ª - Parlamento

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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Expeça - se
REQUERIMENTO
X
PERGUNTA
Número
/
(
.ª)
Número 1448 / XIII (
1 .ª)
Publique - se
2016-04-14
O Secretário da Mesa
Emília
Santos
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Emília Santos
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Date: 2016.04.14
11:32:59 +01:00
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Assunto: Estirpes de bactérias resistentes na água do rio Ave
Destinatário: Min. do Ambiente
Ex. mo Sr.º Presidente da Assembleia da República
Segundo uma noticia da Lusa intitulada “Cientista descobrem quatro bactérias resistentes a
antibióticos no Rio Ave”, datada de 07 de abril, quatro estirpes de bactérias foram isoladas na
água do Rio Ave, todas “Escherichia coli”, com grande capacidade de resistência aos
antibióticos, incluindo aqueles que se usam exclusivamente nos hospitais para tratamento de
infeções graves (carbapenemos).
De acordo com a mesma noticia, o cientista Paulo Martins Costa, um dos membros da
investigação desenvolvida em parceria entre o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar
(ICBAS), Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e a Universidade de Friburgo na
Suíça, os genes responsáveis pelas resistências das bactérias descobertas "são idênticos aos
identificados em bactérias isoladas em hospitais, como, por exemplo, a 'Klebsiella pneumoniae',
no Hospital de Gaia”.
“As estirpes eram resistentes a todos os 20 antimicrobianos testados, incluindo o imipenem, um
antibiótico de última linha que se usa com muita contenção e apenas quando o tratamento com
outros antibióticos de primeira e segunda linha não seja eficaz”.
A recolha de amostras de água alegadamente foi feita em seis pontos do rio Ave, desde a
nascente até um troço abaixo de Santo Tirso, onde já em 2010 a mesma equipa terá isolado
uma outra estirpe (também resistente ao imipenem), portadora do mesmo gene identificado na
bactéria responsável por um grave surto de infeção no Hospital de Vila Nova de Gaia, em
agosto 2015, e que, segundo informou o Ministério da Saúde, colonizou um total de 103
doentes.
Para os investigadores “o impressionante neste estudo foi o isolamento simultâneo de diversas
estirpes multirresistentes num pequeno volume de água (200 mililitros), recolhido num açude em
Azenha Velha (Riba D’Ave), sendo legítimo extrapolar que estas perigosas bactérias estivessem
presentes em grande número no caudal do rio, alto devido às chuvas de inverno”.
Digitally
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JorgePaula
Ana
Paulo
Pereira
Oliveira
(Assinatura
Qualificada)
Date:
2016.04.13
2016.04.14
12:46:47
14:18:25
+01:00
Reason:
Location:
Jorge
Ana
Paulo
Paula
Dos contactos que os investigadores terão estabelecido com unidades de saúde na bacia do rio
Ave, nenhuma tinha isolado anteriormente bactérias semelhantes. Segundo o citado cientista,
mesmo admitindo que os exemplares encontrados no Ave possam ter origem em pessoas que
estiveram em países em que estas as bactérias têm vindo a ser encontradas (EUA, Colômbia ou
França), fica por explicar a “abundância” num caudal de inverno. Outra hipótese remete, de
acordo com o cientista, para a possibilidade de aquelas bactérias poderem ser enriquecidas por
algum poluente químico existente no rio.
Resumido, o estudo aponta para a existência de bactérias resistentes, causada por fatores que
ainda se desconhecem, mas que poderão estar relacionados com efluentes hospitalares e com
poluição química do rio Ave, o que constitui motivo de grande preocupação para as populações
dos concelhos banhados por aquele rio.
Pelo exposto, ao abrigo das disposições constitucionais, legais e regimentais em vigor,
os deputados abaixo identificados, solicitam ao Governo que, através do Senhor Ministro
do Ambiente, sejam dadas respostas às seguintes perguntas:
1. Tem o Governo conhecimento destas noticias e do teor deste estudo cientifico?
2. Em caso de resposta positiva, que diligências já adotou ou pretende adotar, para
confirmar os factos aí relatados, reparar e prevenir os mesmos?
Palácio de São Bento, quarta-feira, 13 de Abril de 2016
Deputado(a)s
JORGE PAULO OLIVEIRA(PSD)
ANDREIA NETO(PSD)
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Nos termos do Despacho n.º 1/XIII, de 29 de outubro de 2015, do Presidente da Assembleia da República, publicado no DAR, II S-E, n.º 1, de 30 de outubro
de 2015, a competência para dar seguimento aos requerimentos e perguntas dos Deputados, ao abrigo do artigo 4.º do RAR, está delegada nos VicePresidentes da Assembleia da República.
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