UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO EDUCACIONAL E APRENDIZAGEM ANTONIO CARLOS DE ARAUJO SILVA Orientador Professor: Luiz Claudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2004 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE MOTIVAÇÃO EDUCACIONAL E APRENDIZAGEM Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de Pós-graduação “Lato Sensu” em Docência do Ensino Superior. Por: Antonio Carlos de Araújo Silva AGRADECIMENTOS A DEUS, pelo oportunidades de presente da vida e aprendizado que ele pelas me proporciona. Aos professores Fátima Alves e Martha Relvas que tanto colaboraram para execução do presente trabalho. As amigas Elaine Cristina de Oliveira, Janete Pereira da Silva e Mônica Rasga de Carvalho, pela troca de experiências caminhada. que ajudaram a enriquecer esta DEDICATÓRIA Com muito carinho, a minha mãe que tem sido, até hoje, grande suporte na minha vida. A Elaine e Juarez, pela força e compreensão que depositam em mim. EPÍGRAFE "O motor do conhecimento não é a técnica; é a paixão. O educador precisa alimentar a paixão por sua missão. O único papel de uma escola é ser uma casa de sonhos, em que cada um possa descobrir seu dom, sua paixão". (Gilberto Dimenstein) SUMÁRIO INTRODUÇÃO 06 CAPÍTULO I – MOTIVAÇÃO EDUCACIONAL 08 CAPÍTULO II – AMBIENTE MOTIVANTE E APRENDIZAGEM 17 CAPÍTULO III – ESCOLA - DA INTERAÇÃO MOTIVADORA À APRENDIZAGEM 25 CONCLUSÕES 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33 ÍNDICE 35 INTRODUÇÃO A pesquisa terá como tema central a Motivação Educacional e Aprendizagem. Um dos questionamentos que sublinha essa pesquisa é: A motivação é realmente um método eficaz no processo de aprendizagem? Uma das respostas é que no momento da aprendizagem, os fatores motivacionais são importantes, porque o aluno deve desenvolver sempre expectativas positivas em relação à aprendizagem e sentir-se motivado para o trabalho escolar, sabendo que: o motivo é um fator interno que dá início, dirige e integra o comportamento de uma pessoa. Pode parecer nossa pretensão afirmar que a motivação é determinante para a aprendizagem, mas este é um desafio inscrito na possibilidade humana de sonhar utopias educacionais. Embasamos esse tema por teóricos como HAYDT, ROGERS, MURRAY e DELOURS. Iremos definir uma moldura teórica que possa direcionar e propiciar uma visão abrangente sobre o atual contexto da Educação no Brasil. Defendese o professor-motivador porque este facilita as aprendizagens mais complexas, favorece a estrutura competitiva e acentua a idéia de capacidades intelectuais inatas, aguça os esforços pessoais do aluno. Os estudos científicos sobre o tema Motivação Educacional só apareceram há pouco mais de três décadas. Justificamos o presente estudo pela inovação do assunto em termos, ao final deste trabalho, de fazer com que os professores, proponham um olhar diferenciado sobre a prática escolar. A escolha do tema reside no fato de acreditarmos que ao propiciarmos ao aluno condições e atividades que permitam a construção da aprendizagem de forma motivacional e criativa, obteremos um resultado mais significativo no processo educacional. Nossa concepção propõe a motivação como forma de intervenção pedagógica, constituindo verdadeira ajuda educativa, onde o trabalho deve ser feito de forma a construir e/ou reforçar positivamente tanto a auto-estima como a dignidade dos alunos. Seguimos uma metodologia de trabalho embasada na pesquisa bibliográfica, descrevendo idéias relacionadas à motivação educacional, fazendo algumas sugestões de estratégias motivadoras, pois a motivação é atualmente um dos fatores de suma importância para o educador frente à crise educacional, que vivemos. Em suma, a busca sobre a motivação nos leva a aprofundar conhecimentos decorrentes de vivências em sala de aula, onde as duas facetas: a faceta motivacional; e a aprendizagem como um todo; complementam-se e interpõem. O Capítulo I define motivação com base nos autores pesquisados. O Capítulo II descreve a necessidade de um ambiente motivante à aprendizagem, reflete sobre a importância de despertar o interesse dos alunos, estabelecer desafios e lista um conjunto de dicas motivacionais. O Capítulo III aborda as vivências na escola e a influência da motivação no comportamento frente à aprendizagem. CAPÍTULO I MOTIVAÇÃO EDUCACIONAL 1.1- Definindo Motivação A grande maioria dos autores define a motivação como determinante na aprendizagem, outros a vinculam ao processo de aprender e aos motivos internos e externos que são a relação pedagógica. O conceito de Motivação vem do latino motion (movimento) e a emoção tem esta origem. Assim, até na origem do nome há relação entre motivação e emoção, não há uma sem a outra. Podemos definir Motivação como sendo o conjunto de fatores variáveis responsáveis pelo despertar e direção do comportamento. O Ser Humano nasce com uma inata motivação interna, auto-estima, dignidade, curiosidade e alegria em aprender. Enquanto isso, nem sempre o sistema educacional ajuda e muitas vezes, os motivadores externos atuam negativamente. A realidade mostra que uma atitude de reconhecimento pode significar muito mais para um aluno do que qualquer prêmio em dinheiro ou medalha. Precisamos de relações pedagógicas entre professores e alunos marcadas pela maestria interativa e o desenvolvimento da autoconfiança. Motivação pode ser entendida como o conjunto dos meus motivos, quer dizer, de tudo aquilo que, a partir do meu interior, me move a fazer, a pensar e a decidir. Pode expressar também a ajuda que me presta outra pessoa para reconhecer os meus motivos dominantes, a ter outros mais elevados, ordená-los ou hierarquizá-los. A nossa vontade necessita de razões e motivos. Um motivo é o efeito da descoberta de um valor. Há uma estreita relação entre motivos e valores. Somos seres que damos e nos doamos, mas também temos necessidades. “O verdadeiro início das teorias científicas de motivação foi devido à teoria da evolução de Darwin. Darwin acreditava que os instintos surgiam através da seleção natural. Pensase usualmente, que os instintos são mais flexíveis do que os reflexos e permitem, assim, um comportamento mais variável.” (NOVAES, 1998: 64). O conceito de motivação tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo genérico, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma. Este impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo ou pode ser gerado no íntimo do ser humano, através de processos de raciocínio do indivíduo. Neste aspecto, relaciona-se com o sistema de cognição. “Cognição (ou conhecimento) representa aquilo que as pessoas sabem a respeito de si mesmas e sobre o ambiente que as rodeia. O sistema cognitivo de cada pessoa inclui seus valores pessoais e é profundamente influenciado por seu ambiente físico e social, por sua estrutura fisiológica, por seus processos fisiológicos, por suas necessidades e por suas experiências anteriores. Assim, todos os atos do indivíduo são guiados pela cognição - pelo que ele pensa, acredita, prevê. Ao perguntar-se o motivo pelo qual o indivíduo age daquela forma, entra-se na questão da motivação. E a motivação é dada em palavras como receio e desejo”. (THOMPSON; HOUTEN, 1975: 30-31) O pensar de THOMPSON nos leva a entender que a motivação é uma necessidade humana, sendo estas necessidades motivacionais intrínsecas. A Teoria Administrativa das Relações Humanas passou a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas. Os fatores de motivação têm um papel a desempenhar em relação ao comportamento humano, eles são os energizadores deste comportamento. Certa teoria de Newton *1 pressupõe a tese do tipo: “ação e reação”, “causa e efeito” e “estímulo-resposta”, que influenciaram o trabalho doravante sobre motivação. É demasiadamente conhecida a teoria sobre a motivação desenvolvida por Abraham Maslow, centrada nas necessidades: “O homem é um ser indigente, mal uma das suas necessidades é satisfeita, aparece outra no seu lugar. Este processo é interminável, dura desde o nascimento até à morte.” “Motivação é um processo psicológico e energético, interno e profundo, que impele o indivíduo para a ação, determinando a direção do comportamento. É um fenômeno pessoal que depende da experiência prévia de cada aluno e do seu nível de aspiração.” (HAYDT, 1997: 87). *1- Newton – Isaac Newton – físico. A palavra motivação, ainda para muitos, soa como novidade no âmbito do discurso pedagógico, por que muitos estão acostumados ao discurso unívoco de que aprender é um processo natural e vital. A motivação imprime um novo ritmo a escola onde aprender se torna um prazer. O ato pedagógico se realiza pelo diálogo e não pelo monólogo. A motivação é um dos aspectos mais importantes do processo de ensinoaprendizagem. A escola deverá principalmente, levar o estudante a aprender como aprender. Na sociedade do conhecimento, segundo DRUCKER (1997) "as matérias podem ser menos importantes do que a capacidade dos estudantes para continuar aprendendo e sua motivação para fazê-lo". O estudante deverá assumir a responsabilidade por sua aprendizagem isto porque aprender a aprender, será o único conhecimento duradouro na sociedade contemporânea. Nessa perspectiva, a educação deve, além de se preocupar com a formação básica dos indivíduos, fornecer conhecimento dos processos, ensinar como fazer para chegar aonde se quer chegar, incentivar para que se encontrem soluções, enfim um processo criativo. O professor deve assumir o papel de orientador, de instigador e de motivador do processo educacional. A educação é vista como um diálogo aberto que se transforma mediante processos de assimilação, acomodação e equilíbrio. O movimento fruto das interações locais traduzidas pelas relações entre educador e educando, educando e seu contexto é que caracteriza o processo de aprendizagem. A ligação que se estabelece entre o professor e seus alunos acontecem exatamente através do primeiro momento, das primeiras palavras proferidas. É no contato inicial que se capta e retém a boa vontade dos alunos e se cria a empatia. Na primeira aula, o professor deve se empenhar em cativar seus alunos. A motivação dos alunos para as atividades da aula depende de muitos fatores, tais como a idade, a aptidão intelectual, a situação econômica, social e familiar e os traços individuais da personalidade. Analisando os tipos mais comuns, encontramos: o aluno automotivado, que não precisa de estímulo. Gere a sua aprendizagem apoiada por um conjunto de fatores culturais, com base na família e nos recursos que lhe são fornecidos como as atividades artísticas, visitas a museus e bibliotecas, acesso à farta bibliografia, vivendo inserido em um meio sócio-econômico mais favorecido. O aluno médio necessita continuamente do estímulo do professor para prosseguir. Não se mostra entusiasmado, nem tão pouco desmotivado, mas revela “altos e baixos” no aproveitamento. Menos raro que o anterior, não causa grandes problemas em sala de aula. Há ainda um terceiro grupo, dificílimo de motivar, que constitui um caso sério para os professores: o aluno desmotivado. Muito freqüente nas escolas públicas, é ele que transforma o ato de educar num constante desafio. Não se impressiona com a magia do ensinar, através das quais lhe queremos transmitir os conteúdos, fica alheio a todo o tipo de atividades de classe. O aluno provocador pertence quase sempre, a classes sociais diametralmente opostas: média/alta ou de nível sócio-cultural muito baixo. As razões que levam estes alunos a serem insensíveis aos estímulos são diversas. Na escola pesquisada vivenciamos casos de alunos provocadores que pertenciam ao nível sócio-cultural muito baixo, e vimos que agiam dessa forma em sala de aula porque não encontravam qualquer tipo de relação entre os seus interesses e aspirações e o conteúdo das matérias que lhes eram transmitidas. Se nada do mundo exterior, nenhum episódio da sua experiência vivencial tem ligação com o que se passa na aula. Então, como motivá-los? É preciso que primeiro se assegure a empatia despertando a curiosidade do aluno. Uma boa relação pedagógica professor/aluno é facilitadora da aprendizagem e resolve uma grande parte do problema. O aluno tem de aprender a gostar de aprender. O professor tem de saber incutir-lhe esse gosto. Só assim se poderá avançar, quer no campo afetivo, quer no domínio cognitivo para, depois, passar à fase seguinte: ensinar a estudar. O ambiente familiar poderá estar entre as várias razões na origem deste problema. Neste contexto, motivar estes alunos para a escola passa por educá-los, em primeiro lugar, na sua vida diária. 1.2- Pretensão Educativa A escola precisa ser criativa, deixando que os alunos utilizem a sua capacidade de criação, de modificação, fazendo da sala de aula um ambiente de construção do saber, de desenvolvimento pleno do ser. A relação do professor com o aluno é em essência, uma relação interpessoal e intersubjetiva de serviço e de ajuda. Interpessoal e intersubjetiva porque envolvem dois sujeitos autônomos, ainda que diferentes e em interação dissimétrica. A práxis pedagógica também existe como um instrumento que possibilita alguém ajudar a outrem a aprender algo, a proceder bem, a aperfeiçoar seu desempenho ou a melhorar no plano técnico, no plano ético, no plano humano ou no plano social o resultado de sua atividade. “O diálogo é, na verdade, a expressão própria da autêntica comunicação dos homens entre si, forma que foi emergindo mediante um aprimoramento silencioso das proto-formas universais dos processos interativos que sempre se fizeram presentes em todos os segmentos da sociedade.” (SEVERINO, 2000:85). O professor ajuda o aluno ensinando-o a desempenhar o seu papel na sociedade e a realizar algum procedimento técnico que possibilite a construção de sua autonomia pessoal. O processo pedagógico significa transmitir informações, desenvolver ou reabilitar aptidões, transformando-as em capacidades, mobilizando e cultivando as atitudes nos alunos. São três as modalidades essenciais dos processos educacionais e podem ser denominadas: instrução que é o ato ou processo de comunicar e assimilar informações, a recolher dados, a conhecer as coisas e acontecimentos pelo acúmulo de conhecimentos, de elementos cognitivos sobre eles; treinamento que significa procedimento ou processo de adquirir e desenvolver as habilidades e os hábitos cognitivos, afetivos, psicomotoras ou sociais exigidos pela sua atividade alvo, aprender a pensar, a sentir, a fazer e a interagir com crescente habilidade; e formação ou educação, com sentido pedagógico estrito que consiste em aprender a mobilizar e a desenvolver atitudes, a se predispor a pensar, a sentir, a agir, a interagir de uma certa maneira. Significando então, aprender a estudar sozinho e a resolver os problemas educacionais que surgirem por si mesmo com crescente autonomia. A escola precisa considerar os aspectos da realidade social, desenvolvendo uma proposta pedagógica que esteja de acordo com a realidade do aluno, contextualizada com a vida e com as relações que desenvolve na escola, na rua, na família, em todo o espaço do qual participa. Como destaca WERNECK (2000:36): “Não adianta mais ter, apenas, foco, é preciso ter visão global, holística, do mundo e da vida, para compreender as coisas e as pessoas.” Como todo ser é geneticamente um ser social, não seria diferente com o aluno. De acordo com PIAGET e VYGOTSKY (1973): “A inteligência humana somente se desenvolve no indivíduo em função das interações sociais...”. O processo educacional ocupa um lugar importante no âmbito social e dele depende todo o bom andamento das estruturas da sociedade, que conta com a formação dos alunos na moral, nas atitudes, nos pensamentos e na conduta diante dos seus semelhantes no grupo social. “A educação é algo pessoal, cada aluno representa um caso, é um caso específico e, como tal deverá ser tratado. Quem tratará disso? A escola, através do conjunto de seus educadores, dentro dos limites da ética e do sigilo profissional, inerente a qualquer profissão.” (WERNECK, 2001) O processo de aprendizagem sofre interferência de vários fatores intrínsecos à vida humana, tais como: o lado intelectual, o psicomotor, mas é do fator emocional que depende grande parte da educação das crianças. Certas experiências em família podem negativamente bloquear a capacidade da criança em aprender. Como afirma WERNECK (2001): “ A participação das famílias no processo de educação do filho é necessária...”. A primeira fonte de aprendizagem, certamente é a família, que primeiro proporciona experiências educacionais às crianças, passando as noções básicas para a aprendizagem de hábitos e comportamentos adequados aos meios sociais. “O indivíduo como um ser geneticamente social, necessita, sem dúvida, do outro para se delimitar como pessoa. Nessa trajetória de extensão de sim, tudo o que lhe é estranho representa potencialmente, uma oportunidade para a expressão e a realização individual.” (ALMEIDA, 2001) Com certeza, a experiência é o maior dos mestres, os acontecimentos experimentados ou vivenciados em casa, no meio geográfico da criança e em vários outros ambientes sociais, trazem conhecimentos múltiplos sobre a vida, sobre a sociedade e sobre o próprio EU. Na escola, o professor além de ensinar os conteúdos de sua matéria, também é um educador que estimula a busca do saber e facilita os processo de aprendizagem, calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Professores e família têm uma responsabilidade mútua com relação ao sucesso do aluno. O que é aprendido precisa ser significativo para o aluno, e para isso ele precisa estar motivado. CAPÍTULO II AMBIENTE MOTIVANTE E APRENDIZAGEM 2.1- Movendo o Ser Humano Dentre os fenômenos que movem o Ser Humano os motivos são os principais. Na motivação extrínseca, damos destaque as conseqüências que o ser espera alcançar devido às reações do ambiente; na motivação intrínseca pelo que espera que produza nele, Ser Humano, a sua própria ação e na motivação transcendente o que o Ser Humano espera que a sua ação produza em outras pessoas presentes à sua volta. São três motivações que se encontram em todas as pessoas, embora em proporções distintas. Se predominar a motivação extrínseca a pessoa está dependente, de certo modo, das reações dos outros e atua de forma interesseira; se predominar a intrínseca, a pessoa pode decidir-se pela ação tendo em vista a sua melhoria pessoal; se predominar a transcendente a pessoa atua pensando ou abrindo-se às necessidades alheias ou à melhoria pessoal dos destinatários da sua atividade. As expectativas do professor sobre o aluno parecem profecias que se cumprem por si mesmas. É preciso então, articular o objetivo de fazer com que o aluno renda educacionalmente. A atmosfera interpessoal na qual se desenrola o trabalho escolar deve permitir ao aluno sentir-se apoiado e respeitado como pessoa, e assim ser capaz de dirigir e orientar a sua própria ação. Um ambiente de otimismo aumenta a motivação. Tem de se cuidar a motivação extrínseca nas tarefas rotineiras e nas tarefas que tem por base a memória, e da motivação intrínseca nas tarefas de aprendizagem conceitual, de resolução dos problemas propostos com base na criatividade. Alcançar esse propósito não é fácil. O trajeto é longo e sinuoso, porque convivemos com uma heterogeneidade de seres e situações nas salas de aula diariamente. O professor-motivador facilita as aprendizagens mais complexas, e promove a motivação para a aprendizagem, favorece a estrutura competitiva e acentua a idéia de capacidades intelectuais inatas, acentuando os esforços pessoais. Fomenta a reflexão e a interiorização e cria mecanismos para diminuição do estresse perante situações desafiadoras. Encontra trilhas para desenvolver a capacidade de trabalhar com grupos de forma eficaz e produtiva, despertando a motivação pessoal inerente no ser humano. As atividades educativas devem graduar-se de tal forma que, a partir das mais fáceis, o aluno vá obtendo êxitos sucessivos. A elaboração significativa das tarefas escolares gera motivação intrínseca. Não acontece o mesmo com as tarefas repetitivas e conceitualmente fora de contextos. Isto se deve ao fato de que a aprendizagem é significativa quando tem sentido para o aluno, coisa que não acontece com uma aprendizagem mecânica. O nível de estimulação dos alunos tem de ser adequado. Se a estimulação é muito reduzida não se produzem mudanças. Se for excessiva, costuma produzir ansiedade e frustração. Escutando atentamente os discursos instituídos em sala de aula, devemos respeitar o nível de dificuldade das tarefas propostas e podemos afirmar que as mudanças moderadas no nível de dificuldade e complexidade de uma tarefa favorecem a motivação intrínseca de quem as realiza por serem atraentes e agradáveis. As mudanças bruscas são rejeitadas pelos alunos ao serem identificadas como desagradáveis. Isso demanda que exista uma definição de um processo de ensino/aprendizagem onde o nível de dificuldade de uma tarefa seja adequado, favorecendo o próximo passo dos alunos. As tarefas percebidas como muito fáceis ou muito difíceis não criam motivação. As mais motivantes são aquelas percebidas com um nível médio de dificuldade. O professor que dá autonomia no trabalho promove o sucesso e a auto-estima, aumentando assim a motivação intrínseca. Já os professores centrados no controle, diminuem a motivação. Em relação ao ensino e a aprendizagem, pode-se dizer que a motivação é fundamental. Uma vez motivado, um aluno pode aprender, mesmo com pouca eficiência, sem professor, sem livros, sem escola e sem quaisquer recursos que promovam a aprendizagem, no entanto, mesmo estando cercado de recursos, se não existir alguma motivação de quem aprende, a aprendizagem não acontece. Na educação é estabelecido que temos que aprender algumas coisas em determinadas horas da vida - isto não é motivante. Se aprender é vital, quando uma pessoa não quer aprender, está num processo degenerativo, está morto. A aprendizagem também se dá se não estamos motivados, de forma mecânica, sem querer, sem se dar conta de que aprendeu. Mas, quando se aprende obrigado - não há significatividade. Quando se aprende querendo - o que se aprende é significativo e profundo. Portanto, quando motivação e aprendizagem caminham juntas, tudo dá certo. Sabemos que é muito difícil ser motivante e ensinante ao mesmo tempo porque no caso específico da escola, os ensinantes são educadores. Motivar significa predispor-se com um comportamento desejado para determinado fim. Os motivos ativam o organismo na tentativa de satisfazer suas necessidades e dirigem o comportamento para um objetivo que suprirá uma ou mais necessidades. Chamamos de motivação por impulso cognitivo, uma conseqüência da motivação por engrandecimento do ego, que se dá como a necessidade de passar de um ano à outro, se livrar da disciplina para se graduar ou, de alguma forma, progredir ou evitar o fracasso, podem levar à aprendizagem apoiada nesse tipo de motivação considerada como impulso cognitivo. “Tem-se de encontrar uma maneira de desenvolver, dentro do sistema educacional como um todo, e em cada componente, um pessoal; clima um assustadora, em clima conducente no que qual as a ao crescimento inovação capacidades não criadoras seja de administradores, professores e estudantes sejam nutridas e expressadas, ao invés de abafadas. Tem-se de encontrar, no sistema, uma maneira na qual a focalização não incida sobre o ensino, mas sobre a facilitação da aprendizagem autodirigida.” (ROGERS, 1986: 321). ROGERS, nos mostra que é preciso partir da própria experiência para chegar na formulação de princípios e leis que visem o método indutivo. Isto se torna presente em sala de aula, quando se inserem ocorrências, fatos e situações ocasionais da vida real dos alunos no desenvolvimento do tema correspondente e também quando se relaciona o que se ensina com a realidade circundante vivencial para o aluno. Valorizamos estes aspectos por entender que eles nos trazem as chaves para ver e compreender o papel da motivação educacional. A aprendizagem de fatos ou acontecimentos atuais costuma ter grande relevância no fazer uso da experimentação. Trata-se de tornar, na medida do possível, a teoria mais extraída da prática para não se ficar na pura teoria, indo do particular para o geral, do conhecido para o desconhecido, dos fatos para os princípios, do simples para o complexo. Participamos assim, do movimento de transformação que está sendo demandado e criado nos espaços diários colocados ainda à sombra da educação transformadora. Pensar e fazer um ambiente motivacional dependem das estratégias didáticas empregadas e de aulas operativas e participativas em contrapartida as passivas e dogmáticas. Os resultados são melhores quando o aluno descobre verdades científicas, e quando as tarefas são realizadas sem pressão. Rogers definiu aprendizagem como sendo uma "insaciável curiosidade" inerente ao ser humano e que a sua essência é o significado. Traduzindo para a sala de aula vemos que o foco está no processo e não no conteúdo da aprendizagem. 2.2- Interesse e Desafio Existe um relativo consenso entre os educadores sobre qual é o principal problema dos alunos na escola: a falta de interesse. Em relação ao ensino fundamental e médio, a dificuldade de envolver os alunos nas atividades de aprendizagem, levá-los a persistir nas tarefas desafiadoras, em suma, a valorizarem a educação, vemos relatada em artigos, livros e entrevistas. Parece que, para alguns estudantes, não é claro o porquê de estudar. Desse modo, é alimentada uma esperança de que, quando estiverem mais maduros e então puderem optar por uma área do conhecimento de seu interesse, sua motivação em relação a aprendizagem se modifique positivamente, mas nem nos cursos de nível superior isso efetivamente acontece. Muitos estudantes comparecem o mínimo necessário para aprovação na disciplina e passam com notas exprimidas, este é o reflexo de uma educação bancária, arraigada nos últimos anos, em que ter um diploma universitário é importante, deixando de lado o aprender universitário, o buscar, pesquisar, se envolver... Por isso o tema motivação e aprendizagem têm sido objeto de investigação dos psicólogos educacionais nos últimos anos e o problema da falta de motivação dos estudantes representa um dos maiores desafios à eficácia do ensino. Alguns determinantes da motivação escolar já são conhecidos e podem auxiliar o trabalho do professor que pretenda ver seus alunos genuinamente envolvidos. São muitos os aspectos abordados pelos estudos sobre a motivação no contexto escolar que podem auxiliar o professor a compreender os problemas e a agir de modo efetivo para superá-los. Mas, certamente o envolvimento dos estudantes com os conteúdos decorrem, em parte, das ações docentes nesse complexo ambiente em que se configura a sala de aula. Apesar de não existir uma receita mágica, é possível até “encantar” os alunos. A maior dificuldade, hoje, reside no planejamento da aula, que deve ser elaborada de forma a interessar a todos, porque cada aluno traz em si características muito diferentes e por isso é muito complicado criar um clima de aprendizagem. Isso acontece porque a motivação não é apenas algo natural, mas depende de fatores externos – motivação extrínseca. A maioria dos especialistas diverge criando uma divisão entre a motivação intrínseca — quando o próprio conteúdo basta para gerar um interesse — e a extrínseca — quando se recorre a elogios, notas ou prêmios. As pesquisas mostram que quanto mais idade o aluno tem mais se torna imprescindível à motivação intrínseca. Para trabalhar essa motivação, o mais importante é estimular o progresso do grupo e criar um ambiente agradável em sala. O estudante precisa perceber que o que ele faz é valorizado. Para a auto-estima do aluno isso é essencial. O aluno é naturalmente motivado para tudo aquilo que esteja ligado ao momento de vida pelo qual está passando. As pesquisas revelam que muitos professores planejam as atividades apenas de acordo com seu ponto de vista, sem definir os desafios a partir da perspectiva da classe. Uma boa dica é inverter os papéis: Se o professor descobrir o que a classe quer, com certeza vai atrair sua atenção. 2.3- Dicas Motivacionais para o professor: O professor deve estabelecer metas individuais. Isso permite que os alunos desenvolvam seu próprio critério de sucesso. Está provado que emoções positivas melhoram a motivação. Se for possível tornar alguma coisa engraçada ou emocionante, a turma tende a aprender muito mais. É preciso demonstrar por meio de ações que o aprendizado pode ser agradável, despertando no aluno o desejo de aprender. O aluno precisa ter certeza de que o professor se interessa pelo sucesso dele. Em várias propostas pedagógicas é possível mostrar ao aluno como o conteúdo pode ser aplicado na vida real. Não se pode simplesmente jogar a matéria. É preciso explicar sempre os objetivos de cada atividade. É muito importante ser flexível ao ensinar. Diante do avanço na sociedade contemporânea, é possível tornar a aula mais atraente com recursos visuais, como desenhos, fotos, gráficos, objetos, multimídia... CAPÍTULO III ESCOLA -DA INTERAÇÃO MOTIVADORA À APRENDIZAGEM Desde os anos 70, as mais variadas mudanças alteraram o modo de entender, de sentir e de agir, dentro das organizações escolares, impulsionando alternativas motivacionais para a resolução dos novos desafios que se impõem à estrutura atual. As possibilidades de motivar o profissional da educação para que, ao educar, possa enfrentar a mutação dos valores das crenças e das estruturas, há muito estratificadas, devem ser analisadas. O conceito de motivação tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo genérico, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma. Este impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo ou pode ser gerado no íntimo do ser humano, através de processos de raciocínio do indivíduo. Neste aspecto, relaciona-se com o sistema de cognição. Todo ser humano receia as ameaças à auto-estima e deseja o poder, o “status”. Desta maneira, esforça-se e usa seu tempo executando o que o leva à conquista do poder, dentro desse quadro os padrões do comportamento de cada indivíduo são motivados por necessidades, que dão sentido e conteúdo a este comportamento. 3.1- A Influência da motivação no comportamento A Teoria Administrativa das Relações Humanas passou a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas. Os fatores de motivação têm um papel a desempenhar em relação ao comportamento humano: são os energizadores deste comportamento. Entre os estudiosos do comportamento humano há nomes como: Abraham MASLOW, Frederick HERZBERG, Victor H. WROOM, Douglas MC GREGOR, Rensis LIKERT entre outros. Tanto as pesquisas como a prática vivenciada levam a conclusão de que nas instituições o trabalho em equipe aumenta a qualidade das decisões tomadas e das ações empreendidas, ao passo que diminui o risco de fracasso. Atualmente a idéia de que ensinar é uma tarefa complexa já é voz corrente entre os educadores. As áreas de conhecimento, cada qual com sua didática, indicam para a compreensão de elementos variados que podem aproximar a tarefa de ensinar do sucesso na aprendizagem. Para isso, é preciso considerar os conhecimentos dos alunos para que ocorra uma aprendizagem significativa, compreender como os alunos aprendem os conteúdos em sua especificidade e ainda considerar as muitas variáveis que influenciam o processo de ensinar, dentre elas, a motivação. A educação deve desenvolver padrões de crescimento que, permitindo a cada indivíduo manter e melhorar a sua identidade, num diálogo processual, possibilite uma formação dinâmica e uma correta adequação à sociedade. O conjunto de ações que a escola, o professor, a família e o meio exercem no processo de socialização, deve ser enfocado por uma visão do ensino que, para além de enfatizar o domínio cognitivo, enfatize também o domínio sócio-afetivo já que, como tem mostrado a recente psicologia da educação, todo o conhecimento é inútil quando desacompanhado de motivações, interesses e atitudes. O ser humano insere-se num contexto social e é através de processos inter-reagentes que o indivíduo devém pessoa. Educar é suscitar modificações significativas nos padrões de comportamento dos alunos, a prática educativa, pressupõe uma concepção otimista do mundo e do papel do homem no mundo. A escola é o lugar privilegiado do encontro dos vários agentes educativos na procura solidária, quer de um projeto de alargamento da autonomia individual, quer da autonomia social. Existe hoje, a necessidade de centrar a escola como o lugar de encontro de uma comunidade educativa e social. Decorre desta concepção o deslocamento da função do professor, assumindo este o papel de organizador de aprendizagens no processo de aprendizagem. Na escola então, a práxis pedagógica só se efetiva na sua plenitude quando permeada por uma estratégia de aprendizagem, isto é, os meios através dos quais os objetivos educacionais são trabalhados. O devir pedagógico, as tarefas de aprendizagem, devem partir o mais possível de problemas reais, e feitos de forma motivante. Segundo D’ANGELO (1995), a gestão tradicional entende a escola como se fosse um feudo e os profissionais como se fossem os vassalos. As escolas precisam mudar. Essa mudança deve acontecer de cima para baixo, tendo início pelo gestor. O gestor deve ser participativo e utilizando-se de novas motivações e novos significados, incorpore as mudanças, transformando a escolas em uma instituição sincrônica e não anacrônica. Uma boa equipe docente é aquela que sabe motivar, usa a lógica, a persuasão e procura evitar os extremos. Cede em determinados pontos para ganhar terreno, e, em outros, serve-se de acordos. Planeja o trabalho, deixando margem à responsabilidade e à iniciativa. Quando há conflito entre as condições de aprendizado e as aspirações dos alunos, motivando o corpo docente e os alunos. Esta é a escola de sucesso; a que garante a todos os alunos uma trajetória escolar bem sucedida, sem obstáculos, sem tropeços e sem voltas. O papel da Educação no mundo atual coloca, para a escola, um horizonte mais amplo e diversificado. Segundo MILLENSON (1975), a motivação do comportamento é interpretada, em geral, como o conjunto de determinantes ou causas do comportamento. Tanto o conceito mais clássico de motivação, voltado às necessidades, vontades, aspirações, desejos ou impulsos, quanto a definição à luz da análise experimental têm em comum a relação entre motivação e reforçadores. A elaboração e análise das variáveis que modulam as propriedades dos reforçadores constituem o campo da motivação. Ou seja, é preciso analisar quais as operações de estímulos que tornam a motivação mais ou menos provável. A motivação está diretamente associada à interação do ambiente e isto nos remete à necessidade de prever e planejar situações antecedentes e conseqüentes ao processo de aprender em sala de aula. É necessário que as escolas comecem a repensar suas atividades sob a perspectiva do consenso e de um trabalho integrado, planejado e executado por todos os elementos que fazem parte do processo ensino/aprendizagem. A aprendizagem refere-se a um confrontamento objetivo e uma motivação: para aprender; é necessário um vínculo e para que este vínculo se instale ela passa, também, pelo afeto e chega a motivação. Segundo PICHON, (1980), a aprendizagem é uma estrutura dinâmica em contínuo movimento, que funciona acionada ou movida por motivações psicológicas. DELORS (1999), cita os quatro pilares essenciais para um novo conceito de educação quais sejam: aprender a conhecer, aprender a viver juntos, aprender a fazer e aprender a ser. Um desses pilares reflete uma postura amadurecida com relação ao aluno: “... aprender para conhecer supõe, antes de tudo, aprender a aprender, exercitando a atenção, a memória e o aprendizagem acabado, e experiência. pensamento. do pode A O processo conhecimento enriquecer-se educação nunca com primária de está qualquer pode ser considerada bem sucedida se conseguir transmitir às pessoas o impulso e as bases que façam com que continuem a aprender ao longo de toda vida, tanto na escola como fora dela. (DELORS, 1999: 92). Torna-se preciso então criar um clima de liberdade psicológica de vontade e escolha que comprometa e faça emergir a motivação para a aprendizagem, favorecendo o sentimento de confiança na relação profissional entre aluno e professor. Tendo a motivação como implícita no ser humano, sendo o combustível central da aprendizagem significativa, aquela que se repete em todos os contextos vivenciais do aluno, facilitando mudanças de atitudes e comportamentos, para que ela apareça e permaneça, é necessário que o processo educativo seja encaminhado facilitando e promovendo o interesse pelo conteúdo que será abordado. CONCLUSÕES Falar de motivação no ambiente escolar exige uma atenção muito especial, pois estamos falando de algo que tem vida, de sujeitos que têm sonhos e aspirações. É por essa razão que precisamos estar atentos às relações e conteúdos que se constroem nesse espaço, refletindo sobre: O que estamos ensinando? Para quem estamos ensinando? E como estamos transmitindo este ensino? Independente de categorias sociais e culturais, o mais importante é que todos percebam seu valor como sujeitos nesse processo de construção e reconstrução do conhecimento. Outro ponto importante que não podemos esquecer, quando falamos de sala de aula é o prazer de estar na sala e esse prazer acontece quando o aluno sente o desejo pela aprendizagem. A vontade de aprender passa também pela motivação de conhecer o desconhecido. A motivação envolve também o professor, pois numa sala de aula não basta acompanhar o aluno, mas investir na qualidade desse acompanhamento, oferecendo-lhe situações de aprendizagem que contemplem o desenvolvimento de suas competências e habilidades, nas diversas áreas do conhecimento. Organizar e vivenciar atividades contextualizadas em sala de aula exige a presença de um planejamento de qualidade, rico em situações didáticas tanto para o aluno como para o professor, visto que o momento de construção e multiplicação do conhecimento tem que ser um momento de prazer para ambos. Construir um olhar vivo, prazeroso e alegre sobre a sala de aula é poder transformar esse espaço num cenário didático, onde o conhecimento poderá ser construído através das diversas linguagens, girando sempre em torno da cumplicidade e respeito entre aluno e professor, com diálogos motivantes. Toda atividade precisa de motivação. Motivar é criar interesse pelo tema e vontade de saber mais sobre ele. Tradicionalmente, isto era chamado de incentivação inicial. Centramos nossa visão sobre os benefícios da motivação no processo de aprendizagem escolar. Vimos que aprendemos pelo prazer e porque gostamos de um assunto, de uma mídia, de uma pessoa. Aprendemos mais ao conseguirmos juntar todos os fatores: interesse, motivação e ao desenvolver hábitos que facilitem o processo da aprendizagem em si, onde acabamos por sentir prazer no que estudamos e na forma de fazê-lo. Não nos foi possível ignorar a preocupação dos professores que implique o questionamento das práticas educacionais em função dos dados adquiridos através da investigação. O fundamento desta temática está associado à preocupação e com a pertinência da mesma no contexto escolar. Em linhas gerais vimos que aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos. Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços entre o que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. É importante recordar que precisamos abrir mão de posturas radicais e abraçar a motivação como determinante da aprendizagem, considerando o aluno em sua amplitude. Sabemos que existem muitos obstáculos a serem vencidos, mas não podemos esperar para vivenciar uma transformação educacional de fora para dentro, faz-se necessário e urgente que a motivação passe da retórica à prática educacional em nossa sala de aula, no nosso dia a dia. Esperamos ter contribuído com nossas explicações e lembramos que elas foram elaboradas dentro de uma perspectiva educacional vigente, onde aprofundamos o necessário ao esclarecimento da questão da motivação com vistas a alcançar resultados na aprendizagem escolar. Muitas certezas emolduraram nossa pesquisa, e alguns desafios ainda precisam ser vencidos. Fica aqui a perspectiva e o desejo de que no futuro bem próximo a “fórmula mágica” motivação se faça efetivamente presente. Delineamos novos percursos, e sinalizamos objetivos que devem ser convertidos à prática educacional, porque é evidente que ao proporcionar ao aluno condições e atividades que permitam a construção do conhecimento, de forma motivacional e criativa, se obtém um resultado significativo no processo ensino-aprendizagem. Pode parecer pretensão afirmar que a motivação é determinante para a aprendizagem, mas este é um desafio inscrito na possibilidade humana de sonhar utopias educacionais. Certamente, se continuarmos a fazer o que sempre fizemos, continuaremos a obter os resultados que sempre obtivemos. É preciso promover mudanças (paradigmáticas, gerenciais e pedagógicas) motivacionais, amplas e coerentes com a realidade da sala de aula. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, A. R. S.. A emoção na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999. ARCHER, Ernest R.; CODA, Roberto et al. Psicodinâmica na vida organizacional: motivação e liderança. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997. BARBOSA, Laura Monte Serrat. PCN: Parâmetros Curriculares Nacionais – O Papel da escola no Século XXI. Curitiba: Bella Escola, 2002. D’ANGELO, Hamilton. Introdução à gestão participativa. 2.ed. São Paulo: STS, 1995. DELOURS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI.– 3a. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: MEC: UNESCO, 1999. FREITAS, Nilson Guedes. Pedagogia do Amor – Caminho da Libertação na Relação Professor-Aluno. 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