tanque de águas vivas do aquário de ubatuba: uma análise após 4

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TANQUE DE ÁGUAS VIVAS DO AQUÁRIO DE UBATUBA: UMA ANÁLISE APÓS 4
ANOS DE EXPERIÊNCIA DO PRIMEIRO TANQUE DE ÁGUAS VIVAS DO BRASIL
Hugo Gallo Netto, Henrique Luís de Paula e Silva de Almeida
Aquário de Ubatuba e Terramare: Consultoria, Projetos e Construção de Aquários Ltda.
Rua Guarani, 859 – Itaguá, Ubatuba/SP – 11680-000 [email protected],
Palavras Chaves: aquário, águas vivas, manejo
Desde as décadas de 50/60 as águas vivas vêm sendo alvo de interesse dos Aquários. Mas foi
a partir de 1992, quando o Aquário de Monterey Bay, abriu a exposição temporária de águas
vivas, que as técnicas de manutenção destes organismos se disseminaram. O sucesso do
cultivo destes organismos se deve muito ao design de tanques que simulam o ambiente
planctônico e que tiveram sua origem em pesquisas de Wolf Greve na década de 1960 (1). A
maioria dos tanques utilizados hoje são variações deste modelo (planktonkreisel), redesenhado
e adaptado por Hamner do Aquário de Monterey. Modelos como Kreisel (tanques circulares),
pseudokreisel (tanques quadrados com bordas curvas), stretch kreisel (tanques retangulares
com bordas curvas e com dois fluxos giratórios) e até tanques cilíndricos são amplamente
utilizados. O Aquário de Ubatuba possui tanque de águas vivas em formato de pseudokreisel
desde 2011, já manteve, em períodos de tempo variável, as seguintes espécies: Chrysaora
láctea, Lychnorhiza lucerna, Phillorhiza punctata. O presente trabalho pretende fazer uma
reflexão a respeito de aspectos importantes para a manutenção de águas vivas em aquários, a
partir de uma revisão bibliográfica e da experiência adquirida no Aquário de Ubatuba, o primeiro
aquário a manter um recinto de águas vivas no Brasil. Um dos aspectos mais relevantes é o
design correto do tanque, tanto em suas proporções como nos posicionamentos e ajustes dos
fluxos de entrada e saída de água. É importante não permitir a entrada de bolhas no tanque,
pois estas podem ser ingeridas pelos animais e gerar problemas de natação e alimentação (3).
No Aquário de Ubatuba obteve-se uma melhoria significativa no crescimento dos animais após
um maior controle da entrada de bolhas no tanque. Recomenda-se a manutenção de recintos
uni-específicos e com indivíduos de mesmo tamanho, para ajustar a circulação de água. A
temperatura da água pode variar para cada espécie, de modo geral temperaturas mais baixas
proporcionam uma maior saúde e longevidade para as medusas (2), no Aquário de Ubatuba o
recinto é mantido com temperatura entre 18 e 21 ºC. A alimentação vem sendo realizada com
náuplios de Artemia franciscana, pedaços de peixes, e com ctenóforos e águas vivas (do
gênero Cassiopeia sp.). Acreditamos que a manutenção de recintos de águas vivas, além de
ser um grande atrativo para o público, representa uma excelente oportunidade para abordar
diversos temas, tais como: cuidados em caso de queimaduras de banhistas, bioinvasão e até
mesmo aquecimento global.
1. AZA Aquatic Invertebrate TAG, (2013) Jellyfish Care Manual. Association of Zoos and Aquariums (AZA), Silver
Spring, MD. pp. 79.
2. Raskoff, K.A., Sommer F. A., Hamner W. M. e Cross K. M., (2003) Collection and Culture Techniques for
Gelatinous Zooplankton. Biol. Bull. 204. pp 68 – 80.
3. Widmer, C.L., (2008) How to Keep Jellyfish in Aquariums: An Introductory Guide for Maintaining Helthy Jellies.
Wheatmark, Tucson, Arizona pp. 192.
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