A UTILIZAÇÃO DA PROTEÍNA MORFOGENÉTICA RECOMBINANTE SINTÉTICA TIPO 2 PARA RECOSNTRUÇÃO DE MAXILA ATRÓFICA. DESCRIÇÃO DA TÉCNICA E RELATO DE UM CASO deformidades de desenvolvimento entre outros fatores. A melhor solução para a perda óssea segundo a literatura é o enxerto ósseo autógeno. Entretanto existe o desconforto da remoção de um fragmento de osso de outra região do paciente. A ciência vem buscando, cada vez mais, uma alternativa mais efetiva e AUTORES: André Zétola Rafaela Larson de menor morbidade na reconstrução de estruturas ósseas perdidas. Através de um intenso trabalho de pesquisa na engenharia genética, conseguiram principal Introdução proteína regeneração óssea, isolar para a a a proteína morfogenética (BMP), e derivaram A procura pelos implantes sinteticamente esse componente (rh aumentando BMP-2), também chamada proteína significativamente nos últimos anos. recombinante morfogenética tipo 2. Para que se possa fazer a sua Esta instalação existe a necessidade de osteogênico, basicamente ela induz haver as dentários vem uma quantidade óssea tem um células grande potencial mesenquimais mínima disponível, infelizmente nem pluripotenciais (células-tronco), com sempre As capacidade para se diferenciarem deficiências ósseas são advindas de em células produtoras de tecido diversas ósseo ou vascular. São também isso é possível. etiologias, oriundas principalmente de cistos e infecções agentes osteoindutores, sendo endodonticas e ou periodontais, produzidas no interior de diferentes fatores iatrogênicos, pela ausência células e estocadas em elementos dentária e atrofia do desuso e as como plaquetas. Também podem ser considerados osteocondutores, pois agem como um arcabouço para o crescimento ósseo, sendo progressivamente substituídos pelo osso. Para que ela funcione realmente deve haver a presença de proteção mecânica, ou através de membranas com reforço de titânio, ou através de placas de titânio, ou até mesmo através de telas desse material (figs. 01 a 05). (fig. 03) Defeito de espessura importante, foram colocados dois implantes Straumann Sla de 3.3x12mm com uma abordagem palatinizada. (fig. 01) Deficiência óssea na região anterior de maxila. (fig. 04) Aspecto vestibular demonstrando as fenestrações na tábua óssea. (fig. 02) Visualização da colocação da esponja embebida por rhBMP-2 e a utilização de placas de titânio para manter o arcabouço para a formação óssea. (fig. 05) Outra forma de proteger o enxerto, através de uma tela de titânio. autógeno de crista ilíaca para futura implantação. Entretanto o paciente recusou esta opção devido a morbidade do tratamento. Sendo assim, optou-se pelo uso do rhBMP2 (Infuse Bone Graft 3,2cc, Medtronic Sofamor Danek USA, Inc), para a reconstrução da prémaxila para substituir a área doadora. Após quinze dias da primeira consulta, a cirurgia foi realizada no Instituto Zétola de Odontologia, Curitiba, Paraná. O paciente foi Relato do caso submetido à sedação endovenosa e anestesia local. Uma incisão na crista Paciente O.S., 68 anos, do rebordo maxilar de primeiro molar esquerdo ao mesmo portador de prótese total superior, dente procurou em julho de 2008 para incisão relaxante na região entre os reabilitação bucal com implantes incisivos centrais com bisturi lâmina dentários 15. Através do descolador de Molt com queixa estética, contra-lateral com uma Fato foi realizado o descolamento do alguns retalho total para exposição de toda na arcada a maxila. Através de uma broca inferior e ausência total na superior. esférica foi executada uma janela Após a avaliação clínica e no seio maxilar (fig. 08) e a mucosa mastigatória associado e à fonética. falta elementos dentários de através do diagnóstico de imagens, foi descolada pode-se 09). Ambos os constatar uma grande bilateralmente (fig. seios maxilares atrofia maxilar do paciente (Fig.06 e foram preenchidos com material 07). Necessitando de reconstrução xenógeno (fig. 10 e 11) (Bone extensa Ceramic enxertia da maxila óssea através com de enxerto 500-1000 micrometros, Straumann, Basel Suisse). Uma placa de titânio de 1,5mm de perfil (WLorenz, Jacksonville, Fl) foi utilizada no pilar canino para formar um arcabouço (fig 09) para proteger a área reconstruída com a rhBMP-2 da ação do retalho e da prótese provisória do paciente. O material foi preparado de (fig. 06) Aspecto intra-oral inicial, acordo com as recomendações do observar a ausência de osso na pré- fabricante maxila. (fig. 12 a 14) e depositado abaixo das placas de titânio (fig. 15 a e b). Membranas de reabsovíveis de colágeno tipo I (BioMend, Zimmer Carlsbad, CA) protegendo a Dental foram Inc. suturadas rhBMP-2 da invaginação dos tecidos moles na área reconstruída (Fig. 16 e 17). O retalho foi sutura foi realizada com fio vicryl 5-0. O pós-operatório imediato cursou sem intercorrências e após 30 dias a prótese foi desgastada e (fig. 07) tomografia pré-operatoria demonstrando ausência total de osso na pré-maxila e pneumatização do seio maxilar bilateralmente. condicionada com material macio para proteger a área operada. O paciente foi acompanhado quinzenalmente até completar 5 meses, na qual foi solicitada uma tomografia pós-operatória e pode ser observada uma melhora do rebordo ósseo alveolar tanto em espessura, quanto em altura clinica (fig. 08) Janela do seio maxilar e radiograficamente(Fig. 18 a 22). realizada com broca esférica diamantada. (fig.12) Preparação do material, (fig. 09) Mucosa do seio maxilar injetando a água destilado ao pó de descolada. rhBMP-2. (fig. 10) Vista da colocação do enxerto xenógeno no seio maxilar direito e a esponja de colágeno embebida em rhBMP-2. (fig. 13) Colocação da proteína sintética na esponja absorvível. (fig.11) Vista da colocação do (fig. 14) Esponja com o material, enxerto xenógeno no seio maxilar recortada em pedaços pronta a esquerdo e a esponja de colágeno utilização. embebida em rhBMP-2. (fig. 16) Membrana reabsorvível de colágeno bovino tipo I protegendo o material de enxerto. (fig. 15a) vista oclusal da placa adaptada na região do pilar canino para criar um arcabouço para colocação do proteína. (fig. 17) Membrana reabsorvível de colágeno bovino tipo I para proteger a área. (fig.15b) A esponja de colágeno aposicionada debaixo da placa e a membrana Biomend potegendo o material de enxerto. (fig. 18) Uma excelente melhora do rebordo alveolar após 4 meses e meio. (fig. 19) Aspecto radiográfico após 4 meses e meio (fig. 20) Tomografia (Fig.21)Tomografia Computadorizada pós-operatória após quatro meses e meio. Computadorizada pré operatória Conclusão A rhBMP-2 especificamente sobre atua o tecido ósseo induzindo a formação deste tecido, do ligamento periodontal e do cemento. Segundo pesquisas, o uso de BMPs possui um grande numero de indicações quando há (Fig.21)Tomografia Computadorizada pós-operatória após quatro meses e meio. a necessidade de indução óssea enquanto se necessita de uma reconstrução em maior volume. (FREITAS) Referência MASTROCINQUE,S;TATARUNAS,A.C;ZER WES,M.B.C;QUEIROZ,G.F;SCHMAEDECKE A.; ACETO,M.;FERRIGNO,C.R.A. Proteínas ósseas morfogenéticas e outros fatores de crescimento ósseo. v. 25, n. 2, p. 139-150, abr./jun. 2004 (fig. 22) Imagem pré-operatória FREITAS,N.M.;PANNUTI,C.M.,IMBRONITO A.V.Proteínas ósseas morfogenéticas. Rev. sobrape, jan 2003.