UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE FÍSICA Grupo de Astronomia Teórica e Observacional (G.A.T.O) WILTON DE JESÚS SANTOS ANÁLISE ESTATISTICA DE ATIVIDADE MAGNÉTICA EM ESTRELAS DO TIPO SOLA FEIRA DE SANTANA 2016 WILTON DE JESÚS SANTOS ANÁLISE ESTATISTICA DE ATIVIDADE MAGNÉTICA EM ESTRELAS DO TIPO SOLA Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Física da Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito para obtenção do título de Bacharel em Física. Orientador: Prof. Dr. Marildo G. Pereira. FEIRA DE SANTANA 2016 WILTON DE JESÚS SANTOS ANÁLISE ESTATISTICA DE ATIVIDADE MAGNÉTICA EM ESTRELAS DO TIPO SOLA Trabalho apresentado ao Programa de Graduação do Departamento de Física da Universidade Estadual de Feira de Santana como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Física. Aprovada em BANCA EXAMINADORA: 24 de maio de 2016 Dedico este trabalho a Deus, a minha família, namorada e a todos que acreditaram em mim. AGRADECIMENTOS À Deus por eu ter chegado até aqui e porque sem Ele eu nada seria. Ao meu orientador Prof. Dr. Marildo, G. Pereira pela oportunidade a qual foi me dada e por tudo que aprendi na pesquisa e com sua orientação. À FAPESB pelo apoio financeiro necessário para a realização deste trabalho. A todos do Grupo de Astronomia Teórica e Observacional (G.A.T.O), onde encontrei o apoio para o desenvolvimento da minha pesquisa. Em especial à Giuana, Marcos e Rennan, meus companheiros de estudos, que dividiram comigo o mesmo “barco” e se tornaram grandes amigos. A meu pai Natanael (O Mano) por seus conselhos e incentivos, Te Amo PAI. A minha mãe Ana Cristina, por estar comigo todos estes anos e me ajudando em tudo o que eu preciso. Aos meus irmãos Washington e Everton, os quais eu compartilhei a minha infância e uns dos melhores momentos da minha vida. A minha amiga/companheira/namorada Carine, por seu companheirismo e por sempre estar comigo nos momentos em que eu mais precisei. Aos irmãos de igreja I.C.A Bessa e Santaluz, por sempre me acolherem e a família pastoral. A todos os meus familiares e Amigos. “Alguns confiam em carros e outros em cavalos, mas a minha confiança está no Nome do SENHOR, o nosso Deus.” Salmos 20:7 RESUMO Este trabalho foi desenvolvido com base na observação de ~100 estrelas tipo solar, com classificação espectral, G, K e M. Com um monitoramento fotométrico em luz integral realizado pelo Telescópio Kepler, no campo da constelação de Cisne e Dragão. Este trabalho foi direcionado ao levantamento estatístico dos flares, em estrelas do tipo solar. Foram observados ~6844 flares, com ocorrência em todas as classes espectrais estudadas. Os flares estelares possuem energia da ordem de 1035 a 1037 erg, e duração médio de 5,76±1,2h. Palavras-chave: Flare solar; Flare estela; Campo Magnético ; Variabilidade Magnética; Curva de Luz e Métodos de Análise. ABSTRACT This work was based on observation of ~ 100 stars solar type with spectral classification, G, K and M. With a photometric monitoring full light conducted by the Kepler Telescope, in the field of Swan and Dragon constellation. This work was directed to the statistical survey of flares in stars of the solar type. They were observed ~ 6844 flares, with occurrence in all spectral classes studied. The stars had flares energy order from 10 35 to 1037 erg, and average duration of 5.76 ± 1.2h. Keywords: Solar Flare ; Stellar Flare; Magnetic field ; Variability Magnetic ; Curve; Light and Analysis Methods . SUMARIO LISTA DE FIGURAS ..................................................................................... 11 LISTA DE TABELAS .................................................................................... 16 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 17 Telescópio Kepler ....................................................................................... 19 Longa cadencia (LC) ................................................................................... 20 Curta cadencia (SC) .................................................................................... 21 ESTRELAS ................................................................................................... 23 1.1 - Formação Estelar............................................................................. 23 1.2 - Estrutura Estelar .............................................................................. 24 Estrelas de Baixa Massa ......................................................................... 24 Estrelas de Alta Massa ............................................................................ 25 1.3 - Interior Estelar ................................................................................ 26 Atmosfera ................................................................................................. 27 Interior ...................................................................................................... 27 1.4 - Campo Magnético Estelar ............................................................... 28 Manchas estelares ................................................................................... 29 Flares ........................................................................................................ 29 Ciclo Magnético Estelar .......................................................................... 29 Estrelas Ativas ......................................................................................... 29 1.5 - Fotometria ........................................................................................ 30 Flare ............................................................................................................. 33 2.1 - Flare Estelar ..................................................................................... 33 2.2 – Características do Flare ................................................................. 34 2.3 – Geometria do Flare ......................................................................... 34 2.3.1 - Geometria do Flare Estelar em Curva de Luz ............................ 37 2.3.2 - Geometria do Flare Solar em Curva de Luz ............................... 37 - Energia e Duração do Flare Estelar ..................................................... 38 2.4.1 - Energia .......................................................................................... 38 – Tempo .................................................................................................... 40 METODOS DE ANALISE ............................................................................. 41 3.1 – Objetos de Estudo .......................................................................... 41 3.2 – Variação de Tempo do Flare .......................................................... 47 3.2.1 - Parâmetro α ................................................................................... 48 3.3 – Variação de Fluxo do Flare ............................................................ 49 3.4 – Análise de Pico ............................................................................... 49 FONTES ANALISADAS ............................................................................... 51 4.1 – Objetos Analisados ........................................................................ 51 4.2 – Objetos de Interesse....................................................................... 54 4.3 – Resultados Via Método de Análise de Pico .................................. 55 ANALISES E CORRELAÇÕES .................................................................... 68 5.1 – Análise de Histogramas ................................................................. 68 5.1.1 – Análise de Histogramas a) .......................................................... 68 5.1.2 – Análise de Histogramas b) .......................................................... 68 5.1.3 – Análise de Histogramas c) .......................................................... 69 5.1.4 – Análise de Histogramas d) .......................................................... 69 5.1.5 – Análise do Método de Detecção de Picos ................................. 69 5.2 – Análise de Periodicidade Entre Flares .......................................... 70 5.3 – Análise Gráficas .............................................................................. 71 CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS ............................................. 74 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................ 76 APÊNDICE ................................................................................................... 79 11 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Imagem do Telescópio Kepler. (Fonte: KOCH, 2010)..................................................................................................................20 Figura 2 - Imagem de Curva de Luz em Longa Cadencia do Objeto Kpl12356061...........................................................................................................21 Figura 3 - Imagem de Curva de Luz em Curta Cadencia do Objeto Kpl10544976...........................................................................................................21 Figura 1.1 - Imagem esquemática de quatro estágios de formação estelar. (Fonte: astro.if.ufrgs.br).....................................................................................24 Figura 1.2 - Imagem representativa (tamanhos fora de escala) do diagrama HR com escalas de temperatura da superfície em K, por Luminosidade, denotando a sequencia principal a região das gigantes, supergigantes e anãs brancas. Observação: Algumas estrelas conhecidas estão enumeradas. (Fonte: OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013. página: 240)...........................................26 Figura 1.3 - Modelo de estrutura estelar onde as regiões mais internas possuem núcleo, zona radiativa e zona convectiva. Nas regiões mais externas possuem cromosfera, fotosfera e, em algumas estrelas, coroa. (Fonte: OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013. Pagina:161 )...........................................28 Figura 1.4 - Manchas seguidoras e percussoras do sol a esquerda. À direita, após 10 anos, há inversão de campo magnético. Pensa-se que o mesmo processo ocorre para estrelas em geral. (Fonte: National Observatory)......................................................................................................30 Figura 2.1 - Comportamento do Campo Magnético Estelar na presença de uma rotação estelar diferenciada, ocasionando manchas e protuberâncias (flares). (Fonte: http://atenea.pntic.mec.es/)...................................................................33 Figura 2.2 - Modelos de reconexão magnética dos flares. (Fonte: A) CARMICHAEL, 1964; B) HIRAYAMA, 1974; C) KOPP E PNEUMAN, 1976; D) STURROCK, 1966)............................................................................................35 12 Figura 2.3 - Modelo Unificado de comportamento de Flare. A esquerda antes do total ejeção e a esquerda após a ejeção. (Fonte:SHIBATA et al. 1995, SHIBATA, 1999)................................................................................................35 Figura 2.4 - Modelo Unificado de comportamento de Micro Flare. A esquerda antes do total ejeção e a esquerda após a ejeção. (Fonte:SHIBATA et al, 1995, SHIBATA, 1999)................................................................................................36 Figura 2.5 - Flare solar em forma de arco a esquerda da imagem, detectado no dia 03 de fevereiro de 2016, imagem feita com filtro ultravioleta extremo com 304 Å, (angstrom). (Fonte: NASA Solar Dynamics Observatory - SDO)..................................................................................................................36 Figura 2.6 - Curva de luz do Objeto Kepler ID – 4758595, observação realizada em raios-X..........................................................................................................37 Figura 2.7 - Curva de luz solar em diferentes comprimentos de onda. (Fonte: SHIBATA e MAGARA, 2011).............................................................................38 Figura 2.8 - Diagrama com passos realizados, na produção de energia do flare. HXR, raios-X duro, EUV, Extremo Ultra Violeta, UV, Ultra Violeta e SXR raios-X mole. (Fonte: BENZ e GÜDEL, 2010. Pagina 10)......................................................................................................................39 Figura 3.1 – inicialização da obtenção dos parâmetros estelar, onde é feita a escolha da estrela a ser pesquisada.................................................................42 Figura 3.2 – Janela de obtenção de parâmetros intrínsecos ao objeto de estudo................................................................................................................42 Figura 3.3 – Janela de obtenção de curva de luz normalizadas dos objetos de estudo, gerado pela plataforma Kepler..............................................................47 Figura 3.4 – Curva de luz do Objeto Kepler- 4758595, gráfico de fluxo por tempo.................................................................................................................48 Figura 3.5 – Curva de luz do Objeto Kepler- 4758595, suavizada e com linha de base em vermelho. Gráfico de fluxo por tempo............................................50 Figura 3.6 – Curva de luz do Objeto Kepler- 4758595, suavizada, com linha de base em vermelho e centro dos picos demarcados com suas localizações. Gráfico de fluxo por tempo.................................................................................50 13 Figura 4.1 - Curva de luz da estrela KPL- 9540467, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................56 Figura 4.2 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 9540467). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................56 Figura 4.3 - Curva de luz da estrela KPL- 3222610, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico..............................................57 Figura 4.4 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 3222610). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................57 Figura 4.5 - Curva de luz da estrela KPL- 3934090, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................58 Figura 4.6 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 3934090). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................58 Figura 4.7 - Curva de luz da estrela KPL- 4355503, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico..............................................59 Figura 4.8 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4355503). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron /segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................59 Figura 4.9 - Curva de luz da estrela KPL- 4741455, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................60 14 Figura 4.10 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4741455). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................60 Figura 4.11 - Curva de luz da estrela KPL- 9349698, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................61 Figura 4.12 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 9349698). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................61 Figura 4.13 - Curva de luz da estrela KPL- 4758595, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................62 Figura 4.14 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4758595). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................62 Figura 4.15 - Curva de luz da estrela KPL- 4929016, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico..............................................63 Figura 4.16 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4929016). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................63 Figura 4.17 - Curva de luz da estrela KPL- 5962532, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................64 Figura 4.18 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 5962532). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação 15 entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................64 Figura 4.19 - Curva de luz da estrela KPL- 8196449, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................65 Figura 4.20 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 8196449). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................65 Figura 4.21 - Curva de luz da estrela KPL- 4158372, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico...............................................66 Figura 4.22 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4158372). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................66 Figura 4.23 - Curva de luz da estrela KPL- 4248763, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico..............................................67 Figura 4.24 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 9540467). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo..........................................................................67 Figura 5.1: Espectro de Potência Objeto KPL-9349698. Gráfico de Potência por período........................................................................................................71 Figura 5.2 – Relação entre Energia e Tef de estrelas do tipo espectral G, K e M........................................................................................................................72 Figura 5.3 – Relação entre Energia e Rʘ de estrelas do tipo espectral G, K e M........................................................................................................................72 Figura 5.4 – Relação entre numero de flares e Tef. Bin de 200 na temperatura de estrelas do tipo espectral G, K e M...............................................................73 16 LISTA DE TABELAS Tabela 3.1: Relação de objetos de interesse com temperaturas correspondentes ao tipo espectral G, K e M. Na primeira coluna encontra-se o numero correspondente a cada objeto (Kepler ID), na segunda coluna encontras o numero de pontos que corresponde à quantidade de observações realizada para cada objeto em longa cadencia (LC) e curta cadencia (SC), temperatura efetiva em K (Kelvin), Log(g) onde g é a gravidade superficial em (cm s-1) e raio estelar em termos do raio solar Rʘ onde (Rʘ= 6.96 x 1010 cm).....................................................................................................................43 Tabela 4.1: Relação de objetos de interesse com temperaturas correspondentes ao tipo espectral G, K e M. Na primeira coluna encontra-se o numero correspondente a cada objeto (Kepler ID), na segunda coluna encontra-se o numero de flares encontrados para cada objeto corresponde a observações realizada para cada objeto em longa cadencia (LC) e curta cadencia (SC), temperatura efetiva em K (Kelvin), Log(g) onde g é a gravidade superficial em (cm s-1) e raio estelar em termos do raio solar Rʘ onde (Rʘ= 6.96 x 1010 cm), t é a duração média do flare e F é a variação média do fluxo...................................................................................................................51 Tabela 4.2: Lista de objetos de interesse. Kepler ID (numero de referência da estrela)...............................................................................................................55 Tabela 4.3: Lista de objetos de interesse via análise de pico. Kepler ID (numero de referência da estrela), N (numero de flares).................................................55 Tabela 5.1: Lista de objetos de interesse via análise de pico. Kepler ID (numero de referência da estrela), N (numero de flares via método de analise de pico) e N1 (numero de flares via método de analise manual).......................................70 17 INTRODUÇÃO As estrelas de uma forma geral apresentam-se com vários tipos de variabilidade, sejam elas de natureza intrínseca, como pulsações e erupções, ou extrínsecas como os eclipses, lentes gravitacionais e efeitos de rotação. Estes fenômenos de variabilidade podem-se apresentar em varias escalas de tempo e de brilho. A importância de se entender os tipos de variabilidades reside no fato que estas fornecem informações sobre os processos físicos que estão correlacionados com a variabilidade, como variações no equilíbrio termodinâmico da estrela, taxa de produção de energia nuclear, variação da intensidade de campo magnético, perda ou captura de matéria, dentre outros. Um caso particular de variabilidade estelar de grande interesse são as observadas no Sol, mais especificamente aquelas associadas com a produção de labaredas (conhecidas como flares). Este fenômeno está associado com o campo magnético solar, à atividade coronal, processos na zona convectiva da estrela e a velocidade de rotação do Sol, podendo se apresentar com intensidades elevadas e com escalas de tempo de duração de minutos a horas. No processo de emissão do flare há uma grande ejeção de massa coronal (plasma) composta por elétrons. No caso do Sol, essa atividade nos atinge na forma do vento solar. Entretanto, dentre as estrelas com características semelhantes ao Sol, este se apresenta com sua radiância 2 a 3 vezes mais estável que suas companheiras de classe (RADICK et al, 1989). O estudo deste tipo de variabilidade é comprometido pelo fato de que esta avaliação é limitada à pequena amostra de estrelas. Outro limitador nos estudos desse tipo de medida de atividade estelar é o fato de que os processos associados a estes fenômenos se apresente em escalas de tempo irregular. Neste sentido, o Sol é a estrela na qual melhor conhecemos este tipo de variabilidade, tendo o Ciclo de Atividade Solar coberto desde o século 17, apresentando uma variação cíclica de atividade em uma escala de 11 anos. O primeiro flare solar foi detectado no ano de 1859, pelos astrônomos (CARRINGTON e HODGSON, 1859) com emissões no óptico, desde então 18 buscou-se saber do que se tratava estes eventos, devido a interação do campo magnético terrestre com as partículas emitidas pelos flares foi constatado que os flares solares estão relacionados a aparição de auroras boreais na Terra (BENZ e GÜDEL, 2010). Desde então atividade magnética no Sol são monitoradas diariamente, em alguns casos em tempo real como no Solar Dynamics Observatory da NASA1, que é um observatório responsável pela observação em tempo real de eventos magnéticos solar. Mas os flares ainda são eventos de difícil compreensão para os astrofísicos, onde seu comportamento ainda é incerto assim como o momento de sua ocorrência. Estudos levaram a modelos unificados de geometria do flare denominado por CSHKP nome que leva as iniciais dos cientistas que contribuíram para esse modelo Carmichael (1984), Sturrock (1966), Hirayama (1974), e KoppPneuman (1976); (SHIBATA, 2005). Estudos de flares estenderam-se para outras estrelas na Via Láctea com o advento de satélites espaciais que possam efetuar um monitoramento desses objetos como as missões, Kepler, CoRot e SOHO (WALKOWICZ et al, 2010), devido o grande numero de objetos a disposição para analise, pesquisadores buscam a compreensão de flares ocorridos em outras estrelas, com base em observações realizadas nestas missões para uma melhor compreensão dos flares estelares, desde que essas observações ainda sejam curtas. Em BALONA (2012), foram detectados 25 flares em estrelas do tipo espectral G e 27 em estrelas do tipo espectral F, onde este destaca o fato a aparição de mancas estelares chegando a ocupar em alguns casos 30% da superfície da estrela. Comparando com as manchas detectadas na superfície do Sol, o autor destaca que as manchas por ele apontadas são maiores que as manchas solares. Flares em estrelas do tipo espectral G, são estudados em MAEHARA, H. et al, (2012) em quartos de tempo de (0) 10 dias, (1) 33 dias, (2) 90 dias, (3) 90 dias, chegando a detectar 365 superflares em 148 estrelas de tipo solares, com energia superior a 10 33 erg, sendo esta energia superior a encontradas no Sol que chegam a possuir energia da ordem de 1033 erg. Em uma abordagem do primeiro quarto de observações do Observatório Kepler (WALKOWISCZ et al, 2010), reportaram a observação de 373 fontes com atividade de flares em estrelas de tipo K. 19 A realização deste trabalho é de importância relevante, no qual será realizado um estudo de estrelas com características semelhantes ao Sol, do tipo espectral G, K e M, com observação continuas de cerca de 100 objetos estelares por um período de ~ 1600 dias. Esse estudo possui um diferencial em comparação com outros já realizados, como o longo período de observação, o numero de quartos de tempo a serem analisados para cada objeto, onde estes objetos são encontrados no banco de dados públicos, chegando a possuir para alguns objetos 16 quartos de tempo e o grande número de objetos a serem estudados, possuindo um número de objetos significativos para uma estatística robusta, buscando a compreensão do comportamento dos flares em estrelas semelhantes ao Sol, suas características, qual a sua energia, em quais estrelas ele ocorre com mais frequência e qual seu tempo de duração. Para a realização de um estudo em estrelas, similar ao realizado no Sol, requer observações continuas durante longos períodos. Neste sentido, o Telescópio Kepler, que possui como expectativa a observação de cerca de 150000 estrelas, realizando um monitoramento fotométrico em luz integral, de estrelas no campo da constelação de Cisne e Dragão vem como uma ferramenta de grande importância para estudos de objetos em nosso campo de interesse. O Telescópio Kepler será tratado com mais detalhes logo abaixo. Telescópio Kepler O Telescópio Kepler é uma sonda espacial lançada no dia 6 março de 2009, que consiste como objetivo principal, a detecção de exoplanets (planetas extra solares) em zona habitável (KASTING et al. 1993), como também, a determinação de sua frequência e características. Projetada pela NASA, a sonda espacial Kepler tem por sua orbita, ETHO (Órbita de perseguição a órbita heliocêntrica), esta órbita foi escolhida devido sua característica mais estável, garantido assim uma melhor precisão fotométrica. Possui como um dos seus componentes principais, o fotômetro de 0,95 m de diâmetro, onde o seu interior é composto por um plano focal de 95 megapixels, formado por 42 CCDs (Dispositivo de carga acoplada) de ciência e quatro finos CCDs como sensores de 20 orientação ver Figura 1. O direcionamento do plano focal foi definido à medida que minimizasse a quantidade de estrelas que possuem alta luminosidade incidindo sobre os CCDs, não causando assim uma perda na definição dos pixels (KOCH, 2010). Figura 1 - Imagem do Telescópio Kepler. (Fonte: KOCH, 2010). Os períodos de monitoramento são realizados de duas formas, Longa Cadencia (LC) e em Curta cadencia (SC). Longa cadencia (LC) O monitoramento em longa duração ocorre através da leitura dos dados obtidos pelo CCD onde é realizado 270 leituras formando a imagem ver Figura 2, com um período de 30 min. para realização das leituras onde são extraídos apenas os pixels de maior interesse (POI). 21 Figura 2 - Imagem de Curva de Luz em Longa Cadencia do Objeto Kpl-12356061. Curta cadencia (SC) O monitoramento em curta duração são extraídos 512 POIs para cada 9 leitura formando a imagem, ver Figura 3, com um período de 1 min. Para realização das leituras. Figura 3 - Imagem de Curva de Luz em Curta Cadencia do Objeto Kpl-10544976. 22 Neste sentido, este trabalho está estruturado da seguinte forma: No capítulo 1 é feita uma apresentação dos assuntos prévios para a compreensão dos fenômenos físicos ocorridos nas estrelas responsáveis pela ocorrência do flare, assim como suas classificações. No capitulo 2 buscou-se levar o leitor a ter uma visão geral sobre flares, abordando assuntos como sua estruturação, comportamento, energética e duração. Para o capitulo 3 é abordada a metodologia utilizada neste trabalho a forma de detecção dos flares, sendo realizada por métodos manuais como também por métodos computacionais por Analise de Picos e extrações de parâmetros. No capitulo 4 são expostas os resultados encontrados em conseqüência dos dados obtidos através da metodologia utilizada no capitulo 3. Deixamos o capitulo 5 para eventuais discussões referentes ao resultados obtidos no capitulo 4. Finalizando temos no capitulo 6 as devidas conclusões assim como as perspectivas de trabalhos futuros. Em apêndice será discutido o passo a passo para a realização do método de Analise de Picos. 23 CAPÍTULO 1 ESTRELAS Neste capitulo busca-se apresentar assuntos relacionados a Formação Estelar, Estrutura Estelar, Interior Estelar, Classificação Estelar, Campo Magnético Estelar, Estrelas Ativas e Fotometria. A priori estes são assuntos nos quais requer conhecimento prévio, necessário para uma melhor compreensão dos Flares e para compreender o comportamento destes em determinadas classes de estrelas. Neste sentido abordamos no atual capitulo os assuntos de forma mais detalhada para uma melhor compreensão. 1.1 - Formação Estelar Estrelas são formadas a partir do aglutinamento de nuvens de gás e poeira que sofre uma perturbação em sua atração gravitacional, causadas por explosões de supernovas em suas vizinhas ou até mesmo por onda de choque, como também podendo haver formação estelar causada por uma onda de densidade, onde seu transporte de energia é causado basicamente por radiação, condução e convecção (LEBLANC, 2010). Devido à perturbação sofrida na nuvem de gás e poeira onde a composição do gás é predominantemente constituído de moléculas de hidrogênio (H2 cuja densidade pode variar entre 20 H2 cm-3 a 105 H2 cm-3) e monóxido de carbono (CO), que corresponde a grande parte das nuvens de acordo com (LARSON, 2003), o processo de formação estelar passa acontecer com o aglutinamento das nuvens formando um disco de acresção, aonde a matéria vai formando um núcleo mais denso e quente e as partes externas mais frias e menos densa. Devido ao efeito gravitacional, a matéria que fica nas partes mais externas exerce pressão sobre o núcleo, consequentemente, com o aumento da pressão, a matéria esquenta cada vez mais chegando ao ponto em que o núcleo entre em processo de fusão nuclear queimando (hidrogênio) e (Helio) produzindo altas taxas de energia para contrabalancear a pressão exercida pelo efeito gravitacional. 24 Após começar seu processo de queima, a protoestrela consegue expelir suas partes mais externas de gás e poeira que a constituíram tornando-se assim uma estrela, ver Figura 1.1 (LARSON, 2003). Figura 1.1 - Imagem esquemática de quatro estágios de formação estelar. (Fonte: astro.if.ufrgs.br). 1.2 - Estrutura Estelar Nem todas as estrelas possuem a mesma estrutura interna. Esta varia de estrela para estrela, onde o fator fundamental para essa classificação seja sua massa. Em geral as estrelas são divididas em dois grupos: Estrelas de Baixa Massa Possuem desde frações de uma massa solar até poucas vezes maior a Mʘ (massa do Sol), mais precisamente 0.08 Mʘ ≤ M ≤ 10 Mʘ. Sua estrutura interna é composta por um núcleo, zona radiativa e acima da zona radiativa um envelope convectivo que o envolve completamente chegando até a superfície da estrela (LEBLANC, 2010). 25 Estrelas de Alta Massa As estrelas de alta massa, como o nome já sugere, são altamente massivas onde sua massa varia de 10 Mʘ < M ≤ 120 Mʘ, possuem um núcleo convectivo e um envelope radiativo. Essa estrutura é proveniente de temperaturas muito altas no núcleo central (LEBLANC, 2010). Um fator determinístico para uma estrela é sua massa. A vida da estrela é determinada por sua massa, onde quanto mais massiva ela é menor é a sua vida, e quando menor for sua massa maior tempo de vida a estrela possuirá. Outro fator que é determinado através da massa é a temperatura onde a T eff (temperatura efetiva) das estrelas variam 2000 K ≤ Teff ≤ 60 000 K (LEBLANC, 2010). As estrelas são classificadas por sua luminosidade em um diagrama HR, ver Figura 1.2, onde os principais tipos espectrais são OBAFGKM. Estrelas de tipo espectral O são estrelas azuis com Tef > 30 000 K, B estrelas brancas azuladas com Tef que variam de10 000 K a 30 000 K, A estrelas brancas com Tef que variam de 7 500K a 10 000 K, F estrelas brancas - amareladas com Tef que variam de 6 000K a 7 500 K, G estrelas amareladas com Tef que variam de 5 000K a 6 000 K, K estrelas alaranjadas com Tef que variam de 3 500K a 5 000 K, M estrelas avermelhadas com Tef < 3 500 K (LEBLANC, 2010). 26 Figura 1.2 - Imagem representativa (tamanhos fora de escala) do diagrama HR com escalas de temperatura da superfície em K, por Luminosidade, denotando a sequencia principal a região das gigantes, supergigantes e anãs brancas. Observação: Algumas estrelas conhecidas estão enumeradas. (Fonte: OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013. página: 240). 1.3 - Interior Estelar A princípio pode-se distinguir a estrutura estelar em duas partes: atmosfera e interior. A parte da atmosfera é composta pelas regiões mais externas das estrelas, consequentemente possui as regiões menos densas formadas por fotosfera, cromosfera e coroa. Já a parte interior é composta por núcleo, zona radiativa e zona convectiva. Para que as estrelas se mantenham sempre em seu equilíbrio hidrostático, cada camada é responsável por uma função, ver Figura 1.3 em que mostra o esquema de formação de interior estelar. 27 Atmosfera Fotosfera: É a região de espectro visível de uma estrela é onde há ocorrência de manchas devido ao afloramento de campo magnético, proeminências e flares. Isto será tratado com mais detalhes no Capitulo 2. Cromosfera: Região superior a fotosfera onde são predominantes as linhas de absorção. No Sol a cromosfera é vista quando ocorrem eclipses solares. Ela é facilmente ofuscada pela fotosfera, devido a fotosfera ser mais brilhante. Coroa: É composta por átomos de cálcio altamente ionizados, ferro, níquel e neônio, chegando a temperaturas muito altas. A região da coroa é responsável pelo vento solar, provocado por ejeção de partículas, causando perda da massa estelar (OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013). No caso do Sol a coroa estelar só foi observada através de um eclipse total. Interior Núcleo: É a parte central da estrela onde em sua composição predomina H e He, podendo haver uma pequena parte de materiais pesados. É no núcleo que acontecem os processos de fusão nuclear, onde a estrela consegue fundir H em He (WALTER, 1999). Zona Radiativa: É responsável pelo transporte de energia produzido no núcleo estelar, provocando um equilíbrio radiativo. Zona Convectiva: É responsável pelo transporte do fluxo convectivo das camadas inferiores mais quentes para as camadas superiores mais frias. Esse processo ocorre de tal forma que, devido ao equilíbrio radiativo, provoca um equilíbrio convectivo. Com isto todo fluxo de energia radiativa é passado para as camadas mais externas via zona convectiva, não alterando a temperatura em todas as partes da zona convectiva (OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013). 28 Figura 1.3 - Modelo de estrutura estelar onde as regiões mais internas possuem núcleo, zona radiativa e zona convectiva. Nas regiões mais externas possuem cromosfera, fotosfera e, em algumas estrelas, coroa. (Fonte: OLIVEIRA FILHO e SARAIVA, 2013. Pagina:161 ). As estruturas internas variam de acordo com as massas das estrelas, onde estrelas massivas possuem zonas radiativas maiores. Logo, as estrelas de baixa massa possuem maior envoltório convectivo. 1.4 - Campo Magnético Estelar A principio temos que o campo magnético estelar surge no processo de formação da estrela. Para ser mais preciso, este é herdado desde o estagio de protoestrela. Quando as estrelas estão sendo formadas, nuvens de gás e poeira se aglutinam, formando um disco de acresção. Este disco possui velocidades muito altas, exercendo pressão sobre o núcleo. O campo magnético surge em forma de dínamo bipolar, para truncar o núcleo da protoestrela. Este processo provoca uma diminuição da velocidade do disco de acresção, devido à conservação de momento angular. Ajudando assim no processo de colapso do núcleo que ocorre devido à desaceleração do disco de acresção (GOUVEIA et a, 2012). Eventos associados com campo magnético estelares são: 29 Manchas estelares Devido a atividades magnéticas na região da fotosfera estelar, afloramentos de linhas de campo magnético ocorrem nesta região. Onde ocasionam manchas estelares denominadas manchas percussoras e seguidoras, ambas possuem polaridade magnética inversas, ver Figura 1.4 . Flares São eventos que ocorrem devido ao emaranhamento de linhas de campo magnético, causadas pela rotação diferenciada das estrelas em seu meridiano para seus pólos, (ver Capitulo 2). Ciclo Magnético Estelar Estrelas possuem campos magnéticos bipolares que apresentam uma dinâmica relativamente complexa. É sabido que o Sol possui um período magnético de ~22 anos, e um ciclo de ~11 anos para mudar seu pólos magnéticos. Com ~22 anos ele finaliza o período completo de inversão de pólo magnético. Pensa-se que em geral estrelas distribuídas em todo diagrama HR possuem esse tipo de característica. Ainda não foi comprovado que seus ciclos magnéticos possuem menor ou maior escala em comparação ao ciclo Solar (LEBLANC, 2010). Estrelas Ativas São denominadas estrelas ativas aquelas cuja atividade magnética é bastante intensa em sua atmosfera. Estas atividades são correlacionadas a flares, manchas estelares e solares, como também ejeção de massa coronal (plasma quente). 30 Figura 1.4 - Manchas seguidoras e percussoras do sol a esquerda. À direita, após 10 anos, há inversão de campo magnético. Pensa-se que o mesmo processo ocorre para estrelas em geral. (Fonte: National Observatory). 1.5 - Fotometria Fotometria é o estudo da radiação eletromagnética emitida por uma estrela, ou um objeto. Através da fotometria características de natureza física das estrelas podem ser determinadas como, Luminosidade, Temperatura Efetiva (Tef), Fluxo e Energia. Por definição, Luminosidade é a quantidade de energia emitida em todas as direções por unidade de tempo, integrada em todas as frequências dada em erg /s. Considerando em um caso ideal, uma estrela esférica de raio R emitindo em todos os comprimentos de onda, tem que a luminosidade dada pela Eq. (1). 31 Onde Fν é o Fluxo em todos as frequências, F é o Fluxo emitido na superfície da estrela e 𝞹(Pi) é uma constante, 𝞹 ≈ 3,14. Por definição, Fluxo é a quantidade de energia que passa por uma área por unidade de tempo integrada em todos os comprimentos de onda, dada em erg /cm2 s. Seja a função de Planck ou distribuição de um corpo negro dependente apenas da temperatura (T), dada pela Eq. (2). Onde ν é a frequência, c velocidade da luz, h constante de Planck e κ é a constante de Boltzman. Através da Eq. (2), pode-se relacionar Fluxo e Tef, onde Tef é a temperatura da estrela em sua superfície, pela Eq. (3). Onde σ sigma é a constante de Stefan-Boltzman, σ = 5,67 x 10-5 (erg / cm2 K4 s). Podemos, a partir da Eq. (3), definir que Fluxo na atmosfera estelar é dado pela Eq.(4). Logo, podemos relacionar a Eq. (1) com a Eq. (4) e chegar à seguinte expressão: 32 De acordo com a Eq. (5), temos que a luminosidade de uma estrela de raio R é proporcional à temperatura efetiva estelar elevada à quarta potencia. Temos que a Energia é dependente da Luminosidade, como podemos ver pela Eq. (6). 𝒕 E = 𝟎 𝑳 𝒅𝒕 = 𝑳. 𝒕 Neste modo temos E em unidade de ergs, t em segundos (s) e L em erg/s. Através da Eq. (6) podemos calcular a energética dos flares ocorridos na superfície estelar. Os resultados obtidos para nossos objetos de estudo serão apresentados no Capitulo 4. 33 CAPÍTULO 2 Flare Neste capitulo estamos interessados em expor para o leitor o que se caracteriza o fenômeno denominado como flare. Deste modo, são referidos os processos que ocasionam o flare, como também seu comportamento, suas características, energética e duração de tempo. 2.1 - Flare Estelar Flares (explosões magnéticas ou rajadas magnéticas) são eventos ocorridos na fotosfera estelar devido a processos de forte interação de campo magnético na zona convectiva. Estes eventos estão associados à rotação estelar diferenciada em seus pólos, com relação ao seu meridiano. As linhas de campo magnético, as quais ocasionam flares, são geradas por efeito de dínamo na interface entre a zona radiativa e a zona convectiva estelar (BENZ e GÜDEL, 2010). Figura 2.1 - Comportamento do Campo Magnético Estelar na presença de uma rotação estelar diferenciada, ocasionando manchas e protuberâncias (flares). (Fonte: http://atenea.pntic.mec.es/). Na Figura 2.1, vemos uma evolução do campo magnético estelar, sendo arrastada com velocidade maior comparado com seus pólos. Devido a isto ocorrerá o emaranhamento das linhas de campo, ocasionando uma interação entre elas, forçando assim a sua ejeção. Flares acontecem quando uma gigantesca quantidade de energia armazenada em campos magnéticos, geralmente acima das manchas estelares e solares, é repentinamente liberada Balona (2012). A ocorrência dos flares até hoje é imprevisível. No entanto, estudos revelam que uma grande 34 parte dos flares ocorre de forma aleatória, enquanto pequenas partes apresentam características periódicas entre si Massi (2007). A ocorrência de flares é detectada em todo o diagrama HR. Há ocorrência de flares em Jovens Estrelas como também em estrelas T-Taure, Wolf-Rayet, estrelas da seqüência principal assim como, na região de sua vizinhança (PETTERSEN, 1989). Os flares produzem forte emissão de radiação que se estende por todo o espectro eletromagnético. A ocorrência de flares chega a ser detectada com emissões em raio-X, raio-Gama e ondas de radio (BALONA, 2012). 2.2 – Características do Flare O comportamento de flares estelares e solares a principio pode ser caracterizado em duas partes. A primeira está relacionada com o momento da ocorrência do flare, onde é gerada uma imensa quantidade de energia na forma de partículas de gás ionizado. Estas partículas são aceleradas e ejetadas para fora da superfície estelar (BENZ e GÜDEL, 2010). Este processo ocasiona o resfriamento da superfície estelar na região onde ocorreu o flare, conhecido como mancha estelar e, para o caso do Sol, mancha solar (BALONA, 2012). A segunda está inclinada ao processo de alargamento das linhas de campo magnético. Logo que estas são ejetadas para fora da estrela, provocam um rompimento gerando novos dipolos magnéticos (Figura 2.2). E por fim, há uma estabilização das linhas de campo magnético geradas pelo resfriamento e dissipação dos jatos expelidos. 2.3 – Geometria do Flare Desde a primeira observação de flares no Sol, em 1859, buscou-se saber do que se tratava e determinar seu comportamento, assim como sua geometria Benz e Güdel (2010). A literatura revela modelos geométricos criados devido a observações realizadas para flares ocorridos no sol. Pensa-se que estes são estendidos para comportamentos de flares estelares (Figura 2.2). A partir dos modelos criados para explicação de flares na Figura 2.2, criou-se um modelo unificado 35 para comportamento de flares solares, micro flares solares e jatos magnéticos, como nas Figura 2.3 e Figura 2.4 (SHIBATA e MAGARA, 2011). Figura 2.2 - Modelos de reconexão magnética dos flares. (Fonte: A - CARMICHAEL, 1964. B HIRAYAMA, 1974. C - KOPP e PNEUMAN, 1976. D - STURROCK, 1966). Figura 2.3 - Modelo Unificado de comportamento de Flare. A esquerda antes do total ejeção e a esquerda após a ejeção. (Fonte:SHIBATA et al. 1995, SHIBATA, 1999). 36 Figura 2.4 - Modelo Unificado de comportamento de Micro Flare. A esquerda antes do total ejeção e a esquerda após a ejeção. (Fonte:SHIBATA et al, 1995, SHIBATA, 1999). Observa-se através dos modelos estabelecidos na Figura 2.2, a Figura 2.4, que os flares no momento de sua ocorrência possuem aspectos de laços e gotas, ou até mesmo forma de arcos. Sua estrutura é bastante variada devido à complexidade das linhas de campo magnético (Figura 2.5) Figura 2.5 - Flare solar em forma de arco a esquerda da imagem, detectado no dia 03 de fevereiro de 2016, imagem feita com filtro ultravioleta extremo com 304 Å, (angstrom). (Fonte: NASA Solar Dynamics Observatory - SDO). 37 2.3.1 - Geometria do Flare Estelar em Curva de Luz Flares Estelares são detectados em diversos tipos espectrais, em diversos comprimentos de onda, fotometria fotoelétrica, raios gama, extremo ultravioleta e em raios-X (BALONA, 2012). Neste trabalho as observações são realizadas em raios-X, como na Figura 2.6. Figura 2.6 - Curva de luz do Objeto Kepler ID – 4758595, observação realizada em raios-X. Na Figura 2.6, observa-se cinco picos ao longo da curva, onde os quais possuem intensidades diferentes. No entanto possuem uma distribuição geométrica semelhante, possuindo um pico bastante ascendente e posteriormente um leve decaimento, assemelhando-se a uma forma exponencial. 2.3.2 - Geometria do Flare Solar em Curva de Luz Flares Solares são detectados em diferentes comprimentos de onda, como podemos observar na Figura 2.7. 38 Figura 2.7 - Curva de luz solar em diferentes comprimentos de onda. (Fonte: SHIBATA e MAGARA, 2011). Na Figura 2.7, temos o comportamento geométrico de flares solares, onde em algumas faixas de comprimentos de onda assemelham-se ao comportamento dos flares demonstrados na Figura 2.6. - Energia e Duração do Flare Estelar 2.4.1 - Energia Os flares estelares são bastante energéticos, chegando a possuir energia superior a 1026 erg. A energia do flare é armazenada em seu campo magnético B, ocasionando uma produção de corrente estacionaria J, 39 obedecendo a Equação (7), onde esta necessita das condições iniciais do objeto de estudo, não sendo este o nosso interesse neste trabalho. (7) Onde ∇ é o operador rotacional, e 𝜇0 é uma constante de permeabilidade magnética do vácuo, onde 𝜇0 = 4𝞹 x 10-7NA-2. A Equação 8 nos fornece a energia total armazenada no campo magnético solar, para uma região onde apresenta uma mancha Solar. Esta equação pode ser extendida para ser valida em estrelas em geral (SHIBATA e MAGARA, 2011). (8) Onde E é a energia armazenada em B dado em gauss (G) e L é o comprimento da linha de campo magnético do flare. O processo de produção de energia dos flares de forma seqüenciada pode ser visto na Figura 2.8, em concordância com o Tópico 2.2. Figura 2.8 - Diagrama com passos realizados, na produção de energia do flare. HXR, raios-X duro, EUV, Extremo Ultra Violeta, UV, Ultra Violeta e SXR raios-X mole. (Fonte: BENZ e GÜDEL, 2010. Pagina 10). 40 A Equação 9 é uma equação universal a qual se estende para eventos ocorridos em estrelas em geral, relacionando o campo magnético B com a temperatura do flare, no momento de sua ocorrência. Assim como a medida de emissão EM, dada pela Equação 10 (SHIBATA e MAGARA, 2011). (9) (10) Onde n0 é a densidade coronal da estrela no momento em que não ocorreu o flare. De acordo com as observações realizadas por Shibata e Magara (2011) os flares solares possuem energia da ordem de 1029 erg a 1032 erg, e para os flares estelares essas energias aumentam significativamente em algumas ordens de magnitude, possuindo entre 1029 erg a 1037 erg. Já Benz e Gudel (2010) estimam que os flares solares possuem energia da ordem de 1026 erg a 1034 erg. Para Balona (2012), os flares solares que possuem as maiores taxas de energia são da ordem de 1030 erg a 1031 erg. De acordo com Maehara, H. et al (2012), com estudo voltado a estrelas tipo solar, os flares possuem energia da ordem de 1033 erg a 1036 erg, onde os Superflares possuem energia superior a >1033 erg. – Tempo O tempo de duração do flare varia de poucos minutos a algumas horas. De acordo com Balona (2012), a duração média de um flare é de 2x103 s, ou seja, ~35 min. Em Maehara, H. et al (2012), a duração media é de 1,4x104 s, ou seja, ~3,9 h. A variação de energia do flare ocorre de forma muita rápida até atingir seu ponto de maximo. Posteriormente acontece um decaimento muito lento devido às reconexões realizadas pelo campo magnético estelar, até alcançar a estabilidade (Figura 2.6). 41 CAPÍTULO 3 METODOS DE ANALISE Eventos magnéticos ocorrem constantemente em estrelas em geral. Flares no Sol estão relacionados diretamente com a vida na Terra, estes eventos são monitorados diariamente, e, por várias décadas. Constatou- se que o Sol possuem um período total com ~22 anos de atividade magnética, mas até hoje não foi possível chegar a uma previsão do momento exato da ocorrência dos flares. Neste trabalho estamos interessados em estudar estrelas com características próximas ao Sol, como massa (Mʘ) e temperatura (Tʘ), do tipo espectral G, K e M. Neste sentido, o Telescópio Kepler que possui como expectativa a observação de cerca de 150000 estrelas realizando um monitoramento fotométrico em luz integral, de estrelas no campo da constelação de Cisne e Dragão vem como uma ferramenta de grande importância, para estudos de objetos em nosso campo de interesse. 3.1 – Objetos de Estudo Com o objetivo de estudar flares estelares e correlacionar com os flares solares. Este trabalho buscou efetuar um levantamento de objetos com características próximas ao Sol, como também a busca por objetos, que possuem um índice de atividade magnética intensa "flares". Os dados das estrelas a serem estudadas são obtidos do banco de dados públicos do Observatório Kelper (http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/). Nesta plataforma primeiramente é preciso que entre com o ID do objeto a ser analisado, e escolher a opção View, ver Figura 3.1, após esse procedimento à plataforma Kepler gera uma nova pagina a qual são disponibilizados os parâmetros dos objetos de estudo, sendo possível o armazenamento em um computador, ver Figura 3.2. 42 Figura 3.1 – inicialização da obtenção dos parâmetros estelar, onde é feita a escolha da estrela a ser pesquisada. Figura 3.2 – Janela de obtenção de parâmetros intrínsecos ao objeto de estudo. Os processos realizados na Figura 3.1 e Figura 3.2, são realizados para todos os objetos de interesse de estudo. Efetuado o levantamento dos objetos a serem estudados, foram retiradas suas características de principal relevância para o estudo aqui realizado ver Figura 3.2, onde são demonstradas na Tabela 3.1. 43 Tabela 3.1: Relação de objetos de interesse com temperaturas correspondentes ao tipo espectral G, K e M. Na primeira coluna encontra-se o numero correspondente a cada objeto (Kepler ID), na segunda coluna encontras o numero de pontos que corresponde à quantidade de observações realizada para cada objeto em longa cadencia (LC) e curta cadencia (SC), temperatura efetiva em K (Kelvin), Log(g) onde g é -2 a gravidade superficial em (cm s ) e raio estelar em termos do raio solar Rʘ onde (Rʘ= 6.96 x 10 Kepler ID N° de Pontos Cadência 2834564 115869 3109825 10 cm). Tef Log(g) Raio (k) cm/s2 Rʘ LC.SC 3530 0.688 0.380 64797 LC 3981 0.668 0.602 3112828 64839 LC 4492 0.662 0.696 3220938 64847 LC 5094 0.664 0.651 3222610 59319 LC 4260 0.663 0.671 3439126 64840 LC 4236 0.664 0.664 3763058 51863 LC 4086 0.667 0.614 3934090 28834 LC 3823 0.675 0.519 3942324 65314 LC 4562 0.670 0.561 3967523 51864 LC 4955 0.663 0.664 4043389 345946 LC. SC 3878 0.666 0.628 4158372 59320 LC 4267 0.663 0.670 4171937 51865 LC 5117 0.673 0.591 4248763 65314 LC 4353 0.660 0.723 4274517 51865 LC 4447 0.665 0.648 4355503 105783 LC. SC 3585 0.687 0.389 4644174 64842 LC 4135 0.664 0.659 4649344 64840 LC 5174 0.658 0.725 4650327 64844 LC 4986 0.668 0.600 4669417 51866 LC 5211 0.660 0.697 4726192 50179 LC 3830 0.675 0.520 4741455 59318 LC 3799 0.677 0.492 4758595 91682 LC. SC 3573. 0.686 0.400 4819766 64841 LC 3635 0.685 0.410 44 Tabela 3.1 - Continuação Kepler ID N° de Pontos Cadência Tef Log(g) Raio (k) cm/s2 Rʘ 4929016 51862 LC 4092. 0.667 0.617 4939265 97412 LC. SC 3694 0.686 0.400 5015542 51863 LC 4311 0.663 0.675 5079590 50178 LC 4656 0.659 0.747 5288534 51864 LC 3903 0.675 0.523 5428088 50179 LC 3670 0.681 0.454 5437459 64844 LC 3893 0.675 0.530 5461756 51865 LC 4009 0.667 0.622 5516671 50179 LC 3603 0.680 0.459 5858361 50178 LC 3498 0.690 0.360 5962532 64847 LC 5065. 0.664 0.664 6224062 59319 LC 3707 0.681 0.452 6290789 64842 LC 4232 0.664 0.651 6290811 64842 LC 3546 0.687 0.390 6310265 64847 LC 3894 0.667 0.620 6620003 64843 LC 3872 0.674 0.534 6668646 50178 LC 3591 0.687 0.392 6674908 64843 LC 4020 0.666 0.631 6675714 64841 LC 4188 0.664 0.674 6843185 50178 LC 4331 0.662 0.703 6871896 64842 LC 4053 0.666 0.625 6928206 50179 LC 3699 0.679 0.470 7107430 65311 LC 4274 0.663 0.668 7191311 64842 LC 3677 0.685 0.426 7381180 64847 LC 4602 0.659 0.746 7465605 64847 LC 4038 0.669 0.580 45 Tabela 3.1 - Continuação Kepler ID N° de Pontos Cadência Tef Log(g) Raio (k) cm/s2 Rʘ 7692454 453526 LC. SC 3813 0.671 0.569 7830341 64844 LC. SC 3799 0.677 0.492 7871438 64841 LC 3757 0.677 0.494 7877209 64841 LC 3521 0.691 0.350 7885309 64843 LC 4679 0.676 0.510 7907119 59320 LC 4066 0.668 0.603 8176468 65313 LC 4327 0.665 0.634 8196449 59322 LC 3854 0.668 0.607 8487242 64809 LC 4843 0.670 0.571 8947255 64842 LC 3505 0.686 0.400 8959288 64842 LC 5191 0.659 0.720 9048949 65316 LC 5190 0.652 0.821 9179906 64847 LC 3365 0.694 0.308 9238899 64847 LC 4070 0.668 0.619 9269688 46604 LC 4547 0.659 0.747 9346592 64847 LC 4234 0.664 0.650 9349698 166625 LC. SC 5035 0.668 0.600 9395205 64841 LC 3828 0.675 0.520 9407581 48061 LC 3570 0.688 0.380 9450669 104129 LC. SC 4866 0.668 0.593 9540467 46722 LC 3921 0.670 0.572 9631366 64846 LC 3722 0.678 0.480 9892651 33348 LC 3646 0.684 0.420 9945771 64841 LC 3797 0.675 0.510 10165244 51784 LC 4099 0.663 0.678 10188460 69905 LC 3787 0.676 0.506 46 Tabela 3.1 - Continuação Kepler ID N° de Pontos Cadência Tef Log(g) Raio (k) cm/s2 Rʘ 10363074 51784 LC 3564 0.686 0.401 10422252 46250 LC 5279 0.651 0.840 10622511 52253 LC 3746 0.679 0.543 10658494 64843 LC 4230 0.670 0.555 10818065 45875 LC 4701 0.663 0.672 10872868 51779 LC 3431 0.693 0.313 10960823 64841 LC 3554 0.691 0.360 10975238 64843 LC 3794 0.677 0.490 11017875 51551 LC 3698 0.682 0.444 11047115 30594 LC 4522 0.660 0.729 11124203 51552 LC 3600 0.684 0.420 11190713 65311 LC 4637 0.674 0.522 11196403 64844 LC 4086 0.665 0.640 11244150 60440 LC 3741 0.677 0.488 11342883 52020 LC 4304 0.682 0.448 11550428 42182 LC 3404 0.691 0.340 11717648 61167 LC 4162 0.667 0.603 11808734 64848 LC 3620 0.683 0.430 11958955 64848 LC 4981 0.658 0.767 12004872 47332 LC 3514 0.689 0.370 12258055 64847 LC 4113 0.665 0.651 12314646 59315 LC 3444 0.693 0.324 12356051 54614 LC 3389 0.694 0.320 12401644 54614 LC 5068 0.668 0.605 Após o levantamento dos dados contidos na Tabela 3.1, é selecionando a opção (PDCSAP Time Series) na coluna dois, Star ID, podendo efetuar a 47 obtenção dos pontos necessários para a realização da plotagem do gráfico ver Figura 3.3. A opção selecionada para amostragem de dados é nsub_PDCSAP_FLUX [e-/s], fluxo normalizado pela subtração. O download da tabela com os dados para realização do plot pode ser obtido na parte inferior do gráfico da Figura 3.3, na opção, Download Table of Plotted Data, podendo ser armazenadas em um computador. Figura 3.3 – Janela de obtenção de curva de luz normalizadas dos objetos de estudo, gerado pela plataforma Kepler. 3.2 – Variação de Tempo do Flare Na Figura 3.4, temos um gráfico de curva de luz de um objeto Kepler, onde este possui um flare, no qual estamos interessados em três pontos principais do pico caracterizado pelo flare. Neste trabalho, a detecção dos Flares nas curvas de luz, foi realizada por processos manuais, onde efetuavam-nos uma varredura no gráfico em um período de 10 em 10 dias para uma melhor visualização dos eventos. Efetuada a localização de um flare, eram tabelados os pontos de máximo e mínimo do evento, onde na Figura 3.4, estão demarcados por um ponto verde. Esses pontos são necessários para a detecção da variação temporal do inicio meio e termino do flare. Um dos parâmetros retirados do Flare é sua variação temporal, caracterizada pela Equação 11, retirada da Figura 3.4. 48 Δt = tf - ti = Δti + Δtf (11) Onde ti é o tempo de inicio do flare, tf é o tempo de término do flare e tm o tempo médio, onde ocorre o pico central do flare. Δti = tm - ti e Δtf = tf - tm (12) O parâmetro Δti nos dá a variação temporal, para o qual o flare levou até atingir o máximo de sua energia, já Δtf, nos fornece o tempo que o flare realiza para se estabilizar desde seu ponto máximo de energia até o seu ponto de mínimo local, ver Figura 3.4. Figura 3.4 – Curva de luz do Objeto Kepler- 4758595, gráfico de fluxo por tempo. 3.2.1 - Parâmetro α α = Δti/ Δtf (13) O parâmetro α da Equação 13 nos fornece a razão entre a variação de tempo inicial e tempo final do flare, onde este nos fornecerá um dado de bastante relevância do que diz respeito ao do comportamento temporal do flare. 49 3.3 – Variação de Fluxo do Flare Do mesmo modo que os parâmetros foram retirados na sessão 3.2, para a variação do tempo, será realizado para variação do fluxo. Através da Figura 3.4, foram retiramos os parâmetros dados pela Equação 14. ΔFi = Fmax - Fi e ΔFf = Fmax – Ff (14) O parâmetro ΔFi nos dá a variação de fluxo inicial, para o qual foi provocado, devido o acontecimento do flare e ΔFf nos da variação de fluxo de reestabilização, onde o fluxo da estrela tende a se estabilizar. Fi é o fluxo inicial do flare no momento para o qual acontece o evento demarcado por um ponto vermelho na Figura 3.4, Fmax é o ponto de maior intensidade do flare caracterizado pelo ponto de máximo da energética do flare e Ff é o ponto demarcado pelo termino do flare, onde o fluxo da estrela se estabiliza voltando a sua estrutura normal. 3.4 – Análise de Pico Um dos métodos utilizados para detecção automática de picos, em funções, é o método de Peak Analyzer (Análise de Pico), disponível no programa OriginPro 2016. Esse método é caracterizado por uma forma rápida de detecção de centro de picos, em funções. Como sabemos que a característica geométrica do flare em uma curva de luz é representada por um pico, o método de análise de pico se encaixa satisfatoriamente para detecção dos flares na curva de luz. Neste sentido este método, de detecção automática, será utilizado como uma ferramenta de comparação com os dados obtidos de forma manual. Primeiramente, para utilizarmos o método, efetuamos uma suavização da curva de luz para retiramos a alta frequência. Nessa sessão não necessariamente explicou-se o método de suavização e detecção de centro de pico, passo a passo, onde poderá ser encontrado de forma mais detalhada no apêndice A, efetuada a suavização criamos uma linha de base do fluxo estelar para o programa realizar a detecção dos picos como demonstrado na Figura 3.5. 50 Figura 3.5 – Curva de luz do Objeto Kepler- 5962532, suavizada e com linha de base em vermelho. Gráfico de fluxo por tempo. Na Figura 3.5 nota-se que a linha de base está bem abaixo de uma linha de base media, essa linha de base foi escolhida de modo a diminuir os erros do programa ao detectar flares. Feita a linha de base é dado o comando para o programa encontrar os picos, logo em seguida é gerado um gráfico (Figura 3.6) e uma tabela, localizando o centro dos picos caracterizados pelos flares. Figura 3.6 – Curva de luz do Objeto Kepler- 5962532, suavizada, com linha de base em vermelho e centro dos picos demarcados com suas localizações. Gráfico de fluxo por tempo. 51 CAPÍTULO 4 FONTES ANALISADAS Neste capitulo iremos apresentar os resultados obtidos através da metodologia proposta no Capitulo 3. 4.1 – Objetos Analisados Através do procedimento de varredura da Curva de Luz, para a detecção dos flares, demonstrado na sessão 3.2 do Capitulo 3, foi possível efetuar o levantamento estatístico da quantidade de flares, para cada objeto, sendo estes demonstrados na Tabela 4.1. Tabela 4.1: Relação de objetos de interesse com temperaturas correspondentes ao tipo espectral G, K e M. Na primeira coluna encontra-se o numero correspondente a cada objeto (Kepler ID), na segunda coluna encontra-se o número de flares detectados para cada objeto corresponde às observações realizadas para cada objeto em longa cadencia (LC) e curta cadencia (SC), t é a duração média do flare e F é a variação média do fluxo o raio estelar em termos do raio solar Rʘ onde (Rʘ= 6.96 x 10 10 cm), -2 temperatura efetiva em K (Kelvin) e Log(g) onde g é a gravidade superficial em (cm s ). Kepler ID N° de Cad t ±0,05 F ±6,6 Raio Teff Log(g) Rʘ K cm/s2 2 Flares s (erg/cm s) 2834564 75 LC. SC 2,25 x104 8,80 X109 0.380 3530 0.688 3109825 75 LC 1,90 x104 1,42 X1010 0.602 3981 0.668 3112828 73 LC 2,16 x104 2,31 X1010 0.696 4492 0.662 3220938 37 LC 2,07 x104 3,82 X1010 0.651 5094 0.664 3222610 320 LC 1,81 x104 1,87 X1010 0.671 4260 0.663 3439126 126 LC 1,99 x104 1,83 X1010 0.664 4236 0.664 3763058 92 LC 1,99 x104 1,58 X1010 0.614 4086 0.667 3934090 160 LC 2,85 x104 1,21 X1010 0.519 3823 0.675 3942324 58 LC 1,38 x104 2,46 X1010 0.561 4562 0.670 52 Tabela 4.1 – Continuação Kepler ID N° de Cad Flares t ±0,05 F ±6,6 Raio Teff Log(g) s erg/cm2s Rʘ K cm/s2 3967523 66 LC 1,81 x104 3,42 X1010 0.664 4955 0.663 4043389 17 LC. SC 1,21 x104 1,28 X1010 0.628 3878 0.666 4158372 168 LC 1,55 x104 1,88 X1010 0.670 4267 0.663 4171937 51 LC 1,90 x104 3,89 X1010 0.591 5117 0.673 4248763 281 LC 1,47 x104 2,04 X1010 0.723 4353 0.660 4274517 40 LC 2,07 x104 2,22 X1010 0.648 4447 0.665 4355503 229 LC. SC 1,64 x104 9,37 X109 0.389 3585 0.687 4644174 94 LC 1,81 x104 1,66 X1010 0.659 4135 0.664 4649344 37 LC 2,25 x104 4,06 X1010 0.725 5174 0.658 4650327 71 LC 2,68 x104 3,50 X1010 0.600 4986 0.668 4669417 45 LC 1,64 x104 4,18 X1010 0.697 5211 0.660 4726192 24 LC 1,99 x104 1,22 X1010 0.520 3830 0.675 4741455 149 LC 1,90 x104 1,18 X1010 0.492 3799 0.677 4758595 296 LC. SC 2,16 x104 9,24 X109 0.400 3573 0.686 4929016 176 LC 2,07 x104 1,59 X1010 0.617 4092 0.667 4939265 129 LC. SC 1,55 x104 1,06 X1010 0.400 3694 0.686 5015542 30 LC 1,64 x104 1,96 X1010 0.675 4311 0.663 5079590 76 LC 1,47 x104 2,66 X1010 0.747 4656 0.659 5288534 50 LC 1,74 x104 1,32 X1010 0.523 3903 0.675 5428088 125 LC 2,25 x104 1,03 X1010 0.454 3670 0.681 5437459 68 LC 2,42 x104 1,30 X1010 0.530 3893 0.675 5461756 97 LC 2,33 x104 1,46 X1010 0.622 4009 0.667 5516671 107 LC 1,90 x104 9,55 X109 0.459 3603 0.680 5858361 59 LC 2,33 x104 8,49 X109 0.360 3498 0.690 5962532 152 LC 2,07 x104 3,73 X1010 0.664 5065. 0.664 53 Tabela 4.1 – Continuação Kepler ID N° de Cad Flares t ±0,05 F ±6,6 Raio Teff Log(g) s erg/cm2s Rʘ K cm/s2 6224062 47 LC 1,99 x104 1,07 X1010 0.452 3707 0.681 6290789 37 LC 1,81 x104 1,82 X1010 0.651 4232 0.664 6290811 97 LC 1,99 x104 8,97 X109 0.390 3546 0.687 6310265 87 LC 2,16 x104 1,30 X1010 0.620 3894 0.667 6620003 23 LC 2,25 x104 1,27 X1010 0.534 3872 0.674 6668646 43 LC 2,51 x104 9,4 3X109 0.392 3591 0.687 6674908 23 LC 1,90 x104 1,48 X1010 0.631 4020 0.666 6675714 91 LC 2,33 x104 1,74 X1010 0.674 4188 0.664 6843185 82 LC 2,42 x104 1,99 X1010 0.703 4331 0.662 6871896 64 LC 2,16 x104 1,53 X1010 0.625 4053 0.666 6928206 100 LC 2,33 x104 1,06 X1010 0.470 3699 0.679 7107430 49 LC 1,81 x104 1,89 X1010 0.668 4274 0.663 7191311 94 LC 1,81 x104 1,04 X1010 0.426 3677 0.685 7381180 46 LC 1,38 x104 2,54 X1010 0.746 4602 0.659 7465605 75 LC 1,81 x104 1,51 X1010 0.580 4038 0.669 7692454 49 LC. SC 2,51 x104 1,20 X1010 0.569 3813 0.671 7830341 54 LC. SC 2,16 x104 1,18 X1010 0.492 3799 0.677 7871438 137 LC 1,64 x104 1,13 X1010 0.494 3757 0.677 7877209 29 LC 2,33 x104 8,70 X109 0.350 3521 0.691 7885309 34 LC 2,33 x104 2,72 X1010 0.510 4679 0.676 7907119 100 LC 1,81 x104 1,55 X1010 0.603 4066 0.668 8176468 46 LC 1,64 x104 1,99 X1010 0.634 4327 0.665 8196449 225 LC 1,81 x104 1,25 X1010 0.607 3854 0.668 8487242 118 LC 1,81 x104 3,12 X1010 0.571 4843 0.670 8947255 57 LC 2,33 x104 8,56 X109 0.400 3505 0.686 54 Tabela 4.1 – Continuação Kepler ID N° de Cad Flares t ±0,05 F ±6,6 Raio Teff Log(g) s erg/cm2s Rʘ K cm/s2 8959288 63 LC 3,02 x104 4,12 X1010 0.720 5191 0.659 9048949 80 LC 1,72 x104 4,11 X1010 0.821 5190 0.652 9179906 85 LC 3,46 x104 7,27 X109 0.308 3365 0.694 9238899 64 LC 2,59 x104 1,56 X1010 0.619 4070 0.668 9269688 50 LC 1,90 x104 2,42 X1010 0.747 4547 0.659 9346592 103 LC 2,42 x104 1,82 X1010 0.650 4234 0.664 9349698 417 LC. SC 1,30 x104 3,64 X1010 0.600 5035 0.668 9395205 97 LC 2,68 x104 1,22 X1010 0.520 3828 0.675 9407581 49 LC 2,85 x104 9,21 X109 0.380 3570 0.688 9450669 12 LC. SC 2,76 x104 3,18 X1010 0.593 4866 0.668 9540467 251 LC 1,81 x104 1,34 X1010 0.572 3921 0.670 9631366 71 LC 3,20 x104 1,09 X1010 0.480 3722 0.678 9892651 36 LC 3,20 x104 1,00 X1010 0.420 3646 0.684 9945771 67 LC 2,25 x104 1,18 X1010 0.510 3797 0.675 4.2 – Objetos de Interesse Após o levantamento estatístico da quantidade de flares para cada objeto, paralelamente ao levantamento, foram obtidas características dos flares conforme as equações (11), (12), (13) e (14) do Capitulo 3. Neste sentido, os dados encontrados através das equações citadas anteriormente nos fornece parâmetros, os quais são expostos em forma de histogramas para serem realizados as analises e correlações. Com a intenção de evitar inúmeras quantidades de objetos, pois para cada objeto temos um histograma, e assim, selecionamos 12 objetos encontrados listados na Tabela 4.2. 55 Tabela 4.2: Lista de objetos de interesse. Kepler ID (numero de referência da estrela). Kepler ID 3222610 3934090 4158372 4248763 4355503 4741455 4758595 4929016 5962532 8196449 9349698 9540467 Os histogramas com os dados referentes aos objetos listados na Tabela 4.2, vem logo após a figura da curva de luz correspondente ao objeto de estudo, onde são demonstrados na Figura 4.1 a Figura 4.24, sendo que os histogramas são demonstrados nas figuras de numero impar e a curva de luz destes nas figuras de numero par. 4.3 – Resultados Via Método de Análise de Pico O método de análise de pico foi adotado para ser efetuada uma comparação com o método manual de detecção de flares utilizado neste trabalho. Para isso, foi utilizado este método em três objetos listados na Tabela 4.2, para um levantamento estatístico mais robusto. Na Tabela 4.3 encontramse os resultados obtidos via este método. Tabela 4.3: Lista de objetos de interesse via análise de pico. Kepler ID (numero de referência da estrela), N (numero de flares). Kepler ID 3222610 4758595 5962532 N 294 296 130 56 Figura 4.1 - Curva de luz da estrela KPL- 9540467, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.2 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 9540467). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 57 Figura 4.3 - Curva de luz da estrela KPL- 3222610, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.4 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 3222610). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 58 Figura 4.5 - Curva de luz da estrela KPL- 3934090, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.6- Histogramas referente ao Objeto(KPL 3934090). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 59 Figura 4.7 - Curva de luz da estrela KPL- 4355503, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.8 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 3934090). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 60 Figura 4.9 - Curva de luz da estrela KPL- 4741455, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.10 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4741455). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 61 Figura 4.11 - Curva de luz da estrela KPL- 9349698, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.12 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 9349698). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 62 Figura 4.13 - Curva de luz da estrela KPL- 4758595, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.14 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4758595). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 63 Figura 4.15 - Curva de luz da estrela KPL- 4929016, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.16 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4758595). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 64 Figura 4.17 - Curva de luz da estrela KPL- 5962532, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.18 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 5962532). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 65 Figura 4.19 - Curva de luz da estrela KPL- 8196449, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.20 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 8196449). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 66 Figura 4.21 - Curva de luz da estrela KPL- 4158372, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.22 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4158372). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 67 Figura 4.23 - Curva de luz da estrela KPL- 4248763, gráfico de fluxo por unidade de tempo, BJD, dia Juliano baricêntrico. Figura 4.24 - Histogramas referente ao Objeto(KPL 4248763). a) Numero de eventos por variação de fluxo, em (elétron/segundo). b) Numero de eventos por unidade de tempo, em (Dias). c) Numero de eventos por α, onde α é a relação entre o tempo final e tempo inicial do flare. d) Numero de eventos por unidade de tempo. 68 CAPÍTULO 5 ANALISES E CORRELAÇÕES Neste capítulo iremos demonstrar as análises levantadas, devido os resultados encontrados no Capítulo 4. 5.1 – Análise de Histogramas Temos, da Figura 4.1 à Figura 4.24, resultados demonstrados em forma de histogramas para objetos dentro de nosso campo de estudo que se destacaram. Estas estrelas possuem um longo período de observação como também uma quantidade significativa de flares. Para as Figura 4.1 à Figura 4.23, de numero impar, encontra-se a curva de luz do objeto de estudo, onde pode-se observar o perfil variabilistico da estrela. Para as Figura 4.2 a Figura 4.24, de numero par, possuem quatro histogramas com analises diferenciadas que serão tratadas logo abaixo. 5.1.1 – Análise de Histogramas a) Da Figura 4.2.a) a Figura 4.24.a), de numero par, possuímos um histograma de numero de eventos por variação de fluxo, nos quais podemos correlacionar o a variação de fluxo emitido pela estrela no momento da ocorrência do flare com a variação de energia dado pela Equação 6. Extraímos dos histogramas um perfil de comportamento energético dos flares. A maior parte destes eventos magnéticos, encontrados, possui uma variação do fluxo da ordem de grandeza de 103 erg/cm2s. Os flares que possuem uma variação de fluxo da ordem de 102 erg/cm2s, são encontrados com menor incidência em comparação com os eventos que têm uma ordem de grandeza maior e flares com variação no fluxo da ordem de 104 erg/cm2s ou maior, são encontrados em poucas quantidades. Em alguns objetos, eventos com essa variação no fluxo não são encontradas como é o caso do objeto KPL-3222610 (Figura 4.3 e Figura 4.4). 5.1.2 – Análise de Histogramas b) Na Figura 4.2.b) a Figura 4.24.b), de numero par, podemos encontrar qual a duração total do flare. Foram encontrados resultados bastante aceitáveis, com duração media de 5,76 ± 1,2 h. Pôde ser visto através dos 69 resultados que, não foram encontrados flares com duração inferior a 1,2h. Comparando com os tempos de duração de flares Solares, temos uma diferença entre eles, pois os flares estelares possuem de poucos minutos a algumas horas, diferente dos encontrados aqui, tendo duração superior a minutos e inferior a dias. 5.1.3 – Análise de Histogramas c) Para a Figura 4.2.c) a Figura 4.24.c), de numero par, temos uma relação entre o tempo de duração do flare inicial com o tempo de duração do flare final. Nesta relação pode ser observada uma estimativa com o comportamento de flare, e que a relação entre os tempos não foi maior que 1. Neste sentido, temos que o comportamento dos flares, estudados aqui, é de caráter impulsivo, assim como no Sol. Em seu inicio, os flares possuem uma curta variação de tempo para atingir o máximo de sua energia. Em sua duração de tempo final, o flare leva um tempo maior para reestabilizar sua variação de energia. 5.1.4 – Análise de Histogramas d) Para a Figura 4.2.d) a Figura 4.24.d), de numero par, temos um histograma de numero de flares por tempo. Este histograma nos fornece uma distribuição da quantidade flares em uma faixa de tempo de 10 dias ao longo de um período de observação, que é ~1600 dias. As distribuições dos flares encontrados neste trabalho são de caráter significativo, no entanto, o período de observação é curto para afirmamos ter encontrado um ciclo magnético estelar. Em comparação com o Sol, é necessário um período de observação superior a 22 anos. 5.1.5 – Análise do Método de Detecção de Picos O resultado encontrado para detecção de flares via a analise de pico é de caráter aceitável. Este método em comparação ao realizado manualmente neste trabalho possui um índice dê 94% de certeza para detecção de flares (Tabela 5.1). 70 Tabela 5.1: Lista de objetos de interesse via análise de pico. Kepler ID (numero de referência da estrela), N (numero de flares via método de analise de pico) e N1 (numero de flares via método de analise manual). Kepler ID 3222610 4758595 5962532 N 294 296 130 N1 320 296 152 5.2 – Análise de Periodicidade Entre Flares Os resultados depreendidos pelas analises de curva de luz de longa duração, colaboram na obtenção de parâmetros de correlação física de tipo espectral com atividade magnética. Entretanto os parâmetros relevantes para os modelos são as velocidades de rotação das estrelas tendo em vista que devido o caráter não determinístico dos fenômenos associados com os flares, uma delas, velocidade de rotação, magnética hidrodinâmica de flares construídos para o Sol, não tem mostrado sucesso no sentido de estabelecimento de efemérides para os flares. Esta tarefa ainda é incipiente para outras estrelas, sendo que é a primeira vez que são obtidas curvas de luz relativamente longas e continuas com os observados pelo satélite Kepler. Mesmo assim a base de tempo de observação de aproximadamente quatro anos, ainda é inferior às escalas de tempo de ciclo magnético, por exemplo, o Sol ~22anos. O que é passível de ser feito é analises de espectro de potência dos indicies de escalas de tempo de recorrência. Com relação às perspectivas de realizar previsões de ocorrência de flares, a pesar da boa cobertura feita pelo satélite Kepler, o processo demanda a ocorrência de um numero acima de 500 flares (RIEGER, 1984). No caso dos objetos aqui analisados, o único que se aproxima desta condição é o Sistema Binário Eclipsante KPL-9349698. Neste objeto foram identificados 419 flares e a análise, de Espectro de Potência (Figura 16), realizado sobre sua curva de luz mostra claramente o pico ocorrido ao período orbital de (~ 1,5 dias) e um conjunto de sinais quase periódicos na banda entre (~1,5 dias) e (~50 dias). Os períodos de baixa frequência compreendidos 71 nesta região podem ser representativos do processo de normalização da janela de dados (~ 90 dias). O formato impulsivo do perfil de brilho dos flares torna a analise de Fourier pouca efetiva para este tipo de análise, tendo em vista que esta é adequada por sinais de forma senoidal, o que implica na utilização de transformada de Wavele. Figura 5.1: Espectro de Potência Objeto KPL-9349698. Gráfico de Potência por período. 5.3 – Análise Gráficas Através dos resultados demonstrados na Tabela 4.1, e da Equação (6), podemos efetuar análises gráficas, relacionando a energia do flare com características intrínsecas a estrela, como Teff e R. Na Figura 5.2, temos a relação entre a energia do flare por temperatura da estrela. Onde foi observada uma relação linear entre elas. Esse resultado pode nos direcionar ao pensamento, ainda não conclusivo, de que a medida que a temperatura estelar aumenta, os flares proveniente dessa estrela serão mais energético. Onde até então não podemos ter como certeza esta afirmação, pois não possuímos estudos realizados para estrelas de outras classes espectrais a não ser do tipo G, K e M. 72 Já na Figura 5.3, temos a relação entre a energia do flare por Raio. Nesta figura observamos uma relação polinomial entre elas. No inicio da curva tracejada no gráfico, vemos que ela se ajusta de forma adequada, sofrendo dispersões à medida que o raio aumenta. De acordo com nossas medidas podemos ser levados a pensar que, à medida que o raio estelar aumenta sua energia aumenta ao quadrado. Figura 5.2 – Relação entre Energia e Tef de estrelas do tipo espectral G, K e M. Figura 5.3 – Relação entre Energia e Rʘ de estrelas do tipo espectral G, K e M. 73 Na Figura 5.4, podemos visualizar o gráfico com a relação entre numero de flares e temperatura como também na Figura 5.5 a distribuição de objetos por tipo espectral. Na Figura 5.4 podemos ver uma maior incidência de flares para estrelas que possuem temperatura entre 3500 K a 4000 K, esta maior incidência, para estrelas com temperaturas mais baixa, pode ser relacionada com o período de atividade magnética. Onde as estrelas de baixa massa podem estar em seu período de maior atividade magnética, e as estrelas com temperatura superior a 4000 K, estarem em um período de menor atividade ou já ter passado por seu período de máximo de atividade. Figura 5.4 – Relação entre numero de flares e Tef. Bin de 200 na temperatura de estrelas do tipo espectral G, K e M. Figura 5.4 – Relação entre numero de Estrelas, por tipo espectral G, K e M. 74 CAPÍTULO 7 CONCLUSÃO E PERSPECTIVAS FUTURAS Neste trabalho foi realizado um levantamento estatístico de detecção de flares em 72 estrelas do tipo solar, de classe espectral G, K e M. Onde podemos efetuar as seguintes conclusões. O levantamento estatístico se deu por resultados de observações por um período de ~1600 dias. Até então desconhecemos analises estatísticas com observações nessa escala de tempo. Foram observados ~6844 flares dentro das classes espectrais estudadas G, K e M. O método de Análise de Pico possui um percentual de acerto de ~94% em relação ao método utilizado neste trabalho. Foi estimado uma escala de tempo de duração media dos flares de 5,76±1,2 h, em comparação com Maehara et al (2012), a duração media é de 1,4x104 s, ou seja, ~3,9 h temos que nossos resultados são bem próximos. Conclui-se que os flares encontrados neste trabalho possuem duração superior a 1,2h. Pode-se constatar o caráter impulsivo dos flares. Estes possuem uma menor escala de tempo em seu inicio e uma longa duração do meio até o fim. Obtivermos uma variação no fluxo total de 7,27x10 9 a 9,21x1010 ± 0,66x10 dado em erg/cm2s. Foi encontrado flares com energia de ordem de 1036 a 1037± 101 erg, dentro da escala de energia obtida por Maehara, H. et al (2012) que é 1033 a 1036 erg. Em comparação com o Sol Shibata e Magara (2011) obtiveram os resultados de 1029 erg a 1032 erg. Foi encontrada uma relação linear entre a energia do flare e a temperatura da estrela que a produz. Destacou-se uma dependência polinomial entre a energia do flare e o Raio estelar. 75 Obtivemos uma maior incidência de flares para objetos que possuem uma temperatura menor. A periodicidade entre flares não pode chegar a ser estimada. A estrela que possuía o maior numero de eventos é de ~419, não possuindo o percentual estimado por Rieger (1984). O caráter dos resultados encontrados neste trabalho é de importância relevante, no entanto o período de observações é, ainda, pequeno. Por esta razão não podemos afirmar concretamente os resultados obtidos aqui. Para consistência dos dados encontrados, apresentamos as perspectivas futuras: Observações dos objetos, estudados, com uma maior duração de tempo. Efetuar a integração dos resultados ja obtidos com os eventuais novos resultados. A realização da extensão de observações de estrelas G, K e M, para estudar estrelas A e F. Assim, poderemos verificar a correlação linear entre energia e temperatura, e, consequentemente, a relação entre energia e raio. Efetuar novos levantamentos estatísticos de flares com o método de Análise de Pico, por sua característica mais rápida na obtenção de flares. Uma das de maior relevância é a observações desses objetos em outros comprimentos de onda e não apenas em raios-X. 76 BIBLIOGRAFIA BENZ, A. O e GÜDEL, M. Physical Processes in Magnetically Driven flares on the Sun, Stars and Young Stellar Objects Review. Institute of Astronomy, Austria, 2010. BAGGETT, W. E. The activity, variability and rotation of lower main-sequence Hyades stars. Astrophysical Journal Letters, U.S.A, 1987. BALONA, L, A. Kepler observatios of flaring in A-F type stars. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, Africa do Sul, 2012. BOGART, R. S. & BAI, T. Astrophysical Journal Letters, 1985. CARMICHAEL, H. A Process for Flares, in The Physics of Solar Flares, Proceedings of the AAS_ NASA. 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Após plotar o gráfico é feita a suavização da curva de luz utilizando a ferramenta de SMOOTHING (Figurar A.2). Figura A.1 – Curva de Luz do objeto KPL - 3222610. Gráfico de fluxo por tempo. Figura A.2 – Curva de Luz do objeto KPL - 3222610. Gráfico de fluxo por tempo, a curva tracejada em vermelho é a suavização da curva original. 80 Após a realização da suavização é feita a subtração da curva original com a curva de suavização (Figura A.3). Figura A.3 – Subtração da curva de luz do KPL - 3222610. Depois de realizada a suavização e a subtração, da curva de luz, para a retirada da alta freqüência e minimização dos erros. É obtido o gráfico onde será efetuado o método de Analise de Pico (Figura A.4). Figura A.4 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. 81 O método de Analise de Pico é dividido em 5 etapas. Etapa 1: a escolha de qual das funções do método é de seu interesse. Nosso foco aqui é encontrar os picos da função, logo é selecionada a opção Find Peack (Figura A.5). Figura A.5 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. Primeira etapa para obtenção de centro dos Picos. Etapa 2: é focada na realização de uma linha de base, como referência de obtenção de centro dos picos. Foi escolhido o ponto de base como o mínimo visto que este apresenta menor incidência de erros (Figura A.6). Figura A.6 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. Segunda etapa para obtenção de centro dos Picos. 82 Etapa 3: Marcar opção By Number e variar a quantidade de picos, que deseja encontrar, para que sejam demarcados (Figura A.7). Figura A.7 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. Terceira etapa para obtenção de centro dos Picos. Etapa 4: Demarcação dos picos encontrados pelo programa e finalização dos passos gerando uma tabela (Figura A.8). Figura A.8 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. Quarta etapa para obtenção de centro dos picos e demarcação do centro dos flares. 83 Etapa 5: Por fim o gráfico com todos os picos são demarcados, com seus centros indicados com uma linha vermelha (Figura A.9). Figura A.9 – Curva de luz suavizada do objeto KPL - 3222610. Quinta etapa, obtenção de todos os centros de picos caracterizados por flares.