A ESTÉTICA (2ª SÉRIE, 4º BIMESTRE). CONCEITO DE ESTÉTICA: ORIGEM. Do grego aisthetiké (aisthésis: perceber, sentir): assim, em sua origem, estética designa aquilo que é perceptível pelos sentidos. Posteriormente, estética passou a designar aquilo que pode ser percebido como agradável e belo pelos sentidos. Estética: causa sensação aprazível, de beleza. Estética, sentido usual: boa aparência, beleza corporal. CONHECIMENTO ESTÉTICO X CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO Conhecimento Lógico-matemático: parte da razão para construir um conhecimento claro e distinto. Conhecimento Estético: parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível. Objeto de investigação: fenômeno artístico que se traduz na obra de arte. O QUE É A BELEZA? Belo: agrada, satisfaz nossos sentidos, proporciona prazer (sensível ou espiritual). Belo natural: algo cuja beleza foi “esculpida” pela própria natureza, sem intervenção humana. Belo artístico: produzido pelo homem, pela criação artística humana. Arte é uma forma de expressar os sentimentos, as emoções, as ideias do artista, ele também pode usar o feio para expressar-se, assim o feio também é considerado obra de arte. ESTÉTICA NA HISTÓRIA: NATURALISMO ANTIGO Naturalismo: colocar diante do observador uma semelhança convincente das aparências reais das coisas (Harold Osborne, 1905-1987). A admiração pela obra de arte: habilidade do artista em fazer a obra parecer ser a realidade e não a representação. Variações do naturalismo grego antigo: Realismo: retrata o mundo de forma real com suas imperfeições. Idealismo: retrata o mundo de forma idealizada aperfeiçoando o real. A ESTÉTICA MEDIEVAL: A ARTE A SERVIÇO DA RELIGIÃO A arte anterior a esta época era vista como uma má influência que podia prejudicar o fortalecimento da alma e do espírito. Devido ao alto nível de analfabetismo, a Igreja utiliza-se da arte para infundir as doutrinas cristãs. Na estética medieval o conceito de belo está ligado ao divino. A QUESTÃO DA BELEZA: INTERPRETAÇÕES IDEALISTAS E EMPIRISTAS. A beleza é objetiva (está no objeto contemplado) ou subjetiva (depende do indivíduo que a contempla)? Os filósofos que se dedicaram à investigação do que é a beleza se dividem quanto a essa questão, formando duas correntes distintas: Idealistas e Materialistas-empiristas (ou empiristas). Idealistas: a beleza é algo que existe em si mesma, é objetiva (está no objeto, pertence ao objeto). Segundo os Idealistas, a beleza do objeto é universal, reside nele, independente do gosto humano. Materialistas-empiristas: a beleza não está propriamente nos objetos, mas depende do gosto de cada um, da maneira como cada pessoa vê e valoriza o objeto O gosto estético, segundo os Empiristas: desenvolvido por influência cultural. TEORIA IDEALISTA: PLATÃO (427-347 a.C.) Platão: Belo natural superior ao belo artístico. Para Platão, o belo está ligado a uma essência universal. O belo não depende de quem observa, pois está contido no próprio objeto. Platão: atitude negativa diante da arte, considerando-a inferior à filosofia. No livro décimo da obra A República, Platão considera toda expressão da arte uma „imitação‟ de realidades sensíveis (homens, coisas, fatos e acontecimento diversos). Realidades sensíveis (existentes no mundo sensível): são imagens, sombras, cópias das Ideias Verdadeiras existentes no Mundo Inteligível. Platão: a arte consiste numa imitação dos seres do mundo sensível que, por sua vez, são sombras das Ideias do Mundo Inteligível, a arte representará uma cópia da cópia. TEORIA EMPIRISTA: DAVID HUME (1711-1776). A beleza não está propriamente nos objetos (não é algo puramente objetivo), mas nas condições de recepção do sujeito. Depende do gosto de cada um, do modo como a pessoa vê e valoriza o objeto (juízo subjetivo). O “mecanismo do gosto” para Hume se divide em dois estágios: O Perceptivo: é aquele em que percebemos as qualidades dos objetos. O Afetivo: no qual sentimos o prazer da beleza ou o desprazer da “deformação”, ativados pela percepção dessas qualidades. IMMANUEL KANT (1724 - 1804) E O JUÍZO ESTÉTICO Estética: estudo das condições da percepção pelos sentidos. 1 Juízos de fato: dizer o que são as coisas, descrever características objetivas, físicas. 2 Juízos de valor: julgar, avaliar se determinada coisa é boa, agradável, feia. Os Juízos de valor se subdividem em: Juízo Moral e Juízo Estético. Juízo Moral: avaliamos as ações e qualidades morais de alguém (boas, corretas, justas). Juízo Estético: julgamos se algum objeto, acontecimento, pessoa ou outro ser é belo. KANT E A PERCEPÇÃO ESTÉTICA Kant: o juízo estético sobre as coisas é uma capacidade subjetiva, porém há aspectos universais na percepção estética dos indivíduos. Possibilita a percepção estética: estrutura sensível (os órgãos dos sentidos), e a imaginação. Essas condições são comuns a todos os seres humanos, por isso, é possível certa universalidade nas avaliações estéticas. Avaliações feitas pelos mesmos “mecanismos” (sentidos e imaginação), então é possível que sejam iguais. Kant: o juízo estético (juízo de gosto) não é guiado pela razão, e sim pela faculdade da imaginação. Julgamos belo aquilo que nos proporciona prazer, o que não é nada lógico ou racional, e sim algo subjetivo. Assim, não há uma idéia de belo nem pode haver regras para produzi-los. “Belo, portanto, é uma qualidade que atribuímos aos objetos para exprimir um estado da nossa subjetividade”. Julgamos belo o que nos proporciona prazer, isso é subjetivo (depende do sentimento do sujeito). Portanto, o juízo estético é subjetivo. Mas pode ser universalizado: As condições subjetivas da faculdade de julgar são as mesmas em todos os homens. GEORG WILHELM FRIEDRICH HEGEL (1770 - 1831): E A PERSPECTIVA HISTÓRICA DA BELEZA. Hegel: a beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. O conceito do que é belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural. A beleza da arte: mostrar a evolução do espírito humano, a mudança (chamada de DEVIR) da visão de mundo de determinada cultura ou de determinada época, que se reflete na arte. HEGEL (1770 - 1831) E A BELEZA HISTÓRICA. Analisou a História da Arte (da Antiguidade ao período em que ele viveu): O entendimento do que é Belo depende do momento histórico e do desenvolvimento cultural (esses fatos determinam nossa “visão de mundo”). Beleza artística: não diz respeito apenas à sensação de prazer que determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar um dado conteúdo cultural de um momento histórico. Assim, para Hegel, a obra de arte bela é aquela capaz de transmitir, informar aspectos da cultura e do momento histórico no qual foi feita. Função da Arte: mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual (espírito = processo, movimento) dos homens ao longo da história. Para Hegel, tanto a definição do que é beleza quanto a capacidade individual de percebê-la são construções histórico-sociais.