VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INTRODUÇÃO Qualidade de sementes: conjunto de características que determinam o valor para a semeadura ou o potencial de desempenho de um lote de sementes Atributos: genético, físico, fisiológico e sanidade JULIO MARCOS FILHO TECNOLOGIA DE SEMENTES DEPTO. DE PRODUÇÃO VEGETAL – USP/ESALQ INTRODUÇÃO Componente Fisiológico da Qualidade: atenção especial da pesquisa produtor rural primeiro “impacto” ocorre no estabelecimento do estande POTENCIAL FISIOLÓGICO Conjunto de aptidões que permite estimar a capacidade teórica (ou probabilidade de sucesso) da semente manifestar suas funções vitais Germinação (viabilidade) + Vigor de sementes 1 POTENCIAL FISIOLÓGICO Informações obtidas em laboratório permitem comparar o potencial fisiológico das amostras examinadas Comportamento das sementes em campo ou durante o armazenamento permite constatar até que ponto se manifestou o potencial comparativo identificado em laboratório e a eficiência dos procedimentos utilizados para avaliá-lo POTENCIAL FISIOLÓGICO DÚVIDA Por que lotes com germinação alta apresentam desempenhos inferiores em campo e durante o armazenamento? POTENCIAL FISIOLÓGICO DÚVIDA Por que lotes com germinação semelhante apresentam desempenhos diferentes em campo e durante o armazenamento? Germinação e emergência das plântulas em campo de 94 amostras provenientes de lotes submetidos a fiscalização do comércio de sementes de soja no estado do Mississippi, USA. (Adaptado de Delouche, 1974) 2 GERMINAÇÃO (%) Lote Germinação inicial e após armazenamento durante 18 meses, de 07 lotes de sementes de milho, em condições normais de ambiente (Adaptado de Delouche e Baskin, 1973) 100 Percentagem 1 90 88 80 58 2 90 87 70 62 Exemplo hipotético da germinação e emergência de plântulas, sob diferentes condições de ambiente VIGOR DE SEMENTES X Primeira referência Nobbe (1876): Y X germinação força motriz ou energia de crescimento Hiltner & Ihssen (1911) teste do tijolo moído vigor 0 Germinação Emergência de Plântulas (%) (%) Área 1 Área 2 Área 3 Y Anos 1940 teste de tetrazólio Deterioração Relação hipotética entre a germinação e o vigor durante a deterioração de sementes (Delouche & Caldwell, 1960) Até 1950, pouco foi feito: teste de frio (Alberts, 1927) e algumas incursões esporádicas para avaliar a velocidade de germinação 3 VIGOR DE SEMENTES Marco histórico: a proposta de Franck (1950) Abordagem européia x norte-americana Conseqüências VIGOR DE SEMENTES Conseqüências Entusiasmo e resposta para dúvidas quanto ao desempenho das sementes Estabelecimento de Comitê Especial Tentativas para Conceituar Avanço da Pesquisa e Criação de Testes Interesse de tecnologistas e produtores VIGOR DE SEMENTES A partir do início da década de 1980: Vigor não responde a todas as perguntas Não é possível “profetizar”: vigor expressa um potencial Deve ser considerada a interação potencial fisiológico x ambiente Classificação dos níveis de vigor depende do teste Lotes vigorosos x sucesso em diferentes ambientes “Profecia” e supervalorização do parâmetro Idéia predominante de 1950 a + 1975: Estabelecimento do estande sob condições desfavoráveis de ambiente CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES Termo “vigor” não surgiu para identificar um processo fisiológico definido, mas para interpretar manifestações do comportamento das sementes Característica mais abstrata ou menos palpável, adotada graças à deficiência de parâmetros para elucidar dúvidas sobre o desempenho das sementes (Carvalho, 1986) ISTA (2011): o vigor não é uma característica facilmente mensurável, mas um conceito que reune um conjunto de características associadas a aspectos do desempenho das sementes 4 CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES Vigor é o resultado da ação conjunta de todos os atributos da semente, que permitem a obtenção de estande, sob condições favoráveis de campo (Isely, 1957). Vigor é um estado de boa saúde e robustez natural da semente, que permite a germinação rápida e completa, sob ampla faixa de condições de ambiente (Woodstock, 1965). O termo vigor deve ser definido em conexão com a capacidade de germinação: uma semente é considerada mais ou menos vigorosa, na dependência da sua habilidade para originar plântulas normais, sob certas condições sub-ótimas (Schoorel, 1960). Um conceito sobre vigor não deve ser emitido apenas em termos de germinação: uma definição completa precisa incluir o comportamento durante o armazenamento e sobre a produção (Grabe, 1966). Vigor é a soma de todos os atributos da semente que favorecem um rápido e uniforme estabelecimento das plantas em campo (Delouche & Caldwell, 1960). Vigor tem sido definido com a utilização de termos como integridade, adaptabilidade, resistência, etc mas nenhum deles é cientificamente respeitável (Heydecker, 1972). CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES CONCEITOS DE VIGOR DE SEMENTES Vigor compreende as propriedades das sementes que determinam o seu potencial para a emergência rápida e uniforme e desenvolvimento de plântulas normais, sob ampla diversidade de condições de ambiente (AOSA, 2009). Vigor de sementes compreende conjunto de propriedades que determinam o potencial de lotes, com germinação aceitável, para a emergência rápida e uniforme de plântulas, sob ampla variação de condições de ambiente (TeKrony, 2003) É o conceito aceito pela ISTA 5 Foto: R.K. Zito França Neto França Neto Foto: R.K. Zito Foto: R.K. Zito França Neto Denise Dias 6 MANIFESTAÇÕES POSITIVAS DO VIGOR Emergência rápida e uniforme de plântulas normais Desempenho diferenciado de plântulas, tanto sob condições ideais como sub-ótimas O uso de sementes vigorosas assegura o estabelecimento de uma população adequada de plantas, mesmo sob condições estressantes MANIFESTAÇÕES DO BAIXO VIGOR SÃO AS MESMAS CITADAS EM MANIFESTAÇÕES FISIOLÓGICAS DA DETERIORAÇÃO França Neto FATORES QUE AFETAM O VIGOR DE SEMENTES Genótipo Escolha da área para a produção de sementes Condições climáticas durante a produção: época de semeadura Insetos e patógenos Nutrição da planta-mãe Momento e manejo durante a colheita VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Grande desafio da pesquisa sobre o potencial fisiológico de sementes, AINDA NÃO COMPLETAMENTE VENCIDO é esclarecer a sua real influência sobre o comportamento das sementes após a semeadura e o desenvolvimento das plantas, inclusive a produção final Secagem, beneficiamento, embalagem, armazenamento Tratamento 7 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES IMPORTANTE IDENTIFICAR, COM SEGURANÇA, ATÉ QUE PONTO POSSÍVEIS DIFERENÇAS NO DESEMPENHO DE PLANTAS REALMENTE SÃO CAUSADAS POR DIFERENÇAS NO NÍVEL DE VIGOR DE SEMENTES Osvaldo P. Pereira DIFERENÇAS DE VIGOR ? VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES MENOR VIGOR DE SEMENTES? Delouche (1974): a influência do vigor da semente não se estende além da emergência das plântulas; os efeitos sobre a produção das plantas ainda não estão esclarecidos, PLANTAS DOMINADAS embora haja indicações dessa possível influência Direcionamento dos estudos: populações de plantas, respeitando-se as espécies em que predomina o Osvaldo P. Pereira DESPENDOAMENTO MAL CONDUZIDO interesse sobre o desempenho individual 8 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Burris (1976): vários procedimentos podem ser utilizados para detectar diferenças de vigor entre amostras de sementes, em laboratório, mas a verificação desses efeitos em campo não é tarefa simples. Principal dificuldade se associa à diversidade do ambiente Hampton (2002): o vigor exerce profunda influência sobre a produção de várias culturas, mas esses efeitos se manifestam principalmente devido a possíveis diferenças na porcentagem de emergência das plântulas TeKrony & Egli (1991): o potencial fisiológico das sementes pode afetar indiretamente a produção da cultura, ao afetar a emergência das plântulas e o estabelecimento do estande, ou diretamente, mediante sua influência no vigor da planta Há efeito direto do vigor da semente sobre a habilidade dos tecidos das plantas converterem radiação solar em matéria seca? INDIVÍDUOS X POPULAÇÕES VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS Rapidez e uniformidade determinam o grau de exposição das sementes e plântulas a fatores adversos Amplitude da influência da emergência das plântulas sobre o desempenho subsequente das plantas depende da importância da distribuição espacial da população em campo UTILIZAÇÃO DE SEMENTES VIGOROSAS - Consumo de sementes - Porcentagem elevada de emergência de plântulas, sob ampla variação das condições de ambiente - Obtenção de população adequada de plântulas -Tolerância a estresses: profundidade de semeadura, veranicos, redução da temperatura, microrganismos, assoreamento, ... - Velocidade de emergência e estabelecimento do estande: vantagem na competição com plantas invasoras - Uniformidade do estande e do sistema radicular - Desenvolvimento inicial das plântulas hortaliças x milho, algodão x soja, arroz, trigo 9 Obtenção do estande adequado França Neto Base para altas produtividades França Neto VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS Emergência reduzida ou desuniforme: REPOLHO Matthews (2010) 10 Temperatura sub-ótima: atraso no desenvolvimento inicial alto vigor baixo vigor Emergência a 18oC / 25oC Matthews (2010) Marcos-Filho et al., 2006 Emergência a 25oC MELÃO VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS Emergência reduzida ou desuniforme: Atraso no desenvolvimento das plantas BAIXO VIGOR França Neto ALTO VIGOR LOTE COMERCIALIZÁVEL ? 11 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES PLANTAS INVASORAS INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS Emergência reduzida ou desuniforme: Controle de plantas invasoras França Neto VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INFLUÊNCIA DA EMERGÊNCIA DAS PLÂNTULAS DESUNIFORMIDADE NO DESENVOLVIMENTO E QUALIDADE DO PRODUTO Emergência reduzida ou desuniforme: Características das plantas associadas à colheita Desuniformidade da cultura, em diferentes estádios Interferência na qualidade do produto (hortaliças) EFEITOS SE RELACIONAM ÀS CARACTERÍSTICAS DA ESPÉCIE PROBLEMAS NO ESTANDE: PERCENTAGEM E VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS 12 CONSEQUÊNCIAS DA NECESSIDADE DE RE-SEMEADURA • acréscimo no gasto de sementes • cultivar não ideal • acréscimo considerável no custo: sementes e práticas agrícolas • época semeadura • eficiência dos herbicidas • perda de adubo • menores produtividades França Neto Mudas vigorosas Lotes Germin. (%) Env. acel. (%) Emerg. pl. (%) % Mat. seca (g/planta) 1 2 3 4 5 6 80 85 75 81 92 91 24 20 32 58 64 65 50 37 38 74 57 71 35 23 24 52 44 46 6,86 4,50 4,17 9,88 8,23 8,24 Efeitos do vigor de sementes sobre a emergência de plântulas e a produção de mudas vigorosas de cebola (Piana et al., 1995). VIGOR: INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO Plantas produtoras de grãos Influência sobre a emergência e desenvolvimento inicial das plantas é suficiente para justificar a importância do uso de sementes de alto potencial fisiológico Efeitos sobre o desenvolvimento das plantas e produção são menos evidentes Desenvolvimento inicial de plântulas de alface , cv. Regina (a) e Vera (b), provenientes de lotes de sementes com diferenças de vigor (Franzin et al., 2005). Denise Dias 13 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES VIGOR: INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO Plântula reservas da semente Plantas produtoras de grãos Planta autotrófica Como reconhecer essa transição ? - Há diferenças na percentagem de emergência (estande) ? Até que ponto o crescimento da planta depende do uso das reservas da semente, além do impulso inicial ? - Não há diferenças na percentagem de emergência (estande) ? Até que ponto o vigor da semente pode interferir no desenvolvimento da planta e produção final? Desempenho em campo Altura 20(†) 40 Queda da Produção (%) 87 59,1 164,9 0,0 95 86 57,7 162,9 3,2 23,0 95 79 52,6 156,7 3,8 40,0 96 78 51,8 155,0 15,5 Germin. (%) Emerg. Pl. (%) 11,5 98 17,0 Injúrias (%) (cm) (†) Dias após o início da emergência de plântulas Efeitos da intensidade de injúrias mecânicas em sementes de milho sobre e a germinação, a emergência de plântulas, desenvolvimento das plantas e produção de grãos (Andrews, 1971) Emerg. Estande Germin. Condut.(*) Lotes (%) Pl. (%) final (No/m) Vagens Grãos verdes (No/planta) (kg/ha) Grãos secos (kg/ha) 1 83 155 94 8 3,7 732 302 2 62 192 100 7 3,2 552 225 3 64 207 84 7 4,5 555 253 4 88 138 98 9 4,0 681 328 Germinação, vigor de sementes armazenadas em câmara fria e seca e desempenho de plantas de ervilha ‘Telefone Alta’ em campo (Mielezrzki e Marcos-Filho, 2012) Estande planejado: 9 plantas/m, 180.000 plantas/ha Lotes 1 e 4 com maior potencial fisiológico. Estande final também superior. Produção a partir dos lotes 1 e 4, não diferentes entre si, superou as dos lotes 2 e 3, também não diferentes entre si. 14 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Plantas produtoras de grãos Vigor da semente x impulso inicial “Efeito residual”: até quando? Efeito do vigor da semente INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO “Efeito residual”: até quando? Relações genótipo / ambiente Emergência Semente Não Vigorosa Maturidade Semente Vigorosa Em Rio Verde, GO, lavouras semeadas com o cv. TMG 123 RR, de duas origens, com diferenças de vigor (distribuição da mesma quantidade de sementes/m, nas duas áreas) Sementes Adriana, em 2009 Sementes Adriana, em 2009 15 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Parâmetros INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO LABORATÓRIO Germinação (%) Primeira Contagem (%) Velocidade de Emergência (índice) Emergência de Plântulas (%) Plantas produtoras de grãos Qual é o grau máximo de deterioração que pode ser alcançado pelas sementes sem afetar o desempenho? Reação ao espaço disponível NÍVEL MÍNIMO DE DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DESEMPENHO DAS PLANTAS Altura 35 dias (cm) Área Foliar aos 35 dias (cm2) Matéria Seca 50 dias (g) Área Foliar 70 dias (cm2) Matéria Seca aos 70 dias (g) Vagens na Maturação Produção (g/planta) Níveis de Vigor Alto Médio Baixo 91 81 5,6 74 66 46 4,0 64 61 48 3,4 43 142 1611 12,6 4799 47,8 220 52,5 102 1156 9,2 3529 25,1 151 37,0 88 1036 8,1 3104 21,2 130 32,9 Qualidade inicial das sementes e desempenho de plantas de soja, quando livres de competição (Popinigis, 1973) POPULAÇÃO DE PLANTAS Vigor Alt. 60 d Alt. 115 d M. seca (cm) (cm) 115 d (g) No pan. No grãos No grãos / / pl pan. Prod. (g/pl) Alto 99 a 113 a 92,4 a 61 a 8.693 a 136 a 217 a Baixo 94 b 110 b 74,7 b 53 b 6.788 b 135 a 170 b Relações entre vigor de sementes de arroz híbrido e o desempenho de plantas isoladas (Mielezrski et al., 2008) SEMEADURA EM COVAS E DESBASTE Fonte: França Neto et al., 1983 Ocorrência de seca ? 16 Cultivar Davis Bossier Níveis vigor Emergência (%) Envelh. Acelerado (%) POPULAÇÃO DE PLANTAS Produção (kg/ha) Alto 91 81 1999 Médio 79 50 1926 1994 Baixo 61 13 Alto 88 76 1747 Médio 83 67 1813 Baixo 74 56 1773 Efeito do nível de vigor da semente sobre o rendimento da soja (França Neto et al. 1984) VITRINE TECNOLÓGICA EMBRAPA/SOJA 2010/2011 RECOMENDAÇÃO DA QUANTIDADE DE SEMENTES É BASEADA NO ESPAÇAMENTO ENTRE SULCOS E NÚMERO DE PLANTAS POR METRO LINEAR, PARA A OBTENÇÃO DA POPULAÇÃO RECOMENDADA DE PLANTAS POR ÁREA REFERÊNCIA DISPONÍVEL: GERMINAÇÃO OBTIDA EM LABORATÓRIO DESBASTE É PRÁTICA USUAL OU NÃO? VITRINE TECNOLÓGICA EMBRAPA/SOJA 2010/2011 VIGOR ALTO VIGOR BAIXO DIFERENÇA (%) Germinação (%) 97 81 16 p.p. Dois níveis de vigor: alto e baixo Vigor TZ(%) 92 65 27 p.p. Popul. pós desbaste 12 12 --- Data de semeadura: 26/11/2010 Popul. Final (pl/m) 9,7 9,9 --- Altura de planta 81,2 71,3 13,9% Cultivar: BRS 294 RR Data de desbaste: 09/12/2010 – 12 pl/m Data de colheita: 26/03/2011 França Neto PARÂMETRO Vagens/pl. (No) 60,2 45,6 32,0% Sementes/pl. (No) 133,0 97,6 36,3% Mat. Seca (g) 159,2 154,2 3,0% Produt. (kg/ha) 3.354 3.040 10,3% França Neto 17 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES INFLUÊNCIA SOBRE DESEMPENHO DAS PLANTAS E PRODUÇÃO Plantas produtoras de órgãos vegetativos Hortaliças: populações mais baixas, produto comercial é parte vegetativa aérea (folhosas), subterrânea ou parte reprodutiva (flores ou frutos) Efeitos do vigor da semente sobre a emergência das plântulas podem ser críticos, quando as plantas são colhidas na fase vegetativa Germin. (%) Env. Acel. (%) Altura de plantas (cm) Produção de bulbos (kg/ha) Matéria seca de plantas(g) 28(†) 56 84 28 56 Env. Acel. (%) Emerg (%) Vel.Germ. (índice) Compr. Raízes (mm) Matéria Seca de Raízes (g) 1 93 99 87 48,5 61,5 8,1 2 93 91 80 48,2 58,1 6,1 3 92 89 76 48,1 58,0 5,5 4 91 86 73 47,1 48,3 5,3 (*) distribuição de número fixo de sementes Germin. Emerg. plântulas % Índ. % Índ. 1 100 37,8 98 31,2 91 5,7 8,5 1.327 10,5 2.422 2 100 41,6 100 32,0 95 5,9 7,9 1.239 10,8 2.279 3 96 34,5 25,6 86 5,1 8,2 1.494 11,2 2.349 Lotes Envelh. M. seca (%) (g/50 mudas) 84 1 79 64 6,6 22,0 56,4 0,005 0,153 2,370 45,9 2 83 79 9,3 29,2 58,7 0,009 0, 315 2,513 43,6 5 90 80 . 9,6 28,7 56,3 0,009 0,338 2,158 46,1 6 80 73 8,6 26,0 55,8 0,008 0,245 2,005 42,5 (†). Germin. (%) Relações entre o vigor de sementes, avaliado em laboratório e o desenvolvimento de raízes de nabo, em condições de campo (Hanumaiah & Andrews, 1973) O que ocorre quando não há diferenças no estande ? Lotes Lotes 97 Prod. comercial por planta No Peso (g) frutos Prod. total por planta No Peso (g) frutos Dias após a semeadura Relações entre o vigor de sementes de cebola e o desempenho das plantas em campo (Rodo & Marcos Filho, 2003) Lotes mais vigorosos (2, 5 e 6) originaram plantas com maior desenvolvimento inicial (altura e massa seca aos 28 dias após a semeadura. Aos 84 dias as diferenças se atenuaram ou se inverteram e a produção final não diferiu significativamente (transplante). Estande ajustado para 14 plantas/m; transplante aos 42 dias (> 15 cm) Porcentagem e velocidade de germinação (índice), porcentagem e velocidade de emergência de plântulas (índice) e envelhecimento acelerado (%), de lotes de sementes de pepino, cv. Safira e seus reflexos no desempenho de plantas em parcelas transplantadas: massa seca aos 14 dias, produção comercial e total por planta. (Lima e Marcos-Filho, 2009) 18 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Efeitos do vigor sobre a produção das plantas dependem de: VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas - Percentagem de emergência de plântulas (estande inicial) - Capacidade de compensação das plantas ou adaptação ao espaço disponível - Órgão da planta explorado comercialmente - População de plantas / área a) Variação das condições experimentais b) Estudar efeitos em plantas individuais ou em populações de plantas (cultura) ? - Época de colheita, em relação ao ciclo da planta - Grau de deterioração das sementes utilizadas VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES SCHUCH et al. (2009) SOJA - Soja, cv. Mercedez - Germinação = 90% Plântulas normais no Envelhecimento Acelerado = 69% PLANTAS INDIVIDUAIS - Semeadura: 0,50cm entre linhas e entre plantas (plantas isoladas); 6 sementes por cova e desbaste deixando 1, com base na velocidade de germinação Alto Vigor: emergência de plântulas até o 6o dia Baixo Vigor: emergência de plântulas entre o 9o e o 10o dia - Resultados: Sementes com alto vigor originaram plantas com produção individual 25% superior às de baixo vigor 19 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Altura Diâmetro Vagens Sementes Sementes 1000 Produção (cm) (g/pl) (cm) (No /pl) (No /vagem) (No /pl) sem. (g) Pot. fisiol. No ramos Alto 9,8 a 71 a 1,8 a 282 a 1,76 a 495 a 148 a 73,0 a Baixo 9,5 a 64 b 1,5 b 232 b 1,78 a 412 b 140 b 58,6 b POPULAÇÕES (CULTURA) Dados referentes ao desempenho individual de plantas de soja originadas de sementes com diferenças no potencial fisiológico (Schuch et al., 2009) KOLCHINSKI et al. (2005) SOJA Sementes: Alto vigor: Germinação: 95%; Emergência de plântulas : 94% Baixo vigor (envelhecidas): Germinação: 75%; Emergência de plântulas: 70% Semeadura: sementes misturadas nas seguintes proporções: – 100% Baixo Vigor; – 75% Baixo Vigor / 25% Alto Vigor; – 50% Baixo Vigor / 50% Alto Vigor; – 25% Baixo Vigor / 75% Alto Vigor; – 100% Alto Vigor Efetuaram semeadura em covas e posterior desbaste (critério?) França Neto CONCLUSÃO A população originada apenas por sementes de alto vigor proporcionou acréscimo superiores a 35% no rendimento de grãos, em relação à população originada apenas por sementes de baixo vigor A maior produtividade foi determinada pela maior quantidade de vagens por planta França Neto 20 VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas c) Que teste(s) para caracterizar o vigor inicial ? d) Quais são os valores de referência para caracterizar as diferenças de vigor? Pesquisas têm sido baseadas em resultados dos testes: - Germinação - Envelhecimento acelerado - Tetrazólio - Velocidade de germinação (emergência de plântulas) Testes diferentes com resultados expressos em unidades diferentes (%, velocidade...) e) Trabalhar com diferenças amplas ou estreitas de vigor ? Esses testes têm os mesmos princípios ? Avaliam características semelhantes ? VIGOR E DESEMPENHO DE SEMENTES Fatores que dificultam o esclarecimento de dúvidas f) Tentar definir valores de referência: O que seria “alto vigor” ? (G > 90% ? EA > 85% ? TZ > 90% ?) Vigor “médio” ? Vigor “baixo” ? Base em que teste(s) ? Talvez pelas razões aqui expostas (e por várias outras não mencionadas) o grande desafio da pesquisa sobre efeitos do potencial fisiológico de sementes sobre o desempenho de plantas, AINDA NÃO FOI COMPLETAMENTE VENCIDO, embora os avanços do conhecimento não tenham sido modestos. g) Que fatores determinam as diferenças de vigor ? h) Efeitos do ambiente são considerados na pesquisa? 21 22