ARTIGO que pode acontecer em alguns casos. Qualquer dúvida pergunte ao seu médico que ele lhe explicará com detalhes. Tratamento Existem alguns tratamentos médicos (remédios) que podem fazer a doença estacionar ou ter evolução mais lenta. Consulte seu médico otorrinolaringologista. O remédio não faz a audição melhorar. Aparelho auditivo pode ser usado para qualquer tipo de otosclerose. Quando a doença se dá no estribo existe a possibilidade de cirurgia ela se chama estapedectomia. A cirurgia consiste na troca do estribo por uma prótese artificial. Esta cirurgia tem o objetivo de substituir um pequeno osso do ouvido que se chama estribo por uma prótese de plástico ou metal. Esta cirurgia é realizada com um microscópio através do canal externo do ouvido. Pode-se também ser feito um pequeno corte junto ao orifício do conduto auditivo externo. A cirurgia pode ser feita com anestesia geral ou anestesia local e sedação. Em toda cirurgia existem riscos e complicações que são raras mas podem acontecer e todos os pacientes devem ter conhecimento. Nesta cirurgia estamos explicando o Como é o ouvido e como escutamos O ouvido é dividido basicamente em ouvido externo, médio e interno. O externo compreende a orelha e o canal externo do ouvido e termina no tímpano (membrana do tímpano). O médio compreende o tímpano, os ossinhos do ouvido (martelo, bigorna e estribo e a parte chamada mastoide, que são pequenas cavidades ósseas cheias de ar como um “queijo suíço”. Todo este espaço é fechado tendo uma única comunicação com o fundo do nariz que se abre periodicamente, que é a tuba auditiva ou trompa de Eustáquio, por isso que quando assoamos o nariz às vezes sentimos o ar ir para o ouvido e ele fica um tempo tampado. O tímpano é uma membrana de pele muito fina, que fecha o fundo do canal externo do ouvido e divide este canal do ouvido médio. Esta membrana é muito móvel é como se fosse uma membrana de um tambor. O ouvido interno corresponde à cóclea, labirinto e canal auditivo interno. Da cóclea sai o nervo auditivo que vai pelo canal auditivo Riscos e complicações da cirurgia 1. Tontura Tontura leve pode ocorrer nos primeiros dias da cirurgia, podendo permanecer por algumas semanas. Muito raramente temos tontura que persiste por muito tempo. Se isto acontecer existem medicamentos que controlam esta tontura. 2. Distúrbio de gosto Alguns pacientes sentem gosto ruim na boca por alguns dias após a cirurgia muito raramente pode ficar permanente. 3. Perda da audição Toda cirurgia no ouvido pode haver alguma perda da audição, sendo raro (menos de 2%) os casos de perda auditiva importante. Em alguns casos pode não haver melhora da audição de como estava antes da cirurgia. 4. Zumbido Zumbido quer dizer barulho no ouvido. Em casos raros ele pode aparecer após a cirurgia. 5. Perfuração no tímpano É muito difícil que uma perfuração no tímpano aconteça na cirurgia. Quando isto acontece normalmente o tímpano cicatriza sozinho ou o médico faz uma cirurgia para fechar a perfuração. 6- Fraqueza na face Outra complicação rara é a fraqueza na face, que quando acontece após esta cirurgia normalmente dura poucos dias. interno até o cérebro. Neste canal interno que é de osso também passa o nervo facial (responsável pela movimentação de músculos da face) e o nervo vestibular (responsável pelo equilíbrio). Este canal tem ligação direta com a cavidade dentro de nossa cabeça onde está o cérebro. O som se espalha através de uma vibração pelo ar. Esta vibração é captada pela orelha externa (pavilhão auditivo e canal externo do ouvido). Esta vibração atinge a membrana do tímpano que funciona como se fosse uma membrana de um tambor super sensível. Estas vibrações fazem a membrana timpânica vibrar. Na membrana do tímpano encontra-se fixado um pequeno osso chamado martelo. O martelo está articulado em um outro osso chamado bigorna que pôr sua vez articula-se no estribo. Este conjunto de pequenos ossos se movimenta com a vibração da membrana do tímpano e amplificam esta vibração como um sistema de “roldanas” transmitindo esta vibração a uma pequena membrana que se encontra encostada no estribo e oclui o canal da cóclea. O canal da cóclea é cheio de um líquido e tem a forma em espiral como de um caracol. Com a vibração da cadeia de ossinhos que consequentemente faz vibrar a membrana da cóclea, este líquido se movimenta dentro da espiral coclear. A espiral é revestida internamente de células que tem cílios, que ficam embebidos neste líquido e se movimentam com a movimentação do líquido. Para melhor compreensão é como uma plantação de trigo que se movimenta com o vento em várias direções. Esta movimentação gera uma pequena energia elétrica que é transmitida ao cérebro pelo nervo da audição onde será descodificada e gerar a compreensão dos sons. Foto Arquivo Pessoal A otosclerose ou otospongiose é uma causa comum de surdez e é hereditária. Normalmente alguém em sua família já teve este problema, algum de seus descendentes também podem vir a ter este problema. Na otosclerose, o que acontece, é que ocorre alterações no osso chamado estribo que fazem com que ele se imobilize e transmita menos o som para a cóclea. Estas alterações também podem ocorrer em regiões da cóclea levando a surdez da cóclea. Para que você entenda melhor no final deste texto temos uma explicação de como nós escutamos. A otosclerose normalmente é mais comum em mulheres do que em homens, é rara na raça negra, aparece normalmente na faixa etária entre 20 e 30 anos, piora quando a portadora fica gravida. Na maioria dos casos (70%) ela afeta um só ouvido. Alguns casos podem ser acompanhados de zumbido (barulho no ouvido). A surdez é progressiva, isto é vai piorando com o tempo, lentamente ou rapidamente. Quando a pessoa atinge uma faixa etária acima de 50 anos piora muito e pode chegar até a surdez total. Otosclerose do estribo, usualmente as alterações no osso se espalham no estribo e impedem ou diminuem sua movimentação. Isto impede a transmissão da vibração sonora para a cóclea. Este tipo de otosclerose é corrigível com cirurgia. Otosclerose da cóclea- quando as alterações no osso se espalham pela cóclea afetam as células que transformam a energia mecânica do som em energia elétrica que será transmitida para o cérebro. Esta forma de otosclerose não tem tratamento cirúrgico. Para saber qual o tipo de otosclerose o seu médico otorrinolaringologista vai pedir alguns exames entre eles audiometria. Dr. Adolfo Egídio Lovadino Crocomo Otorrinolaringologista CRM 74639 Abril 2016 - APM - Regional Piracicaba 9