2) A definição do átomo foi um dos primeiros objetos de estudo da ciência grega. O interesse na época era saber do que todas as coisas são feitas. Nesse tempo muitas teorias foram criadas para explicar como as coisas são construídas na natureza. Umas teorias conhecidas para explicar do que os objetos e substâncias são formados diz que tudo é feito de quatro elementos: terra, fogo, água e ar. É claro que isso parece rudimentar para época atual, mas não podemos desprezar as etapas de construção do conhecimento. Essa teoria como outras tantas foi revolucionária, tanto que ajudou a criação de outras. Outra teoria famosa e que vigorou por milênios e ainda, de certa forma, vigora até hoje é a teoria do átomo. Os gregos admitiram que todas as coisas são feitas de esferas indivisíveis. Esses aglomerados de esferas formariam todas as substâncias. Estamos diante da criação do Átomo que simplesmente quer dizer “indivisível”. Essa teoria foi tão revolucionária que vigorou até a o modelo de Dalton no início do século XIX. A teoria de Dalton colocou o conceito de elemento atômico, ou seja, existem vários tipos de átomos que dão origem a diferentes substâncias. Esse modelo é conhecido como modelo “Bola de Bilhar”, pois dizia que cada átomo é indestrutível, indivisível e, é claro, com a forma de uma esfera maciça. Esse modelo abriu o palco para a teoria atômica moderna dando origem a outros modelos. Dalton foi físico e químico. Um resumo da sua teoria é ensinado no nível médio das escolas brasileiras na disciplina de química. Mas é claro que teorias atômicas também é uma grande área da física. O modelo que sucedeu a teoria de Dalton foi o modelo de Thomson. Thomson foi engenheiro por formação e depois se dedicou à física. No modelo de Thomson houve o indício do que seria a partícula subatômica chamada elétron. Ele é considerado o descobridor do elétron. Thomson percebeu que o átomo não era neutro e sim a soma da uma carga positiva com uma série de cargas negativas “incrustadas” nessa carga positiva e isso dava o caráter neutro teorizado por Dalton. Esse modelo foi chamado de “Pudim de Passas”. Esse modelo descaracteriza o modelo de Dalton pois agora apareceram partículas menores que o “indivisível”. Ou seja, o início da era subatômica. O desafio agora era saber o arranjo real dessas partículas subatômicas. Desvendar os mistérios desse novo átomo foi a motivação dos cientistas nos anos posteriores ao modelo “Pudim de Passas”. Rutherford foi o primeiro a dar um passo na descrição detalhada do átomo no sentido de explicar as interações subatômicas descobertas por Thomson. O modelo de Rutherford foi proposto após o físico Rutherford realizar um experimento onde ele bombardeou uma fina placa de ouro com partículas alfa. A parte curiosa do experimento é que a grande maioria das partículas alfa atravessavam a placa de ouro e as poucas restantes ricocheteavam com um desvio que chamou a atenção do cientista. Ele chegou à conclusão que grande parte do átomo era vazio porque a maioria das partículas alfa atravessou a placa de ouro. Também chegou a conclusão que há um núcleo muito pequeno em relação ao tamanho do átomo e onde está concentrada a massa total do átomo. Além disso, os elétrons são pequenas partículas que orbitam em torno desse núcleo. O modelo atômico de Rutherford foi revolucionário para sua época. Seu modelo aproximava o movimento atômico ao movimento planetário além de abrir a área de física nuclear. Porém existiam algumas inconsistências na teoria de Rutherford. Coube a Bohr propor soluções para os problemas do modelo de Rutherford. Bohr encontrou uma solução teórica para o modelo de Rutherford. A inconsistência era que os elétrons giravam em torno núcleo emitindo radiação continuamente. A conseqüência seria que os elétrons iriam cair dentro do núcleo. Bohr propôs que os elétrons giram em órbitas bem definidas e só emitem radiação quando mudam de órbita. As energias das órbitas são bem definidas. Quando um elétron muda de órbita ele emite radiação de forma discreta. Bohr colocou na física a teoria quantizada ou quantum causando uma verdadeira revolução na física e a abertura de novas teorias entre elas a Mecânica Quântica. Essa é a nova teoria que é base para todas as teorias atômicas, inclusive física nuclear e de partículas. A Física Nuclear entra no mesmo contexto da Mecânica Quântica e com o objetivo de estudar as interações atômicas do núcleo. Apesar de ser uma teoria nova já explicou muitos fenômenos. Muitos físicos trabalharam na física nuclear. Um dos mais famosos foi Richard Feynman que inventou uma série de diagramas – chamadas Diagramas de Feynman – para prever fenômenos nucleares como os decaimentos. Apesar do caráter didático e até mesmo lúdico dos diagramas, eles representam cálculos probabilísticos dos fenômenos nucleares. O núcleo atômico antes da física nuclear era formado por prótons e nêutrons onde predominavam a força eletromagnética. Mas como explicar a união de vários prótons dentro do núcleo atômico sendo que cargas opostas tendem a se repelir mutuamente? Nesse sentido foi estudado a fundo do núcleo atômico atrás desta e de outras questões. A força que une o núcleo atômico é chamada de Força Forte. Ela é de curto alcance. Mas essa força não está só em núcleos atômicos. Várias partículas com características nucleares interagem entre si através da força forte. Muitos trabalhos foram feitos na área de partículas para entender as interações nucleares dessas partículas. Em especial o estudo do vácuo ajudou a esclarecer do que as partículas nucleares são formadas. Outra teoria que foi adaptada para a física nuclear foi o eletromagnetismo. No eletromagnetismo uma partícula tem um campo elétrico e é assim que ele interage com outras partículas. Só que não tem uma explicação fechada para o conceito de campo. A física nuclear tomou o conceito de campo do eletromagnetismo mas com algumas mudanças, por exemplo, em vez das partículas interagirem por meio de uma “aura”, a partículas passam a se comunicar através de outras partículas. As partículas mais famosas que servem de intermediários em interações atômicas são os os bósons (fótons, W+) e o mésons (pi, K). a teoria que trata dessas interações é a teoria eletro-fraca. Mas também foi constatado que as partículas nucleares também podiam ser divididas em outras subpartículas. Essas partículas são chamadas de Quarks (fig 1). Os quarks foram descobertos através do estudo do vácuo e são constituintes de todas as partículas nucleares com prótons e nêutrons e também dos mésons. O “campo” formado por essas partículas, ou seja, as partículas intermediadoras das interações são chamadas glúons. A teoria que fala das interações entre quarks é a teoria da força forte. Normalmente um nucleon, ou seja, um constituinte do núcleo (próton, nêutron, lambda) quando fica isolado ele é instável e sofre um processo chamado decaimento (fig 2). Decaimento é o processo pelo o qual um nucleon se torna outras partículas. Muitos desses decaimentos podem ser previstos e isso é objeto de estudo de grandes instituições como o CERN. Quando uma partícula dacai ela deve interagir usando uma partícula intermediadora – bóson, méson ou gluon – e nem todas dessas partículas foram observadas experimentalmente o que também abre um vasto campo de estudo para a física de partículas. Um exemplo nacional disso é os mesons que foram teorizados pelo físico japonês Yukawa e foi observado experimentalmente pelo físico brasileiro César Lattes. Essa descoberta rendeu um Prêmio Nobel para o líder da pesquisa Cecil Powell. Fig 1 Fig 2