16.12 Termometro de que algo nao vai bem

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E STA D O D E M I N A S
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S E X T A - F E I R A ,
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D E
D E Z E M B R O
D E
2 0 1 5
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O HERPES
DEFINIÇÃO
COMO É TRANSMITIDO
DIAGNÓSTICO
SINTOMAS
■ Herpes simples é uma doença
■ O vírus é transmitido por meio das
■ O método diagnóstico mais útil na prática médica é a avaliação clínica,
■ Tanto no herpes labial quanto no genital, o quadro da doença se caracteriza
ONDE ATACA
■ O herpes labial pode ter como sintoma inicial coceira e ardência no local
infectocontagiosa crônica dividida em
dois tipos: o HSV do tipo 1 (HSV-1), que
ocorre mais frequentemente na boca,
e o HSV-2, que ocorre na parte genital.
superfícies mucosas ou das
soluções de continuidade na pele.
Os principais locais incluem a
mucosa oral, ocular, genital e anal.
por febre, cefaleia, dores musculares e fraqueza.
não sendo descartados exames laboratoriais, genéticos e biópsia.
Rosto
Simples
Zóster
Abdômen, acompanhando
o trajeto do nervo
Nervo trigêmeo,
próximo da orelha
até a testa
Contorno
dos lábios
Nádegas
onde surgirão as lesões. A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas
como num buquê sobre área avermelhada e inchada. As bolhas rompemse liberando líquido rico em vírus e formando uma ferida. É a fase de maior
perigo de transmissão da doença.
■ A ferida começa a secar, formando uma crosta que dará início à cicatrização.
■ A duração da doença é de cerca de cinco a 10 dias.
■ O herpes genital também tem início com coceira e ardência no local em que
aparecerão pequenas bolhas agrupadas na região genital. Essas bolhas se
rompem, deixando feridas que são dolorosas e acompanhadas de íngua
local. Na primeira vez que aparecem levam de duas a quatro semanas para
cicatrizar. Geralmente, outra erupção pode aparecer semanas ou meses
depois da primeira, mas quase sempre é menos severa e dura menos tempo.
FATORES QUE DESENCADEIAM O HSV
■ Imunodepressão
■ Alterações hormonais
■ Radiação ultravioleta (UV)
■ Alguns tipos de alimentos, como chocolates,
sementes oleaginosas e abacaxi
Órgãos
genitais
CUIDADOS DURANTE A CRISE
■ Evite furar as vesículas
■ Evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente
crianças, se a localização for labial
■ Evite relações sexuais se for de localização genital
■ Lave sempre as mãos depois de manipular as feridas, pois o vírus pode ser
transmitido para outras partes do corpo
TRATAMENTO
■ É feito à base de medicamento, que deve ser receitado sob orientação e
acompanhamento do dermatologista, especialista capacitado para
diagnosticar e tratar a doença.
TERMÔMETRO DE QUE
ALGO NÃO VAI BEM
Herpes labial,
genital ou zóster
podem indicar
que organismo
está em
desequilíbrio.
Primeiro remédio
para prevenir a
doença na boca
diminui a recidiva
e cicatriza as
lesões cutâneas
CAROLINA COTTA
Herpes quase sempre nos
lembra as pequenas bolhas em
torno dos lábios que incomodam
pela vermelhidão, ardência e coceira. E pelo constrangimento.
Mas esse é apenas um dos tipos
da doença, causada por um vírus
que parece banal, mas pode evoluir se não tratada. Apesar do nome comum, há grande diferença
entre o herpes simples, que forma vesículas na região labial ou
genital, e o herpes zóster.
SegundoodermatologistaWalmar Roncalli de Oliveira, do HospitaldasClínicasdaFaculdadedeMedicinadaUniversidadedeSãoPaulo (HC/FMUSP), o herpes labial, genital e zóster são provocados por
uma classe de vírus chamada herpesvírushumanos(HSV),masapesar de apresentarem mecanismos
deaçãosemelhantes,elesguardam
diferenças clínicas importantes.
O herpes simples tipo 1 está associado,principalmente,aoherpes
labial,damucosaoraledaface.Jáo
herpes simples tipo 2 está mais ligadoaoherpesgenital.Entretanto,
hácasosdeherpeslabialassociado
aoherpessimplestipo2evice-versa. Já o herpes zóster é uma doença mais grave, sem relação com o
herpes simples, sendo provocada
pelo vírus Varicella zoster, o mesmo da catapora.
HERPES LABIAL É alta a incidên-
cia de herpes labial. Segundo Roncalli, de 20% a 40% da população
mundial apresenta herpes labial
recidivante e alguns doentes podem apresentar vários surtos de
infecçõesduranteoano.“Acreditase que 90% dos adultos apresentem sorologia positiva para o herpes simples tipo 1 (HSV-1)”, alerta.
O baixo nível socioeconômico
estáassociadoàaltaprevalênciada
doença.Outrosfatoresderiscosão
ser do sexo feminino, ter idade
avançada e apresentar infecções
frequentesdotratorespiratóriosuperioredoençassistêmicasquediminuem a quantidade de linfócitos,ascélulasdedefesadoorganismo.AprimeirainfecçãopeloHSV1 é mais comum em crianças e
adultosjovens,masoherpeslabial
recidivante atinge mais adultos.
Diversos fatores podem desencadear uma crise de herpes labial.
As vesículas podem aparecer depoisdeumtraumalocal,exposição
solar intensa, febre, infecções do
tratorespiratóriosuperior,período
pré-menstrual,estressepsicológico,
cirurgias odontológicas e procedimentos dermatológicos estéticos,
como laser e dermoabrasão.
“Omecanismoexatoquedeterminaessareativaçãoédesconhecido, porém é frequentemente associado à diminuição da resposta
imunológica. Muitos casos de reativaçãoviral,entretanto,nãosãoassociados a nenhum fator desencadeante”, explica o médico do
HC/FMUSP. O estresse emocional
e físico pode desencadear crises de
herpes labial e genital porque provoca diminuição da resposta imunológica do doente portador da infecção, facilitando a reativação do
vírus. “A pessoa deve evitar a automedicaçãoporcausadosprováveis
efeitos colaterais dos medicamentos, devendo sempre procurar o
dermatologistaparareceberorientação”, alerta Walmar Roncalli.
Nosdoentesquejáapresentam
a infecção, a crise pode ser evitada
por meio do tratamento profilático com drogas antivirais como o
aciclovir,famciclovirevalaciclovir.
“Recentemente,foilançadonoBrasil o Resist, medicamento baseado
no aminoácido lisina, com importante ação profilática no controle
dos surtos de herpes labial e poucos efeitos colaterais”, adianta. O
tratamentovisaevitarareplicação
do vírus e, assim, diminuir o tempoeagravidadedosurto,umavez
que ainda não existe medicamento que efetivamente destrua o vírusdoherpessimples.Éimportante tratar porque em casos extremos o herpes pode comprometer
o sistema nervoso central. As lesões também podem sofrer infecçõesbacterianassecundárias,agravando o quadro.
A prevenção, por outro lado, é
difícil, não só pela altíssima prevalência. “Muitas pessoas têm infec-
ção sem desenvolver lesões na peleoumucosas.Essessãooschamados portadores assintomáticos,
doentesqueeliminam,frequentemente, grande quantidade de partículas virais na ausência de lesões
clínicas, podendo infectar outras
pessoas por meio do beijo, sexo
oral ou compartilhamento de copo e talheres”, alerta o especialista.
HERPES GENITAL Pequenas alterações genéticas diferenciam o vírus que causa o herpes genital daquele que provoca o labial. Segundo Estevão Urbano, presidente da
Sociedade Mineira de Infectologia,
osvírusdoherpessão,inclusive,de
famíliasdiferentes.Aincidênciado
vírus causador do herpes genital
muda de um lugar para o outro.
Onde há menos educação para o
sexoseguroebaixanoçãodehigiene, ele está mais presente. Há pessoasquenãomanifestamossintomas e outras que têm crises recorrentes, com a formação de lesões
bem características nos genitais.
Um exame de sangue é capaz de
identificarquemestáinfectadopelo vírus, mesmo quando não há
sintomas. A transmissão pode
ocorrernosexooral,anal,napenetraçãovaginal,principalmenteseo
sexoforfeitosempreservativo.Segundo Estevão, as lesões em que a
quantidade de vírus é muito grande facilitam a transmissão. Mas o
vírus não está apenas nas lesões,
pode estar presente também nas
secreções genitais. Gestantes portadoras de herpes genital podem
contaminar o recém-nascido durante o parto, determinando sequelasneurológicaseoftalmológicasextremamentegraves,àsvezes
irreversíveis.
HERPES ZÓSTER Mais comum
entreidosos,oherpeszósteréuma
consequênciatardiadacatapora,já
que é causado pelo menos vírus.
Segundo João Bastos Freire Neto,
presidente da Sociedade Brasileira
deGeriatriaeGerontologia(SBGG),
oVaricelazostercontinuaadormecido em nosso organismo, estável,
próximo à região dos gânglios do
sistema nervoso. “A partir dos 50
anos, o organismo passa por um
processo chamado imunossenescência, que é o envelhecimento do
sistema imunológico. Algumas
funçõesseperdemnesseprocesso,
uma delas a de manter a vigilância
sobre o vírus, que corre o risco de
ser reativado”, explica. Quando isso ocorre, o vírus causa uma lesão
depele,deaspectolinear,jáquesegue o trajeto do nervo. “É uma lesão avermelhada, com vesículas e
uma dor muito forte, já que o que
dói é o nervo, e não as lesões”, explica. O herpes zóster tem mais
efeito sobre a qualidade de vida
porque pode evoluir para dor crônica, mas se um nervo mais importante for atingido, como o nervo óptico, as complicações podem
levar à perda da visão. No ano passado, foi lançada vacina que diminui o risco de herpes zóster em até
60%. Também pode diminuir em
até70%aevoluçãopradorcrônica.
“A população pode se vacinar a
partir dos 50 anos, mas principalmente depois dos 60. Um em cada
trêsidosospodeterherpeszóster”,
alerta o geriatra.
■ NOVO
TRATAMENTO
Aindanãohácuradefinitivapara o herpes labial, mas é possível
controlar a doença. Pacientes com
crises recorrentes ou severas podem recorrer às drogas antivirais
parainibirareplicaçãodovíruse,assim, diminuir o tempo e a intensidadedainfecção.Porém,osmedicamentos anti-herpéticos têm uma
ação limitada no controle das recidivaseousofrequentepodedeterminar casos de resistência viral.
O mais novo deles, o cloridrato
de lisina, por outro lado, pode ser
administrado de forma regular,
prolongada e segura pelo fato de o
aminoácido estar presente em
nossa alimentação, sendo seguro
em doses diárias de até 20 vezes as
quantiasdesuplementaçãodiária.
“Isso permite usar a lisina com segurança nas infecções, com administração por longos períodos na
profilaxia das infecções recidivantes”, explica o dermatologista Walmar Roncalli, do HC/FMUSP.
De acordo com o dermatologista, o medicamento tem resultadosimportantesquandoadministrado durante o curso do herpes
labial recorrente, mas deve ser ministrado precocemente, no início
dos primeiros sintomas, e também de maneira preventiva. “Por
apresentar mecanismo de ação
supressivo da replicação viral, ele
é empregado, principalmente, de
forma profilática, diminuindo a
frequência das recidivas.”
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