Energia mecânica Energia mecânica O que é energia? Descargas elétricas atmosféricas convertem enormes quantidades de energia elétrica em energia térmica, sonora e luminosa. • A ciência define o conceito de energia como o potencial inato para a realização de trabalho. • A energia não pode ser criada, nem destruída, podendo ser apenas transformada de uma forma para a outra. Enquanto uma lâmpada incandescente está ligada ela transforma energia elétrica, principalmente, em energia luminosa e térmica. O chuveiro elétrico transforma energia elétrica em energia térmica. O mesmo processo é apresentado por um aquecedor. Na utilização de um arco e flecha, a energia potencial elástica é transformada em energia cinética. Em uma usina hidrelétrica, a energia potencial gravitacional é transformada em energia cinética durante a descida da água. A física adota diversos tipos de energia como objeto de estudo. Nesta etapa, três tipos de energia serão estudos mais detalhadamente. Tipo de energia Relaciona-se com... Energia Cinética Corpos em movimento Energia Potencial Gravitacional Altura de objetos em relação à um nível Energia Potencial Elástica Deformação de materiais (como molas ou elásticos) Energia cinética (Ec) Energia mecânica associada ao movimento. Com energia cinética suficiente, o comboio pode completar o “loop”. Energia cinética (Ec) A energia cinética de um ponto material de massa m e velocidade escalar v é calculada pela equação: Ec = 1 mv2 2 ou mv2 Ec = 2 Energia cinética (Ec) A energia cinética não depende da direção (horizontal, vertical ou oblíqua) nem da orientação (para cima, para baixo, para a direita ou para a esquerda) da velocidade do corpo. Ela depende, sim, do referencial adotado. No SI, a massa é medida em quilograma (kg) e a velocidade, em metro por segundo (m/s). Assim, a unidade da energia cinética no SI é: m kg · s 2 m = kg · 2 · m = N · m = joule (J) s newton Exemplo 1 Um carro, de massa m, desenvolve uma velocidade v1 = v numa estrada retilínea e plana. O motorista com pressa resolve dobrar sua velocidade para v2 = 2v. a) Qual a relação entre as energias cinéticas do carro com velocidade v1 e v2? b) Sabe-se que com a velocidade v1 o veículo freia, percorrendo uma distância d até parar utilizando o trabalho da força de atrito (suposta constante) entre os pneus e o asfalto. Desempenhando a mesma força de atrito anterior, qual a distância que o carro irá percorrer até parar iniciando a frenagem agora com a velocidade v2 ? Energia potencial gravitacional (Epgrav) Energia potencial gravitacional (Epgrav) Energia mecânica associada à posição do corpo. Epgrav = + mgh Energia potencial gravitacional (Epgrav) tP = –DEpgrav ou tP = Epgrav(inicial) – Epgrav(final) Energia potencial elástica (Epelást) STOCKSNAPP/SHUTTERSTOCK Energia mecânica associada a uma deformação. Mola helicoidal de compressão ou de tração Energia potencial elástica (Epelást) Energia mecânica associada a uma deformação. Flexionado pela corda, o arco armazena energia potencial elástica. STUDIO CAPARROZ Energia potencial elástica (Epelást) Energia potencial elástica armazenada por torção em uma barra Epelást = 1 kx2 2 Conservação da energia mecânica Forças conservativas: Força peso, força elástica e força de interação eletrostática. Forças não conservativas: As forças de atrito entre sólidos e as de resistência exercidas por fluidos como o ar e a água são dissipativas. A força de reação normal exercida por uma superfície, a de tração exercida por um fio e o empuxo exercido por um fluido são exemplos de forças não conservativas não dissipativas. Conservação da energia mecânica Quando, em um sistema físico, a energia mecânica total se conserva, dizemos que esse sistema é conservativo. Um sistema físico é considerado conservativo em duas situações: 1a) Quando sobre ele só atuam forças conservativas. 2a) Quando as forças não conservativas que atuam sobre ele não realizam trabalho. Conservação da energia mecânica Para ter uma ideia melhor, acompanhe os exemplos. Pêndulo oscilando livremente: sistema conservativo Conservação da energia mecânica ADILSON SECCO Para ter uma ideia melhor, acompanhe os exemplos. Corpo sendo levantado muito lentamente com um fio: sistema não conservativo Conservação da energia mecânica ADILSON SECCO Para ter uma ideia melhor, acompanhe os exemplos. Corpo escorregando por uma rampa: sistema não conservativo Princípio da conservação da energia mecânica O sistema é conservativo quando somente as forças conservativas trabalham. Em um sistema conservativo, é constante a soma dos valores das energias cinética (Ec), potencial gravitacional (Epgrav) e potencial elástica (Epelást), em qualquer instante ou posição. Essa soma é a energia mecânica total (EM). Princípio da conservação da energia mecânica O sistema é conservativo quando somente as forças conservativas trabalham. EM(inicial) = EM(final) ou Ec(inicial) + Epgrav(inicial) + Epelást(inicial) = Ec(final) + Epgrav(final) + Epelást(final) Exemplo • Quando um objeto é lançado verticalmente para cima, ele parte com uma certa velocidade inicial. • À medida que ganha altura, sua velocidade diminui em módulo. • No ponto mais alto da trajetória, a velocidade é zero. Quatro instantes na subida Energia cinética Energia Potencial Gravitacional Desprezando-se o atrito e utilizando o princípio de conservação da energia, percebe-se que a soma das quantidades das duas formas de energia é sempre constante. Energia Cinética Energia Potencial Gravitacional Energia Mecânica A soma da energia potencial com a energia cinética é denominada energia mecânica. Esta energia se conserva na ausência de atrito, por exemplo. Transformação e conservação da energia Cinética e Potencial gravitacional Em uma montanha-russa ocorrem sucessivas transformações de energia potencial gravitacional em cinética e vice-versa. Durante a subida a energia cinética é convertida em energia potencial gravitacional. Durante a descida a energia potencial gravitacional é convertida em energia cinética. Exemplo 2 Uma bola de massa 0,5 kg cai livremente, a partir do repouso, de uma altura H = 45 m acima do solo plano e horizontal, num local onde a influência do ar é desprezível e o módulo g da aceleração da gravidade local é igual a 10 m/s². Determine para essa bola, em relação ao solo: a) A energia potencial gravitacional inicial; b) A energia mecânica inicial; c) A energia cinética ao atingir o solo; d) A velocidade escalar ao atingir o solo. Exemplo 3 Retomando o exercício anterior, quando a bola estiver a uma altura h = 16,2 m acima do solo, determine: a) A energia potencial gravitacional nessa altura h; b) A energia mecânica nessa altura h, c) A energia cinética da bola nessa altura h; d) A velocidade escalar da bola (vh) nessa altura h. Transformação e conservação da energia Cinética e Potencial elástica E N E R G I A Potencial Cinética Mecânica Elástica Exemplo 4 Um corpo de massa 250 g está comprimindo uma mola de constante elástica k desconhecida, sem estar preso a ela. Quando o sistema massa-mola é liberado, o corpo é impulsionado sobre um plano horizontal sem atrito e, ao perder contato com a mola, está com velocidade escalar v = 2 m/s. Na posição inicial o corpo está em repouso e a mola apresenta comprimento 10 cm menor que o normal. Para esse sistema, determine: a) A energia cinética do corpo imediatamente após perder o contato com a mola; b) A energia mecânica do sistema; c) A energia potencial elástica armazenada inicialmente na mola; d) O valor da constante elástica k; e) A intensidade da força que a mola aplicava inicialmente no corpo. Princípio da conservação da energia mecânica Se o sistema não for conservativo a energia total continua se conservando, apenas a energia mecânica que não se conserva. Isto é, temos levar em consideração o trabalho das forças não conservativas como a “energia dissipada” (transformada em energia térmica) EM(inicial) = EM(final) + tforças não conservativas Edissipada = tforças não conservativas Exemplo 5 Na figura abaixo, um esquiador passa pelo ponto A com velocidade escalar de 8,0 m/s. A pista de gelo é suficientemente lisa para que possamos desprezar a influência do atrito e o ar também não oferece resistência considerável. Adotando g = 10 m/s², determine: a) A velocidade escalar do atleta ao passar pelo ponto B; b) A velocidade escalar do atleta ao atingir o ponto C. Exemplo 6 Um objeto de massa 400g desce, a partir do repouso no ponto A, por uma rampa, em forma de um quadrante de circunferência de raio R=1,0m. Na base B, choca-se com uma mola de constante elástica k=200N/m. Desprezando a ação de forças dissipativas em todo o movimento e adotado g=10m/s², a máxima deformação da mola é de: a) 40cm b) 20cm c) 10cm d) 4,0cm e) 2,0cm Exemplo 7 Um bloco de 2 kg é solto do alto de um plano inclinado, atingindo o plano horizontal com uma velocidade de 5 m/s, conforme ilustra figura. A força de atrito (suposta constante) entre o bloco e o plano inclinado vale: (Use g = 10 m/s²). a) 1 N b) 2 N c) 3 N d) 4 N e) 5 N Exemplo 8 Um pequeno bloco de massa m é abandonado do ponto A e desliza ao longo de um trilho sem atrito, como mostra a figura a seguir. Para que a força que o trilho exerce sobre o bloco no ponto D seja igual ao seu peso, supondo ser R o raio do arco de circunferência, de diâmetro BD, a altura h, deve ser igual a: a) 2R. b) 2,5R. c) 3R. d) 3,5R. e) 4R.