Os Três Tempos da Salvação

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OS TRÊS TEMPOS DA SALVAÇÃO
Introdução
Para tratar dos três tempos da salvação, vamos fazer três observações preliminares.
A primeira é que a palavra-chave do tema não é nem o três e nem o tempo. A palavra-chave é a salvação.
A segunda preliminar, que decorre da primeira, é que salvação é tema central da Bíblia, e de tão relevante
importância que essa foi a primeira mensagem de Jesus: “Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto.
Arrependam-se dos seus pecados e creiam na mensagem da salvação” – Marcos 1:15. E a salvação
continuou sendo a principal mensagem dos apóstolos e de todos os seguidores de Jesus Cristo. Isso é tão
impressionante que Hebreus 2.3 diz: “Como é que nós escaparemos se desprezarmos tão grande salvação?
Primeiro, o próprio Senhor Jesus anunciou esta salvação; e depois aqueles que a ouviram nos provaram que
ela é verdadeira”. E que isso é verdade, é o que o apóstolo Paulo afirma na Primeira Carta a Timóteo 1.15:
“Este ensino é verdadeiro e deve ser crido e aceito de todo o coração: Cristo Jesus veio ao mundo para
salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”.
Em terceiro lugar, se é verdade que a salvação é a principal mensagem do Evangelho e que foi a primeira
mensagem de Jesus, e se é verdade o que vimos em Hebreus 2:3, que fora da salvação não há escape,
então é verdade também que a primeira coisa mais importante que você precisa saber é se você está salvo.
Pergunte de você para você mesmo: eu sou uma pessoa salva ou perdida? O objetivo deste estudo é
ajudar você a dar a resposta certa a essa pergunta. É este o estudo: OS TRÊS TEMPOS DA SALVAÇÃO.
A salvação tem três tempos: passado, presente e futuro. No passado fomos salvos da penalidade do
pecado, no presente estamos sendo salvos do poder do pecado e no futuro seremos salvos da presença do
pecado. Cada um desses três tempos da salvação é identificado por uma palavra:
1. NO PASSADO, JUSTIFICAÇÃO – Salvação da Penalidade do Pecado
“Justificados pela fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo” – Romanos 5:1. “Sendo
justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” – Romanos 3:24.
Gratuitamente, pela sua graça, descreve a salvação como presente, e não como algo merecido por alguém
pelas suas boas obras. Romanos 6:23 afirma que “o presente de Deus é a vida eterna por meio de Cristo
Jesus, o nosso Senhor”. “Deus nos salvou e nos chamou para sermos o seu povo, não por causa do que
temos feito, mas porque ele quis e por causa da sua graça. Ele nos deu esta graça por meio de Cristo Jesus”
– II Timóteo 1:9. “Ele nos deu esta graça...” A graça é de graça. “Pela graça dois salvos por meio da fé. Isto
não vem de vós, é presente de Deus. Não vem das obras...” – Efésios 2:8-9. As obras vêm depois da
salvação, assim como os frutos vem depois da árvore. As obras acompanham a salvação, assim como a
sombra acompanha o corpo. “Deus foi generoso e derramou o seu Espírito Santo sobre nós, por meio de
Jesus Cristo, o nosso Salvador. E fez isso para que, pela sua graça, fiquemos livres de qualquer culpa e
recebamos a vida eterna que esperamos. Esse ensino é certo” – Tito 3:6-8. É por isso que em Romanos 8.1 e
2 o apóstolo Paulo prorrompe neste cântico de júbilo e de triunfo: “Agora nenhuma condenação há para os
que estão em Cristo Jesus, que vivem não segundo a natureza humana, mas segundo o Espírito”.
Esse cântico vai em ritmo crescente, até atingir um clímax grandioso a partir do versículo 33: “Quem
acusará o povo escolhido de Deus? É o próprio Deus quem declara que eles não têm culpa. Poderá alguém
condená-los? Foi Cristo quem morreu, ou melhor, quem foi ressuscitado e está à direita de Deus. Ele pede a
Deus em nosso favor. Então, quem pode nos separar de Cristo? Em todo o universo não há nada que nos
possa separar do amor de Deus, que é nosso por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor”. Esse cântico
triunfante reflete o ensino de Jesus em João 5.24: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida”.
2. NO PRESENTE, SANTIFICAÇÃO – Salvação do Poder do Pecado
“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação, e que vos separeis de toda a imoralidade, porque
Deus não vos chamou para a imundície, mas para a santificação” – I Tessalonicenses 4:3 e 7.
“Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” – I
Pedro 1:15.
Santificação, santidade ou santo, tem dois sentidos bíblicos: separado e dedicado, separado do mal e
dedicado ao bem. Isso acontece na conversão, em que o ser humano se separa do pecado e dedica a sua
vida ao Deus Santo. Santos não são aqueles que já morreram, são pessoas de carne e osso como eu e você,
que se separaram do pecado e passaram a viver a nova vida, como descrita em II Coríntios 5.17: “Quando
alguém se faz cristão, torna-se uma pessoa totalmente nova por dentro. Já não é mais a mesma. Teve início
uma nova vida”.
Santos não são também uma elite da Igreja. O apóstolo Paulo escreve assim: “Aos santos que estão em
Éfeso e fiéis em Cristo” – Efésios 1:1. Os santos da Igreja de Éfeso e de qualquer Igreja não são os que
formam uma elite, ou uma classe de pessoas especiais, são todos os salvos por Jesus. São aqueles sobre
cujas vidas o pecado não tem mais o seu domínio e poder. Romanos 6.12 em diante tem a melhor
explicação:
“Portanto, que o pecado não domine os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos desejos da
natureza humana. E também não entreguem ao pecado nenhuma parte do corpo de vocês a fim de ser
usada para o mal. Ao contrário, entreguem-se a Deus como pessoas que foram trazidas da morte para a
vida: entreguem-se completamente a ele a fim de serem usados para fazer o que é bom. Que o pecado não
os domine, pois vocês agora estão sob o domínio da graça de Deus. Vocês foram libertados do pecado e se
tornaram escravos de Deus para fazerem o que Deus quer. Falo com palavras bem simples por causa da
fraqueza de vocês. No passado vocês se entregaram inteiramente como escravos da impureza e da maldade
para servirem o mal. Agora entreguem-se como escravos de Deus para viverem uma vida de santidade”.
Em I Coríntios 6, do versículo 9 em diante, há uma lista de pecados, esclarecendo que seus praticantes não
pertencem ao Reino de Deus (a lista em Gálatas 5:19-21 é bem maior, com a mesma declaração de que os
que fazem tais coisas não fazem parte do Reino de Deus). Então, o texto termina assim: “Alguns de vocês
eram assim, mas foram lavados do pecado, santificados, separados para pertencerem a Deus por meio do
Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus” – I Coríntios 6:11.
Este é o segundo tempo da salvação, a santificação, o processo da vida cristã em que o pecado não tem
mais domínio sobre nós. I Carta de João 3, versículo 5 em diante, é um texto tão claro como a luz: “Vocês já
sabem que Cristo veio para tirar os nossos pecados e que ele não tem nenhum pecado. Assim, quem vive
unido com Cristo não continua pecando. Mas quem continua pecando nunca o viu e nunca o conheceu.
Meus filhinhos, não deixem que ninguém os engane. Aquele que faz o que é direito é justo, assim como
Cristo é justo. Quem é filho de Deus não continua pecando, porque o Espírito de Deus age nele. E não pode
continuar pecando, porque Deus é o seu Pai”. Como santos, não somos pessoas perfeitas, só Deus é
perfeito. Mas, se somos crentes, somos pessoas imperfeitas na direção da perfeição. E só conhece
verdadeiramente a sua imperfeição, quem conhece o Deus da perfeição. E quem pertence a Deus, não
pertence ao pecado: “O Senhor conhece os que são dele. E ainda: Todos os que dizem que pertencem ao
Senhor precisam abandonar o pecado” – II Timóteo 2:19.
3. NO FUTURO, A GLORIFICAÇÃO – Salvação da Presença do pecado
Em Romanos 13, após relembrar virtudes a cultivar, Paulo adverte: “Vocês precisam fazer isso, porque
vocês sabem em que tempo nós vivemos, pois chegou a hora de acordarem. O momento de sermos salvos
está mais perto agora do que quando começamos a crer” – Romanos 13:11. Para alguns de nós esse futuro
está mesmo muito mais perto do que quando cremos no passado. A vida precisa ser avaliada pelo prisma
da eternidade. Descrevendo esse futuro de esplendor, a cidade de eterna glória, o Apocalipse 21:27
termina declarando que lá não há pecado. O Apocalipse esgota, em linguagem humana, tudo que se
poderia dizer sobre o triunfo final e glorioso dos salvos por Jesus. Apocalipse 7:9-17 descreve os mais
diferentes tipos de pessoas que povoam o céu, mas todos só estão ali porque têm um ponto em comum:
foram salvos por Jesus Cristo, ali descrito como o Cordeiro de Deus, cujo sangue os purificou de todo o
pecado. Em Colossenses 1.27 está escrito: “Este é o segredo: Cristo no coração de vocês é a sua única
esperança de um futuro de glória”.
Conclusão dos Três tempos da Salvação:
No passado, Justificação – Salvação da Penalidade do pecado
No presente, Santificação – Salvação do poder do pecado
No futuro, Glorificação – Salvação da presença do pecado
Só o cristianismo tem a solução espiritual para o passado, o presente e o futuro. Libertação do passado,
significado no presente e garantia para o futuro. Noutras palavras: passado redimido, presente consentido
e futuro garantido. O Deus que justifica, também santifica e finalmente glorifica.
Qual a sua resposta à pergunta feita no início deste estudo: eu sou uma pessoa salva ou perdida?
Pastor Oswaldo Mancebo Reis
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