XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE MORTE SÚBITA EM ANIMAIS DOMÉSTICOS E SUA RELAÇÃO COM FÁRMACOS EM PEQUENOS ANIMAIS. Cheyenne Maria Rodrigues Verçosa Amaral 1, Adriana Carla de Andrade Araújo 2, George Chaves Jimenez 3, Daniela de Sousa Bastos 4 Introdução A morte súbita é a que ocorre sem ser esperada, tanto em animais doentes como sadios. A morte se dá durante à primeira hora, entre o início dos sintomas até ser constatado o óbito. Só é considerada morte súbita se não forem encontrados sinais de violência ou trauma. Nos animais doentes, o esforço e desgaste cardiaco é a principal causa. Em animais aparentemente saudáveis As causas podem ser bem variadas e incluem os problemas cardíacos, gastrointestinais, hemorragia, má nutrição, desidratação, problemas respiratórios, sepse dentre outros (VON EYE, 2004). O diagnóstico é comumente feito por exclusão, quando não se chega a outras causas. A comprovação da fisiopatologia da morte súbita é difícil, uma vez que ocorre de forma rápida, o médico veterinário e/ou o proprietário não chega em tempo ao médico veterinário e quando o chega é difícil chegar ao diagnóstico a tempo de tentar o tratamento, além de não existirem registros clínicos e monitorização cardíaca. No ramo da ciência animal existem poucos trabalhos e pesquisas sobre a morte súbita em animais. Neste trabalho o objetivo é avaliar o conhecimento sobre a morte súbita na comunidade acadêmica e profissional da medicina veterinária, e sua a influência ou não de fármacos nessa síndrome. Material e métodos Para a avaliação do conhecimento, primeiro estabeleceu-se que os personagens abordados seriam da comunidade acadêmica da UFRPE juntamente com profissionais da região metropolitana de Recife. Após foi elaborado um questionário contendo quatro questões abertas que abordavam quais seriam, na opinião do inquirido, os fármacos que poderiam causar a morte súbita em animais de companhia, se conhecia algum caso, relacionado a qual espécie, raça, idade e período do dia. Então, foi aplicada a pesquisa dentro dos campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco(UFRPE-SEDE) e em algumas clínicas veterinárias na região metropolitana de Recife, pelos monitoras da disciplina de farmacologia com supervisão dos professores da mesma. Finalizou-se a pesquisa e chegou-se ao um total de 62(sessenta e dois) questionários respondidos. Após avaliação inicial dos resultados foram elaboradas tabelas e gráficos para uma análise estatística e melhor visualização da questão. Foram usadas para tal a planilha Excel da Microsoft, 2010. Resultados e Discussão Observou-se que a maioria dos candidatos não tinha conhecimento sobre os casos de morte súbita associada a fármacos ou que aparentemente não conseguiam associar esta ligação. Em seguida os fármacos citados foram os anestésicos(23%), isto nos faz pensar o uso indiscriminado de fármacos na contenção de animais em pet shops e casas agropecuárias(fato socialmente conhecido). O paracetamol(14%) e o os antiinflamatórios(6%) foram citados e pareciam estar associados a falta de conhecimento do tutor do animal e emprego desses fármacos sem orientação veterinária. Outros 6% dos entrevistados mencionaram que altas dosagens de qualquer fármaco poderiam causar a morte súbita, o que poderia estar associado também ao uso indiscriminado de medicamento sem qualquer orientação veterinária. Foram citados a atropina(4%), epinefrina(4%), associadas com o estímulo cardiorespiratório, e a aplicação inadequada(4%) refere-se ao erro da via de administração do fármaco. Opióides(4%) estariam associados aos seus efeitos sobre o sistema nervoso e suas consequências. Outros fármacos também foram citados na proporção de 2% cada, são eles a xilazina, o agonista alfa2 adrenégico, o cálcio, o enrofloxacino, vermífugos e cloretos[Gráfico A]. O período do dia de ocorrência não parece ter importância, uma vez que os valores são próximos e relativos[Gráfico B]. Dentre as espécies a canina e felina foram as únicas citadas, tendo os valores de 53% e 47% respectivamente[Gráfico C]. Os valores próximos também são indicativos de que essas espécies podem ser as mais sensíveis. Tal fato é conhecido nos animais saudáveis pelo tempo de exposição, estresse térmico, Primeiro Autor é Graduando em Medicina Veterinária e monitora da disciplina de Farmacologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Segundo Autor é Graduando em Medicina Veterinária e monitora da disciplina de Farmacologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 3 Terceiro Autor é Professor Adjunto do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Área de Farmacologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco. 4 Quarto Autor é Professor Adjunto do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Área de Farmacologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco 1 2 XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. enjaulamento e agitação constante. Esse tipo de situação pode ser evitada com um eficiente manejo animal em estabelecimentos comercias e casas de tutores de pequenos animais. Esse estudo demonstra portanto, que muito profissionais e acadêmicos da medicina veterinária associam que a relação entre a morte súbita em pequenos animais e o uso de medicamentos pode estar relacionada aos efeitos adversos dos fármacos e o uso indiscriminado dos mesmos. Agradecimentos Agradecemos a equipe científica da área de Farmacologia Veterinária, Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, pela orientação dispensada e disponibilidade em nos acompanhar em todas as etapas da pesquisa, e à comunidade acadêmica, composta por alunos e professores que nos auxiliaram neste trabalho. Referências MADDISON , Jill E. / PAGE, Stephen W. (2010) Farmacologia clínica de pequenos animais. VON EYE, G. Morte súbita. Porto Alegre, 2004. Disponível em HTTP://WWW.ABCDASAUDE.COM.BR/ARTIGO.PHP?593 PACHALY, J. R.; ACCO, A.; BACILA, M. Síndrome do estresse em animais. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v.2, n.1, p.71-76, 1999. CARRAMENHA, C. P. / CARREGARO A. B.(2012). Estresse e Morte Súbita em Medicina Veterinária BAYÉS DE LUNA, A.(2011) Morte Súbita na Insuficência Cardíada. Disponível em HTTP://CIENTIFICO.CARDIOL.BR/CARDIOSOURCE2/IMAGEM/INT_ARTIGO32.ASP?COD=479 Gráficos Gráfico A Gráfico B Gráfico C O Gráfico A representa os fármacos revelados na pesquisa que podem causa morte súbita. O Gráfico B representa as espécies citada e suas devidas representaçõesgráficas. O Gráfico C representa o período de maior ocorrência da morte súbita.