UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL – USCS DIAGNÓSTICO E LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE DOENÇAS DO COMPLEXO MAXILO-MANDIBULAR NO CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS (CEO) JARDIM PERIPERI (BUTANTÃ) RELATÓRIO FINAL Aluno: Felipe Beccaria Casagrande Coordenador: Prof. Dr. Ricardo Raitz 2011 USCS 1.Introdução A cavidade bucal e o complexo maxilo-mandibular apresentam características anatômicas e fisiológicas próprias, bem como respectivos processos de adaptação não só de suas estruturas como de suas funções. Dentre estas estruturas, a mucosa constituí-se como a principal barreira de proteção, estando exposta a uma grande variedade de agentes intrínsecos e extrínsecos, tais como: fumo, álcool, radiação solar, placa bacteriana, irritações crônicas, doenças metabólicas e hormonais, discrasias sangüíneas, entre outros, capazes de desencadear processos patológicos1,2. Em decorrência destes agentes, diversos são os tipos de lesões que podem acometer a cavidade bucal e suas estruturas. É o caso de doenças nos tecidos de suporte e proteção dos dentes, lábios, língua, mucosa bucal e glândulas salivares; A especialidade da Odontologia que visa atentar para tais lesões é a Estomatologia ou Semiologia Bucal. O conhecimento dessas doenças é de grande interesse e importância, uma vez que, entre suas manifestações, as lesões orais concorrem para sua caracterização clínica e condicionam a necessidade de participação do cirurgião-dentista no diagnóstico e na terapêutica da doença em questão. O diagnóstico de lesões bucais traz inúmeros benefícios que vão desde a resolução de pequenos crescimentos e ulcerações que comprometem o conforto, atrapalham a mastigação ou adaptação de próteses, até o salvamento de vidas pelo diagnóstico precoce do câncer bucal. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer3 (INCA) para estimativa de novos casos de câncer para 2010, as neoplasias malignas na cavidade bucal respondem pelo quinto lugar entre as neoplasias mais freqüentes entre homens, e pelo sétimo lugar entre as mulheres. Tendo como base os levantamentos epidemiológicos realizados em diversas regiões do Brasil nos centros de Estomatologia de hospitais ou universidades, pode-se afirmar que o tipo mais freqüente de lesão bucal em questão varia de acordo com a região, faixa etária, sexo e hábitos dos pacientes4, assim é fundamental pesquisar diferentes regiões para que se possa tomar decisões governamentais locais que dizem respeito a uma população específica. Ressalvando-se as pesquisas epidemiológicas sobre o câncer bucal, os estudos epidemiológicos das doenças osteomucosas são escassos5. O presente projeto busca promover um estudo das lesões mais freqüentes na população do Butantã cidade de São Paulo, assim como produzir um levantamento epidemiológico para a região, segundo o gênero do paciente e tipo de lesão. 2. Referencial Teórico Conforme o aumento do interesse no diagnóstico precoce de lesões, vários levantamentos epidemiológicos tem sido realizados em diferentes regiões do Brasil, gerando um referencial a ser seguido e um parâmetro de comparação e discussão. Um grande número das lesões benignas que se manifestam na mucosa da cavidade bucal possui origem traumática, ou seja, por agressão físico-química aos tecidos, mas provavelmente derivada de hábitos (como mordedura da bochecha, lábios e língua) ou pela irritação crônica de próteses mal adaptadas6,7,8. As condições encontradas entre os brasileiros são essencialmente as mesmas descritas em outras partes do mundo e diversos fatores aumentam a probabilidade do surgimento de lesões específicas de mucosa bucal9. Em Uberaba (MG, Brasil) por exemplo, as lesões bucais mais freqüentes são na ordem: gengivite, candidíase, fibroma, hiperplasia fibrosa inflamatória, queilite actínica, úlcera traumática, mucocele, leucoplasia bucal e afta menor. Em uma análise histopatológica de neoplasias benignas bucais retrospectiva de 21 anos, Rocha et al.10 (2006) também encontraram o fibroma como a mais comum neoplasia (34,9%), seguida do papiloma, hemangioma e fibroma de células gigantes5,11,12,13,14. Interessante observar a maior prevalência do gênero feminino, o que eventualmente pode estar relacionado ao maior cuidado que as mulheres têm com a saúde. Ao contrário, Almeida et al.15 (1987) analisando 1211 casos de lesões intraorais, encontraram 14,6% de neoplasias benignas, sendo o papiloma o mais freqüente, bem como o gênero masculino. Em crianças, por outro lado, as lesões mais encontradas são úlcera aftosa recorrente, herpes labial, língua fissurada, língua geográfica, candidíase e lesões traumáticas16. Em um estudo realizado em 2010 por Volkweis et al.17, ao se analisar retrospectivamente 435 pacientes atendidos em um Centro de Especialidades Odontológicas por 2 anos, verificou-se que a lesão mais prevalente foi a estomatite (28%). Outros 4% apresentaram doença maligna (carcinoma espinocelular), além de este dado estar estatisticamente relacionado ao tabagismo. A mesma relação foi observada por Oliveira et al.18 (2010), onde 81,8% dos casos confirmados de câncer de boca tinham relação com o tabagismo e 63,6% com o alcoolismo. Os índices de prevalência do carcinoma espinocelular (ou epidermóide) variam ainda segundo idade e sexo, sendo que em homens de mais de 60 anos representa a 5ª neoplasia maligna mais freqüente19. No Brasil, o carcinoma de células epidermóides responde por 90 a 95% dos casos de neoplasias malignas na cavidade bucal20. Em um estudo estatístico realizado no Ambulatório de Estomatologia do Hospital Geral de Curitiba21, por exemplo, os resultados demonstraram um predomínio das lesões proliferativas não neoplásicas (26,6% dos pacientes) e também lesões e condições cancerizáveis, presentes em 25% dos pacientes, dados estes que podem ser utilizados pelo governo local e consequentemente direcionar políticas públicas. 3. Procedimentos Metodológicos Todos os pacientes atendidos no Serviço de Estomatologia do Ambulatório do Peri-Peri (CEO da Região Butantã) seguiram o protocolo de atendimento conforme figura 1. Dentre os exames complementares destacamos a biópsia, radiografias e exames laboratoriais figura 1: Metodologia Diagnóstica adotada O serviço de Estomatologia do AE Peri-Peri recebe pacientes encaminhados de 15 UBS (unidades Básicas de Saúde) e é o serviço oficial da subprefeitura do Butantã, São Paulo. Os pacientes encaminhados que não puderam ter seu diagnóstico obtido por exame clínico, bioquímico ou de imagem, foram submetidos à biópsia incisional ou excisional pelo Estomatologista (professor orientador). Assim, primeiramente foram obtidas hipóteses diagnósticas, que seriam posteriormente substituídas pelos diagnósticos definitivos. Dessa maneira consegue-se também o tratamento definitivo, como em casos de neoplasias benignas e processos proliferativos de pequena extensão. Apenas os casos de pacientes biopsiados foram levantados por este trabalho. Todas as biópsias tiveram seus laudos emitidos pelo Serviço de Patologia Bucal da FOUSP (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo), e foram revisadas pelo professor orientador e patologista. Para a confecção deste projeto foi realizado um estudo descritivo transversal, onde foi analisado o livro de registro de biópsias do serviço, com a permissão do diretor do programa, onde estavam descritos o gênero do paciente, o tipo de biópsia, as hipóteses diagnósticas do clínico e o laudo histopatológico definitivo, no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2010. Uma vez que todos os pacientes que sofreram biópsia se enquadravam no estudo, foram então contabilizados os diagnósticos finais de acordo com o tipo de lesão que os pacientes apresentavam, assim como o gênero do paciente em questão. Nenhum dado pessoal do paciente ou ficha clínica foi acessada. Os laudos histopatológicos foram revisados pelo professor orientador juntamente com o aluno. 4. Análise dos resultados obtidos Das 223 fichas de pacientes levantadas, foram encontradas 237 lesões. Isso ocorreu porque alguns dos pacientes apresentavam mais de um tipo de lesão bucal. As lesões foram então classificadas de acordo com o seu diagnóstico final e com o gênero do paciente em questão, dando origem a uma tabela que mostra a frequência de cada lesão nos casos diagnosticados: Gênero Masculino Feminino Pacientes 82 141 Tipo de Lesão Acantose Adenoma Pleomórfico Atipia Leve Atipia Moderada Atipia Severa Candidíase Carcinoma Epidermóide Carcinoma Ex Adenoma Pleomórfico Cisto Botrióide Cisto de Retenção de Muco Cisto no Ducto Salivar Cisto Odontogênico Cisto Radicular Cistoadenoma na Mucosa Displasia Florida Fibroma Fibroma de Células Gigantes Fibroma Ossificante Periférico Glândula Salivar Menor Granuloma Piogênico Hemangioma Hiperplasia Epitelial Benigna Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Hiperplasia Gengival Inflamatória Hiperqueratose Histiocitose das células de Langerhans Linfangioma Língua Geográfica Lipoma Líquen Plano Mácula Melanócita 2 2 3 1 7 1 1 13 3 1 2 1 20 1 5 2 - Casos 2 1 3 4 1 3 3 1 1 1 1 1 1 1 28 4 3 6 1 40 2 8 1 1 1 1 2 1 Pop.Total 223 4 1 5 7 1 4 10 1 1 1 1 1 2 1 1 41 7 3 1 8 1 1 60 3 13 1 1 1 1 4 1 Gênero Melanoacantose Melanose Mucocele Mucosite Mucosite Liquenoide Neoplasia Mesenquimal Neurilemoma Nevo Azul Odontoma Papiloma Perfigoide Benigno de Mucosa Processo Inflamatório Agudo Processo Inflamatório Crônico Queilite Actínica Sequestro Ósseo Sialoadenite Crônica Sialolitíase Tatuagem por Amálgama Tecido Fibrino Hemorrágico Tumor Odontogênico Escamoso Lesões Masculino Feminino 1 1 8 6 1 1 1 1 1 1 7 3 1 1 1 6 1 1 1 1 2 1 1 88 149 Pop.Total 1 1 14 1 1 1 1 1 1 10 1 1 7 1 1 1 1 2 1 1 237 Tabela 1: Frequência de Lesões em homens, mulheres e total da população. Conforme os dados do levantamento, dos 223 pacientes, 82 (36,8% do total) eram do sexo masculino e 144 (63,2% do total) do sexo feminino. A maior prevalência do gênero feminino provavelmente se relaciona ao maior cuidado que as mulheres têm com sua saúde, visto a maior frequência com que procuram serviços de saúde. É importante ressaltar que, embora houvesse um número consideravelmente menor de pacientes homens, o número de pacientes que apresentavam, simultaneamente, mais de uma lesão no complexo maxilo-mandibular era bastante próximo: 6 homens (7,31% dos pacientes do sexo masculino) e 8 mulheres (5,67% das pacientes do sexo feminino) foram diagnosticados com mais de uma lesão simultânea. Nos pacientes do sexo feminino, as lesões mais freqüentes foram a hiperplasia fibrosa inflamatória (28,37% da população feminina), o fibroma (19,86%), seguidas de hiperqueratose (4,96%), granuloma piogênico e mucocele (cada um com 4,26% da população). Nos pacientes do sexo masculino a hiperplasia fibrosa inflamatória e o fibroma também foram as lesões mais freqüentes (24,89% e 15,85% da população masculina analisada, respectivamente), seguidas de mucocele (9,56%), papiloma (8,54%) e hiperqueratose (4,88%). A hiperplasia fibrosa inflamatória caracteriza-se por um aumento do volume tecidual, em decorrência de traumas mecânicos crônicos no local, sendo que a grande maioria destas lesões deve-se ao fato dos pacientes apresentarem próteses mal adaptadas causadoras desses traumas. É encontrada mais freqüentemente no sulco gengivo labial e bucal, apresentando-se como uma massa hiperplásica de coloração normal, consistência firme e geralmente assintomática22. É uma lesão bastante comum relatada em vários levantamentos bibliográficos, e denota falta de atenção pública à saúde bucal da população. Foi tida neste estudo como a lesão mais frequente tanto em homens quanto em mulheres, sendo que estava presente em 24,9% da população masculina e 28,4% da população feminina23. Geralmente são lesões assintomáticas, mas em alguns casos podem aparecer com ardência e dor onde ocorrem as ulcerações. Contudo, felizmente não se encontra ainda na literatura um embasamento consistente que relacione diretamente este tipo de lesão ao câncer bucal. Evidentemente, há necessidade de direcionamento das políticas de saúde pública no que diz respeito à reabilitação bucal correta daqueles que perderam seus dentes em um país onde até 30 anos atrás pouco se importava com saúde bucal. A Hiperplasia gera inflamação crônica constante que pode estar relacionada a vários problemas de saúde coronariana e renal, bem como mau hálito, além de influenciar na mastigação24,25. O fibroma pode ser considerado uma hiperplasia benigna do tecido conjuntivo fibroso, existente da decorrência de traumas e irritação, como por exemplo o hábito de morder lábios, bochecha e língua24. Também é uma lesão considerada comum e foi tida neste estudo como segunda mais freqüente, em homens e mulheres, presente em 15,9% dos pacientes homens e 19,9% das mulheres. Sua persistência leva também a um processo inflamatório, pois o nódulo presente geralmente continua sendo lesionado com eventuais mordidas e, conseqüentemente, aumentando. A hiperqueratose representa a produção excessiva de queratina, gerando endurecimento da pele ou das mucosas. Na região bucal, pode também estar associada à traumas e lesões no tecido24. Sua prevalência entre homens e mulheres foi praticamente a mesma (5,0% das mulheres e 4,9% dos homens). Nos pacientes atendidos, constatouse como causas: mordidas, próteses mal adaptadas, cúspides de dentes cortantes ou de próteses, além de queimaduras por cigarro e sol. Há que se alertar para a semelhança clínica entre esta lesão e a leucoplasia que é cancerizável; daí a importância do profissional experiente identificando o mecanismo causa-efeito que resulta na lesão de hiperqueratose, ao contrário da leucoplasia que não têm causa direta identificável. O mucocele, por sua vez, é caracterizada pelo rompimento do ducto de uma glândula salivar menor e o acúmulo de saliva (mucina) no tecido subjacente, geralmente de origem traumática25. Foi relatada aqui como mais presente na população masculina (9,6%) que na feminina (4,3%). Na literatura geral é bem mais comum encontrarmos relatos de homens envolvendo-se em traumas físicos do que as mulheres, como por exemplo brigas ou acidentes, o que eventualmente explicaria a pequena diferença. Por outro lado, o granuloma piogênico foi encontrado mais nas mulheres e isso está diretamente relacionado com variação hormonal26,27. Em alguns dos casos levantados pudemos identificar gravidez. O papiloma de modo geral se manifesta na forma de tumor epitelial benigno que causa projeções na pele em forma de verrugas28. Está associado ao HPV (Human Papiloma Virus, ou Vírus do Papiloma Humano), transmitido principalmente pela via sexual, sendo a doença sexualmente transmissível mais freqüente. Embora seja relatado como mais comum em mulheres (no órgão genital), neste levantamento epidemiológico bucal encontramos sete casos de papilomas em pacientes do sexo masculino (8,6% dos pacientes homens do estudo) e três em pacientes do sexo feminino (2,1%). O papiloma bucal está diretamente relacionado ao sexo oral, assim, poder-se-ia inferir uma maior promiscuidade masculina desta população estudada, apesar de não haver significância estatística nesses dados. Foram computados neste estudo treze casos de lesões pré-cancerizáveis (atipias celulares leve, moderada e severa), representando 5,8% da população total estudada, onde 8 casos foram encontrados em mulheres (5,7% da população feminina) e 5 casos em homens (6,2%). Houve onze diagnósticos de lesões neoplásicas malignas, sendo dez casos de carcinoma espinocelular (4,5% da população estudada) e um caso de carcinoma ex adenoma pleomórfico (0,45%). Essas lesões se apresentaram muito mais frequentes em homens do que em mulheres, embora houvesse uma população feminina maior. Foram 7 casos em homens (8,6% da população masculina) e 3 casos presentes em mulheres (2,1% da população feminina). A porcentagem de neoplasias malignas encontradas na população (4,9%) é condizente com a encontrada na literatura17,18, considerando que foram levantados apenas casos biopsiados. Deve-se também considerar as lesões pré-cancerizáveis, como as atipias celulares, que somam treze casos e 5,8% da população estudada. Além disso, também é condizente com a literatura a maior prevalência masculina, pois os homens fumam e bebem mais que as mulheres e isso aumenta a chance de atipias e câncer. Em países ou regiões onde existe uma longa história de consumo de tabaco, cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão e boca em homens são tabaco-relacionados3. Destacamos também o caso da melanoacantose, que representa uma proliferação benigna do melanócito dentrítico. É uma lesão rara que acomete a pele, tendo havido poucos casos relatados em boca30. Entre os pacientes biopsiados pelo Centro de Especialidades Odontológicas, encontrou-se o único caso descrito pela literatura de melanoacantose difusa, ou seja, distribuída por toda a mucosa bucal e língua., que foi relatado pelo orientador do projeto em Multifocal diffuse oral melanoacanthoma: a case report (Melanoacantose oral difusa: relato de caso clínico)30. Também um outro caso relatado Blue Nevus: Report of a Case foi publicado, mostrando um nevus azul raro em palato duro. Em ambos os relatos, foi destacada a importância da diferenciação clínica e histológica com o melanoma que é uma lesão maligna31. De acordo com os dados obtidos até o momento, pudemos confeccionar gráficos que ilustram o percentual de lesões incidentes na população feminina, masculina e total, assim como seus diagnósticos (ver gráficos 1, 2 e 3) 5. Considerações Finais Tendo como base os levantamentos epidemiológicos realizados em diversas regiões do Brasil nos centros de Estomatologia de hospitais ou universidades, pode-se afirmar que o tipo mais freqüente de lesão bucal em questão varia de acordo com a região, faixa etária, sexo e hábitos dos pacientes. Logo, é fundamental pesquisar diferentes regiões para que se possam tomar decisões governamentais locais que dizem respeito a uma população específica, direcionando políticas públicas cabíveis ao caso, seja de prevenção, diagnóstico precoce ou tratamento da saúde da população. Nesta população, a hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão mais freqüente denotando a urgência da reabilitação protética na população do Butantã. Apesar da manifestação clínica por vezes alarmante, a hiperplasia fibrosa inflamatória não é uma lesão cancerizável, já que não podemos cientificamente associar trauma com alterações em genes relacionados com proliferação celular e sua ativação oncogênica. É, por isso, que a terapia consiste em remoção cirúrgica simples da lesão e confecção de nova prótese. A experiência clínica do profissional tem uma importância insubstituível na formação deste, pois agiliza não apenas o processo de diagnóstico, como também o de planejamento e o próprio tratamento do paciente em questão, para que este tenha as melhores chances de recuperação da saúde plena. 6. Referências Bibliográficas 1 - Boraks S. Lesões fundamentais dos tecidos moles. Rev Ass Paul Cirurg Dent 1996; 50 (3): 249-251. 2 - Campisi G, Margiota V. Oral mucosal lesions and risk habits among men in an Italian study population. J Oral Pathol Med 2001; 30:22-8. 3 - Estimativa de novos casos de neoplasias malignas para 2010. 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