2 GEO046 Geofísica O calor na Terra a A convecção térmica no manto fornece o mecanismo controlador da tectônica de placas e os processos geológicos decorrentes. a A convecção composicional do núcleo, conseqüência do esfriamento do núcleo, controla o dínamo geomagnético. a O manto atua como uma máquina térmica, produzindo energia mecânica durante o processo de transferência de calor do interior aquecido para a superfície fria. a O processo evidencia-se nos movimentos das placas superficiais, o fluxo de calor superficial correlacionado com aspectos geológicos, e a geração do calor radiogênico. Aula no 15 MÉTODOS GEOTÉRMICOS Calor terrestre June 04 Hédison K. Sato 3 O calor na Terra a O calor no interior da Terra tem origem radiogênica. A descoberta da desintegração radioativa em 1896, por Henry Becquerel, foi fundamental. a A consideração do calor radiogênico permitiu estender a idade da Terra para além do limite indicado pelo modelo do esfriamento da Terra, cuja hipótese básica considerava que o calor teria originado do colapso gravitacional. a A idade da Terra, até então considerada dessa forma, não condiziam com outras evidências geológicas. 4 O calor na Terra a O calor pode ser transmitido de três formas: condução, convecção e irradiação. a No interior da Terra, as duas primeiras formas são as mais importantes. a A taxa atual de perda de calor através da superfície da Terra é da ordem de 4.15×1013 W (1.25×1021 J/ano). a São ordens de magnitude maior que a energia liberada pelo vulcões e terremotos. 5 Fluxo nos continentes 6 Fluxo nos oceanos a Menor nos terrenos continentais mais antigos. a Com maior dispersão, observa-se que os mais antigos apresentam menor fluxo de calor. Mais de 50% do fluxo tem origem radiogênica na própria crosta. Assim, a variação com a idade deve-se, em grande parte, à maior erosão das rochas geradoras de calor das crostas mais antigas. O calor residual da atividade ígnea contribui para o fluxo de calor, somente na crosta jovem. 7 Fluxo nos oceanos 8 Fluxo nos oceanos a Deve-se, primariamente, ao esfriamento da litosfera. a O magma basáltico fresco é exposto pelo soerguimento na cadeia mesooceânica e, inicialmente, esfria-se mais rapidamente pela circulação hidrotermal na fraturas, do que pela difusão. 9 Fluxo nos oceanos 10 Fluxo e idade a À medida que a rocha basáltica se afasta da mesooceânica, os sedimentos inibem gradativamente a circulação hidrotermal, remanescendo apenas a difusão. a Na crosta oceânica antiga, o fluxo tende para 38 mW/m2. Atribuído a combinação da litosfera radiogênica e o calor do manto abaixo. a O fluxo de calor continental reduz com idade e estendese por um período bem maior quando comparado com a mesma questão nos oceanos. a A radioatividade nas rochas mais superficiais da crosta desempenham um papel significativo para o fluxo de calor continental. 11 Fluxo e idade a A contribuição calor radiogênico das rochas superficiais pode ser separado das fontes mais profundas. a Seja A, a produção de calor por unidade de volume de uma rocha (W/m3). Então, numa coluna de rocha de altura h, o calor q que escapa pela superfície iguala-se ao calor gerado na coluna, hA, mais o calor q0 que entra pela base da coluna: q = q0 + hA 12 Fluxo continental a q versus A em três regiões. a A dispersão dos dados da Província B&R é atribuída a a fontes profundas: convecções hidrotermais e magmáticas. 13 Equação do calor 14 Mudança climática (senoidal) a Supondo somente a condução e uma dimensão, temos ∂ 2T 1 ∂T = ∂z 2 κ ∂t Supondo que, na superfície, é imposta uma temperatura variando de forma senoidal T (t , z = 0) = T0 sen ωt , a temperatura a uma profundidade z será : ω ⎞ ⎛ ω ⎞ ⎛ T(t,z) = T0 exp⎜ − z ⎟ sen⎜ ωt − z ⎟. 2κ ⎠ ⎝ 2κ ⎠ ⎝ Trata-se de uma onda senoidal amortecida propagando-se para dentro da Terra. a O calor flui das temperaturas altas para as baixas. r q = − K∇T onde K é a condutividade térmica. Apenas consideran do a condução térmica, a temperatura obedece a seguinte equação : 1 ∂T ∇ 2T = κ ∂t onde κ é a difusividade térmica ( K ρc p ), sendo K , a condutividade térmica, ρ , a densidade de massa, e c p , o calor específico a pressão constante. 15 Mudança climática (senoidal) ω a O amortecimento − z ω ⎞ ⎛ 2κ = T(t,z) T e sen⎜ ωt − z ⎟. 0 exponencial 2κ ⎠ ⎝ é controlado pela freqüência e difusividade térmica. a Assim, se vê que, quanto mais rápidas forem as variações de temperatura superficial, menores serão as profundidade influenciadas. a Como o esperado, quanto maior a difusividade térmica, a perturbação térmica senoidal é mais eficaz em profundidade. 16 Mudança climática (senoidal) ω a Assim, espera-se que − z ω ⎞ ⎛ 2κ = T(t,z) T e sen⎜ ωt − z ⎟. 0 apenas as variações 2κ ⎠ ⎝ da ordem de períodos glaciais penetrem a grandes profundidades. a Supondo a difusividade da crosta como 1.3×10-6 m2/s e período de 10000 anos, a profundidade, em que a amplitude da variação térmica é metade do valor superficial, vale 250 m. 17 Mudança climática (degrau) Mudança climática (degrau) T (t , z = 0) = 0 para t < 0 e = T0 para t > 0. O gradiente de temperatura associado é T ∂T = − 0 exp(− z 2 (4κt )). ∂z πκt A uma profundidade z , T(t,z) = T0 [1 − erf (z / 2 κt )] , onde erf( x) = 2 x −ζ 2 ∫ e dζ . π 18 0 19 Convecção no manto Ondas sísmicas refletidas na interface manto-núcleo indicam os criptoceanos e criptocontinentes. 20 Medidas do fluxo de calor a A determinação do fluxo de calor requer duas medições separadas: o gradiente térmico (∂T/∂z) e a condutividade térmica (K), a partir da qual se obtém o fluxo de calor por unidade de área: q= K ∂T/∂z. Após a inserção da sonda, o gradiente de SONDA temperatura é obtido a partir da medida das temperaturas ao longo da sonda. O aquecimento elétrico é aplicado na extremidade a uma taxa conhecida e, Sensores de temperatura após o equilíbrio, o gradiente é novamente medido que permite obter a Aquecedor condutividade térmica. 21 Levantamento geotérmico 22 Levantamento geotérmico Área de Neckertal (sul da Alemanha) Água térmica de 100150m surge através de fissuras e fraturas e afetam a distribuição da temperatura local. É possível localizar com medidas rasas, fissuras em subsuperfície através da qual a água profunda penetra no aqüífero superficial. A anomalia é bastante clara e, importante, detectável a baixa profundidade. No caso, a anomalia deve-se mais ao calor radiogênico do granito do que a sua própria condutividade térmica. 23 Levantamento geotérmico Variações significativas do gradiente de temperatura estão intimamente relacionadas com variações litológicas. Os maiores gradientes nos folhelhos e os menores no sal e nos anidritos, deve-se a maior condutividade térmica destes. 24 Avaliação da UFBA a Sítio http://www.avaliacao.ufba.br 25 Referências: a Sharma, P. V., 1986, Geophysical methods in geology. 2. ed., Elsevier, New York. a Stacey, F. D.,1992, Physics of the Earth. Brookfield Press, Brisbaine, Australia.