saúde Bucal,
Saúde Mental, Saúde da Mulher, Saúde da Criança e Adolescente, Saúde da Terceira
Idade, Saúde do Trabalhador e Terapêuticas não Convencionais) são responsáveis pela
atenção secundária. O acesso a estes serviços é restrito e regulado pela Central de
Marcação de Consultas (CMC). Os usuários são referenciados pelas UBSs, pelos
serviços de urgência e emergência e pelos municípios pactuados.
O paciente com câncer poderá receber assistência nos Centros de Alta
Complexidade em Oncologia, Serviços Isolados de Quimioterapia ou Radioaterapia,
que compõem uma rede (CACON). Estes centros são unidades públicas ou filantrópicas
que dispõem de recursos tecnológicos necessários à assistência integral do paciente com
câncer. Esta rede de serviços é coordenada pelo INCA através do Projeto Expande,
serviços vinculados ao Sistema de Saúde (SUS) que realizam tratamento oncológico no
Brasil. A organização do fluxo de atendimento ao paciente é de competência das
Secretarias de Saúde estaduais e municipais. A recomendação geral é que o serviço
oncológico escolhido deva estar localizado o mais próximo possível à residência do
paciente.
Em Juiz de Fora, temos três Centros de Alta Complexidade para
Oncologia (CACON). Neles são realizados procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais. A
média de atendimento/mês em cada um destes centros é de 250 pacientes.
Não se encontraram dados precisos sobre a incidência do câncer de
próstata em Juiz de Fora pois a cidade segue o exemplo da dificuldade do sistema de
registro de doenças do restante do país. Foi possível investigar o número de
atendimentos nos centros de alta complexidade (CACON), onde ocorrem a nível
ambulatorial e hospitalar. Vale ressaltar que estes centros atendem pacientes de Juiz de
Fora e de outras localidades que não possuem os mesmos. Em 2007, houve 47 óbitos
pela doença de acordo com o Sistema de Notificação de Óbitos.
43
44
44
CAPÍTULO V
RESULTADOS
44
45
45
5. RESULTADOS
Apresentam-se a seguir os resultados da pesquisa composta de um total
de 160 entrevistados.
5.1. Considerações descritivas iniciais
Tabela 1 – Descrição sócio-demográfica da amostra (n=160)
Variáveis
N
%
sociodemográficas
Idade
61,5 (8,0) Variação: 50 a 80 anos
Média (DP)
54
50 a 56
33,8
35,6
57 a 65
57
49
30,6
66 e mais
Raça/cor
65
40,6
Branca
20,0
Negra
32
Mestiça
63
39,4
Situação conjugal
11
6,8
Solteiros
111
69,4
Casados
Separados
22
13,8
16
10,0
Viúvos
Escolaridade
107
66,9
Fundamental incompleto
6,3
Fundamental completo
10
Médio
14
8,8
2
1,2
Superior
27
16,8
Não freqüentaram escola
Renda familiar (em reais)
Média (DP)
308,0 (276,4)
Variação: 0 a 2.100
R$0 a 95 (até ¼ SM)
18
11,3
R$96 a 190 (1/4 a ½ SM)
34
21,2
R$191 a 380 (1/2 a 1 SM)
47
29,4
RS> 380 (> 1 SM)
24
15,0
37
não informaram
23,1
Tem plano de saúde
Não
123
76,9
Sim
37
23,1
Tem filhos
Não
17
10,6
Sim
142
88,8
Não respondeu
1
0,6
Religião
Católicos
Outras
Não têm religião
45
123
34
3
76,9
21,2
1,9
46
46
A população da amostra do estudo compôs-se de 160 homens de 50 a 80
anos de idade, com média de idade=61,5 anos e desvio padrão=8,0. Em relação à
raça/cor, 40,6% se autodeclararam brancos; 20,0%, negros e 39,4%, mestiços. A
situação conjugal distribuiu-se em: 69,4% são casados; 6,9%, solteiros; 13,8%,
separados e 10,0%, viúvos.
Identificou-se baixa escolaridade entre os entrevistados, sendo que 66,9%
informaram possuir apenas o ensino fundamental incompleto, 6,3% cursaram o ensino
fundamental completo, 8,7% concluíram o ensino médio, 1,2% informaram ter curso
superior e 16,8% informaram não ter freqüentado escola.
A respeito da renda familiar, a média de salário para o mês de
junho/julho foi de 308,00 reais (DP=276,4), sendo que 11,3% recebem até ¼ do salário
mínimo, 21,3% recebem de ¼ a ½ salário, 29,4% recebem de ½ a um salário mínimo
por mês, 15% informaram receber mais que um salário mínimo e 23,1% não
informaram a renda familiar.
Outro item prende-se à posse ou não de plano de saúde, apenas 23,1%
declararam ter plano de saúde. Dos entrevistados 88,8% (tabela 1) informaram ter
filhos. Vale ressaltar que a média do número de filhos foi 4,27 (DP=2,70), a variação foi
de 1 a 16 filhos.
Em relação à religião, 76,9% dos homens afirmaram ser católicos;
21,3%, de outras religiões e 1,9% informou não ter religião.
Tabela 2 – Hábitos relacionados à saúde entre os homens da amostra (n=160)
Hábitos relacionados à saúde
N
%
Fumo de cigarros
28,1
Fumantes
45
Ex-fumantes
71
44,4
Nunca fumaram
44
27,5
Beber bebidas alcoólicas
Sim
91
56,6
Não
69
43,4
Exercícios físicos
Sim
50
31,3
Não
110
68,7
Conforme aponta a Tabela 2, em relação ao hábito de fumar cigarros,
28,1% dos entrevistados referiram fumar, 44,4% informaram ser ex-fumantes e 27,5%,
46
47
47
nunca ter fumado. A média de cigarros consumidos foi de 18 cigarros (DP=11,92),
sendo que 39,8% dos fumantes referiram fumar mais de duas carteiras por dia.
Quanto ao hábito de beber bebidas alcoólicas, 56,6% informaram beber.
Vale ressaltar que 51,6% destes homens informaram beber apenas nos finais de semana
e 31,8% referiram beber “todos os dias” ou “quase todos os dias” nos últimos 15 dias. A
bebida referida como a mais consumida foi a cerveja ou chope (68,1%), seguida de
cachaça (15,9%) e vinho (7,2%).
Em relação a fazer ou não atividade física, 31,4% referiram realizá-la,
sendo que a atividade física mais mencionada foi a caminhada (21,9% destes), mas
68,6% afirmaram não realizar exercícios físicos.
Tabela 3 – Descrição de variáveis relacionadas à saúde entre os homens da
amostra (n=160)
Variáveis relacionadas à utilização dos serviços de
saúde
Saúde auto-referida
Muito boa
Boa
Regular
Ruim
Não sabe
N
%
37
64
50
7
2
23,1
40,0
31,3
4,4
1,2
Freqüência com que procuram médicos ou serviços
de saúde
Nunca
Raramente
Às vezes
Quase sempre
Sempre
4
22
19
46
69
2,5
13,9
12,0
29,2
42,4
Utiliza o PSF da área
Sim
Não
138
22
86,3
13,7
Quando vai ao médico do PSF, ele costuma
conversar sobre o câncer de próstata
Sim
Não
42
96
30,4
69,6
Em relação à saúde auto-referida, 23,1% informaram seu estado de saúde
como muito bom; 40,0%, como bom; 31,3% informaram ser regular; 4,4%, ser ruim.
47
48
48
Quanto à freqüência com que procuram médicos ou serviços de saúde,
observou-se que 2,5% nunca procuram os serviços de saúde, 13,9% raramente
procuram, 12,0% às vezes procuram, 29,1% quase sempre e 42,4% sempre procuram os
serviços de saúde.
Dos entrevistados, 86,3% utilizam o Programa de Saúde da Família
(PSF) da área de abrangência do estudo. No entanto, apenas 30,4% destes informaram
que os médicos deste serviço de saúde conversam sobre o câncer de próstata durante as
consultas.
Tabela 4 – Problemas relacionados à próstata referidos entre os homens da
amostra (n=160)
Problemas
Familiar com câncer de próstata
Sim
Não
Problemas de próstata
Sim
Não
Câncer de próstata
Sim
Não
N
%
25
135
15,6
84,4
19
141
11,9
88,1
3
157
1,9
98,1
Dos entrevistados, 15,6% informaram ter história familiar de câncer de
próstata, 11,9% relataram já ter apresentado algum tipo de problema na próstata como
hiperplasia/prostatite/nódulo e três homens (1,9%) referiram estar com o problema ou já
ter tido o mesmo.
Tabela 5 - Crenças referidas sobre aspectos relacionados à detecção e ao
tratamento do câncer (ca) de próstata entre os entrevistados (n=160)
O Ca pode ser curado se detectado
Concordam
Discordam
Não sabem
%
%
%
95,0
-
5,0
29,4
57,5
13,1
36,1
36,1
27,8
precocemente
Um homem com Ca pode ter uma vida
normal
O tratamento do Ca é pior que a doença
48
49
49
Um homem pode ter Ca sem sintomas
56,3
25,0
18,7
Se tiver Ca, é melhor deixar quieto, não
20,0
74,4
5,6
34,4
53,1
12,5
34,4
65,0
0,6
tratar
O exame de próstata pode afetar a
masculinidade
Se estiver bem, não é necessário fazer
exame
Com referência às crenças que envolvem a detecção e o tratamento do
câncer de próstata apresentadas na tabela 5, identificou-se que 95% dos homens
concordaram que o câncer de próstata pode ser curado se for detectado precocemente e
57,5% discordaram de que um homem com câncer de próstata possa ter uma vida
normal. Quanto à afirmativa de que um homem pode ter câncer de próstata e não
apresentar nenhum sintoma, 56,3% dos entrevistados concordou com ela. Vale ressaltar
que 36,1% concordaram com a afirmativa de que o tratamento é pior do que a doença e
20% concordaram que é melhor não tratar. Outro aspecto que merece ser salientado é
que 34,4% dos entrevistados acreditam que o exame afeta a masculinidade e o mesmo
percentual equivale aos homens que concordaram que, se o homem estiver bem, não é
necessário fazer o exame.
Ressalta-se, ainda com base na Tabela 5, o desconhecimento dos
entrevistados em relação às afirmativas que dizem respeito ao tratamento e ao câncer de
próstata em si, por exemplo, quando se identifica que responderam “não sei” 27,8% à
afirmativa “O tratamento do câncer é pior do que a doença” e 18,8%, à afirmativa “Um
homem pode ter câncer de próstata sem sintomas”.
5.2. Conhecimentos, Atitudes e Práticas relacionados ao câncer de próstata
5.2.1. Conhecimentos sobre câncer de próstata
Tabela 6 – Descrição dos conhecimentos acerca do câncer de próstata avaliados (n=160)
Conhecimentos
N
%
Ouviu falar sobre o Ca de próstata
Não
Sim
4
156
2,5
97,5
Onde/quem falou
TV/Radio/Jornal
54
33,8
49
50
50
Amigos
PSF
Outro serviço de saúde
Parentes
Outros
53
18
15
9
11
33,1
11,2
9,4
5,6
6.9
Conhece algum exame de detecção do câncer
Não
Sim
55
105
34,3
65,7
Se sim, quais exames conhece (N=105)
Toque retal
Exame de sangue
Toque retal/exame de sangue
21
46
38
20,0
43,8
36,2
Idade que os homens deveriam se preocupar mais
em fazer o exame
< 40 anos
40 a 50
> 50
Não sabem
18
121
7
14
11,2
75,6
4,4
8,8
Em relação ao conhecimento sobre o câncer de próstata, 97% afirmaram
já ter ouvido falar sobre a doença. Os entrevistados identificaram a imprensa
(TV/rádio/jornal) como principal veículo desta informação (33,8%), seguido dos amigos
(33,1%). O PSF e outros serviços de saúde, respectivamente, foram referidos apenas por
11,2% e 9,4% dos entrevistados. Além disso, 65,7% deles referiram conhecer algum
exame de detecção do câncer de próstata. Desses, 20% conheciam o toque retal; 43,8%,
o exame de sangue/PSA e 36,2% conheciam ambos (toque retal e exame de sangue). A
grande maioria dos homens (75,6%) referiu a idade adequada para o rastreamento do
câncer próstata como sendo de 40 a 50 anos (Tabela 6).
5.2.2. Conhecimentos sobre fatores/práticas
Tabela 7 – Conhecimento sobre determinadas práticas/fatores que poderiam aumentar as
chances de ter câncer de próstata na avaliação dos entrevistados (n=160)
Conhecimento sobre práticas/fatores
Fumar cigarros
Não
Sim
Não sabem
Ingerir bebidas alcoólicas
50
N
%
25
101
34
15,7
63,1
21,2
51
51
Não
Sim
Não sabem
34
96
30
21,2
60,0
18,8
Comer alimentos gordurosos
Não
Sim
Não sabem
44
90
26
27,5
56,3
16,2
Ter casos de câncer de próstata na família
Não
Sim
Não sabem
50
92
18
31,3
57,5
11,2
A Tabela 7 apresentou o conhecimento que os entrevistados têm sobre
determinadas práticas de saúde ou fatores que poderiam aumentar a chance da
ocorrência do câncer de próstata. A maioria dos entrevistados considera que o hábito de
fumar cigarros (63,1%), de ingerir bebidas alcoólicas (60%) e de comer alimentos
gordurosos (56,3%) poderia aumentar as chances da ocorrência do câncer. Além disso,
57,5% consideraram a predisposição genética, já que referiram que ter casos na família
poderia aumentar as chances de ter a doença. No entanto, destaca-se nas respostas a alta
freqüência daqueles que declararam não saber, variando de 11,2% a 21,2%. Alguns
(nove) entrevistados destacaram outros fatores como predisponentes à ocorrência do
câncer de próstata, tais como: comer muita pimenta (dois); doenças sexualmente
transmissíveis (dois); alimentos com muitos produtos químicos ou agrotóxicos (dois); ir
a boates (um); muito esforço físico (um) e comer queijo (um).
5.2.3. Atitudes em relação à detecção do câncer de próstata
Tabela 8 – Descrição de opiniões (atitudes) em relação à detecção do câncer de próstata
entre os entrevistados (n=160)
Opiniões relacionadas à detecção do Ca próstata
A única forma de suspeitar do câncer é fazendo o
exame da próstata
Não
Sim
Não sabem
N
%
9
144
7
5,7
90,0
4,3
A freqüência adequada de realização do exame para
homens da mesma idade dos entrevistados
Anualmente
A cada 2 anos
109
17
68,1
10,6
51
52
52
A cada 3 a 5 anos
A cada 5 anos
Somente quando tiver sintomas
Não deveriam fazer
Não sabem
4
4
13
3
10
2,5
2,5
8,1
1,9
6,3
Só deveriam fazer o exame os homens que tiverem
sintomas urinários
Não
Sim
Não sabem
92
52
16
57,5
32,5
10,0
Importância de
regularmente
Muito Importante
Importante
Indiferente
Pouco importante
Nada importante
87
64
5
2
2
54,3
40,0
3,1
1,3
1,3
fazer
o exame
de
próstata
Com base na Tabela 8, conclui-se que 90% dos entrevistados consideram
que o exame de próstata é a única forma de suspeição diagnóstica do câncer e 68,1%
referiram que a freqüência adequada na faixa etária dos entrevistados seria a anual. No
entanto, na opinião de 32,5% dos homens entrevistados, os exames de rastreamento do
câncer de próstata deveriam ser realizados somente na presença de sintomas urinários.
Em relação à importância dada aos exames de próstata, 54,3% referiu como “muito
importante” e 40% como “importante”, apenas 3,1% afirmaram ser “indiferente” e 2,6%
consideraram ser “nada importante” ou “pouco importante”.
5.2.4. Práticas em relação ao rastreamento do câncer de próstata
Tabela 9 – Práticas em relação aos exames de rastreamento do câncer de próstata entre
os entrevistados (n=160)
Práticas relacionados ao exame de próstata
N
%
Algum médico informou que deveria fazer
exame de próstata
Sim
98
61,3
Não
59
36,8
Não sabem/não lembram
3
1,9
Já realizou exame de próstata (toque)
Sim
87
54,3
Não
71
44,4
Não sabem/não lembram
2
1,3
Motivo da solicitação (N=87)
Tinham sintomas
18
20,9
52
53
53
Casos de câncer na família
Rotina de prevenção
O próprio participante solicitou
Outro
Quando foi a última vez que realizou (N=87)
Há menos de um ano
Entre um e dois anos
Entre três e cinco anos
Há mais de cinco anos
Já realizou PSA
Sim
Não
Não sabem/não lembram
Quando foi a última vez que realizou PSA
(N=83)
Há menos de um ano
Entre um e dois anos
Entre três e cinco anos
Há mais de cinco anos
Não sabem/não lembram
2
53
11
3
1,2
61,6
12,8
3,5
51
19
11
6
58,8
21,2
12,9
7,1
83
72
5
51,9
45,0
3,1
54
15
5
5
4
65,5
17,9
6,0
6,0
4,8
No que tange às práticas de rastreamento do câncer de próstata, 61,3%
dos homens referiram que algum médico já lhes havia informado que deveriam fazer
exame de próstata; 54,3% já realizaram o exame e o principal motivo de solicitação do
exame pelo profissional foi apontado por 61,6% dos entrevistados como sendo “rotina
de prevenção”. Ressalta-se que pouco mais da metade realizou o exame há menos de
um ano (58,8%). Quanto à realização do PSA, 51,9% afirmaram já tê-lo feito e 65,5%
informaram ter se submetido a esse exame há menos de um ano.
Tabela 10 – Barreiras (dificuldades) para realização do exame entre os
entrevistados (n=71)
Dificuldades para fazer exame
N
%
O médico nunca solicitou
24
33,8
Nunca acharam importante
8
10,9
Não têm tempo
2
2,8
Não conseguem marcar consulta com especialista
1
1,4
Têm medo de fazer
12
16,9
Consideram que os homens não deveriam fazer
2
2,8
Preferem nunca saber de uma doença como o câncer de
11
15
53
54
54
próstata
Nunca apresentaram sintomas
11
15
Não sabe dizer
1
1,4
Conforme mostra a Tabela 10, este estudo procurou identificar também
quais foram as principais barreiras para a não-realização do exame de detecção precoce
do câncer de próstata. Os principais motivos alegados pelos entrevistados foram: o
médico nunca ter solicitado tal exame (15,0%), o medo de fazer o exame (16,9%); a
opção de não saber de uma doença como o câncer de próstata e o fato de nunca terem
apresentado sintomas (6,9%) e nunca terem achado importante fazer o exame (5,0%).
5.3. Freqüência de conhecimentos, atitudes e práticas adequadas
Gráfico 1 - Distribuição de conhecimentos, atitudes e práticas
adequadas entre os entrevistados
63.8
70
60
50
40
%
30
20
10
0
40.6
conhecimentos
28.1
atitudes
práticas
De acordo com as definições prévias de conhecimento, atitude e práticas
adequadas, observou-se que 63,8% dos homens apresentaram conhecimento adequado,
40,6% com atitudes adequadas e 28,1% com práticas adequadas.
5.4. Associações entre conhecimentos, atitudes e práticas
Tabela 11 – Associação entre conhecimentos, atitudes e a prática adequada entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Práticas
Adequadas
N
%
Conhecimentos
54
Inadequadas
n
%
RP* (IC95%)
55
55
Adequados
41
40,2
61
59,8
7,6 (2,4-23,6)
Inadequados
4
6,9
54
93,1
1,0
Adequadas
25
38,5
40
61,5
1,8 (1,1-3,0)
Inadequadas
20
21,1
75
78,9
1,0
estudo
associações
significativas
Atitudes
*razão de prevalências
Encontraram-se
no
entre
conhecimentos, atitudes e práticas dos entrevistados em relação ao rastreamento do
câncer de próstata. Entre aqueles que apresentaram conhecimento adequado, encontrouse prevalência 7,6 vezes (IC95%=2,4-23,6) mais elevada para prática adequada, do que
a encontrada entre aqueles que demonstraram conhecimento inadequado. Assim como
aqueles que tinham atitudes adequadas apresentaram prevalência quase duas vezes mais
elevada (RP=1,8; IC=1,1-3,0) para práticas adequadas, quando comparados àqueles de
atitudes inadequadas.
5.5. Associações entre conhecimentos, atitudes adequadas
Tabela 12 - Associação entre conhecimentos e atitude adequada entre os entrevistados
(n=160)
Variáveis
Atitudes
Adequadas
N
Inadequadas
n
RP* (IC95%)
%
%
Conhecimentos
Adequados
50
49,0
52
51,0
2,0 (1,2-3,3)
Inadequados
15
24,6
43
75,4
1,0
Na tabela 12, observa-se que a associação entre conhecimentos e atitudes
também foi significativa. Os entrevistados que detinham conhecimentos adequados
apresentaram prevalência duas vezes mais elevada (IC95%=1,2-3,3) de referirem
atitude adequada.
55
56
56
5.6. Associação entre variáveis sociodemográficas e conhecimentos
Tabela 13 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e conhecimentos entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Conhecimento
Adequadas
Inadequadas
N
%
N
%
Faixa etária
50 a 56
37
57 a 65
38
66 e mais
27
Raça/cor
brancos
48
negros
17
mestiços
37
Situação conjugal
Casados
73
Não-casados
29
Escolaridade(N=133)
Fund. incompleto
65
Fund. Completo
22
Renda fam. per capita
(N=123)
R$ 0 a 95,00
11
R$96 a 190,00
12
R$191 a 380,00
34
R$> 380,00
19
Plano de saúde
Sim
15
Não
30
Têm filhos (N=159)
Sim
89
Não
13
Religião (N=157)
77
Católica
Outras
24
*estatisticamente significante
Valor de p
67,3
67,9
55,1
18
18
22
32,7
32,1
44,9
0,283
73,8
54,8
58,7
17
14
26
26,2
45,2
41,3
0,099
66,4
59,2
37
20
33,6
40,8
0,383
61,3
84,6
42
4
38,7
15,4
0,025*
61,1
35,3
72,3
79,2
7
22
13
5
38,9
64,7
27,7
20,8
40,5
24,4
22
93
59,5
75,6
0,055*
62,4
76,4
53
4
37,6
23,5
0,254
62,3
70,6
46
10
37,7
29,4
0,373
0,002*
Com base na Tabela 13, verifica-se que a escolaridade influenciou a
presença de conhecimentos adequados. Entre aqueles de escolaridade fundamental
completa, 84,6%, e entre aqueles de escolaridade fundamental incompleta, 61,3%
apresentaram conhecimentos adequados (p=0,025). Além disto, identificou-se
associação entre níveis de renda familiar per capita e conhecimentos (p=0,002), no
entanto, sem poder se estabelecer uma associação linear (quanto maior a renda mais
freqüente conhecimentos adequados). Por fim, entre aqueles que tinham plano de saúde
56
57
57
40,4% referiram conhecimentos adequados, entre os que não tinham a freqüência de
conhecimento adequado foi 24,4% (p=0,055). A variável faixa etária, raça/cor, situação
conjugal, ter filhos e religião foram associadas estatisticamente aos conhecimentos
adequados na amostra investigada.
5.7. Associação entre variáveis sociodemográficas e atitudes
Tabela 14 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e atitudes entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Faixa etária
50 a 56
57 a 65
66 e mais
Raça/cor
brancos
negros
mestiços
Situação conjugal
Casados
Não-casados
Escolaridade (N=133)
Fund. incompleto
Fund. Completo
Renda fam. per capita
(N=123)
R$ 0 a 95
R$96 a 190
R$191 a 380
R$> 380
Plano de saúde
Não
Sim
Têm filhos (N=159)
Não
Sim
Religião (N=157)
Católica
Outras
Atitudes
Adequadas
n
%
Inadequadas
N
%
27
20
18
50,0
35,1
36,7
27
37
31
50,0
64,9
63,3
0,223
25
15
25
38,5
46,9
39,7
40
17
38
61,5
53,1
60,3
0,716
50
15
45,0
30,6
61
34
55,0
69,4
0,087
46
10
43,0
38,5
61
16
57,0
61,5
0,675
7
10
17
12
38,9
29,4
36,2
50,0
11
24
30
12
61,1
70,6
63,8
50,0
0,457
18
47
48,6
38,2
19
76
51,4
61,8
0,257
4
61
23,5
43,0
13
81
76,5
57,0
0,124
53
10
43,1
29,4
70
24
56,9
70,6
0,150
Valor de p
Tendo em vista a Tabela 14, nenhuma das variáveis investigadas (faixa
etária, raça/cor, situação conjugal, escolaridade, renda familiar, plano de saúde, ter
57
58
58
filhos e religião) esteve associada estatisticamente à classificação das atitudes dos
entrevistados.
5.8. Associação entre variáveis sociodemográficas e práticas
Tabela 15 – Associação entre variáveis sócio-demográficas e práticas entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Práticas
n
Adequadas
%
Inadequadas
n
Valor de
p
%
Faixa etária
50 a 56
57 a 65
66 e mais
Raça/cor
brancos
negros
mestiços
Situação conjugal
Casados
Não casados
Escolaridade (N=133)
Fund. incompleto
Fund. Completo
Renda fam. per capita
(N=123)
R$0 a 95
R$96 a 190
R$191 a 380
R$> 380
Plano de saúde
Não
Sim
Têm filhos (n=159)
Não
Sim
Religião (n=157)
Católica
Outras
14
17
14
25,9
29,8
28,6
40
40
35
74,1
70,2
71,4
0,898
21
9
15
32,3
28,1
23,8
44
23
48
67,7
71,9
76,2
0,565
37
8
33,3
16,3
74
41
66,7
83,7
0,027*
28
12
26,2
46,2
79
14
73,8
53,8
0,046*
8
6
10
10
44,4
17,6
21,3
41,7
10
28
37
14
55,6
82,4
78,7
58,3
30
15
24,4
40,5
93
22
75,6
59,5
0,055*
4
40
23,5
28,2
13
102
76,5
71,8
0,686
35
9
28,5
26,5
88
25
71,5
73,5
0,820
0,056*
* estatisticamente significante
De acordo com os dados da Tabela 15, entre os casados identificou-se
proporção mais elevada de práticas adequadas (33,3%) do que entre não casados
(16,3%); (p=0,027). Entre aqueles de escolaridade fundamental completo, 46,2%, e
58
59
59
entre os de escolaridade até fundamental incompleto, 26,2%, referiram práticas
adequadas (p=0,046). A renda também esteve associada às práticas adequadas,
identificando-se freqüências mais elevadas entre os extremos da renda per capita
(p=0,056). Além disto, ter plano de saúde esteve associado às práticas adequadas
(p=0,055)
5.9. Associação entre freqüência com que vai ao médico e práticas
Tabela 16 – Associação entre freqüência com que vai ao médico e práticas entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Adequadas
n
%
Prática
Inadequadas
n
%
Valor de p
Freqüência com que vão
ao médico
Nunca/Raramente
Às vezes
Quase empre/Sempre
4
3
39
15,4
15,8
33,8
22
16
76
84,6
84,2
66,2
0,760
Tendo em vista a Tabela 16, observa-se que não é possível estabelecer
associação entre a freqüência com que vão ao médico e suas práticas.
5.10. Associação entre freqüência com que vai ao médico e atitude
Tabela 17 – Associação entre freqüência com que vai ao médico e atitude entre os
entrevistados (n=160)
Variáveis
Adequadas
n
%
Atitude
Inadequadas
n
%
Valor de p
Freqüência com que vão
ao médico
Nunca/Raramente
Às vezes
Quase sempre/Sempre
9
8
48
34,6
42,1
41,5
17
11
67
65,4
57,9
58,4
0,799
Observou-se na tabela 17, que não há associação entre a freqüência com
que vão ao médico e atitudes, ou seja, identificou-se proporções semelhantes sob o
59
60
60
ponto de vista estatístico (p=0,799) de práticas adequadas entre quem referiu
nunca/raramente (34,6%); às vezes (42,1%) e quase sempre/sempre (41,5%).
60
61
61
CAPÍTULO VI
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
61
62
62
6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A proposta do PSF busca ressaltar uma nova concepção de assistência à
saúde, através de ações preventivas, intervenção sobre os fatores de risco e do
desenvolvimento da promoção e qualidade de vida. Propõe ações a serem realizadas
com ênfase em atividades educativas, prevenção de riscos e agravos específicos, além
de ações básicas de atenção à saúde aos grupos prioritários em um determinado
território (TEIXEIRA, 2002; BRASIL, 2000abc). O perfil da amostra é exatamente este,
ou seja, uma população com baixa renda e escolaridade que precisa ser vista como
prioritária.
Ainda em relação à situação socioeconômica da amostra, a baixa renda
familiar mensal específica (média de R$ 308 reais) reflete sobre outras questões.
Segundo Hegarty et al (2000), pessoas em condições socioeconômicas nada favoráveis
têm maior dificuldade de acesso ao sistema de saúde: conseqüentemente, estão mais
expostas aos agravos de saúde, podendo o câncer ser um deles. Os exames de
rastreamento para o câncer de próstata são, com certeza, a etapa mais importante do
tratamento do mesmo, principalmente em países em desenvolvimento, pois é nessa fase
inicial da doença que se tem a oportunidade de oferecer aos homens um método de
tratamento eficaz e mais barato, contribuindo para a manutenção da qualidade de vida.
Deste modo, não é possível dissociar o papel dos responsáveis pela adoção de políticas
públicas e o dos profissionais da área da atuação no aspecto da educação em saúde da
população.
Complementando o perfil socioeconômico da amostra, a análise da
escolaridade demonstra situação nada favorável, já que 66,9% dos entrevistados têm
formação fundamental incompleta, 16,8% não freqüentaram escola. Ressalta-se que
apenas dois entrevistados tinham curso superior. Gomes et al (2008) destacam que as
pessoas tomam decisões de acordo com suas visões de mundo, a forma como vêem as
coisas. Neste sentido, Gomes et al (2008) sugerem que as percepções dos sujeitos
devam ser levadas em conta no planejamento dos programas de rastreamento. Por se
tratar de uma comunidade específica, os recursos para realização da detecção devem
representar uma prioridade no planejamento das ações de saúde.
Lucumí-Cuesta et al (2005) associam a falta de informação sobre a
prevenção ou sobre o tratamento do câncer de próstata a baixos níveis de escolaridade.
Colocam que a desinformação atinge em maior intensidade a população masculina com
62
63
63
menor nível de escolaridade e poder socioeconômico, o que demanda ações educativas
voltadas principalmente para este grupo.
A alta taxa de fecundidade identificada (média de 4,27 filhos) pode ser
vista como reflexo da associação de baixa renda e baixa escolaridade, pois, segundo
enfoque de Hegarty et al (2000), esses dois fatores criam um grupo com pouco acesso
ao sistema de saúde. De um modo geral acredita-se que estes homens não obtiveram
informação a respeito de planejamento familiar, e os recursos destinados à saúde estão
aquém do necessário. Nesse sentido, é fundamental que se lance mão de alternativas
para procurar corrigir esta distorção.
Nota-se que a situação conjugal não foi estaticamente significativa para o
conhecimento e atitude, mas foi para a prática. A explicação para esse achado pode
sustentar-se no fato de a união estável funcionar como um fator de proteção para estes
homens, no qual as mulheres contribuem para que eles tenham mais cuidados com a
saúde. Embora vários estudos mostrem uma ampla discussão sobre a masculinidade na
área da saúde em geral, ainda há insuficiência de estudos sobre o empenho masculino
voltado para o estilo de vida saudável e a promoção da saúde (COURTENAY, 2000).
Em relação aos hábitos de vida da amostra, encontraram-se ainda muitos
homens fumantes e usuários de bebidas alcoólicas, o que os expõe mais aos fatores de
risco para o câncer de próstata (NETTO Jr, 1999; SROUGI, 2003). A pequena parcela
dos participantes do estudo que pratica exercícios físicos (31,3%) completa as
características de indivíduos com pouca saúde: fumantes, etilistas e sedentários.
Sobre hábitos de vida, Czeresnia (2003) destaca: “a prevenção se volta
para uma ação orientada para que o sujeito não adoeça e possa desfrutar de melhor
qualidade de vida, para tal, é necessário envolvê-lo com informações relevantes para
que se insira ativamente e possa incorporar hábitos preventivos”.
De acordo com O National Institute dos Estados Unidos da América –
NL (2004) esta instituição pontua que existem 2 fatores de risco para o câncer de
próstata: o fumo e genes específicos do homem. Porém somente o fumo pode ser
evitado. Portanto a adoção de hábitos saudáveis de vida parece uma forma de se
prevenir qualquer câncer, inclusive o de próstata. Dentre esses, podemos citar: controlar
o peso, beber com moderação, limitar o uso do açúcar e do sal e praticar exercícios
físicos. Em geral, dietas consideradas saudáveis ocupam um lugar significativo para boa
saúde e prevenção de doenças. Neste aspecto, Srougi (2003) informa que, em estudo
63
64
64
realizado na Universidade de Harvard (Estados Unidos), verificou-se que a ingestão
abundante de tomate e seus derivados parecem diminuir em 35% os riscos para o câncer
de próstata. Afirma também que o tomate é rico em licopeno, um β-caroteno natural
precursor da vitamina A.
Fagundes et al (2002), trazem recomendações sobre a prevenção do
câncer de próstata através de uma dieta saudável. Dentre as recomendações, destacamse as seguintes: aumentar o consumo de fibras de 25 a 30 gramas/dia, com limite
superior a 35 gramas; consumir uma a duas porções de peixe por semana; consumir no
mínimo cinco porções de verduras e frutas ao dia. A complementação dietética e de
vitaminas também é colocada como forma de prevenção para o câncer de próstata
(SROUGI, 2003). Neste sentido, faz-se necessária a divulgação aos homens sobre todas
as questões que envolvem hábitos saudáveis.
Na amostra estudada nesta pesquisa, no que tange à saúde dos
entrevistados, a maioria declarou possuir uma saúde boa (40,0%) ou regular (31,3%),
bem como que vai ao médico com grande freqüência (sempre), o que difere do esperado
para o gênero estudado, pois geralmente os homens não demonstram preocupação com
autocuidado. Eles padecem mais em condições severas e crônicas de saúde do que as
mulheres e também morrem mais pelas principais causas de morte. (COURTENAY,
2000; LAURENTI, 2005; LUCK et al, 2000). Entretanto, apesar de as taxas masculinas
assumirem um papel significativo nas taxas de mortalidade, observa-se ainda que a
presença dos homens é menor na atenção primária (FIGUEIREDO, 2006; PINHEIRO,
2002).
Ao analisarmos a utilização dos serviços de saúde, percebe-se que a
assistência à saúde nas Unidades Básicas de Saúde tem enfoque direcionado a mulheres,
crianças e idosos. A assistência à saúde dos homens ocorre de forma indireta, quando
são incluídos em grupos de atenção preventiva, como hipertensos, diabéticos ou durante
atendimentos de urgência e emergência. Figueiredo (2006) aponta este aspecto e
enfatiza que as unidades de saúde são vistas como espaços femininos pela comunidade,
onde o trabalho desenvolvido pelos profissionais também é direcionado neste sentido.
Isso pode ser visto com muita clareza em relação ao câncer de próstata, pois as UBSs
geralmente não possuem programas específicos destinados à saúde do homem,
principalmente com enfoque para o câncer de próstata.
64
65
65
A maioria dos homens entrevistados relatou freqüência a médicos ou
serviços de saúde sempre ou quase sempre, embora tenha classificado seu estado de
saúde como bom ou regular, e referiu não conversar sobre o câncer de próstata com o
seu médico. Este fato traduz a falta de informação para o usuário estudado nesta
pesquisa no que se refere a uma patologia que incide sobre sua faixa etária, neste caso, a
quantidade não traduziu qualidade no atendimento no que se relaciona à doença
estudada. Mccoy et al (1995) encontraram dados semelhantes em seu estudo, em que os
médicos não informaram a seus pacientes sobre a necessidade de rastreamento para o
câncer de próstata.
Na amostra, a prevalência de 1,9% de homens com câncer de próstata
vêm abaixo da esperada e descrita em outros trabalhos, girando entre 6% e 7%, após
transportar estatísticas americanas para o Brasil (SROUGI, 2003), o que nos permite
afirmar que o número de não diagnósticos ocorre por falta de práticas de rastreamento
e/ou a subnotificação dos mesmos. Este dado é extremamente preocupante e necessita
de medidas de correção imediatas, pois se sabe que o câncer de próstata vem
aumentando nos últimos anos (SROUGI, 2003; SBU, 2003; NETTO Jr, 1999).
Segundo dados do INCA (2005), o câncer de próstata é o tipo de
neoplasia mais prevalente em homens, considerado o câncer da terceira idade, uma vez
que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. Sabe-se que
a doença tem relação direta com antecedentes familiares, em que as chances de um
irmão desenvolver esta doença são de 16% em relação a 8% quando não há casos na
família (CLARO & SROUGI, 2001).
Este fato reforça a necessidade de realizar políticas públicas ações
governamentais, visando à prevenção desta doença. Desta forma, os gestores de saúde e
profissionais da área deveriam buscar um diagnóstico que contemplasse conhecimentos,
atitudes e práticas em saúde dos usuários e até mesmo dos próprios profissionais, de
modo a possibilitar o desenvolvimento de atividades educativas que favoreçam um CAP
desejável, do ponto de vista da saúde pública.
Observou-se na amostra que nem todos ouviram falar sobre a doença e,
por se tratar de uma área que recebe cobertura do PSF, acredita-se que todos os homens
já deveriam ter sido informados sobre o assunto. Isso reforça a importância de se
discutir a este respeito e implantar atividades rotineiras nas unidades de saúde que
contemplem o câncer de próstata.
65
66
66
Cabe destacar que a mídia e amigos ofereceram maior proporção de informação
do que a equipe de saúde, 66,9% contra apenas 20,6%. Com isso, conclui-se
possivelmente que a informação não esteja sendo passada ao usuário ou não esteja
sendo bem entendida pelo mesmo. É possível que esse fato se deva à rotina dos serviços
de saúde, onde os usuários recebem uma avalanche de informações, sem que se priorize
a mensagem concreta. Corroboram essa afirmativa Baraúna (2000) e Lucci (2003), que
apontam que o bloqueio às informações deve-se ao seu fornecimento abundante e
desordenado. Neste caso, seria prudente que as informações fossem transmitidas em
vários momentos e aos poucos afim de se atingir o objetivo proposto.
O objetivo do estudo foi focado em conhecimentos, atitudes e práticas,
porém considerou-se importante investigar crenças, pois os achados poderiam subsidiar
as discussões do estudo e, desta forma, permitir mais aprofundamento sobre o assunto.
Em relação às crenças referidas pelos homens do estudo, observou-se que a grande
maioria (95%) acredita que o câncer pode ser curado se diagnosticado precocemente.
Em um estudo sobre conhecimentos e crenças sobre câncer de próstata desenvolvido por
Cormier et al (2002) encontrou-se resultados semelhantes, pois os autores descrevem
que a maioria dos sujeitos do acreditam que o câncer pode ser encontrado nos exames
de rastreamento. Eles destacam que, considerando o impacto do tratamento, 85% dos
participantes pensam que um homem com câncer de próstata pode levar uma vida
normal, porém 25% consideraram o tratamento pior que a doença.
A amostra deste estudo revelou que 57,5% dos homens acreditam ser
difícil ter uma vida normal estando com câncer, e 27,8% não souberam opinar se o
tratamento é pior do que a doença. Alguns acreditam que, se desenvolverem câncer, é
melhor não se tratar. Outro fator relevante foi que muitos homens (53,1%) responderam
que o exame para detecção do câncer não afeta a masculinidade, enquanto que 34,4%
acreditam que sim.
Para Lucumí-Cuesta et al (2005), a questão da masculinidade, pode ser
vista como “a possibilidade de admitir fraqueza ou debilidade, ou sentir que a
enfermidade possa reduzir sua capacidade produtiva, poderia colocar em risco a
invulnerabilidade atribuída ao homem e, conseqüentemente, sua masculinidade”. Sabese que o momento do exame de próstata, mais precisamente o toque retal, coloca o
homem em situação constrangedora.
66
67
67
Na amostra deste estudo, encontraram-se muitos homens (32,5%) que
acreditam que, se não houver sintomas, não há necessidade de realização do exame.
Nesta linha de pensamento, Gomes et al (2008) aprofundam a discussão sobre o toque
retal, considerando também a dor e o medo. Acreditam que esse exame pode suscitar ao
homem ser tocado em sua parte “inferior” e que o toque envolve penetração e pode estar
associado à dor e também à violação. Neste sentido, faz-se necessário observar estas
questões ao se planejar atividades de rastreamento.
Os
homens
entrevistados
nesta
pesquisa
ainda
mostraram-se
desinformados em relação à idade de realizar o exame para detecção, a qual não está
muito clara também mesmo entre os autores, pois alguns afirmam ser aos 50 anos
(INCA, 2005; FERREIRA & NARDI, 1999); outros, a partir dos 45 (SBU, 2002) e
outros após os 50 (CLARO & SROUGI, 2001). Assim, cabe aos profissionais decidir e
traçar as ações, haja vista que existem variações, mas quase todas as indicações
contemplam o período compreendido após a quinta década de vida
Cabe destacar que a grande maioria dos entrevistados (97,5%) informou
já ter ouvido falar sobre câncer de próstata, e 34,3% informaram não conhecer exames
para detectar a doença. Mccoy et al (1995), em seu estudo sobre conhecimentos,
atitudes, práticas e crenças, discutiram sobre a necessidade de desenvolver programas
culturais de rastreamento/educação na saúde pública, mas que sejam inovadores para
possibilitar maior acesso a pessoas que não podem pagar.
Como já foi dito anteriormente, a amostra deste estudo contempla uma
população com baixa renda e a maioria (76,9%) não possui plano de saúde, portanto
cabe à equipe de saúde da família assistir estes homens de forma a esclarecer fatos
relativos não só ao câncer de próstata, mas também com ações preventivas que
englobem outras doenças.
A maioria dos homens entrevistados nesta pesquisa (54,3%), informou já
ter realizado o exame de próstata para detecção precoce (ETR), destes, 58,8% o fizeram
há menos de um ano e 51,9% já fizeram o PSA isolado há menos de um ano, este é um
dado que mostra a pequena cobertura de rastreamento nesta população. De acordo com
as recomendações do INCA (2005) os exames de rastreamento devem ser realizados
anualmente, com isso, verifica-se que, no cenário do estudo, estão perdendo
oportunidades de prevenção. Estes dados apontam para a necessidade de
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68
responsabilidade e comprometimento pelo planejamento de ações de saúde, pois os
exames de detecção precoce são primordiais para o combate ao câncer de próstata.
Neste estudo, alguns homens ainda afirmaram não acreditar nos exames
preventivos como única forma de detecção precoce para este câncer (5,7% - Tabela 8).
Portanto, as atividades educativas desenvolvidas pela equipe de saúde devem
contemplar questões a este respeito, buscando discutir sobre os benefícios do exame de
detecção precoce, adotando estratégias que minimizem qualquer medo ou estigma em
relação a este exame que ainda possa existir.
Além da perspectiva de conseguir diagnosticar um maior número de
pacientes com câncer, pode surgir a discussão sobre a validade de realizar campanhas de
detecção precoce. Um fato evidenciado na amostra deste estudo foi o de os homens
acreditarem na evolução silenciosa do câncer, este fator, unido a práticas educativas,
poderá levá-los à realização do exame. Outro fator positivo para a realização do exame
foi o de alguns homens acreditarem que deveriam fazê-lo independentemente de
apresentar sintomas.
Encontraram-se várias barreiras em relação aos exames da próstata, uma
delas foi o profissional médico nunca tê-los solicitado, este fato representa perda de
oportunidade de prevenção para saúde pública. Outra foi que os entrevistados referiram
medo de realizar o toque, este fato não é incomum entre os homens, de uma maneira
geral. Neste sentido, Gomes et al (2008) consideram que, “mesmo que o homem não
sinta a dor, no mínimo, experimenta o desconforto físico e psicológico de estar sendo
tocado, numa parte interdita”. Mccoy et al (1995) encontraram barreiras semelhantes
em seu estudo, pois os participantes referiram não haver necessidade em fazê-lo por
diversas razões como: ausência de sintomas, o médico não recomendar, o médico não
informar as causas e ausência de coragem (medo). Estes resultados mostram que tanto o
homem latino como o americano tem tabus semelhantes em relação aos exames de
detecção precoce.
Além disso, esse resultado poderia estar associado ao fato de muitos
homens não se sentirem com o direito ou não possuir conhecimento suficiente para
requerer o exame de detecção precoce durante as consultas médicas. Portanto,
oportunidades de prevenção podem estar sendo perdidas no serviço de saúde, uma vez
que os homens que vão ao mesmo saem sem que seja solicitado o exame. O fato de os
médicos não solicitarem o exame, como foi apontado na amostra deste estudo por
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69
33,8% dos entrevistados, e o de nunca o terem realizado, o que foi declarado por 44,4%
dos participantes, corroboram com esta interpretação.
A ausência de sintomas referentes ao câncer de próstata é uma barreira
que pode ser tomada como um indicador de desconhecimento das ações preventivas
destes homens, já que eles acham que, para realizar o exame, é preciso estar doente. É
comum entre as populações de países em desenvolvimento o entendimento de que não
há necessidade de ir ao médico quando não se sente nada (SENSKY, 1996).
Ao serem analisados conhecimentos, atitudes e práticas constatou-se que
63,8% dos homens demonstraram conhecimento adequado em relação ao câncer de
próstata; 40,6%, atitude adequada e 28,1%, prática adequada. Esses dados apontam para
a responsabilidade pelo planejamento de ações de saúde, haja vista que uma
característica peculiar deste câncer é que ele atinge um número elevado de indivíduos
sem lhes causar nenhum mal (SROUGI, 2003).
A indolência do câncer por nós estudado não pode ser confundida com
baixa gravidade, visto que um número importante de indivíduos acometidos desenvolve
poucos ou nenhuns sintomas e morrem portando a doença e não por causa dela. Porém,
os números elevados de incidência e mortalidade impõem relevância ao tema. Vale
ressaltar a importância de se realizar o exame anualmente, pois 70% a 80% dos
pacientes podem ser curados da doença quando esta é descoberta a tempo, alojada na
glândula (SROUGI, 2003).
Observou-se que a relação entre conhecimento e prática do exame
evidencia a necessidade de dinamizar o processo educativo junto à população com
vistas a aumentar a prática do mesmo. A investigação de fatores que determinaram a
adequação do conhecimento e da atitude sobre o exame de detecção precoce da amostra
foi de grande importância. Entende-se que o investimento em atividades para melhorar
o conhecimento e a atitude poderia estar ajudando a aumentar a prática.
De acordo com a lógica do modelo CAP, um comportamento em saúde
prende-se a um processo seqüencial: a aquisição de um conhecimento correto leva a
uma atitude favorável, que, por sua vez, conduz à prática saudável. Com isso, espera-se
que o conhecimento correto leve a uma mudança de comportamento (GILLET, 1985).
Os dados apresentados nesta pesquisa demonstram associação entre conhecimentos e
práticas e conhecimentos e atitudes adequadas.
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Para que se adote uma prática adequada em saúde, pressupõem-se uma
atitude adequada, e esta, por sua vez, prende-se a um conhecimento prévio (LEON,
1996). Em um estudo realizado na Flórida, observou-se que a falta de conhecimento foi
apontada como fator determinante para o exame câncer de próstata (LIVINGSTON et
al, 2002). Essa afirmação suporta-se na análise bivariada, que mostrou que um homem
com conhecimento adequado tem duas vezes mais chances de desenvolver atitudes
adequadas e 7,6 vezes mais chances de ter uma prática adequada em relação aos demais
com conhecimento inadequado.
Cabe ressaltar que a área estudada é adscrita ao PSF, portanto merece
maior atenção dos profissionais em relação à saúde preventiva dos homens, sabe-se que
as atividades do PSF devem dar prioridade a elas, porém ainda percebe-se que há uma
lacuna em relação às práticas preventivas masculinas, portanto faz-se necessário
trabalhar para mudar este pensar.
Observou-se nesta pesquisa que os homens têm opiniões coerentes a
respeito do assunto, porém grande parte deles ainda não inclui a prática do exame como
rotina de prevenção anual conforme é indicado (INCA, 2006).
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CAPÍTULO VII
VII
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
As contribuições deste estudo vão além da produção do conhecimento, na
medida em que pretende servir de subsídio para orientar ou definir ações no âmbito dos
serviços de saúde, visando aumentar a adesão aos exames de detecção precoce para o
câncer de próstata, e assim contribuir significativamente para a redução da proporção de
diagnósticos em estágios avançados desta doença.
Com base na experiência analisada, surge uma observação para reforçar a
tese de que a prevenção e a detecção precoce, estratégias básicas para o controle do
câncer de próstata, têm como requisito essencial um conjunto de atividades educativas
constantes, persistentes e dinâmicas para os homens, segundo seu padrão de valores,
escolaridade, entre outras variáveis. Consideramos que tais atividades educativas devam
priorizar a necessidade urgente de mudança de comportamento tanto por parte dos
homens quanto dos serviços priorizando os exames de rastreamento.
Neste sentido, a Enfermagem pode se inserir dando sua contribuição para
o desenvolvimento de práticas educativas que são elementos centrais da promoção da
saúde e qualidade de vida. Aqui destacamos a incorporação da comunidade na atenção à
saúde, através do planejamento de ações, articulados com setores organizados da
comunidade e outros setores governamentais.
Desta maneira, então, gostaríamos de fortalecer o papel da enfermagem
como prática social e sem dúvida, a atuação da enfermeira no contexto da detecção para
o câncer de próstata, como construtora de conhecimentos e produtora de práticas
profissionais coerentes com a prestação de cuidados no interesse da promoção da saúde
e consequentemente melhoria da qualidade de vida.
Provavelmente permanecerão indagações ao final desta investigação, já
que o estudo não tem a intenção de esgotar o tema, mas sim também o de produzir
questionamentos acerca do assunto.
Como limitação do estudo aponta que a população em questão tem um
perfil muito específico, e que algumas das informações adquiridas por este grupo não
devam ser generalizadas. Outro item a ser considerado como limitações do estudo é o
fato de não se sabe se os homens foram sinceros nas suas respostas devido às
entrevistadoras serem mulheres jovens, em sua maioria, pois pode ter havido um viés
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em suas respostas, apesar de ter acontecido uma capacitação para aplicação do
questionário.
Deixamos a expectativa de que novos estudos possam surgir sobre a
temática, ou que este mesmo seja aplicado em população com características diferentes
para assim podermos confrontar estes dados.
Pode-se considerar que o estudo atingiu seus objetivos e provocou mais
indagações a respeito do assunto. Ademais, mudanças de concepções não surgem da
noite para o dia e, o ponto de partida somos todos nós. Faz-se necessário uma
compreensão diferenciada sobre todas as atividades que envolvam a saúde masculina. É
preciso que se construam espaços potenciais e de intercâmbio e renovação no dia-a-dia
dos serviços e nas instituições formadoras.
Por último cumpre ressaltar que se deseja que os achados deste estudo
fortaleçam a linha de pesquisa do NUPENSC, uma vez que discute atitudes preventivas.
Além disso, deixamos à expectativa de que essas conclusões sirvam como estímulos a
outros pesquisadores, não sejam só da Enfermagem, mas também de outras áreas, para
que possamos levar a efeito outros trabalhos, sob perspectiva interdisciplinar,
certamente mais profunda para o conhecimento e fundamento a novas iniciativas.
Com base nos achados, sugerimos que a Prefeitura Municipal de Juiz de
Fora implemente um plano de educação em saúde e prevenção do câncer de próstata, no
qual os seguintes aspectos sejam contemplados:
• Oportunizar experiências educativas com grupos de homens nos serviços de
saúde e centros comunitários de modo a favorecer a divulgação de
conhecimentos, esclarecendo de dúvidas sobre o câncer de próstata e outros
assuntos correlacionados à saúde masculina.
• Promover programas de educação continuada para os profissionais das
diferentes categorias nos serviços, ampliando o conhecimento dos mesmos
para os objetivos de um programa de detecção precoce para o câncer de
próstata
• Sensibilizar a equipe de saúde a fim de que realize o rastreamento
aproveitando a oportunidade para o homem que chegar ao serviço e estiver
dentro do limite de idade proposto pela SBU. Neste sentido, ressalta-se que a
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74
falta de capacitação e a desmotivação dos profissionais contribuem para a
ineficiência dos programas
• Capacitar os profissionais para a adequação das atividades educativas aos
homens, priorizando os que apresentam barreiras como acesso, baixa
escolaridade, dificuldades em solicitar o exame.
• Promover uma maior interface do trabalho das equipes de saúde da família, de
modo a sensibilizar e oportunizar os homens para o rastreamento proposto
pela SBU.
• Disponibilizar capacitação para as equipes das unidades básicas sobre o câncer
de próstata.
• Utilizar a mídia como forma de divulgação dos programas de prevenção e
ainda como veículo de educação para a saúde, levando em consideração o
impacto que esta oferece.
• Realizar trabalho de sensibilização cotidiana dos profissionais de saúde para a
motivação e implementação de outra lógica nos serviços, que contemple as
atividades de prevenção e promoção da saúde, além da assistência à doença.
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92
93
93
ANEXOS
93
94
94
ANEXO A
Conhecimentos, Atitudes e Práticas acerca do câncer de próstata
Formulário No I___I___I___I
Tel:________________________
Data da Entrevista:
Nome da entrevistadora:___________________
/
/
Hora de início da entrevista: I___I___I___I___I Término:I___I___I___I___I
Endereço (R/ N0): _____________________________________________________________
Parte 1 – Dados Pessoais
Eu vou iniciar o questionário com algumas perguntas sociodemográficas sobre o Sr. e sua
família
1 – Qual é o seu nome?
2 - Qual é a sua data de Nascimento?
__/__/__
__
3 - Então, o Sr. tem quantos anos?
[__/__]
4 - Qual é a sua situação conjugal?
1-solteiro 2-casado/amigado/vive com companheira 3-Separado
5 - O Senhor tem filhos? 1- Não 2- Sim
[__]
4-viúvo
Se sim, quantos?:______
6. O Senhor freqüentou escola? 1- Não (pule para a pergunta nº 7) 2- Sim
6.1. Se sim, até que série o Sr. estudou?
1- fundamental incompleto (1ª a 4ª série do antigo primário)
2 – fundamental completo (8ª série do antigo ginasial)
3 – médio incompleto (segundo grau incompleto ou técnico incompleto)
4 – médio completo (segundo grau completo ou técnico completo)
5 – superior incompleto
6 – superior completo ou mais
7. Em relação ao trabalho do Senhor, no momento, o Sr. está:
1–empregado 2-desempregado
3-aposentado
4-encostado (aposentado por motivo de
licença) 5-licenciado por motivos de saúde 6.Outro. Qual? __________________________
8. Qual é a atividade remunerada que o Sr exerce atualmente, ou a última que exerceu antes de se
aposentar ou se licenciar? ___________________________________________
[__]
[__/__]
[__]
[__]
[__]
9. Qual é sua renda familiar atual (ou seja, somando os rendimentos de todos os membros dos
familiares que moram com o Sr)? ___________ reais. 8-não sabe informar
10. Quantas pessoas (contando com o Sr.) dependem desta renda para viver?
11. O Sr. tem plano de saúde? 1- Não 2- Sim
12. Quantas pessoas moram com o Sr. atualmente?
13. Qual é a religião do Senhor atualmente?
1- católica 2- protestante 3- evangélica 4- espírita 6-outra qual?:_____________________
7- não tem religião
14 - De acordo com a classificação do IBGE, o Sr. diria que sua raça/cor é:
1- branca 2-negra 3-amarela 4-mista/mestiça/parda 5-outra 6- não sei
94
[__/__]
[__]
[__/__]
[__]
[__]
95
95
Parte 2 – Comportamentos relacionados à saúde.
Agora eu vou fazer algumas perguntas sobre alguns hábitos de vida do Sr.
17. Em relação ao hábito de fumar cigarros, o Sr. diria que é?
1- fumante
2- ex-fumante
3 – nunca fumou (pule para pergunta n° 18)
17.1. Caso seja fumante ou ex-fumante, quantos cigarros o Sr. fuma/fumava por dia?
[__]
[__/__]
17.2. Caso seja ex-fumante, há quanto tempo deixou de fumar?
_____anos ____ meses _____ dias
18. O Sr. bebe bebidas que contenham álcool (cerveja, cachaça, vinho, etc)?
1- Não (pule para a pergunta nº 19)
[__/__]
[__]
2- Sim
18.1. Se sim, com que freqüência o Sr. bebe bebidas alcoólicas?
1- todos os dias
2-quase todos os dias (de 7 a 14 dias) 2- só nos finais de semana
3 –de 2 a 7 dias
4 – 1 a 2 dias
5 – nenhuma vez 6 – não lembro/não sei
18.2.Em geral, quando o Sr. bebe, qual o tipo de bebida que o Sr consome mais freqüentemente?
1-vinho 2-cachaça
3-choop ou cerveja
4-outro. Qual?_________________
19. O Sr. faz atividades físicas ? 1- Não (pule para a pergunta nº 20) 2- Sim
19.1. Se sim, qual?
[__]
[__]
[__]
_________________________
Parte 3 – Utilização de serviços de saúde
Muito obrigada pelas suas respostas até agora. Eu vou fazer agora algumas perguntas sobre a utilização de
serviços de saúde
20. Quando o Sr tem algum problema de saúde, qual dos serviços de saúde listados abaixo o Sr. costuma procurar
com mais freqüência?
1- Unidade de Saúde do Programa de Saúde da Família
2 - Emergência do Hospital. Qual? ___________________
3 - Posto de Saúde
4 - Médicos particulares ou de planos de saúde/convênios
5 - Farmácia
5 - Outro. Qual? _______________________
6 - Nunca precisei consultar um médico/serviço de saúde. (Pule para a pergunta nº 24)
21. Com que freqüência o Sr. costuma procurar médicos ou serviços de saúde para resolver problemas de saúde?
1 – nunca
2 - raramente (uma vez a cada 5 anos ou menos)
3 - às vezes (uma vez a cada 2 a 4 anos)
4- quase sempre (uma vez por ano)
5 - sempre (quase todo mês ou todo mês)
22. Quando foi a última vez que o Sr. foi a um médico ou serviço de saúde para resolver um problema seu de
saúde?
1 – há menos de 6 meses
2 – entre 6 meses a menos de 1 anos
3 – entre 1 ano e menos de 2 anos
4- entre 2 e 5 anos
5 – entre 5 e 10 anos
6 – há mais de 10 anos
7 – não sei/não lembro
23. Nesta última vez que o Sr. foi a um médico ou serviço de saúde, qual foi o principal motivo?
1 – porque estava doente. Qual doença? __________________________
2 – por acidente
3 – para verificar se a saúde estava bem.
4 – para tomar vacina
5 – para verificar a pressão arterial
6 – para fazer curativo
6 – outro motivo. Qual? ________________________________
7 – não sei/não lembro
24. Na opinião do Senhor, comparado a outros homens da sua idade, como o Sr. classificaria o seu próprio estado
de saúde?
1-muito bom
2-bom
3 – regular
4-ruim
Parte 4 – História familiar e pessoal de câncer de próstata
As próximas perguntas dizem respeito sobre a história de câncer de próstata na sua família
24. O senhor conhece alguém da sua família que tem ou teve câncer de próstata?
95
[__]
[__]
[__]
[__]
[__]
[__]
96
96
1- Não 2- Sim
24.1. Se sim, qual o grau de parentesco destes familiares?
1-pai
2-irmãos
3- avós
4- tios
5-primos
6-outro. Qual? ____________
25. Algum médico já falou para o Sr. que o Sr. tinha ou tem algum problema de próstata?
2- Sim. Que tipo de problema? _____________________________________
26. Se sim, atualmente o Sr. está?
1 – curado
2 – em tratamento
3 – tratou mas não está curado
4 – não tratou e o problema resolveu sozinho
5 – ainda vai começar o tratamento
6 – outra situação. Qual? ____________
[__]
1- Não
[__]
[__]
Parte 5: Dados sobre o CAP
Gostaria de continuar contando com a colaboração do Sr. e lhe fazer novas perguntas sobre o câncer de
próstata
5.1. Conhecimento sobre câncer de próstata
27. O Sr. já ouviu falar sobre o câncer de próstata?
1-Não
2-Sim
[__]
28. De quem ou onde o Senhor já ouviu falar sobre o câncer de próstata?
1- PSF
2-Outro serviço de saúde 3-Amigos
4-Parentes 5- Televisão/rádio/jornal
6. Outros. Qual ? __________________________________
29. O Sr. conhece algum exame que possa detectar este tipo de câncer?
1-Não
[__]
[__]
[__]
[__]
2-Sim
29.1. Se sim, quais exames que poderiam detectar o câncer de próstata o Sr. conhece?
____________________________________________
30. Na opinião do Sr., a partir de que idade os homens deveriam se preocupar mais em fazer exames de
próstata? _________ anos
31. Agora eu vou ler alguns hábitos ou situações e o Sr poderia me dizer quais os que os que aumentam
o risco dos homens desenvolverem câncer de próstata?
1- fumar cigarros
1.Não 2.Sim
3.Não sei
2 – beber muito
1.Não 2.Sim
3.Nao sei
3 - ter casos de câncer de próstata na família
1.Não 2.Sim
3.Nao sei
4- não fazer sexo
1.Não 2.Sim
3.Nao sei
5 - comer muitos alimentos com gordura animal
1.Não 2.Sim
3.Nao sei
6 – outro. Qual? _____________________
1.Nao 2.Sim
3.Nao sei
[__]
[__]
[__]
[__]
[__]
[__]
5.2. Crenças sobre câncer de próstata
Agora eu vou ler algumas afirmativas e o Sr., por favor, me diga se concorda ou discorda
Concordo
Discordo
32- O câncer de próstata pode ser curado se for detectado precocemente
1. [__]
2. [__]
3. [__]
33 – Um homem com câncer de próstata pode ter uma vida
normal
1. [__]
2. [__]
3. [__]
34- No câncer de próstata, o tratamento é pior do que a própria
doença
1. [__]
2. [__]
3. [__]
35 – Um homem pode ter câncer de próstata sem sentir dor ou
quaisquer outros sintomas
1. [__]
2. [__]
3. [__]
36 – Se o Sr. tivesse câncer, seria melhor nem saber, deixar
quieto, sem tratamento
1. [__]
2. [__]
3. [__]
37 – Se o senhor estiver bem de saúde, não há necessidade de
ter a próstata examinada
1. [__]
2. [__]
3. [__]
38 – O Sr. acha que o exame de próstata pode afetar a
1. [__]
2. [__]
3. [__]
96
Não sei
97
97
masculinidade, ou seja, pode tornar o homem menos homem
5.3. Atitudes para o rastreamento do câncer de próstata
39-Na opinião do senhor, a única forma de suspeitar se o homem tem câncer de
próstata é fazendo o exame da próstata. 1- Não
2-Sim
3-Não sei
[__]
40 - Na opinião do Sr., com que freqüência os homens na sua idade deveriam fazer
exames para detecção de câncer de próstata?
1- anualmente
2- a cada 2 anos
3- a cada 3 a 5 anos
4- a cada 5 anos
5 – somente se tiverem sintomas
6-não deveriam fazer
7-Não sei
41 – Deveriam fazer exame de próstata apenas os homens que apresentam algum
sintoma urinário? 1-Não
2-Sim
3-Não sei
[__]
42 – Na opinião do Sr., qual a importância que o senhor considera em fazer exames
de próstata para a saúde masculina:
[__]
1-muito importante
importante
2-importante
3-indiferente
[__]
4-pouco importante 5-nada
5.4. Prática para o rastreamento do câncer de próstata
43-Algum médico ou outro profissional de saúde já lhe informou que o Sr deveria
fazer exame de próstata? 1- Não
2-Sim
3-Não sei/não lembro
[__]
44 – O Sr. já realizou alguma vez o exame de próstata?
1- Não (pule para a pergunta nº 45)
2-Sim
3-Não sei/não lembro
44.1. Se sim, qual foi o principal motivo que o médico solicitou seu exame de
próstata?
1- tinha sintomas (dor, ardência, etc., para urinar)
2- teve casos de câncer de próstata na família 3-somente rotina de prevenção
4- o Sr solicitou
5 – Outro motivo. Qual? _______________________________
44.2.– Se sim, quando foi a última vez que o Sr. realizou exame de próstata? (toque)
[__]
1- há menos de 1 anos
anos
5-Não sei/não lembro
2-entre 1 e 2 anos
3- entre 3 e 5 anos
2-Sim
[__]
4- há mais de 5
45.– O Sr. já realizou o exame de PSA (exame de sangue para detectar câncer de
próstata)?
1- Não (pule para a pergunta nº 46)
[__]
[__]
3-Não sei/não lembro
45.1. Se sim, quando foi a última vez que o Sr. realizou exame de PSA?
1- há menos de 1 ano
anos
5-Não sei/não lembro
2-entre 1 e 2 anos
3- entre 3 e 5 anos
4- há mais de 5
[__]
46 – Quando o Sr. vai ao médico do PSF, ele costuma conversar com o senhor sobre o
câncer de próstata? 1-Não 2-Sim
3- não utiliza o PSF
[__]
PERGUNTA QUE DEVERÁ SER FEITA SOMENTE PARA AQUELES QUE
97
98
98
NUNCA REALIZARAM O EXAME DE PRÓSTATA
47- O Sr. poderia me dizer qual o principal motivo pelo qual o Sr nunca realizou o
exame de próstata?
1- o médico nunca solicitou
2- nunca achou importante
3 - não têm tempo/folga no trabalho
4 - não consegue marcar consulta com urologista
5 - tem medo de fazer
6 - considera que os homens não deveriam fazer este tipo de exame
7 - prefere nunca saber de uma doença como o câncer de próstata
8 - nunca apresentou sintomas
9 - outro. Qual? _____________________
10- não sabe dizer
98
[__]
99
99
ANEXO B
Manual do Aplicador
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA DE ENFERMAGEM ANNA NERY
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA
PREFEITURA MUNICIPAL DE JUIZ DE FORA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
MANUAL DO APLICADOR
PESQUISA SOBRE CONHECIMENTOS ATITUDES E PRÁTICAS ACERCA DO
CÂNCER DE PRÓSTATA DA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE FRANCISCO
TEIXEIRA – JUIZ DE FORA - MG
JUIZ DE FORA
MARÇO 2007
99
100
100
ÍNDICE
1. APRESENTAÇÃO
2. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
2.1.Objetivos da pesquisa
2.2.Locais de aplicação do formulário
2.3.Instrumentos da pesquisa
3. METODOLOGIA
3.1.O que é amostra?
3.2.Como foi determinado o desenho amostral?
3.3.Como selecionar os moradores?
3.4.Quem fará parte da pesquisa?
3.5.Quem será excluído da pesquisa?
3.6.O que fazer quando o domicílio estiver fechado?
4. SOBRE O FORMULÁRIO
4.1.Partes do formulários
4.2.Como fazer as perguntas do formulário?
4.3. Como deve ser o preenchimento do formulário?
4.4. Como corrigir erros de preenchimento do formulário?
5. COMO COLETAR AS MEDIDAS DIRETAS
6. SIGILO DAS INFORMAÇÕES
100
101
101
1. APRESENTAÇÃO
De acordo com a literatura, o número de câncer de próstata aumentou nos
últimos anos, e, com isso, percebeu-se a necessidade de investigar mais detalhadamente
o problema e as políticas de saúde no município. No município de Juiz de Fora, não há
ainda um controle mais efetivo deste grande problema de saúde pública.
Este tipo de estudo, chamado de inquérito domiciliar, já foi feito em
diversos outros municípios do país e é bastante comum nos países desenvolvidos.
O objetivo principal desta pesquisa é conhecer a magnitude do câncer de
próstata em uma área do PSF de Juiz de Fora, buscando informações que possam
subsidiar o planejamento de ações de saúde no município, através da Secretaria
Municipal de Saúde, no sentido de realizar a detecção precoce do câncer de próstata.
O câncer de próstata triplicou nos últimos anos, sendo que três fatores
são descritos como determinantes deste aumento: 1- maior expectativa de vida da
população; 2- maior conhecimento dos leigos sobre as doenças da próstata e as
constantes campanhas de identificação destas que passaram a revelar mais pacientes
com a doença e 3 - influências ambientais e alimentares, tais como o alto consumo
energético, ingestão de carne vermelha, gorduras e o leite.
A idade é considerada marcador de risco importante para o câncer de
próstata. A probabilidade do aparecimento do câncer em homens com menos de 39 anos
é um em cada 10.000 homens; um em 103 homens entre os 40 e 49 anos e um em oito
homens entre os 60 e os 69 anos (NETTO JR, 1999). Assim, o aumento exponencial dos
casos em idades acima dos 50 anos faz com que o rastreamento seja indicado a partir
desta idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
Enfim, os programas de saúde devem abranger os fatores de risco como
um todo. É importante atentar para o problema e trabalhar muito na educação em saúde,
promovendo hábitos saudáveis entre a comunidade.
Para tanto, o seu papel como aplicador é fundamental. É você quem vai
apresentar a pesquisa aos moradores, e o sucesso da pesquisa dependerá basicamente de
convencê-los da importância da mesma e da sua credibilidade.
101
102
102
2. INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Este estudo faz parte de uma tese de doutorado da Escola de Enfermagem Anna
Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é assessorado por duas professoras da
escola. A Prefeitura Municipal nos disponibilizou o campo para a pesquisa em questão,
onde contamos com os recursos do posto de saúde e com todos os seus servidores,
inclusive os agentes de saúde que têm participação fundamental na pesquisa. Como
vocês podem perceber, estamos numa equipe, o que nos dá maior chance de sucesso no
trabalho!
Depois da coleta das informações nos domicílios, estas serão digitadas no
computador e será feita a análise. Espera-se que estas forneçam subsídios para
implementação e reorganização de programas de assistência à saúde no município,
trazendo, com certeza, benefícios aos usuários dos serviços de saúde na cidade. Sendo
assim, sem a colaboração dos aplicadores e da comunidade, o estudo tornar-se-á
inviável.
2.1.
Geral
Objetivo da Pesquisa
• Analisar conhecimentos, atitudes e práticas em relação ao câncer de próstata
em homens com idade entre 50 e 80 anos, usuários de uma unidade do PSF no
Município de Juiz de Fora - MG.
Específicos
•
Estimar a ocorrência de câncer de próstata como morbidade referida entre os
homens do estudo.
•
Identificar a freqüência de realização do exame de detecção do câncer de
próstata entre os homens do estudo.
•
Analisar barreiras associadas à realização do exame de detecção precoce.
•
Verificar a associação entre conhecimentos, atitudes e práticas acerca dos
exames de detecção precoce do câncer de próstata.
2.2.
Locais de Aplicação do Formulário
Com a finalidade de pesquisar sobre o câncer de próstata do município, serão
sorteados os domicílios de uma área coberta pelo PSF que representarão à amostra da
pesquisa.
2.3.
Instrumentos da Pesquisa
Para podermos coletar as informações nos domicílios, serão utilizados:
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103
-
Um formulário individual, com diversas perguntas que deverão ser feitas a cada
indivíduo com idade entre 50 e 80 anos, dos domicílios sorteados.
3. COMO FAZER? - METODOLOGIA
Metodologia é a forma, o método que utilizaremos para obtenção dos dados para
a pesquisa. No caso desta pesquisa, selecionamos uma amostra de pessoas que
irão responder ao formulário para, então, conhecermos as principais
características da população estudada.
3.1.
O que é amostra?
Nem sempre dispomos de recursos, tanto financeiros como de pessoal para fazer
pesquisas com todos os moradores. Um bom exemplo disso é o Censo Demográfico que
é feito a cada dez anos no país. Vocês, provavelmente, já receberam representantes do
Censo que fizeram diversas perguntas em sua casa. Pois é, o Censo entrevista todos os
domicílios e só é feito a cada dez anos e tem a preocupação de contar todos os
moradores.
Existe um método estatístico mais rápido e mais barato, que, apesar de não
fornecer dados exatos do que ocorreria na população total, apresenta dados bem
parecidos e que podem ser utilizados com bastante confiabilidade. Este método chamase amostragem.
Em uma amostra, são selecionados somente alguns elementos da população.
Com base nas informações obtidas a partir desta amostra, e através do uso de
procedimentos estatísticos adequados, podem-se generalizar os resultados para a
população como um todo. Para que a amostragem seja válida, é importante atentar para
o seguinte: - Todo domicílio precisa ter a mesma probabilidade de fazer parte do
estudo. Isso significa dizer que o pesquisador ou o aplicador não pode selecionar este
ou aquele domicílio por achar que lhe é mais conveniente, ou porque o morador é mais
simpático, ou porque fica mais perto da casa do aplicador, ou o morador tem cachorro,
etc.
É muito importante respeitar a forma como devem ser obtidas as casas. Caso
contrário, este estudo pode ser inclusive invalidado!
3.2.
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Como foi determinada a quantidade de pessoas para participar do
estudo?
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Existem cálculos que determinam a quantidade de pessoas que devem fazer parte
de uma amostra. Para esta pesquisa, o cálculo apontou que precisávamos de, no mínimo,
160 homens com idade entre 50 e 80 anos, para termos uma boa amostra.
Para que pudéssemos planejar o estudo, usamos os dados do censo dos agentes
de saúde da área, que mostrou termos uma população de 854 homens. Na idade em
questão são 457 com o cálculo da amostra foi de 160 homens no mínimo.
3.3.
Como selecionar os moradores do domicílio?
Já vimos antes que todos os domicílios devem ter a mesma probabilidade de
participar da amostra. Então, diz-se que a amostra é aleatória. No caso desta pesquisa,
decidimos proceder da seguinte forma:
- As fichas de cadastro dos domicílios devem ser numeradas em ordem seqüencial
(1,2,3,4,5,6,......).
- Serão sorteados 290 números (de uma tabela padronizada de números aleatórios)
- Cada número sorteado corresponderá ao número do domicílio.
- O aplicador deverá então proceder à visita aos domicílios sorteados, entrevistando e
anotando no formulário.
3.4.
Quem fará parte da pesquisa?
Farão parte da pesquisa, ou seja, deverão ser entrevistados, homens com idade
entre 50-80 anos.
3.5.
Quem será excluído da pesquisa?
Serão excluídos os indivíduos do domicílio sorteado que não tiverem a idade
estabelecida, apesar de morarem na mesma casa.
Serão excluídos da pesquisa todos os domicílios que não forem sorteados.
3.6.
O que fazer quando o domicílio estiver fechado?
Existem diversas situações. Vamos analisar agora:
a) Os moradores estão trabalhando: volte em outro horário, em que seja possível
encontrá-los. Faça isso três vezes, até conseguir entrevistar todos os adultos do
domicílio, se não conseguir encontrá-los, considere perda. Anote na primeira folha
do formulário o que aconteceu, enumerando o motivo de as visitas não terem tido
sucesso.
b) Os moradores mudaram-se para outro local e não há maiores informações –
considere perda.
c) Os moradores recusam-se a participar da pesquisa. Explique sobre a pesquisa e tente
convencê-los. Caso ainda assim não queiram, considere perda.
d) Domicílio abandonado ou vazio: perda.
e) O domicílio foi demolido ou virou comércio, considere perda.
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4. Sobre o Formulário de Perguntas
4.1.
Partes do formulário
O formulário é constituído pelas seguintes partes:
Parte 1- Dados pessoais
Parte 2- Comportamentos relacionados à saúde
Parte 3- Utilização dos serviços de saúde
Parte 4- História familiar e pessoal do câncer de próstata
Parte 5- Dados sobre conhecimentos, atitudes e práticas (CAP)
4.2.
Como fazer as perguntas do formulário?
-
A coleta de dados do formulário é etapa essencial da pesquisa. Se as informações
registradas no questionário forem incompletas ou não corresponderem à realidade,
os objetivos do estudo não serão alcançados. Os dados devem ser coletados de
maneira uniforme por todos os aplicadores. Então, observe os passos a serem
seguidos:
Inicialmente, explique ao entrevistado os objetivos da pesquisa, sobre como será o
desenrolar da entrevista e os procedimentos que serão executados com ele.
Explique que a participação é voluntária, a não-participação não acarretará em
nenhum prejuízo pessoal.
Fale da importância da pesquisa para o município e para futuros programas a serem
desenvolvidos com a população adulta do local.
Leia as perguntas do formulário. Não induza às respostas. Deixe que o entrevistado
simplesmente responda ao que tenha sido perguntado.
-
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106
4.3.
-
Como deve ser o preenchimento do formulário?
No formulário, temos perguntas fechadas, em que a resposta deverá ser
necessariamente uma das opções apresentadas. Por exemplo, temos a pergunta
número 04 do formulário individual:
04. Qual é sua situação conjugal? ( 2 )
1.Casado/amancebado
2. Solteiro
3. Viúvo
4. Separado/desquitado/divorciado
A resposta deve ser colocada dentro dos parênteses. Suponhamos que o
entrevistado respondeu que era solteiro, então deve ser colocado o número 2.
-
Temos outras situações em que, além das respostas fechadas, pode-se complementar
as opções existentes. Veja o exemplo da pergunta número 5:
5. O Senhor tem filhos? 1. Não 2. Sim
[
Se sim, quantos? ________________________________ [
]
]
Existem outras perguntas com respostas abertas, ou seja, deve-se escrever a resposta do
entrevistado. Veja o exemplo da pergunta número 8 do formulário:
8. Qual é a atividade remunerada que o Sr. exerce atualmente, ou a última que exerceu
antes de se aposentar ou se licenciar? ____________________________________
Não preencha o formulário com caneta vermelha, não rasure, não manche o
papel. As respostas devem ser escritas com letra legível, utilizando caneta
esferográfica azul ou preta.
4.4.
Como corrigir erros de preenchimento do formulário?
Se, porventura, o aplicador errar a resposta, deve usar corretivo líquido e colocar
a opção correta de forma legível e clara. Deve existir sempre um número dentro
do parêntese. Caso existam dois, a resposta será anulada.
5. Sigilo das informações
As informações coletadas na pesquisa são de caráter confidencial e serão
utilizadas exclusivamente no preparo de séries estatísticas e de cadastros, não
podendo, em hipótese alguma, ser divulgadas de modo individualizado, nem
servir de prova ou meio de coação contra o respondente, como estabelecido na
lei que regulamenta os censos nacionais.
O entrevistado tem o direito de indentificar-se ou não na pesquisa. Cabe ao
aplicador respeitar este direito. No entanto, pode-se explicar ao entrevistado que sua
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107
identificação possibilitará o acompanhamento ao longo do tempo, visando aprimorar
o atendimento em saúde no município.
Todo aplicador deverá assinar o TERMO DE SIGILO DO APLICADOR, no
qual ele se compromete a manter sigilo das informações prestadas pelos indivíduos
entrevistados.
Por outro lado, todo entrevistado deverá assinar o TERMO DE
CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO DE PESQUISA CIENTÍFICA,
que conterá informações sobre a pesquisa e garantirá o sigilo das informações
prestadas. Nele, ficará caracterizado que a participação na pesquisa é voluntária.
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ANEXO C
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ANEXO D
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Enfermagem Anna Nery
Pesquisa de Doutorado em Enfermagem
Elenir Pereira de Paiva
Termo de sigilo do entrevistador
Eu, abaixo assinado, ____________________________________________________,
identidade _________________________, na qualidade de entrevistador da pesquisa
“Conhecimentos, atitudes e práticas acerca do câncer de próstata no município de Juiz
de Fora – MG, comprometo-me por meio deste termo a respeitar os seguintes princípios
éticos:
1. Não fornecer, em nenhuma hipótese, cópia das informações obtidas por meio da
Pesquisa a elementos estranhos ao Grupo de pesquisa.
2. Não manusear em público os questionários preenchidos.
3. Não divulgar ou tecer comentários, por nenhum meio, de dados individuais
relativos aos respondentes, no decorrer ou após o encerramento da pesquisa.
4. Cumprir as instruções contidas no formulário e as recebidas durante o
treinamento.
Tenho clareza que a adesão voluntária a estes princípio éticos é indispensável ao
bom andamento da Pesquisa.
Assinatura do entrevistador
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ANEXO E
Termo de encaminhamento
Durante a pesquisa, caso se perceba que o entrevistado apresenta sintoma relativo à
patologia em questão ou outra sintomatologia, será ressaltada a importância de se fazer
diagnóstico de saúde, de forma que a conduta do pesquisador será de se responsabilizar
pelo encaminhamento ao posto de saúde de referência.
_________________________________________
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ANEXO F
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, Elenir Pereira de Paiva, sou aluna do curso de doutorado da Escola de
Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro e estou
desenvolvendo uma tese de doutorado que tem como título: Conhecimentos, Atitudes
e Práticas acerca do câncer de próstata entre homens de uma área do PSF no
Município de Juiz de Fora - MG, cujo objetivo é analisar conhecimentos, atitudes e
práticas em relação ao câncer de próstata em homens com idade entre 50 e 80 anos.
Gostaria de contar com a sua colaboração, recebendo um de nossos entrevistadores em
sua residência e respondendo às perguntas contidas em um questionário. Suas respostas
serão de fundamental importância para este estudo, pois elas poderão nortear ações de
saúde para diversas pessoas.
Informo que a participação do Sr. é voluntária e o Sr. pode interromper o
questionário a qualquer momento, sem riscos ou prejuízos. Além disso, informo que os
dados serão tratados com absoluto sigilo e anonimato. Suas respostas serão lidas por
uma equipe que não terá acesso ao seu nome e não serão divulgadas individualmente.
Gostaria de informar-lhe que, se o Sr. quiser sair do estudo, se não se sentir esclarecido
sobre o mesmo, por favor, me interrompa. Quaisquer outras dúvidas que o Sr. tenha,
pode entrar em contato comigo, que sou a pesquisadora responsável por este estudo:
Elenir Pereira de Paiva
Contato: Enfermeira da Prefeitura Municipal de Juiz de Fora.
Telefones: (32) 3222-1115. e-mail: [email protected]
Comprometo-me, por meio deste termo, a respeitar os princípios éticos: tratar suas
respostas de forma anônima e confidencial, não fornecer em hipótese nenhuma cópia
das informações obtidas a pessoas estranhas ao grupo de pesquisa. Não fazer perguntas
que fujam das colocadas no formulário.
Após a leitura destas explicações, o senhor poderá fazer qualquer pergunta necessária
para o entendimento do estudo.
Desde já, agradeço a sua participação.
_________________________________
Após ter sido devidamente informado, estou esclarecido sobre os aspectos que
envolvem esta pesquisa. Assim, dou meu consentimento de participação, na certeza da
garantia do anonimato.
Juiz de Fora (MG), ___/___/___
Assinatura do participante:______________________________.
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ANEXO G
Parecer do Comitê da Escola
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