Perfil do Usuário de Analgésicos Não Opiódes em uma Farmácia

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ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
FABIANA PEREIRA RODOVALHO ALENCAR GOMES
PERFIL DO USUÁRIO DE ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES EM
UMA FARMÁCIA COMERCIAL DA CIDADE DO CRATO-CE
CRATO – CE
2006
FABIANA PEREIRA RODOVALHO ALENCAR GOMES
PERFIL DO USUÁRIO DE ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES EM UMA
FARMÁCIA COMERCIAL DA CIDADE DO CRATO-CE
Monografia apresentada à Escola de Saúde
Pública do Ceará, como pré-requisito para a
obtenção do título de Especialista em
Assistência Farmacêutica.
Orientadora:
Profª. Ms. Maria das Graças Nascimento Silva.
CRATO – CE
2006
Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes
“PERFIL DO USUÁRIO DE ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES EM
UMA FARMÁCIA COMERCIAL DA CIDADE DO CRATO-CE”
Curso de Especialização em Assistência farmacêutica
Escola de Saúde Pública do Ceará
Aprovada em; ________/________/__________
Banca Examinadora:
Profª. Ms. Maria das Graças Nascimento Silva.
Mestra - Orientadora
___________________________________________________
Ms. Kelly Rose Tavares Neves.
Mestre
____________________________________________________
Ms. Adriana Maria Simião da Silva
Mestre
____________________________________________________
DEDICATÓRIA
Ao meu esposo e filhos pela compreensão e
carinho durante o Curso ora realizado.
AGRADECIMENTOS
A Deus, razão da minha existência, das conquistas realizadas e por permitir a participação
em tão importante curso para a minha vida como profissional.
A minha orientadora, Profª. Ms. Maria das Graças Nascimento Silva, pois deu um
direcionamento a minha pesquisa.
A todos os meus familiares, pois sem eles não teria chegado aonde cheguei.
Aos professores do Curso de Especialização pelas orientações prestadas, as quais
ampliaram os meus conhecimentos.
Aos clientes da farmácia que, com boa vontade responderam aos questionamentos.
A Janieide Lopes, por suas sugestões e seu apoio.
A todos que direta ou indiretamente se propuseram a colaborar com a pesquisa.
RESUMO
Os analgésicos não opióides são medicamentos para aliviar a dor. Eles agem no sítio da
dor, não causam dependência e não alteram a percepção individual como os narcóticos
podem fazer. Este trabalho tem como objetivo avaliar o perfil dos usuários de analgésicos
não opióides em uma farmácia comercial da cidade do Crato-CE, visto que, esses
medicamentos são usados pela população. A metodologia utilizada foi entrevista e
preenchimento de um questionário por 120 clientes de uma farmácia comercial da cidade
do Crato. Os resultados foram discutidos a luz de dados publicados pela OMS e por outros
autores que estudaram o assunto. Com a pesquisa realizada percebeu-se que os usuários
desse tipo de medicamento foram 50% do sexo feminino e 50% do sexo masculino, 60%
concluíram o ensino médio, 60% ganham até um salário mínimo, 40% possuem idade entre
21 e 30 anos, 50% dos entrevistados disseram que usam o paracetamol, 30% usam a
dipirona, 80% não tiveram reações adversas, 90% obtiveram resultado satisfatório com a
ingestão desses medicamentos e 80% utilizam o medicamento sem prescrição médica. As
indicações são as mais variadas como uma simples cefaléia. Com a pesquisa realizada
constatou-se a necessidade de orientação através do profissional farmacêutico quanto ao
uso adequado desses medicamentos.
Palavras Chave: analgésicos, dor, medicamento.
ABSTRACT
The non-opium analgesics are medecines for pain relief They act in the spot of the pain,
they do not cause dependency and do not alter the individual perception like the narcotics
do. This paper has the objective of avaluating the profile of the non- opium analgesics
users of a pharmacy in the city of Crato-Ce, for the fact that these medications are used by
the population. The methodology used was an interview and the filling out of a
questionaire by 120 customers of a pharmacy in the city of Crato. The results were
discussed through data published by OMS and other authors who studied the matter. By
carrying out this this research it was brought to notice that the users of this kind of
medicine were 50% of the feminine sex and 50% of the masculine sex, 60 % concluded
high school, 60% earn up to a minimum wage, 40% are between the ages of 21 and 30, 50
% of the interviewed said they take Paracetamol, 30% take Dipiroma, 80% did not get
any sort of contrawise reaction,90% obtained satisfactory results with these medicines and
80% take them without a prescription. The indication for these medications has large
variety as for a simple migraine headache. It was verified with this carried out research the
necessity of an orientation through a pharmacy professional regarding the adequate use for
these madicines.
Key words: Analgesics, pain, medicine
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAS – Ácido Acetilsalisílico
AINH – Antiinflamatórios não-hormonais
CAPS – Centro de Atenção Psicosocial
COX - Enzima Cicloxigenase
ED – Endovenosa
G - Grama
G-6-PD – Glicose
IM – Intramuscular
MG – Miligrama
AINES – Antiinflamatórios não-esteróides
OMS – Organização Mundial de Saúde
PSF – Programa de Saúde da Família
SOBRAVIME – Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos
SUS – Sistema Único de Saúde
UTI – Unidade de Terapia Intensiva
VO – Via Oral
VR – Via Retal
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Principais AINHS..................................................................................21
Tabela 2 – Os Nove AINHS mais consumidos em 2000 entre gotas e
comprimidos...........................................................................................................24
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação ao sexo no
município do Crato, 2006.....................................................................................................29
GRÁFICO 2 – Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação a faixa etária no
município do Crato, 2006.....................................................................................................30
GRÁFICO 3 – Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação ao grau de
escolaridade no município do Crato, 2006...........................................................................31
GRÁFICO 4 – Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação a renda familiar
no município do Crato, 2006................................................................................................31
GRÁFICO 5 - Analgésicos não opióides, mais utilizados pelos entrevistados no município
do Crato, 2006......................................................................................................................32
GRÁFICO 6 - Freqüência de uso de analgésicos não opióides no município do Crato,
2006......................................................................................................................................33
GRÁFICO 7 - Motivos relatados para utilização dos analgésicos não opióides, pelos
entrevistados no município do Crato, 2006.........................................................................33
GRÁFICO 8 - Ocorrência das reações adversas relacionadas com a ingestão dos
analgésicos não opióides, pelos entrevistados no município do Crato, 2006......................34
GRÁFICO 09 – Uso de analgésicos não opióides, com ou sem prescrição médica...........35
GRÁFICO 10 - Uso de analgésicos não opióides, pelos entrevistados, por orientação de
pessoas leigas no município do Crato, 2006........................................................................35
GRÁFICO 11 - Outros medicamentos utilizados pelos entrevistados fora os analgésicos
não opióides no município do Crato, 2006..........................................................................36
GRÁFICO 12 - Recebeu orientação sobre os benefícios e malefícios causados pelo uso
inadequado de analgésicos não opióides no município do Crato, 2006...............................37
GRÁFICO 13 - Obtém resultado satisfatório com a ingestão de analgésicos não opióides
no município do Crato, 2006................................................................................................37
GRÁFICO 14 - Os entrevistados indicam analgésicos não opióides para outras pessoas no
município do Crato, 2006.....................................................................................................38
SUMÁRIO
RESUMO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRÁFICOS
01 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14
02 REFERÊNCIAL TEÓRICO ................................................................................... 15
2.1 Analgésicos ............................................................................................................ 15
2.1.1 Analgésicos opióides – histórico .................................................................
15
2.1.2 Farmacologia e seus efeitos ................................................................................ 16
2.1.3 Uso clínico dos opióides ..................................................................................... 18
2.1.4 Alguns opióides .................................................................................................. 19
2.2. Os analgésicos não opióides ................................................................................. 20
03. OBJETIVOS............................................................................................................
25
3.1 Geral......................................................................................................................... 25
3.2 Específicos............................................................................................................... 25
04 METODOLOGIA .................................................................................................... 26
4.1. Descrição da área estudada...................................................................................... 26
4.2. Delineamento da pesquisa....................................................................................... 27
4.3 População e amostra................................................................................................. 27
4.4 Análise dos dados..................................................................................................... 28
4.5 Aspectos éticos ...................................................................................................... 28
05.ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ............................................................ 29
5.1 Análise .................................................................................................................. 29
5.1.1 Perfil dos clientes
............................................................................................... 29
5.1.2 Sobre os analgésicos ........................................................................................... 32
5.2 Discussão dos dados .............................................................................................. 38
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 42
APÊNDICE.................................................................................................................... 44
APÊNDICE A................................................................................................ 45
APÊNDICE B................................................................................................ 47
APÊNDICE C................................................................................................ 48
ANEXO.......................................................................................................................... 49
ANEXO A - Parecer do Comitê de Ética............................................ 50
14
1. INTRODUÇÃO
Analgésicos são medicamentos para aliviar a dor. Os analgésicos não opiódes
são comumente utilizados para dores de leves às moderadas. Atuam no sítio da dor, sem
causarem dependência e sem alterarem a percepção do individuo.
Pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros anda com um comprimido de
analgésico no bolso e que 89% tomam algum tipo de analgésico, quando sentem dor
(INFARMA, v.16, nº. 9-10, 2004).
Na realidade, muitas vezes a automedicação acontece porque a população de
baixa renda não tem acesso a hospitais, postos de saúde, etc., visto que uma boa parte
desses serviços é privada e o SUS – Sistema Único de Saúde não cobre as necessidades de
toda a população.
As pessoas, devido a muitos fatores, dentre os quais citamos: estresse, má
alimentação, padece de uma série de doenças e quando não encontram assistência
adequada têm uma tendência a procurar as farmácias e se automedicarem.
No município do Crato, existem 25 farmácias, atendendo a população
diariamente, e dentre as medicações mais vendidas estão os analgésicos não opióides, pois
são utilizados para acalmar ou impedir a dor, uma das queixas mais comuns na
humanidade.
Crato, em termos de saúde está bem servido, isso porque existem vários postos
de saúde, hospitais, laboratórios, centros de fisioterapia, equipes atendendo através do
Programa de Saúde da Família, mas, no entanto, ainda é grande o número de pessoas que
chegam as farmácias e se automedicam.
Pensando na importância de uma pesquisa como esta para que a população
tome conhecimento sobre os efeitos benéficos e maléficos dos analgésicos, direcionou-se o
trabalho para este tema.
Sendo uma das farmacêuticas de uma farmácia comercial da cidade do CratoCe e observando o uso de analgésicos não opióides pela população cratense, senti a
necessidade de investigar mais profundamente para saber quais os principais analgésicos
usados, o perfil da população que faz uso dos mesmos, bem como os motivos que levam
essas pessoas a ingerirem o medicamento.
15
Diante do tema investigado, levanta-se o seguinte problema:
O uso de analgésicos não opióides pelos clientes de uma farmácia comercial da
cidade do Crato-CE, tem causa justificável ou trata-se de uma prática habitual, portanto,
potencialmente nociva?
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Analgésicos
2.1.1 Analgésicos opióides - histórico
Os Opióides são a classes de fármacos que atuam nos receptores opióides
neuronais. Eles incluem os opiáceos (derivados do ópio) mas não se limitam a eles.
Produzem ações de insensibilização à dor (analgesia) e são usados principalmente na
terapia da dor crônica e da dor aguda de alta intensidade. Produz em doses elevadas
euforia, estados hipnóticos e dependência e alguns (morfina e heroína) são usados como
droga recreativa de abuso (wikipedia.org, 2006).
Para Meyer (2006, p. 67),
Os opióides são substâncias endógenas e exógenas, que se liga a receptores
específicos do sistema nervoso central e periférico. Pelo menos oito tipos de
receptores, cada um deles com subgrupos, já foram identificados. De acordo com
o tipo de ligação aos receptores, os opióides são classificados em agonistas,
antagonistas, agonistas parciais ou agonistas kappa..
Os opiáceos determinam violenta dependência física e psíquica, podendo-se
dizer que a escravidão do viciado é total, deixando-o totalmente inutilizado para si, para a
família e para a sociedade, pois a droga passa a agir quimicamente em seu corpo, de forma
que a retirada brusca da droga pode ocasionar até a morte (wikipedia.org, 2006).
16
O protótipo deste grupo é o ópio, uma mistura de vários opióides, dos quais o
mais importante é a morfina, extraído dos bulbos (sementes) das papoilas roxas. Ele é
conhecido desde a Antigüidade e desde então é usado em medicina e como droga de abuso
nos países orientais (principalmente China) (wikipedia.org, 2006).
Os opióides, de acordo com Fuchs (1998, p. 66), são analgésicos - utilizados
na indução e manutenção de anestesias gerais, ou como adjuvantes nas sedações e nos
bloqueios regionais. Alguns agentes endovenosos podem ainda, ser utilizados como prémedicação.
No século XIX houve várias guerras entre a Inglaterra e a China devido ao
ópio. A Inglaterra procurava proteger o lucrativo negócio dos seus traficantes de ópio, o
qual era produzido nas suas colônias, enquanto a China queria quebrar a dependência da
sua economia e do seu povo aos poderosos efeitos do ópio enquanto droga recreativa. Estas
guerras do ópio foram ganhas pela Inglaterra.
Só em 1803 Serturner isolou o alcalóide morfina a partir do ópio. O nome da
morfina foi-lhe atribuído em honra do deus grego Morfeu, o deus do sono. Apesar de ser o
mais antigo Opióides a morfina ainda é dos mais usados.
Hoje em dia a droga opiácea mais utilizada é a heroína. Esta droga, derivada
quimicamente da morfina extraída do ópio, é proibida em todos os países devido à sua
tendência a conduzir à toxicodependencia profunda.
2.1.2 Farmacologia e seus efeitos
Os opióides são agonistas dos receptores opióides. Estes existem em neurônios
de algumas zonas do cérebro, medula espinal e nos sistemas neuronais do intestino.
“Os receptores opióides são importantes na regulação normal da sensação da
dor. A sua modulação é feita pelos opióides endógenos (fisiológicos), como as endorfinas e
as encefalinas, que são neurotransmissores” (MELZACK, 1982, p. 95).. Existem três tipos
de receptores opióides: mu, sigma e kappa. Os receptores mu são os mais significativos na
ação analgésica, mas o sigma e kappa partilham de algumas funções. Cada tipo de
receptores é ligeiramente diferente do outro, e apesar de alguns opióides ativarem todos de
forma indiscriminada, alguns já foram desenvolvidos que ativam apenas um subtipo.
Recentemente (em 1981) foi identificado o receptor delta, que não é ativado por opióides
endógenos, por isso ele é desconsiderado.
17
Os opióides endógenos são peptídeos (pequenas proteínas). Os fármacos
opióides usados em terapia apesar de não serem proteínas têm conformações semelhantes
em solução às dos opióides endógenos, ativando os receptores em substituição destes.
Os efeitos farmacológicos dos opióides podem ser úteis ou adversos, conforme
a dose e situação. Cada fármaco pode produzir efeitos de intensidade diferente conforme a
sua especificidade para uns ou outros receptores, e outras características.
De acordo com Ferreira e Wannmacher (1992, p. 132),
No Sistema Nervoso Central
1. Analgésica: os opióides reduzem a dor em ambos os seus componentes sensitivo e
emocional. São eficazes na dor aguda e na dor crônica.
2. Euforia e disforia: São necessárias maiores doses do que para causar analgesia. Em
pacientes com dores crônicas não ocorre em geral este efeito. Consiste num
sentimento de flutuar agradável e de bem-estar. A euforia pode degenerar ou ser
substituída por disforia, um estado de ansiedade desagradável e mal-estar.
3. Depressão Respiratória: os opióides diminuem a atividade do centro neuronal que
controla o ritmo e intensidade da respiração. Em altas doses a respiração pode
cessar por completo (mais comum causa de morte na overdose).
4. Sedação: produzem estados de sonolência e confusão mental sem amnésia.
5. Miose: consiste na contração da pupila do olho. Ao contrário de muitos outros
fármacos sedativos que produzem midríase (dilatação da pupila), os opióides levam
à miose, um importante sinal na identificação de overdoses de opióides.
6. Supressão da tosse: pequenas doses de opióides, ou formas fracas chegam para
produzir este efeito supressor, que é devido à depressão do centro neuronal da
tosse, no cérebro.
7. Náuseas: pode produzir náuseas e vômitos se ativarem os centros quimioreceptores
do cérebro.
Trato Gastrointestinal
Também existem receptores opióides em alguns neurônios dos sistemas
nervosos autônomos do intestino (plexo de Auerbach e plexo de Meissner)
1. Obstipação: os opióides provocam a diminuição da motilidade intestinal, que leva a
maior absorção de água e fezes duras.
2. Constrição biliar: provocam espasmos nas vias biliares.
3. Outros: podem provocar hipotensão, prurido, imunossupressão, broncoconstricção.
18
2.1.3 Uso clínico dos Opióides
- Dor crônica
Dor crônica: os opióides são a primeira escolhas no tratamento da dor crônica
pós-operativa e outras situações. É freqüente ser dado ao paciente o controle de
uma bomba, ativada por um botão, que injeta Opióides de acordo com o seu
desejo (FERREIRA e WANNMACHER (1992, p. 48)).
Segundo Costa (1991, p. 35),
O mais usado no passado era a morfina, mas tem vindo a ser substituída pelo
fentanil, que é mais potente e de ação mais rápida, permitindo melhor controle e
mais rápido alívio da dor. Dor aguda forte: em trauma, dor de cabeça (cefaléia),
ou no parto. Não se devem usar nas cólicas biliares (lítiase biliar ou pedra na
vesícula) porque provocam espasmos que podem aumentar ainda mais a dor. Se
a dor é de origem inflamatória são preferíveis os antiinflamatórios não
esteróides, ou opióides fracos como o tramadol, que também são analgésicos
eficazes nessas situações.
- Anestesia: como são sedativos é por vezes usado na preparação antes da inalação de
anestésicos gasosos mais potentes.
- Supressão da tosse: alguns opióides fracos como a codeína, são por vezes incluídos em
preparações anti-tússicas. Há risco de acumulação das secreções com infecção.
- Dispnéia aguda, principalmente de causa cardíaca: os opióides, particularmente a
morfina, são eficazes contra esta condição de emergência. Julga-se que o efeito é devido à
redução da ansiedade com regularização da respiração e menor esforço cardíaco.
- Diarréia: como produzem redução da motilidade intestinal são eficazes contra a diarréia.
Não devem ser usados na diarréia de causa infecciosa. A loperamida tem poucos efeitos
analgésicos e é preferível nesse caso ao qual se refere.
19
2.1.4 Alguns Opióides
Há opióides naturais, derivados do ópio e opióides sintéticos e semi-sintéticos.
Opióides naturais ou fisiológicos
Regulam as sensações de dor e são importantes nos sistemas analgésicos
endógenos:
♦ Endorfinas
♦ Dinorfinas
♦ Encefalinas
As comidas picantes (com pimentas) contêm capsaicina, um agonistas de
receptores de dor na língua. A ativação da vias da dor leva à ativação do sistema
fisiológico analgésico com libertação quantidades moderadas de endorfinas. O prazer de
comer comidas picantes é devido à sensação de bem estar que as endorfinas produzem.
Opióides derivados do Ópio
A morfina constitui 10% do ópio. Os outros são derivados dela por reações
químicas relativamente simples.
♦ Morfina - o mais usado dos Opióides, particularmente na dor crônica.
♦ Heroína - usado como droga de abuso. Raramente como analgésico.
♦ Codeína, Dextrometorfano - opióides fracos usados como supressores da tosse, ou em
dores moderadas.
Opióides Sintéticos ou Agonistas dos receptores opióides
♦ Metadona - usada no tratamento de toxicodependentes porque a sua síndrome de
privação é menos forte.
♦ Petidina - também chamada de Meperidina. Usada na dor aguda.
♦ Fentanil - alta potência. Permite a administração cutânea.
♦ Loperamida - usado na diarréia. Não penetra no cérebro (não atravessa a barreira
hemato-encefálica).
20
♦ Tramadol – Age como facilitador da transmissão por serotonina. É usado em dores
agudas e crônicas moderadas.
Agonistas parciais e Agonistas-antagonistas mistos
Possuem comportamento misto apresentando atividade antagonista para
determinados receptores enquanto apresentam atividade agonistas em outros
♦ Nalbufina - antagonista para receptores mu podendo reverter a depressão respiratória
de outros opióides, e agonistas para receptores kappa o que lhe confere efeito de
sedação e analgesia.
♦ Buprenorfina - agonistas parcial, maior semi-vida que a morfina.
♦ Butorfanol - semelhante à nalbufina.
2.2 Os analgésicos não opióides
São analgésicos simples, que podem ser considerados para uso por período
prolongado de tempo também classificados como antiinflamatórios não-hormonais
(AINH), são usados para tratamento da dor leve ou como adjuvantes durante toda a escada
analgésica.
De acordo com o site google.com.br (2006),
Analgésico é um termo coletivo para designar qualquer membro do diversificado grupo de drogas usadas
para aliviar a dor. As drogas analgésicas incluem drogas não-esteroidais anti-inflamatórias (também
conhecidas pelas suas iniciais em inglês, NSAIDS), tais como os salicilatos, drogas narcóticas como a
morfina e drogas sintéticas com propriedades narcóticas, como o tramadol.
Apesar do analgésicos não opióides serem usados com mais freqüência em
dores leves e moderadas, observa-se que nos últimos anos vem sendo amplamente usado
em dor crônica e segundo MCQUAY (1998, p. 195) e LEVY (1996, p. 335):
Não há boas evidências a respeito de sua eficácia e de
efeitos adversos em tratamento crônico. No entanto, não há
21
razão para que não sejam eficazes em dores de intensidade
leve a moderada, sendo inclusive recomendados pela
Organização Mundial da Saúde em dor oncológica.
O grupo de analgésicos não-opióides produz analgesia por bloqueio periférico
da produção de prostaglandinas. São as drogas mais comumente utilizadas no controle da
dor devido à baixa toxicidade, efeitos cardiovasculares e respiratórios raros, exceto em
situações de envenenamento. Porém, o efeito analgésico dos AINH é limitado, sendo
ineficazes em algumas situações nas quais analgésicos mais potentes devem ser utilizados.
Os AINH apresentam, também, ação antipirética e são desprovidos de efeitos sedativos.
Os principais efeitos adversos consistem em reações de hipersensibilidade,
epigastralgia, náuseas, vômitos, gastrite e úlcera. Alterações renais por nefrite intersticial,
necrose de papila, retenção de água e sódio e hipercalemia também já foram descritas,
podendo levar à insuficiência renal, sobretudo nos pacientes com função renal previamente
comprometida.
Insuficiência hepática também já foi relatada, sobretudo com o uso de
acetaminofeno em doses tóxicas. Aumento no tempo de sangramento por alteração na
função plaquetária é o distúrbio hematológico mais comum, podendo levar a sangramentos
importantes. Deve-se lembrar que os AINH podem promover o fechamento do ducto
arterioso em recém-natos.
Os AINH
(1)
sofrem metabolismo hepático, com formação de metabólicos
inativos que são excretados pelos rins.
As principais drogas desse grupo de analgésicos e seus principais efeitos
adversos são:
Tabela 1. Antiinflamatórios não hormonais.
Fármaco
(via de administração)
Acetaminofeno VO/VR
AAS VO/VR
Dipirona VO/IM/EV
Ibuprofeno VO
Naproxeno VO
Diclofenaco VO/VR/IM
Dose (mg/kg/dose)
Dose máxima (mg)
Intervalo entre as doses Dose máxima diária (mg)
(horas)
10-15/ 4-6
1.000/4.000
10-15/ 4-6
1.000/4.000
12,5-25/4-6
500/2.0000
10-20/6-8
800/40mg/kg
5-7/8-12
500/1.250
0,5-2/8-12
50/100
Fonte: Revista da Associação Médica Brasileira, 1998.
_________________
Pico/duração/ho
ras
1-2/4
1-2/4
1-2/4
1-2/6-8
2-3/8-12
1-2/6-8
22
(1) Antiinflamatórios não esteróides (AINH) são substâncias químicas com efeito
antiinflamatório, analgésico e antipirético.
1) Acetaminofeno
hepatotóxico, quando utilizado em dose dez vezes maior que a dose
terapêutica, pelo aumento de um metabólico (N-acetil-imidoquinona) que causa
necrose hepatocelular. Contra-indicado em pacientes com deficiência de G-6-PD;
2) Ácido acetil-salicílico (AAS) — relacionado com a síndrome de Reye, quando
utilizado em pacientes com infecções por vírus influenza e varicela-zoster.
3) Dipirona — pode causar agranulocitopenia idiossincrásica;
4) Ibuprofeno — pode causar anemia, granulocitopenia e alteração da agregação
plaquetária;
5) Naproxeno — uso cauteloso em pacientes com doenças gastrintestinais, cardíacas,
renais e hepáticas;
6) Diclofenaco — relacionado com nefrite intersticial, distúrbios hemorrágicos e
gastrintestinais. Está liberado para o uso pediátrico e vem sendo utilizado para controle da
dor em crise álgica de pacientes falciformes.
7) Paracetamol: Tem ação de nível central, sem efeitos colaterais consideráveis e pode ser
usado em intervalos de seis a oito horas e doses entre 500 e 750 mg. Tem certa
hepatotoxicidade, sendo seguro o emprego de até 4,0 g/dia para hapatopatas. De qualquer
forma, não ultrapassar o total diário de 6,0 g.
Já a aspirina, segundo o Manual Merck: saúde para a família no site msdbrazil.com (2006),
A aspirina, por exemplo, pode irritar o estômago e acarretar úlceras pépticas.
Por afetar a coagulação sangüínea, a aspirina aumenta a propensão de
sangramento em todo o organismo. Em doses muito elevadas, pode causar
efeitos colaterais muito graves (p.ex., respiração anormal). Um dos primeiros
sinais da dose excessiva é o zumbido nos ouvidos (tinido). Os muitos AINHS
disponíveis variam quanto à velocidade de ação e à duração de sua ação
analgésica. Embora o grau de eficácia dos AINEs seja semelhante, os indivíduos
respondem a eles de modo diferente. Por essa razão, um indivíduo pode achar
determinado medicamento mais eficaz que outro ou que ele produz menos
efeitos colaterais que outro.
23
Lembrar sempre que estes medicamentos têm efeito-teto e não ultrapassar sua
dose máxima. Usar preferencialmente os inibidores seletivos de COX-2, que têm as
vantagens de expor a menos efeitos colaterais, dispensar associação de um protetor
gástrico e serem usados em dose única diária, o que facilita a adesão ao tratamento. Eles
são usados também como adjuvantes em dores associadas a processos inflamatórios, como
a dor por metástases ósseas e por tumores cutâneos.
Para Catherino e Rocha (2002, p. 458),
Tradicionalmente os analgésicos não-opióides são indicados no controle dos
processos inflamatórios e nas dores agudas de moderada a severa intensidade.
Agem inibindo as enzimas ciclooxigenases: COX1 – ciclooxigenases 1 onde
estão incluídos os medicamentos como o Ácido Acetilsalisílico (Aspirina ® ), o
Ibuprofeno (ex: Motrin ® ), o naproxeno (ex: Naprosin ® ), os Diclofenaco
(Voltarem ® ), o diflunisal (Dorbid ® ), o cefoprofeno (Profenid ® ) entre
outros; COX2 – ciclooxigenases 2 com os fármacos celecoxibe (Celebra ® ). A
COX1 está distribuída por todo o organismo. Age liberando prostaglandinas que
apresentam um papel importante na formação da inflamação e da dor além de ter
um papel protetor da mucosa do estomago, na formação da agregação plaquetária
e na função renal. A COX2 está distribuída em poucos tecidos especializados.
Age especificamente induzindo prostaglandinas que iniciam e desenvolvem a
inflamação, mas que não apresenta nenhum papel como protetor da mucosa e na
formação da agregação plaquetária.
24
Segundo o site http://www.sobravime.org.br/ (2006).
TABELA 2: OS NOVE ANALGÉSICOS MAIS CONSUMIDOS EM 2000 ENTRE GOTAS E
COMPRIMIDOS
Princípio ativo
Nome comercial
Paracetamol
Laboratório produtor
Tylenol
dipirona sódica +
isometepteno + cafeína
Neosaldina
Janssen-Cilag
Knoll
% de vendas
16,33
11,8
dipirona sódica
Novalgina
Aventis
9,88
dipirona sódica
Anador
Boehringer Ingelheim
6,60
ácido acetilsalisílico
ácido acetilsalisílico
AAS
Aspirina
Lisador
Sanofi-Synthelabo
Bayer
Farmasa
4,95
3,71
3,32
ácido mefenâmico
Postam
Aché
3,09
ácido acetilsalisílico + cafeína
Doril
DM Ind. Farmacêutica
2,89
dipirona
sódica
+
prometazina + adifenina
Tabela adaptada pela Sobra vime de Valor Econômico de 5/2/2001, p.B8 segundo IMS/PMB.
Podemos ressaltar, de acordo com Manica (1997, p. 190) que os analgésicos
não-opióides são principalmente hipnótico-sedativos - muito utilizados na indução de
anestesias balanceadas, na indução e manutenção de anestesias venosas totais, na
sedação pura ou durante bloqueios regionais.
Como salienta Morgan Mikhail, Murray e Larson Jr. (2002, p. 80),
Os Anestésicos Não-Opióides incluem diversas classes de
fármacos, com características farmacocinéticas e farmacodinâmicas
específicas. Proporcionam graus variáveis de depressão da
consciência, desde a sedação leve até a hipnose, dependendo do
fármaco e da dose empregados.
25
3. OBJETIVOS
3.1 Geral: Conhecer o perfil dos usuários de analgésicos não opióides em uma farmácia
comercial da cidade do Crato-Ce.
3.2 Específicos:
♦ Identificar os analgésicos mais utilizados pela população estudada e a freqüência de
uso;
♦ Saber os motivos que levam as pessoas a usarem os analgésicos não opióides;
♦ Colher informações sobre os efeitos benéficos e maléficos dos analgésicos não
opióides;
♦ Identificar se os analgésicos não opióides são usados, pelos consumidores, com
recomendação médica ou não.
26
4. METODOLOGIA
4.1. A área estudada
O município do Crato fica localizado no extremo sul do Ceará, distante do
litoral 571 km, numa área de 1.117,5 km2, cuja altitude oscila entre 426 e 950 metros em
relação ao nível do mar, entre os paralelos de 7 e 8o de latitude sul e os meridianos de 39 a
41o de longitude oeste de Greenwich. Limita-se ao norte com os municípios de farias Brito,
Várzea Alegre e Caririaçu, ao sul, com o Estado de Pernambuco, ao leste, com os
municípios de Juazeiro do Norte e Barbalha, e a oeste com os municípios de Nova Olinda e
Santana do Cariri,
O respectivo município conta com 25 farmácias. A rede de estabelecimento de
saúde é extensa, onde contamos com 26 Postos de Saúde, 4 hospitais privados, 9 Centros
de Saúde, 5 Centros de Fisioterapia, 18 Centros de Odontologia, 4 Laboratórios, 5
Hospitais, 1 Hemoce, 1 Centro de Atenção Psicosocial, 1 Centro de Zoonoses. Quanto ao
número de leitos hospitalares, os dados são os seguintes: 205 clínico, 102 Cirurgia, 20
Pediatria, 200 Psiquiatria, 11 UTI.
Crato, também, conta com o Programa Saúde da Família – PSF, o qual tem
buscado prestar um atendimento de qualidade, integral e humano em unidades básicas
municipais, garantindo o acesso à assistência e à prevenção em todo o sistema de saúde, de
forma a satisfazer as necessidades de uma boa parte da população.
O Programa, no município, tem reorganizado a prática assistencial em novas
bases e critérios: atenção centrada na família, entendida e percebida a partir de seu
ambiente físico e social. Busca garantir eqüidade no acesso à atenção em saúde, de forma a
satisfazer as necessidades de todos os cidadãos do Município, avançando na superação das
desigualdades.
27
4.2 Delineamento da pesquisa
A investigação foi do tipo descritiva ao nível da atenção primária, com fonte de
dados primários. Os dados primários foram coletados através de questionários, durante dez
meses.
Tratou-se de um estudo descritivo e quantitativo. O estudo descritivo forneceu
informações sobre a distribuição de um evento na população. Através dessa investigação
foi possível conhecer o perfil dos usuários de analgésicos não-opióides.
Tivemos como parâmetros a pesquisa bibliográfica, reportagens sobre o
assunto em estudo e, para tanto, utilizamos anotações de fitas de vídeos, documentários,
que serviram de subsídios para o embasamento teórico.
Os dados foram coletados através de questionários aplicados aos clientes de
uma farmácia comercial da cidade do Crato–CE, com questões objetivas e subjetivas
(Apêndice A).
4.3 População e amostra
A amostra correspondeu a 120 clientes que compraram analgésico na farmácia
em 2006, no período de janeiro a outubro. Foi feito uma investigação sobre os principais
medicamentos vendidos, freqüência de uso e causas do uso do medicamento, perfil dos
clientes, sexo, idade, grau de instrução, renda familiar, orientações medicas e efeitos
colaterais.
Para a escolha da amostra consideramos alguns critérios:
♦ Somente os que usam analgésicos não Opióides, perfazendo um total de 120;
♦ Exclusivamente os que freqüentaram a farmácia em 2006;
♦ Ter idade a partir de 15 anos;
♦ Aceitar participar da pesquisa e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido
(Apêndice B).
28
4.4 Análise dos dados
O procedimento de análise adotado foi do tipo “Análise de Questionário”.
Obtivemos com isso informações significativas de cada item que compunha o
questionamento aplicado aos clientes. Nesta análise, recorremos a diversos autores que
tratam, das várias abordagens dos analgésicos não opióides. Entre estes autores podemos
citar: Levy (1996), Mcquay e Moore (1998).
Também contamos com o auxílio do software Excel. A interpretação dos
resultados consistiu de análise gráfica das proporções observadas, considerando as
variáveis que compuseram os instrumentos.
4.5 Aspectos éticos
Procuramos cumprir as exigências formais constantes na resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde que dispõe sobre pesquisa que envolve
seres humanos (BRASIL, 1996).
Não exigimos a identificação do cliente garantindo assim que as informações
ficassem em sigilo. Esclarecemos como iríamos proceder com relação à pesquisa, os
objetivos, a metodologia, o porquê da pesquisa. Depois de todos os esclarecimentos feitos,
pedimos o consentimento para participar da pesquisa e, para tanto solicitamos que fizesse
por escrito (Apêndice B).
29
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
5.1 Análise
A partir da entrevista realizada junto aos clientes de uma farmácia comercial na
cidade do Crato-CE e do conhecimento da sua história no que se refere ao uso de
analgésicos não-opióides foi possível traçar o perfil dos mesmos.
Para tanto foram entrevistados 120 clientes que compraram analgésicos no
período de janeiro a outubro de 2006.
5.1.1 Perfil dos clientes
Numa amostra de 120 clientes, 50% eram do sexo feminino e 50% do sexo
masculino, como mostra o gráfico abaixo:
50%
50%
Sexo masculino
Sexo Feminino
Gráfico 1: Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação ao sexo no
município do Crato, 2006.
Como vimos no gráfico acima, os clientes entrevistados foram de ambos os
sexos. Apesar de não ter sido programado para que fosse 50% homens e 50% da amostra
de mulheres foi o que aconteceu ao se analisar.
30
Dando continuidade, vimos que, com relação à faixa etária 10% se encontram
entre 15 e 20 anos, 40% entre 21 e 30 anos, 20% entre 31 e 40 anos, 10% entre 41 e 50
anos, 10% entre 51 e 60 anos, 10% acima de 60 anos, como pode ser observado no gráfico
abaixo:
10%
10%
10%
10%
40%
20%
Entre 15 e 20
anos
Entre 21 e 30
anos
Entre 31 e 40
anos
Entre 41 e 50
anos
Entre 51 e 60
anos
Acima de 60
anos
Gráfico 2: Perfil do usuário de analgésicos não opióidess com relação à faixa
etária no município do Crato, 2006.
Através do gráfico, percebemos que a maioria dos consumidores de
analgésicos não opióides se encontra na faixa etária entre 21 e 30 anos.
Com relação ao grau de escolaridade, vimos que 60% dos entrevistados tinham
o Ensino Médio, 30% Nível Superior, 10% Ensino Fundamental. Tais percentuais estão
demonstrados no gráfico abaixo:
31
10%
30%
Ens. Fundamental
Ens. Médio
Nível Superior
60%
Gráfico 3: Perfil do usuário de analgésicos não opióides com relação ao grau de
escolaridade no município do Crato, 2006.
A maioria das pessoas que foram entrevistadas, ou seja, 60% tinham terminado
o Ensino Médio.
O outro questionamento foi sobre a renda familiar e vimos que: 60% estavam
entre os que ganhavam até 1 salário mínimo, 5% entre R$ 400,00 e R$ 1.000,00, 15% entre
R$ 1.000,00 e 2.000,00, 10% entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00 e 10% acima de R$
3.000,00.
Até 1 salário
10%
10
%
60%
15%
5%
Entre R$ 400,00 e
R$ 1.000,00
Entre R$ 1.000,00
e R$ 2.000,00
Entre R$ 2.000 e
3.000
Acima de R$
3.000,00
Gráfico 4: Perfil do usuário de analgésicos não-opoiodes com relação à
renda familiar no município do Crato, 2006.
32
Como está demonstrado no gráfico acima, a maioria, ou seja, 60% ganham até
um salário mínimo.
5.1.2 Sobre os analgésicos
Com relação quais os analgésicos mais utilizados: 50% disseram que
paracetamol, 30% dipirona, 20% anador, aspirina e dorflex, como está explicitado no
gráfico.
20%
Paracetamol
50%
30%
Dipirona
Anador, Aspirina
e Dorflex
Gráfico 5: Analgésicos não-opióides, mais utilizados pelos entrevistados no
município do Crato, 2006.
Sobre com que freqüência utiliza analgésico: 10% nada responderam, 50%
afirmaram que raramente, 20% comentaram que semanalmente, 10% diariamente e os
outros 10% mensalmente, como está demonstrado no gráfico a seguir:
33
10%
Nada
responderam
Raramente
10%
10%
Semanalmente
Diariamente
20%
50%
Mensalmente
Gráfico 6: Freqüência de uso de analgésicos não opióides no município do Crato,
2006.
De acordo com o que responderam os entrevistados, os que mais utilizam
analgésicos o fazem, mas não com assiduidade e, sim, raramente.
Continuando foi perguntado para que utilizam o analgésico, o motivo mais
prevalente foi a dor de cabeça com 60%, os outros 30% utilizam quando estão com febre,
dores musculares, tendinites, dentre outras dores, 10% nada responderam como mostra o
gráfico:
30%
10%
Nada
responderam
Dor de cabeça
60%
Febre, dores
musculares,
tendinite
Gráfico 7: Motivos relatados para utilização dos analgésicos não-opióides, pelos
entrevistados, no município do Crato, 2006.
34
Notamos, pelas respostas dadas que as dores de cabeça são as que mais levam
as pessoas a ingerirem analgésicos não-opióide.
Quanto a questão de já ter sentido alguma reação com a ingestão dos
analgésicos não-opióides: 80% disseram que não, 10% falaram que sim, 10% não
opinaram. Tal evidência se encontra explicitado no gráfico abaixo:
10%
10%
Não
Sim
Não opinaram
80%
Gráfico 8: Ocorrência das reações adversas relacionadas com a ingestão dos
analgésicos não-opióides, pelos entrevistados, no município do Crato, 2006.
Observamos que na maioria das vezes esse medicamento não tem causado
reações adversas a quem utiliza.
Sobre se quando utiliza analgésico é prescrito pelo médico, 10% sim, 40% às
vezes, 40% não, 10% não responderam. Os dados observam no próximo gráfico:
35
40%
40%
10%
10%
Não
Sim
Não opinaram
Às vezes
Gráfico 09: Uso de analgésicos não-opióides, com ou sem prescrição medica
Podemos dizer que a maioria, ou seja, 80% utilizam o medicamento sem
prescrição médica, algo considerado errôneo do ponto de vista da medicina.
Dando prosseguimento, a pergunta foi sobre se o medicamento não é prescrito
pelo médico, quem indica: 60% disseram que pelos familiares, 20% balconistas, 20% pelos
amigos, como demonstra o gráfico abaixo:
20%
Familiares
Balconistas
Amigos
20%
60%
Gráfico 10: Uso de analgésicos não-opióides, pelos entrevistados, por orientação
de pessoas leigas no município do Crato, 2006.
36
A família é quem mais tem o costume de automedicar, chegando a um
percentual de 60% das indicações.
No tocante se utilizam outros medicamento fora analgésicos, 50% disseram
que não, 30% falaram que às vezes, 20% comentaram que sim. Os dados estão no gráfico a
seguir:
30%
50%
Não
Sim
Às vezes
20%
Gráfico 11: Outros medicamentos utilizados pelos entrevistados fora os
analgésicos não-opióides no município do Crato, 2006.
Quanto a questão acima supra citada, vimos que 50% não costumam utilizar
outros medicamento que não sejam os analgésicos não-opióides.
Ao perguntar se alguém já orientou sobre os benefícios e males causados pelo
uso exagerado dos analgésicos, 80% disseram que sim, 20% falaram que não, como
demonstra o gráfico a seguir:
37
20%
Não
Sim
80%
Gráfico 12: Recebeu orientação sobre os benefícios e malefícios causados pelo
uso inadequado de analgésicos não-opióides no município do Crato, 2006.
Observamos pelas respostas dadas que a maioria já tem informação sobre os
perigos do uso excessivo de analgésicos.
Ao ser entrevistados sobre se melhora o problema com a ingestão de
analgésicos não-opióides: 90% disseram que sim, 10% nada disseram como demonstra os
dados explicitados no gráfico.
10%
Nada disseram
Sim
90%
Gráfico 13: Obtém resultado satisfatório com a ingestão de analgésicos nãoopióides no município do Crato, 2006.
Observamos pelas respostas dos entrevistados que a maioria, 90% melhoram
quando utilizam analgésicos.
38
Também foi perguntado se aconselha os amigos na ingestão de analgésicos,
80% disseram que sim, 10% falaram que não, 10% nada responderam.
10%
10%
Sim
Não
Nada respnderam
80%
Gráfico 14: Os entrevistados indicam analgésicos não-opióides para outras
pessoas no município do Crato, 2006.
Pelo que foi observado através das respostas, a maioria costuma indicar
analgésicos para as pessoas.
5.2 Discussão dos dados
O resultado do estudo nos mostra que as pessoas questionadas em uma
farmácia comercial no município do Crato-CE fazem uso dos analgésicos não-opióides,
muitas vezes sem nenhuma prescrição médica, baseado na opinião de familiares, amigos,
balconista, o que de certa forma pode trazer sérios transtornos a saúde, uma vez que,
alguns desses medicamentos têm efeitos colaterais.
Vimos que os analgésicos não-opióides são usados principalmente para
combater dores de cabeça, seguida de outras dores como tendinite, musculares, pois são
dores mais freqüentes no nosso dia-a-dia.
Dos 100% das pessoas que utilizam algum tipo de analgésico, o que nos
chamou a atenção é que a maioria, isto é, 50% usam raramente quando realmente
necessitam.
Apesar de sabermos que os analgésicos não-opióides podem causar algum tipo
de problema, dos 80% entrevistados nada sentiram de reação adversa, o que é muito
39
importante, pois o paracetamol costuma causar desde insuficiência hepática, até
intoxicação e, isso pode acontecer com qualquer remédio, desde dipirona, penicilina (o
mais comum de causar alergia), ácido acetilsalisílico.
Apesar do que foi citado acima, Moore, Collins, Carroll, McQuay e Edward
(2000, p. 2) dizem que:
Correntemente, paracetamol é o medicamento de primeira
escolha no controle de dor leve por ter perfil de efeitos
adversos mais favorável. Com uso de doses apropriadas,
raramente causa efeitos adversos. Podem ser usado em
crianças, gestantes e idosos. Em puerperais, é o mais
indicado por não acarretar efeitos indesejáveis no lactente.
Só uma minoria, 20% faz uso de outros medicamentos fora o analgésico
quando sentem qualquer dor. O mais importante de tudo isso é que 80% têm conhecimento
tanto dos benefícios como dos efeitos maléficos dos analgésicos.
Dos entrevistados, 90% se sentem bem quando tomam analgésicos, a dor passa
e, por isso 80% costumam indicar para outras pessoas. É a questão da automedicação, no
entanto, uma das mais importantes regras para fazer uso de uma medicação é jamais
utilizar a medicação prescrita para outra pessoa. Isto pode levar a efeitos colaterais sérios,
interações medicamentosas ou outras formas de envenenamento.
40
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De toda a pesquisa realizada chegamos as seguintes considerações:
Na amostra estudada verificamos que os principais usuários dos analgésicos
não opióides são pessoas de ambos os sexos, entre 21 e 30 anos, a maioria cursou o Ensino
Médio, com uma renda familiar de até um salário mínimo.
Os entrevistados fazem uso de analgésicos; as causas mais alegadas foram: dor
de cabeça, febre, dores musculares, tendinite. Alguns dos entrevistados já sentiram
algumas reações adversas. Às vezes o medicamento é prescrito pelo médico, outras vezes
não, a indicação vem de familiares, amigos, balconistas.
Os analgésicos mais utilizados, pelos entrevistados foram: paracetamol,
dipirona, anador, aspirina, dorflex. 50% não utilizam outros medicamentos fora estes
citados.
A maioria considera que tem uma melhora considerável quando tomam os
medicamentos e, por isso aconselham a outros tomarem.
Todos os analgésicos não opióides, excetuando-se o acetaminofeno, são
antiinflamatórios não esteróides (AINEs). Esses medicamentos agem de duas maneiras.
Primeiramente, eles interferem no sistema das prostaglandinas, um sistema de substâncias
interativas que são parcialmente responsáveis pela sensação de dor. Em segundo lugar, a
maioria desses medicamentos reduz a inflamação, o edema e a irritação que
freqüentemente circundam uma ferida e pioram a dor.
Os analgésicos são medicamentos para aliviar a dor. Analgésicos não
narcóticos são usados para dores de leves à moderadas. Eles agem no sítio da dor, não
causam dependência e não alteram a percepção individual como os narcóticos podem
fazer.
No caso específico dos analgésicos não opióides também conhecidos por
medicamentos não narcóticos, vimos que são usados principalmente para aliviar dores
ligeiras causadas por dores de cabeça, dores musculares, dores articulatórias e dores
menstruais. Muitos analgésicos não opióides poderão ser adquiridos sem receita médica em
farmácias e supermercados.
41
Percebemos pela análise dos dados da pesquisa, que os analgésicos nãoopióides continuam sendo usados de forma inadequada, pois a maioria além de ingerir o
medicamento sem prescrição médica ainda indica para os outros usarem.
As evidências científicas mostram que se a pessoa tomar analgésicos em
excesso, ele desobrigará as células nervosas de funcionarem, até ao ponto que elas
particularmente deixam de produzir endorfinas, o que leva o paciente a tomar, cada vez
mais, analgésicos que, por sua vez funcionarão cada vez menos.
42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2000. Dispõe sobre o regulamento técnico de Propaganda e publicidade de medicamentos.
Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br>. Acesso em: setembro, 2006.
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Assoc. Paul Cir Dent, São Paulo, v. 56, n. 6, nov./dez. 2002.
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Rev. AMRIGS 1991.
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Wannmacher L (eds). Farmacologia clínica. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1992.
FUCHS, D. F. e colaboradores. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica
racional. 2ª Ed. Porto Alegre: Guanabara Koogan, 1998.
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saúde
para
a
família
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brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec6_61.htm. Acessado em 11/11/2006.
43
MANICA, J. T e colaboradores. Anestesiologia: princípios e técnicas. 2ª Ed. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1997.
MEYER, I. Analgesia Pós Operatória. http://www. sargs. Org.br, 2006.
MELZACK R, WALL P. O desafio da dor. Lisboa, Fundação Calouste-Gulbekion, 1982.
MCQUAY, H.J, MOORE R. A. An evidence-based resource for pain relief. Oxford:
Oxford University, 1998.
MOORE A, COLLINS S, CARROLL D, Mcquay H, EDWARDS J. S. Dose paracetamol
(acetaminophen), with and without codeine, for postoperative pain (Cochrane
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Anesthesiology. 3rd ed. New York: McGrawHill, 2002.
Rev. Assoc. Med. Brás. Vol. 44n.1 São Paulo Jan. /Març. 1998.
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Disponível em: http://www.sobravime.org.br/disc_dipirona.html. Acessado em 21/09/06
Disponível
em:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-
R&lr=&oi=defmore&defl=pt&q=define: Analg%C3%A9sico. Acessado em 12/02/06.
44
A PÊ N D I C E
45
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES DE UMA FARMÁCIA NA CIDADE DO
CRATO-CE
I - Dados Pessoais
Nome: ______________________________________________________
1) Sexo: ________________
2) Idade: ______________
3) Grau de instrução: ______________________
4) Renda familiar: ________________________
II – Dados sobre os analgésicos
5) Você usa analgésico com que freqüência?
( ) Diária
( ) Semanalmente ( ) Mensalmente ( ) Raramente
6) Para que você utiliza analgésico?
( ) Dor de cabeça
( ) Febre
( ) Outros problemas. Especifique: ________
7) Você já sentiu alguma reação do medicamento?
( ) Sim
( ) Não
8) Quando você usa analgésico é prescrito pelo médico?
( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes
9) Se o analgésico não é prescrito pelo médico por quem é indicado?
( ) Farmacêutico
( ) Balconista
( ) Amigos
( ) Familiares
( ) Outros
10) Qual o analgésico mais utilizado por você?
_______________________________________________________________
46
11) Você utiliza outros medicamentos fora o analgésico?
( ) Sim
( ) Não
( ) Ás vezes
12). Alguém já lhe orientou sobre os benefícios e os males causados pelo uso exagerado
dos analgésicos?
( ) Sim
( ) Não
13) Você acha que melhora do problema quando usa algum analgésico?
( ) Sim
( ) Não
14) Você aconselha os amigos a utilizarem algum tipo de analgésico?
( ) Sim
( ) Não
47
APÊNDICE B
Eu
_______________________________________________________
declaro
que
concordo em participar da pesquisa intitulada. AVALIAR O PERFIL DO USUÁRIO DOS
ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES EM UMA FARMÁCIA COMERCIAL DA CIDADE
DO CRATO-CE
Ressalto que estou ciente da garantia dos clientes assegurados PE Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (CNS) que incluem os seguintes requisitos:
1. Receber esclarecimento a qualquer dúvida acerca da pesquisa e do caráter de minha
participação;
2. Retirar meu consentimento a todo o momento da pesquisa sem que isso ocorra em
penalidade de qualquer espécie;
3. Receber garantias de que não haverá divulgação de nomes ou qualquer outra
informação que ponha em risco a minha privacidade e o meu anonimato;
4. Acessar as informações sobre os resultados do estudo.
_______________________________
Coordenador da Pesquisa
___________________________
Entrevistado
Crato, ________ de ________________________ de 2006.
48
APÊNDICE C
Prezada Cristiane Feijó,
Solicito autorização junto a esta empresa para realização da pesquisa “Perfil do
usuário de analgésicos não opióides em uma farmácia comercial da cidade do crato-Ce”.
Sabe-se que os analgésicos não opióides são amplamente utilizados, tanto através
de prescrições médicas quanto por automedicação. Portanto, sentiu-se a necessidade de
investigar mais profundamente para saber quais os principais analgésicos usados, o perfil
da população que faz o uso dos mesmos, bem como os motivos que levam essas pessoas a
ingerirem o medicamento.
Esta pesquisa é pré-requisito para obtenção do título de especialista em Assistência
Farmacêutica pela Escola de Saúde Pública do Ceará.
A pesquisa não irá interromper o fluxo normal da farmácia. As pessoas convidadas
a participar do estudo serão informadas sobre os objetivos da pesquisa e se concordarem
deverão assinar o termo de consentimento livre e esclarecido para que a entrevista possa
ser iniciada.
A população de estudo será composta pelos clientes a partir de 15 anos que
adiquirirem analgésicos não opióides no período de janeiro a outubro de 2006 e
concordarem em participar.
Se necessário, pode se comunicar com a Orientadora da Pesquisa Drª Maria das
Graças Nascimento Silva. (88)3571-1641.
Atenciosamente
Fabiana Pereira Rodovalho Alencar Gomes
49
ANEXO
50
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