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RELATÓRIO DE PROJETO DE PESQUISA
Nome do Projeto: Aspectos Comportamentais de Crianças com Dificuldade de
Aprendizagem
Protocolo: 2286.
Nome do (a) Proponente ou Orientador (a): Denise Eugênia Zumblick Gonçalves
Nome do (a) Bolsista: Elisângela Pereira
Campus/Unidade: Tubarão
Data do Relatório: 15/09/2008
Tipo do Projeto:
( ) PUIC Disciplina
(
) PUIC Continuado
( X ) PUIC Individual
1. Introdução
Determinar qual o nível de atividade normal de uma criança é um assunto
polêmico. A maioria dos pais tem certa expectativa em relação ao comportamento de seus
filhos e, normalmente, esta expectativa inclui certo grau de agitação, bagunça e
desobediência, características que são aceitas como indicativos de saúde e vivacidade infantil.
Durante o processo de desenvolvimento infantil, a experiência escolar pode
contribuir para diferentes trajetórias, tendo impacto sobre as experiências futuras do
indivíduo. Os atrasos e os problemas de aprendizagem são considerados como uma
deficiência em determinada habilidade.
Ao se fazer referência às dificuldades de aprendizagem não se pode perder de vista
a presença de distorções inerentes ao próprio sistema educacional e às influências ambientais
que funcionam como contexto para as manifestações comportamentais e as peculiaridades do
indivíduo que pode apresentar, no sistema escolar, o sintoma de não aprender....
A dificuldade de aprendizagem quase sempre se apresenta associada a outros
comprometimentos, como por exemplo, os estímulos que recebem do meio. Neste sentido, o
presente trabalho tem como objetivo avaliar as relações entre o desempenho escolar e
aspectos comportamentais de crianças do Ensino Fundamental das escolas públicas de Laguna
(SC).
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Avaliar as relações entre o desempenho escolar e aspectos comportamentais de
crianças do Ensino Fundamental das escolas públicas de Laguna (SC).
2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar aspectos comportamentais em comum, presentes em crianças com
dificuldade de aprendizagem;
b) Avaliar o desempenho escolar em crianças com dificuldade de aprendizagem;
c) Relacionar o desempenho escolar e aspectos comportamentais de crianças do
Ensino Fundamental das escolas públicas de Laguna (SC);
d) Estimular e promover a melhoria das ações com relação ao desenvolvimento
das crianças em estudo.
3. Material e Métodos
3.1 Instrumentos
Foram utilizados:
- Levantamento de Desempenho Escolar (Anexo 1.):
Questionário para caracterização do desempenho e do comportamento da criança
no ambiente escolar, englobando categorias de comportamento da criança em sala de aula em
três áreas distintas: comportamento em relação à professora, aos colegas e à tarefa.
Este questionário foi elaborado pela pesquisadora, tendo como referência nos
Módulos instrucionais para medidas e avaliação em educação de Zélia D. Mediano e com
base nos seus conhecimentos adquiridos como acadêmica, com a supervisão da orientadora. O
questionário foi respondido pelos alunos pesquisados.
- Escala Comportamental Infantil (preenchido pelas professoras que mais tinham contato com
as crianças).
Essa escala foi elaborada pela pesquisadora, tendo como referência nos Módulos
instrucionais para medidas e avaliação em educação de Zélia D. Mediano e com base nos seus
conhecimentos adquiridos como acadêmica, com a supervisão da orientadora.
Os professores responderam uma escala para cada aluno participante da pesquisa
- Matrizes Progressivas Coloridas de Raven – Escala Especial.
É usado para avaliar em maior detalhe os processos intelectuais de crianças, na
faixa etária de 5 a 11 anos, deficientes mentais e pessoas idosas. Esta escala contém 3 séries:
A, Ab e B, cada uma com 12 problemas. As séries A e B são as duas primeiras séries e a Ab é
uma série intermediária entre as outras duas. Os problemas desta escala são impressos com
fundo colorido, o que os torno mais atraentes para o sujeito.
As matrizes utilizadas nessa pesquisa foram apresentadas sob a forma de caderno,
pois elas também podem ser apresentadas sob a forma de tabuleiro de encaixe e peças
removíveis.
É um teste de observação e de pensamento claro.
3.2 Participantes
O projeto foi apresentado e aprovado pelas Secretarias Municipal e Estadual de
Educação do município de Laguna. Após a explicação relativa aos objetivos do trabalho e o
tipo de participação requerida, foi solicitado que as responsáveis pelas secretarias assinassem
uma autorização para a participação das crianças. Após essa etapa, dirigiu-se até as escolas
indicadas, onde foi apresentada a autorização e novamente o projeto, onde foi explicado os
objetivos as coordenadoras e diretoras das escolas. Após as responsáveis das escolas
autorizarem, estas, em seguida encaminharam as crianças, que foram convidadas por mim
para participarem de forma voluntária, podendo responder ou não as perguntas.
Foram avaliadas 30 crianças, de ambos os sexos, na faixa etária de 8 a 11 anos de
idade, alunos de segunda à quinta série de 2 escolas da rede pública do município de Laguna,
distribuídas em dois grupos. Sendo, 15 crianças de uma escola da rede Municipal do
município de Laguna, e, 15 crianças de uma escola da rede Estadual do município de Laguna.
As crianças foram indicadas por suas professoras em face das dificuldades apresentadas no
processo de aprendizagem.
Ambas as escolas foram receptivas e demonstraram interesse na pesquisa, e não se
opuseram em indicar as crianças.
3.3 Procedimentos
As crianças foram avaliadas individualmente, em salas disponíveis em suas
respectivas escolas. No primeiro encontro foi aplicado o levantamento de desempenho
escolar. Em um segundo encontro, procedeu-se à aplicação Escala Comportamental Infantil,
que foi respondida pelos professores. Em um terceiro encontro procedeu-se à aplicação das
Matrizes Progressivas Coloridas de Raven – Escala Especial
4. Resultados:
Primeiramente serão apresentados os dados do Levantamento de Desempenho
Escolar com relação ao escore total e a discriminação dos itens. Em seguida, serão
apresentados os dados relativos à Escala Comportamental, logo, Matrizes Progressivas
Coloridas de Raven – Escala Especial- e, por fim, a associação entre os dados dos três
instrumentos em questão.
Levantamento de Desempenho Escolar
Na escola
01- Eu tenho me saído bem.
02- Eu consigo ler com facilidade.
03- Eu consigo escrever as palavras que são ditadas.
04- Eu lembro com facilidade do que aprendi
05- Eu aprendo tão bem quanto os meus colegas.
06- Eu esqueço rápido o que aprendi.
07- Eu acabo as atividades no mesmo tempo que os
meus colegas.
Sim
53,33%
20%
43,34%
46,67%
50%
60%
33,33%
Não
6,67%
36,67%
33,33%
40%
30%
33,33%
53,33%
Ás vezes
40%
43,33%
23,33%
13,33%
20%
6,67%
13,34%
08- Minha professora me considera um bom aluno.
70%
13,33%
16,67%
09- Eu tenho facilidade para fazer cópia.
56,67%
26,67%
16,66%
10- Minha família me considera um bom aluno.
76,67%
13,33%
10%
11- Eu quero continuar estudando por muitos anos.
76,67%
3,33%
20%
Esta tabela indica que os alunos se avaliam como se saindo bem na escola
(53,37%), conseguem ler com facilidade às vezes (43,33%), conseguem escrever as palavras
que são ditadas (43,34%), lembram com certa facilidade o que aprenderam (46,67%), tem
facilidade para fazer cópias (56,67%). A professora e a família, na visão dos pesquisados, os
consideram bons alunos. No entanto, afirmam que esquecem rápido o que aprenderam (60%)
e que não conseguem terminar as atividades no mesmo tempo que os seus colegas (53,33%).
É interessante destacar que houve “contradição”, nas afirmativas 04 e 06, com
diferença significativa. Pode-se pensar que as afirmativas, com sentido negativo, tenham um
impacto maior para as crianças com dificuldade de aprendizagem, possivelmente por ser parte
da sua experiência cotidiana em comentários ou avaliações dos pais, das professoras ou dos
colegas.
Nas afirmativas 05 e 07 nota se uma dificuldade declarada, onde 50% aprendem
tão bem quanto os outros, mas 53,33% têm dificuldade para acabarem atividades ao mesmo
tempo em que seus colegas. O que é compatível com a questão 2, onde o índice dos que não
conseguem ler e dos que às vezes tem dificuldade para ler somaria 80%.
Observa-se ainda que os itens que se referem às percepções baseadas em
julgamentos dos outros, as afirmativas 08 e 10, refletem positivamente na afirmativa 11, em
que 76,67% das crianças respondem que querem continuar estudando por muitos anos.
Destaca-se aqui a importância do meio ambiente enquanto fonte de influência para a formação
das crenças das crianças.
De acordo com Bandura (1989), a avaliação do desempenho dos colegas, as
comparações sociais, e avaliação que as pessoas recebem dos outros, têm forte influência
sobre o desenvolvimento da percepção que o indivíduo tem de sua auto-estima e a
competência em lidar com os problemas da vida (senso de auto-eficácia). Estas percepções
baseadas no julgamento das outras pessoas estão relacionadas ao senso de auto-eficácia social.
Um alto senso de auto-eficácia social pode promover satisfação e sustentar relacionamentos
sociais positivos, refletindo também em resultados positivos na aprendizagem.
Escala Comportamental Infantil
(respondida pelos professores das 30 crianças da pesquisa)
Sim
Não
Às vezes
1- Faz xixi na cama ou nas calças.
0%
93,33%
6,67%
2- Falta aula.
13,33% 63,34% 23,33%
3- Há dificuldade com a fala, por exemplo, gagueira.
20%
60%
20%
4- Demonstra muita ansiedade.
43,33% 26,67%
30%
5- É uma criança que geralmente fica isolada no canto.
6,67%
90%
3,33%
6- Irritável, uma criança que grita muito.
16,67% 73,33%
10%
7- Demonstra medo ao realizar uma tarefa solicitada,
36,67% 26,66% 36,67%
dizendo que não é capaz, e não conseguirá realizá-la.
8- Apresenta dificuldade para se concentrar.
73,33% 16,67%
10%
9- É uma criança inquieta, mexe-se o tempo todo.
50%
33,33% 16,67%
10- Fala em horas impróprias.
36,67% 36,67% 26,66%
11- Distrai-se com facilidade.
66,67% 23,33%
10%
12- Responde impulsivamente, sem pensar.
23,33% 33,33% 43,34%
13- Interrompe permanentemente os adultos.
16,67% 56,67% 26,66%
14- Facilidade para perder objetos.
26,66%
50%
23,34%
Esta tabela indica que as professoras avaliam seus alunos como, não fazem xixi na
cama ou nas calças (93,33%), não faltam aula (63,34%), não apresentam dificuldade com a
fala como, por exemplo, a gagueira (60%), apresentam muita ansiedade (43,33%), não são
crianças que geralmente ficam isoladas no canto (90%), crianças que gritam muito (73,33%),
demonstram medo ou as vezes em realizar uma tarefa solicitada, dizendo que não é capaz, e
não conseguirá realizá-la (36,67%), apresentam dificuldade para se concentrar (73,33%), são
crianças inquietas que mexem-se o tempo todo (50%), distraem-se com facilidade (66,67%),
as
vezes
respondem
impulsivamente
sem
pensar
(43,34%),
não
interrompem
permanentemente os adultos (56, 67%), não apresentam facilidade para perder objetos (50%).
Com relação aos aspectos comportamentais, avaliados através da ECI (Escala
Comportamental Infantil), analisando-se as áreas separadamente, observa-se que na afirmativa
“02- Falta aula”, as respostas positivas foram de um número muito pequeno. Pode-se pensar
que tenha relação com a preocupação dos pais ou responsáveis destas crianças quanto às
atividades escolares, fiscalizando mais a freqüência e assiduidade de seus filhos às aulas.
Outro número significativo é o de crianças que demonstram muita ansiedade (43,33%),
estudos mostram que a ansiedade é um dos fatores que faz com que a criança não consiga se
concentrar, prestar atenção, como é o que aparece na afirmativa 08 em que 73,33% das
crianças apresentam dificuldades para se concentrar. Assim, como na afirmativa 11, as
crianças que se distraem com facilidade são 66,67%. Logo, terão um baixo rendimento
escolar.
Um dado interessante é a porcentagem alta de respostas positivas as afirmativas 08
e 11, onde as crianças são descritas pelas professoras como sendo agitadas, com dificuldade
de focar sua atenção em uma situação.
Matrizes Progressivas Coloridas de Raven – Escala Especial
Foram obtidos os totais de cada série para determinar a consistência da pontuação.
Avaliou-se esta consistência subtraindo-se do escore do sujeito de cada série , o número de
acertos normalmente esperado em relação ao total de pontos por ele alcançado.
Quando o total parcial de uma série desviou mais de dois pontos do escore
esperado, a pontuação total não pode ser aceita como uma estimativa válida da capacidade
geral para a atividade intelectual do sujeito.
Foram classificadas de acordo com o escore obtido em:
GRAU
I ou “intelectualmente superior”, se o escore está no percentil 95 ou a cima
dele para pessoas do seu grupo de idade.
II “definidamente a cima da média na capacidade intelectual”, se o escore está
no percentil 75 ou a cima dele.
II+, se o escore está no percentil 90 ou a cima dele.
III “intelectualmente médio”, se o escore está entre o percentil 25 e 75;
III+, se o escore é maior do que a mediana ou percentil 50;
III-, se o escore é menor do que a mediana.
IV “definidamente abaixo da média na capacidade intelectual”, se o escore está
no percentil 25 ou abaixo dele;
IV-, se o escore está no percentil 10 ou abaixo dele.
V “intelectualmente deficiente”, se o escore está no percentil 5 ou abaixo dele
para seu grupo de idade.
Tabela com a porcentagem de criança em cada grau. Quando o total parcial de uma
série desviou mais de dois pontos do escore esperado, excluiu-se o pesquisado do cálculo,
26,67% das crianças participantes da pesquisa.
Tabela de classificação de acordo com o escore obtido
Grau
Grau
Grau
Grau
Grau
Grau
I
II
II+
III
III+
Grau III- Grau
IV
Grau
IV-
Grau V
%
0%
0%
0%
0%
20%
26,67%
0%
13,33%
13,33%
Apresenta nível intelectual médio à cima da mediana (20%), nível intelectual
abaixo da mediana (26,67%), abaixo da média na capacidade intelectual (13,33%) e
intelectualmente deficiente (13,33%).
Vale frisar que a pontuação total não pode ser aceita como uma estimativa válida
da capacidade geral para a atividade intelectual do sujeito. Assim como houve interferências
do meio no local de aplicação, como barulhos e interferências de pessoas entrando no
ambiente de aplicação.
Pode-se observar que de uma maneira geral os pesquisados estão no nível
intelectual médio, o que é significativamente bom levando-se me conta que ocorreram
influências do meio.
5. CONCLUSÕES
A presente pesquisa teve seus objetivos alcançados. Com as 30 crianças
pesquisadas, que serviram de representantes da rede pública das escolas de Laguna. Podem-se
observar diferenças importantes nas manifestações comportamentais, como por exemplo, a
“inquietude” da maioria dos pesquisados, como a dificuldade que apresentam para se
concentrar e facilidade de se distraírem.
Os problemas da área de comportamento apresentados pelas crianças com queixa
de dificuldade de aprendizagem referem-se em geral a aspectos do meio. Como os dados da
pesquisa foram levantados no inicio do ano letivo, as dificuldades podem estar relacionadas à
maneira com que as professoras trabalham com as crianças, a maneira com que se relacionam
com as professoras, aos estímulos que recebem por parte de colegas e familiares.
A etapa do ensino fundamental, correspondente a fase dos seis aos doze anos, é um
período em que as aquisições de habilidades e conhecimentos têm papel decisivo para o
desenvolvimento. Nesse sentido, as intervenções favorecedoras de um estímulo positivo
podem possibilitar não só um melhor nível de rendimento, como também implementar a
capacidade de se envolver com situações de aprendizagem.
Como implicação dessas destaca-se a importância de se oferecer às crianças
ferramentas que lhes permitam, além da aquisição de habilidades, desenvolverem crenças
mais positivas em relação às suas próprias capacidades de realização. Sugere-se que no
trabalho com crianças na fase inicial de aprendizagem formal, mesmo quando seu rendimento
está abaixo do esperado seja valorizado o desenvolvimento estímulo positivo como um
recurso favorecedor do processo de aprendizagem.
6. Referências
ANGELINI, Arrigo; ALVES, Iraí; CUSTÓDIO, Eda & DUARTE, Walquiria. Manual das
matrizes progressivas coloridas Raven. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1987.
BANDURA, Albert; AZZI, Roberta Gurgel; POLYDORO, Soely Aparecida. Teoria Social
Cognitiva - Conceitos Básicos. Editora: Bookman, 2007.
SIMÕES, Mário Manuel Rodrigues. Investigações no âmbito da aferição nacional dos
testes das matrizes progressivas coloridas de Raven (M.P.C.R.). [Lisboa]: Fundação
Calouste Gulbenkian, 2000.
MEDIANO, Zélia Domingues. Módulos instrucionais para medidas e avaliação em
educação. ed. 3. rev. Rio de Janeiro: F. Alves, 1977.
SILVEIRA, Silvana Maria Beduschi da; ROSA NETO, Francisco; UNIVERSIDADE DO
SUL DE SANTA CATARINA. Avaliação e intervenção psicopedagógica em crianças com
transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) do ensino pré-escolar.
Universidade do Sul de Santa Catarina: Florianópolis, 2004.
ANEXOS
Anexo 1
Levantamento de Desempenho Escolar
Vou apresentar para você algumas frases e você vai me dizer o quanto elas tem a ver com
seu jeito de ser.
Basta me responder SIM quando elas se parecerem e NÃO quando elas forem diferentes
do seu jeito.
Na escola
01- Eu tenho me saído bem.
02- Eu consigo ler com facilidade.
03- Eu consigo escrever as palavras que são ditadas.
04- Eu lembro com facilidade do que aprendi.
05- Eu aprendo tão bem quanto os meus colegas.
06- Eu esqueço rápido o que aprendi.
07- Eu acabo as atividades no mesmo tempo que os
meus colegas.
08- Minha professora me considera um bom aluno.
09- Eu tenho facilidade para fazer cópia.
10- Minha família me considera um bom aluno.
11- Eu quero continuar estudando por muitos anos.
Sim
Não
Ás vezes
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