estudo para a reabilitação do património de habitação municipal

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Câmara Municipal de Lisboa
Direcção Municipal de Habitação
Departamento de Planeamento e Projectos
ESTUDO PARA A REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO
DE HABITAÇÃO MUNICIPAL DISPERSO
SÍNTESE
Maio de 2010
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO
3
2. TIPOS DE INTERVENÇÃO PROPOSTOS
6
3. GRADUAÇÃO DAS ACÇÕES PARA EDIFICIOS A REABILITAR
4. ESTUDO DO ESPAÇO PÚBLICO ENVOLVENTE AO PATRIMONIO DE
HABITAÇÃO MUNICIPAL DISPERSO
5. ENQUADRAMENTO LEGAL DAS ACÇÕES A PROPÔR
10
14
6. PROPOSTA DE PLANEAMENTO – QUADRO RESUMO
16
7. CONCLUSÃO – QUADRO SÍNTESE
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EQUIPA TÉCNICA
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1. INTRODUÇÃO
Destina-se o presente estudo a sistematizar propostas de intervenção no património de
habitação municipal disperso, com o objectivo de travar o seu estado de progressiva
degradação.
Foi efectuado, pela DMH (Direcção Municipal de Habitação), com a colaboração da
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, e coordenado pelo DGSPH
(Departamento de Gestão Social do Parque Habitacional), um inquérito ao património
municipal (ano de 2006)
O apuramento provisório dos dados do inquérito ao Património Municipal Disperso permitiu
identificar:
−
1 140 edifícios municipais (totalmente ou parcialmente municipais)
−
≅ 4 450 fracções
−
≅ 3 250 fracções utilizadas como habitação (na sua maioria ocupadas)
−
≅ 3 550 residentes.
Para maior facilidade de trabalho a cidade de Lisboa foi dividida em 11 zonas de intervenção
(A a K), constituindo agrupamentos de freguesias com uma média de 400 a 500 fogos, por
zona (Quadro 1).
Para cada Zona têm vindo a ser elaborados relatórios constituídos por três cadernos:
Relatório das Propostas;
Anexo 1 – Caracterização da situação existente no património, baseada nos dados
que o inquérito disponibilizou relativos ao Património de Habitação
Municipal Disperso, datados de Novembro de 2006, a par de uma pesquisa
dos respectivos condicionamentos urbanísticos;
Anexo 2 J – Plantas de localização por freguesia, fichas por edifício (onde se
encontram
expressos
os
dados
fundamentais
do
inquérito)
e
condicionamentos urbanísticos por edifício.
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ZONA
FREGUESIA
Anjos
A
Graça
Penha de França
Santa Engrácia
Ajuda
B
Alcantara
Santa Maria de Belém
São Francisco Xavier
Lapa
Prazeres
C
Santa Isabel
Santo Condestável
Santos-o-Velho
Alvalade
Coração de Jesus
Mercês
Nossa Senhora de Fátima
D
Pena
São João de Deus
São Jorge de Arroios
São José
São Mamede
São Sebastião da Pedreira
Encarnação
E
Santa Catarina
São Paulo
Madalena
Mártires
F
Sacramento
Santa Justa
São Nicolau
Sé
G
Socorro
Castelo
Santiago
H
Santo Estêvão
São Cristovão - São Lourenço
São Miguel
São Vicente de Fora
Alto do Pina
Beato
I
Marvila
Santa Maria dos Olivais
São João
Ameixoeira
Campo Grande
J
Charneca
Lumiar
São João de Brito
Benfica
K
Campolide
Carnide
São Domingos de Benfica
TOTAL
NÚMERO DE EDIFÍCIOS
FREGUESIA
38
44
22
5
65
28
52
10
17
20
33
50
17
1
6
26
16
26
5
5
5
6
3
16
26
16
4
5
3
32
2
13
60
19
9
30
34
45
18
1
23
57
31
21
3
9
6
36
4
32
65
5
15
1140
ZONA
109
155
137
99
58
59
60
155
133
58
117
1140
QUADRO 1
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O trabalho de realização dos relatórios parciais encontra-se em fase de conclusão, estando
concluídos e entregues os relatórios referentes às zonas A, B, C, D, F, H, I, e K. O relatório
referente à Zona J está também concluído faltando ultimar os índices, realizar cópias e gravar
CDs. Os relatórios referentes às Zonas E e G encontram-se em fase de conclusão, estando
prontos os anexos e realizado todo o trabalho referente à apresentação das propostas faltando
apenas redigir os respectivos relatórios.
Em cada relatório descrevem-se os tipos de intervenção propostos. As propostas são
discriminadas por freguesia e por edifício apresentando-se, no final, uma síntese dessas
propostas por grupos de edifícios abrangidos por cada tipo de intervenção.
A realização dos relatórios parciais permite identificar dificuldades e lacunas de informação
bem como estabelecer uma base para a definição de uma estratégia de intervenção neste
património.
Salienta-se:
Aproximadamente 250 edifícios não são de habitação;
A lista dos edifícios que foram inquiridos tem lacunas que se constataram quer no
terreno, onde se encontraram edifícios de habitação municipal não constantes dessa
lista, quer na listagem de propostas do PRED (Programa de Reabilitação de Imóveis
Devolutos – DMCRU), quer no diálogo com o NMCH (Núcleo de Manutenção e
Conservação de Habitação), deste Departamento. O número de edifícios em falta é
considerável.
A informação sobre o regime de propriedade dos edifícios (parcialmente
municipais ou totalmente municipais) necessita de confirmação. Foram detectados
muitas situações em que os dados das fracções não correspondem aos dos
respectivos edifícios.
A informação relativa à ocupação dos fogos desactualiza-se com muita rapidez.
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2. IDENTIFICAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DAS INTERVENÇÕES
EM CURSO E PROPOSTAS
De acordo com as condições que cada edifício revelou no inquérito ao património
(designadamente a sua ocupação), de visitas ao local, bem como recorrendo a ferramentas
SIG (tendo por base os registos centralizados pelo DIGC da DMPU nos servidores
“Capella.sde” e “Fomalhaut.sde”), procedeu-se a uma análise dos condicionamentos,
designadamente urbanísticos, que abrangem o património de habitação municipal disperso.
Com base nessa análise e de visitas a todos os edifícios apresenta-se uma proposta de destino
para cada edifico de acordo com os seguintes critérios (em cada grupo distinguem-se os
edifícios parcialmente municipais e os edifícios localizados dentro das Unidades de Projecto ou
das áreas das SRUs):
•
Reabilitar – Edifícios com diferentes graus de patologias, mas com ocupação total ou
parcialmente
ocupados,
que
apresentam
condições
para
uma
intervenção.
Encontraram-se apenas três casos de edifícios devolutos que se propõe reabilitar (ou
reconstruir) justificados por situações particulares descritas nos respectivos relatórios.
Nota: No que se refere à reabilitação distinguem-se alguns subgrupos:
−
Edifícios totalmente ocupados (a informação deverá ser confirmada);
−
Edifícios com uma ou mais fracções desabitadas (ou a necessitar de
confirmação quanto à ocupação);
−
Edifícios com a totalidade das fracções residenciais ocupadas, mas com outras
fracções desabitadas ou sem informação;
−
Edifícios devolutos, em ruínas ou com possibilidade de nova construção;
−
Edifícios que necessitam de obras de emergência até à retirada dos
moradores;
−
Edifícios em obras, com obras programadas ou em litígio;
−
Outras situações que poderão ser integradas nos grupos a alienar, mudança
de uso ou a excluir das propostas (que resultam da progressão do trabalho e
da afinação dos respectivos critérios).
•
EPUL / Lisboa a Cores / PROHABITA – Edifícios em áreas entregues à EPUL ou já
integrados no programa Lisboa a Cores também em parceria com a EPUL, no âmbito
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da renovação Urbana da Cidade de Lisboa, com transmissão para essa empresa de
património para reabilitação, revertendo posteriormente parte dele de novo para a
CML, para realojamento. Edifícios já abrangidos por outros programas de reabilitação.
•
Manutenção – Edifícios em bom estado de conservação, onde foram realizadas obras
recentes não necessitando de intervenção imediata (chama-se a atenção para o facto
destes edifícios poderem ter fracções em mau estado). Esta proposta exige o estudo
do financiamento da manutenção periódica dos edifícios.
•
Alienar – A proposta de alienar é feita, preferencialmente para os fogos em edifícios
parcialmente municipais, ou habitações com um único agregado, no sentido de
racionalizar e facilitar a gestão do património. Tratando-se de fogos, na sua maioria
ocupados, de forma a valorizar essa alienação, esses fogos deveriam, ser
desocupados, procurando alojar-se os seus moradores em edifícios totalmente
municipais. Como critérios para um faseamento deverão ter-se em consideração a
situação social dos residentes bem como a sua idade.
A proposta é feita também para alguns edifícios devolutos ou com reduzida ocupação.
Posteriormente a alienação poderá ser ainda aplicada a edifícios que se propõe
reabilitar ou demolir, designadamente através de parcerias a negociar com privados.
Nota: Distinguem-se os seguintes casos:
−
Fracções em propriedade horizontal ou moradias unifamiliares (ocupadas ou
devolutas);
−
Edifícios parcialmente desabitados;
−
Edifícios devolutos ou em ruínas
−
Edifícios em obras (litígios – normalmente em Unidades de Projecto que nos
referiram a eventual possibilidade de alienação);
−
Palácios;
−
Alienações que só farão sentido como valorização de património adjacente.
•
Vendido – Edifícios com informação de terem sido já vendidos ou já com destino.
•
Demolido – O edifícios foi já demolido encontrando-se o terreno livre ou integrado no
espaço público.
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•
Demolir – O edifício poderá ser demolido ficando o terreno livre para nova construção,
alienação, construção de infra-estruturas, ou integração no espaço público.
Nota: Distinguem-se os seguintes casos:
•
−
Liberta terreno para reconstrução ou nova construção;
−
Terreno a integrar em espaço público;
−
Terreno com destino já definido;
−
Terreno cujo destino deverá ser definido através de estudo de urbanização;
−
Pequenas áreas que poderão ser alienadas.
Estudo de Conjunto – Situações em que existem grupos de edifícios onde se poderá
intervir em conjunto, sendo necessário estudo integrado de maior pormenor para a
apresentação de propostas.
•
Mudança de Uso – Casos de edifícios com potencialidades para instalação de
equipamento ou serviços, geralmente a necessitar de obras. Foram aqui também
consideradas habitações de bombeiros ou de professores, respectivamente associadas
a quartéis ou escolas, julgando-se que a gestão dessas habitações deveria ser
associada à desses equipamentos.
•
Excluir o Edifício – Significa que se trata de utilizações não habitacionais (na sua
maioria equipamentos), pelo que se propõe excluir o edifício das propostas, neste caso
dirigidas à habitação.
•
Casa de Guarda – Trata-se de edifícios, constante da lista do património de habitação
municipal disperso, que se verificou estarem ocupados pelos guardas do Parque
Florestal de Monsanto, integrados na Divisão de Matas. É esta divisão que faz a gestão
deste património e que toma a decisão de nele intervir motivo pelo que não se
apresentam propostas para estes edifícios.
A dimensão do Património de Habitação Municipal Disperso da Câmara Municipal e a sua
inserção dominante em áreas históricas e consolidadas de Lisboa apontam para a adopção
preferencial da reabilitação como processo de intervenção.
Nos casos em que se propõe reabilitar procurou-se tipificar as intervenções em níveis
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distintos. As visitas a todos os edifícios possibilitaram afinar a classificação do seu estado de
conservação e o nível de intervenção a propor. A metodologia adoptada descreve-se no ponto
seguinte.
Realizou-se também uma estimativa de custos das intervenções propostas. Para cálculo dos
valores de referência necessários para recuperar os edifícios, optou-se por adoptar o disposto
2
na Portaria nº 16 – A/2008 de 9 de Janeiro, que fixa o preço médio de construção por m de
área útil, afectado dos coeficientes definidos na Portaria nº 500/97 de 21 de Julho,
2
relativamente à habitação de custos controlados, tendo-se obtido como valor base 560,90 €/m .
Estas estimativas são meramente indicativas e necessitam de apreciação uma vez que as
exigências da construção relativa à reabilitação são mais onerosas do que as da habitação
a custos controlados assim como as exigências dos novos regulamentos relativos à
eficiência energética, acústica e ao reforço estrutural obrigatório dos edifícios que
aumentarão estes valores. Por este motivo optou-se por não apresentar nesta síntese essas
estimativas.
Para a estimativa das áreas de construção, nas quais se baseia a estimativa de custos, foi
medida uma área de implantação a partir do polígono da cartografia que foi depois multiplicada
pelo número de pisos.
Não deverá ser esquecido que a par dos custos de realização de obras existirão também, em
muitos casos, custos referentes às transferências temporárias ou definitivas dos
moradores.
Apresentam-se em anexo as listagens dos edifícios por grupos de acordo com o tipo de
propostas apresentadas.
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3. GRADUAÇÃO DAS ACÇÕES PARA EDIFÍCIOS A REABILITAR
Nos casos em que se propõe reabilitar o Património de Habitação Municipal Disperso, enunciase uma metodologia que assenta numa classificação dos edifícios de acordo com a
caracterização do estado geral da sua conservação, que permite tipificar níveis de
intervenção a realizar em cada edifício.
A metodologia adoptada tem por base o Guião de Apoio à Reabilitação de Edifícios
Habitacionais, Volume 1, publicado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil em
2002. Autores: José Aguiar, A. M. Reis Cabrita, e João Appleton.
Esta metodologia permite:
À escala da cidade ter uma ideia do grau de profundidade das intervenções que é
−
necessário realizar. Torna possível igualmente prever o grau de profundidade das
intervenções de recuperação/beneficiação a desenvolver em cada edifício ou conjunto
de edifícios.
Estabelecer critérios e criar instrumentos gerais de gestão técnica e financeira que vão
−
facilitar a tomada de decisões, possibilitando ainda uma noção aproximada dos
possíveis valores do custo destas intervenções no seu conjunto ou caso a caso.
Propõem-se quatro níveis de graduação das actuações de beneficiação/reparação e de
tipificação dos trabalhos necessários a realizar, pressupondo-se que estas intervenções se
processam sobre um parque edificado que possui características de alguma homogeneidade:
−
Nível 1: Reabilitação Ligeira
−
Nível 2: Reabilitação Média
−
Nível 3: Reabilitação Profunda
−
Nível 3A: Reabilitação Profunda, com Demolição do Interior
−
Nível 4: Reabilitação Excepcional
3.1 Nível 1: Reabilitação Ligeira
Execução de pequenas reparações e beneficiações das instalações e equipamentos já
existentes nos fogos – casas de banho e cozinha:
−
Melhoria das condições interiores de iluminação, ventilação e exaustão.
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−
Limpeza e reparação geral das coberturas, reparação de elementos dos sistemas de
condução de águas pluviais e dos esgotos.
−
Reparação de pontuais anomalias nos rebocos, assim como a pintura do interior e do
exterior dos edifícios.
−
Reparação das caixilharias existentes, reparação e substituição dos elementos
metálicos afectados pela corrosão, limpeza generalizada dos esconsos e caixas-dear no piso térreo.
−
Beneficiação geral das instalações eléctricas e de iluminação artificial existente.
Nestas acções de reabilitação ligeira, actua-se sobre edifícios em que o estado geral de
conservação pode ser considerado como satisfatório ou razoável, não sendo por isso
necessário, com excepção de algumas situações pontuais, reparar elementos estruturais.
Este tipo de intervenção não obriga, em princípio, ao realojamento provisório dos
residentes.
Em termos económicos será legítimo esperar que o custo final de uma intervenção de
2
reabilitação ligeira não ultrapasse, aproximadamente, 1/3 do custo por m de uma
habitação nova.
3.2 Nível 2: Reabilitação Média
Além dos trabalhos já referidos, este segundo grau de actuação poderá incluir ainda,
reparação ou substituição parcial dos elementos de carpintaria (caixilharias, elementos
das escadas, ou soalhos e tectos):
−
Reparação e eventual reforço de alguns elementos estruturais, geralmente das lajes
dos pisos e das estruturas de cobertura.
−
Reparação generalizada dos revestimentos nos paramentos interiores e exteriores e
da cobertura.
−
Introdução de uma nova instalação eléctrica.
−
Beneficiação das partes comuns do edifício.
−
Realização de ligeiras alterações nas formas existentes de organização do espaço,
ampliando espaços de compartimentos a partir do aproveitamento de áreas
desaproveitadas.
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−
Melhoria das condições funcionais e ambientais dos espaços em geral e também dos
equipamentos existentes, reestruturando as cozinhas e as instalações sanitárias
existentes ou, no limite, a criação de raiz destes dois tipos de espaço.
Em geral é possível, na maior parte dos trabalhos descritos, a presença dos moradores
nas suas habitações. Contudo para efectuar algumas operações que implicam maior
grau de incomodidade, ou risco, é previsível a necessidade de se assegurar o
realojamento provisório dos residentes.
Em termos económicos o custo final destas operações não deverá ultrapassar o limite
2
de, aproximadamente, 1/2 do custo por m de uma habitação nova. Pontualmente e
numa etapa inicial de aperfeiçoamento dos métodos e estratégias de desenvolvimento
destas operações, poderá aceitar-se exceder este valor até um máximo de 2/3.
3.3 Nível 3: Reabilitação Profunda
Para além dos trabalhos descritos anteriormente este tipo de intervenção compreende de
uma forma geral:
−
Necessidade de desenvolver profundas alterações na distribuição e organização
interior dos espaços nos edifícios, podendo proceder-se ao aumento ou diminuição
do número total de habitações através de alterações tipológicas.
−
Nos alojamentos poderá ser necessária a introdução ou adaptação de espaços para
criar instalações e equipamentos em falta, como seja a introdução de instalações
sanitárias, a reorganização funcional das cozinhas, etc.
Este tipo de alteração e outras de igual dimensão implicam demolições e reconstruções
significativas, que poderão obrigar a uma substituição parcial, ou mesmo total, de lajes
de pisos e paredes divisórias, à resolução de problemas estruturais, à beneficiação e
reorganização das partes comuns e do sistema de circulações verticais e horizontais, à
substituição generalizada dos elementos de carpintaria e ainda à execução de novos
revestimentos. A profundidade dos trabalhos descritos justifica a aplicação de novos
materiais e soluções construtivas.
Este tipo de intervenção obriga à desocupação do edifício para efectuar os trabalhos
necessários, o que provoca a necessidade de realojar os moradores por períodos de
tempo significativos.
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Em termos económicos, este tipo intervenção poderá oscilar entre 2/3 e o valor idêntico
2
por m para uma habitação nova.
3.4 Nível 3A: Reabilitação Profunda, com Demolição do Interior
Igualmente entendemos incluir no nível de reabilitação profunda as intervenções em que
se propõe a demolição, mantendo a fachada ou fachadas principais do edifício.
Este grau de intervenção obriga:
−
À total reconstrução do edifício a partir de um novo projecto, mantendo a(s)
fachada(s) preexistente.
A manutenção da(s) fachada poderá decorrer da necessidade de manter a imagem
existente da frente de rua, o número de pisos existente ou outros direitos de edificação
que, com a demolição total do edifício, poderiam ser alterados de acordo com o
regulamento do P.D.M.
2
Em termos económicos, este tipo de intervenção corresponde, ao preço por m de uma
habitação nova. Em algumas situações poderá, mesmo, ultrapassar este valor.
3.5 Nível 4: Reabilitação Excepcional
A reabilitação excepcional aplica-se em intervenções absolutamente excepcionais, com
um grau de desenvolvimento muito profundo que ultrapassará, em tipo de obras de
reparação e beneficiação, os exemplos atrás apontados e, em termos de custos,
2
ultrapassando significativamente o custo por m de uma habitação nova.
Este grau de intervenção poderá obrigar a:
−
Recurso pontual a técnicas de restauro tanto no exterior como no interior do edifício,
quando o valor patrimonial do imóvel o justifique.
−
Total reconstrução do edifício, podendo incluir a modernização parcial de algumas
partes da construção, instalações e equipamentos.
−
Reabilitação do edifício para standards elevados e muito superiores ao preexistente.
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Em termos económicos este tipo de intervenção não é possível quantificar e terá que ser
profundamente ponderado em função do uso potencial do edifício e do valor patrimonial.
Quando esses factores não sejam suficientemente claros e importantes será de ponderar
a possibilidade de substituição da construção antiga por um edifício novo.
4. ESTUDO DO ESPAÇO PÚBLICO ENVOLVENTE AO PATRIMÓNIO DE
HABITAÇÃO MUNICIPAL DISPERSO
O Estudo do Espaço Público Envolvente ao Património de Habitação Municipal Disperso, surge
a jusante do trabalho desenvolvido pela equipa de planeamento do DPP para o edificado,
encontrando-se em fase inicial de desenvolvimento. Constitui uma análise e caracterização
dos espaços exteriores afectos aos edifícios de habitação municipal dispersos.
À semelhança dos estudos desenvolvidos para o edificado, também a análise dos espaços
exteriores é efectuada por zona, procurando seguir uma estruturação idêntica ao nível de
apresentação dos relatórios parcelares.
Procura ser um contributo para o conhecimento dos locais que possam ser alvo de
intervenções futuras, a nível do edificado e do espaço público, em fase subsequente de
estudos e projectos.
A identificação de problemas e de deficiências conduzirá, em situações que se justifique, ao
estabelecimento de acções a desenvolver no espaço público.
5. ENQUADRAMENTO LEGAL DAS ACÇÕES A PROPÔR
Existe um conjunto relevante de legislação e de normas a nível do município,
fundamentalmente regulamentos, que se procuraram reunir de forma a enquadrar as acções a
propor no futuro.
Numa primeira análise ressalta que, para a definição de uma proposta estratégica de
intervenção a nível municipal, será necessário envolver as áreas do Planeamento, Habitação,
Finanças e Património.
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Separam-se em dois grupos estes conjuntos de normas:
−
As destinadas à alienação;
−
As destinadas à manutenção e reabilitação de imóveis.
5.1 Alienação de Imóveis Municipais
•
Regulamento para Alienação de Imóveis Municipais. DR. nº 19/2009 de 28 de
Janeiro (2ª Série)
•
Regulamento do Património
5.2 Reabilitação de Imóveis Municipais
•
Regulamento do Património
•
Decreto-Lei nº 307/2009, de 23 de Outubro
•
Regulamento Municipal de Alienação de Complementos de Lote
•
Regulamento Relativo ao Programa de Reabilitação de Imóveis em Mau Estado
de Conservação e Devolutos do Concelho de Lisboa por parte de Jovens
•
Proposta de Guião sobre procedimentos internos a aplicar às operações
urbanísticas de loteamento/urbanização promovidas pela DMH – elaborado por
técnicos da DivPP (Arqº Paulo Manta)
Competências da DMH/DPP/DivPP
Apêndice n.º 148-A, em Suplemento ao Diário da República II Série n.º 271 de 23 de
Novembro de 2002 (Aviso n.º 9769-A/2002 (2.ª Série)).
De acordo com a orgânica dos serviços municipais em vigor, estão cometidas à
DMH/DPP/DivPP no âmbito das alíneas “b”, “f)” e “i)” as competências de
“desenvolver estudos urbanísticos para habitação social e propor a implantação e
volumetria, caracterização urbana e inserção na rede viária envolvente (…)”, “(…)
projectos de habitação, de recuperação e beneficiação (…)”, assim como a
competência para “submeter e acompanhar junto das entidades exteriores (…) o
processo de aprovação dos projectos que executa”.
Esta proposta de guião descreve os procedimentos a considerar e a legislação a
adoptar em cada tipo de intervenção, de acordo com as competências da DMH.
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6. PROPOSTA DE PLANEAMENTO – QUADRO RESUMO
TAREFAS
INTERVENIENTES
Formação de uma
opinião técnica e
definição da estrutura do
trabalho a realizar
Equipa técnica
Ajuste e concertação, ao
nível da DMH, do
trabalho realizado –
primeira tomada de
decisões
Ajuste e concertação, a
nível técnico-político, do
trabalho realizado –
segunda tomada de
decisões
Equipa técnica
Direcção da DMH
Organização e
apresentação da
Proposta Estratégica
Preliminar à discussão
pública
Preparação e
organização da
Proposta Estratégica
para apresentação e
aprovação da CML
Apresentação da
Proposta Estratégica à
CML
RESULTADOS
Caracterização,
diagnóstico e propostas
de actuação – Relatórios
por Zona
Identificação de meios e
procedimentos para
implementação das
propostas
Proposta técnica
preliminar
Vereação
Direcção da DMH
Planeamento,
Finanças e
Património
Estabelecimento de
diálogo e concertação
técnico-política aos
diferentes níveis.
Elaboração da proposta
estratégica preliminar
Vereação
Diferentes entidades
da CML
Proposta Estratégica de
Intervenção
Vereação
Aprovação da Proposta
Estratégica pela CML
Implementação
da Proposta
Aprovação
pela CML
Comunicação e
Discussão Pública
Alargada
Preparação
técnico – política
Preparação Técnica da
Proposta
FASE
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7. CONCLUSÃO – QUADRO SÍNTESE
Apresenta-se, num quadro síntese, o número de edifícios por grupo e subgrupo das propostas.
Apresentam-se ainda os números aproximados das fracções que se consideraram relevantes
para a actuação nestes edifícios. Esta divisão dos edifícios por grupos permite a estruturação
de uma estratégia de intervenção consoante as opções técnico-politicas que venham a ser
adoptadas. No gráfico seguinte apresenta-se também o número de edifícios abrangido por
cada tipo de proposta:
Número de Edifícios por Grupo
93
Manutenção
312
Reabilitar
187
Propostas
Estudo de Conjunto
102
Demolir
142
Alienar
28
Mudança de Uso
276
Excluídos das propostas
0
50
100
150
200
250
300
350
Edifícios
Constata-se que a maior parcela corresponde a edifícios que se propõe reabilitar, na sua
maioria totalmente ocupados ou com poucas fracções vagas / desabitadas. A este grupo
associa-se o grupo dos edifícios para os quais se propõe realizar estudos de conjunto, onde
existe também uma parcela de edifícios que poderão ser reabilitados. Neste grupo poderá
intervir-se de forma integrada gerindo em conjunto edifícios ocupados e devolutos. Assim não
se julgou adequado apresentar propostas específicas para estes edifícios sem a realização
prévia de estudos de conjunto com características a definir, que permitam avaliar e criar
mais valias baseadas na proximidade dos edifícios em cada grupo (quer económicas, quer
urbanas, quer do ponto de vista das acções a implementar).
Estes dois grupos correspondem a 44% do universo dos edifícios estudados.
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Departamento de Planeamento e Projectos
Maio de 2010
17
Câmara Municipal de Lisboa
Direcção Municipal de Habitação
Departamento de Planeamento e Projectos
Salienta-se em seguida o número considerável de edifícios excluídos das propostas,
correspondente a 24% do total (aproximadamente um quarto dos edifícios) por não terem
utilização habitacional ou por se tratar de casas de guarda.
Na parcela daqueles que não necessitam de obras mais imediatas (8%), para os quais se
propõe o estudo de um sistema de financiamento que possa garantir a sua manutenção
periódica, destaca-se a existência de aproximadamente 178 fracções vagas / desabitadas
(que eventualmente poderão necessitar de obras), que poderão constituir uma bolsa de fogos
para apoio à desocupação de outros em pior estado.
Na parcela dos edifícios que se propõe alienar – 142 (12,5%), onde se salienta o grupo dos
fogos dispersos em propriedade horizontal ou moradias unifamiliares, destaca-se o número
considerável de fracções ocupadas (90).
No grupo dos que se propõe demolir – 102 (9%) – 40 edifícios têm já destino definido restando
62 com possibilidade de intervenção dos quais 30 permitem acções mais imediatas pois
libertam terrenos para reconstrução ou nova construção e também eventual alienação.
Por último surge o grupo dos edifícios onde a mudança do actual uso parece indicada – 28
(2,5%). Destacam-se 10 com potencialidade para instalação de equipamento ou serviços.
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Departamento de Planeamento e Projectos
Maio de 2010
18
ESTUDO PARA A REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO DE HABITAÇÃO MUNICIPAL DISPERSO
QUADRO SÍNTESE
Edifícios
24
Edifícios com fracções residenciais vagas ou desabitadas (ou a necessitar de confirmação)
69
418 fracções (das quais 178 vagas / desabitadas)
Edifícios totalmente ocupados
64
307 fracções
Edifícios com fracções residenciais vagas ou desabitadas (ou a necessitar de confirmação)
114
833 fracções, 231 fracções residenciais vagas /
desabitadas ou sem informação, 158 fracções não
residenciais ou com outra utilização
Edifícios com todas as fracções residenciais ocupadas e com outras fracções sem
informação quanto à ocupação
19
Edifícios devolutos, em ruínas ou com possibilidade de construção
4
Necessidade de realização de obras de consolidação de emergência
2
Edifícios com obras já programadas ou em litígio
21
A reabilitação só fará sentido se integrada no conjunto envolvente
1
Lisboa a Cores
73
Prohabita
5
EPUL
9
187
1140 edifícios
Liberta terreno para reconstrução ou nova construção
30
4450 fracções
Terreno cujo destino deverá ser definido através de estudo de urbanização
32
Terreno com destino já definido
28
Terreno a integrar no espaço público
12
Fracções em propriedade horizontal ou moradias unifamiliares
90
Edifícios parcialmente desabitados
8
Edifícios devolutos ou em ruínas
21
Terrenos com pequenas áreas
5
Edifícios em obra ou em litígio
5
Palácios e um mercado
4
Alienações que só farão sentido para valorizar património adjacente
2
Vendido ou já com destino
7
Com potencialidade para instalação de equipamento ou serviços
10
Equipamentos com fracções habitacionais que se propõe afectar a esse equipamento
8
Edifícios de comércio e serviços com poucas fracções habitacioanis para as quais se
propõe mudança de uso
6
Outras situações
4
Casas de Guarda
31
Por não terem utilização habitacional
245
3250 fracções utilizadas como
habitação
129 fracções
93
Número total de edifícios
28 Estudos de Conjunto (187)
Fracções (número aproximado)
Edifícios totalmente ocupados
Manutenção (93)
Reabilitar (312)
Total
225
108 fracções das quais 35 não residenciais, com outra
utilização ou sem informação
87
187
616 fracções
62
Demolir (89) ou já demolidos (13)
3550 residentes
Alienar (142)
Alteração do uso (28)
Excluídos das Propostas (276)
TOTAL
40
90
16 fracções ocupadas
45
7
28
1140
74 fracções ocupadas e 54 fracções vagas / desabitadas
ou sem informação
276
1140
Câmara Municipal de Lisboa
Direcção Municipal de Habitação
Departamento de Planeamento e Projectos
A Equipa Técnica responsável pela elaboração do presente relatório:
No Departamento de Planeamento e Projectos:
Estudo para a Reabilitação do Património de Habitação Municipal Disperso
−
Arqtª Graça Azevedo
−
Arqtº Joaquim Nolasco
−
Eng.ª Julieta Rocha
Estudo do Espaço Público Envolvente ao Património de Habitação Municipal Disperso
−
Arqª Paisagista Maria Cristina Neves
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