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13/05/2015
El Niño é confirmado por órgão australiano | Valor Econômico
El Niño é confirmado por órgão australiano
Por Camila Souza Ramos | De São Paulo
Depois de um mês de aumentos expressivos das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico, o
fenômeno El Niño parece que chegou para ficar nos próximos meses. Pelo menos foi o que indicou o
escritório de meteorologia do governo da Austrália, que confirmou ontem a formação do fenômeno,
cinco anos após sua última configuração.
O índice de Oscilação Sul ­ El Niño, que serve de termômetro para a avaliação do escritório australiano,
vinha mostrando uma tendência de formação do fenômeno desde o início do ano. Em março, o órgão do
governo americano que acompanha o clima, o NOAA, já havia avaliado que o El Niño havia se formado.
Porém, no último mês, as temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico situadas entre os
trópicos ultrapassaram o nível de formação do fenômeno. Os ventos, que costumam reduzir essas
temperaturas, mantiveram­se constantemente fracos desde o início do ano. Além disso, o tempo ficou
ainda mais nublado na faixa tropical do Oceano Pacífico nas últimas semanas.
Esses indicadores, de acordo com o escritório australiano, sugerem que a combinação entre o que está
acontecendo no Oceano Pacífico tropical e na atmosfera indica que o El Niño provavelmente vai persistir
nos próximos meses.
No ano passado, as temperaturas superficiais do Pacífico também mantiveram­se acima da média por
vários meses, mas o órgão australiano limitou­se a emitir alertas, sem confirmar a formação do
fenômeno.
A última vez que o escritório confirmou a formação de um El Niño foi em abril de 2010. Naquela época,
o fenômeno alcançou nível moderado a forte.
Alguns efeitos climáticos já começam a ser sentidos pela agricultura. O El Niño está associado
geralmente a chuvas torrenciais no sul dos Estados Unidos, como já vem ocorrendo há semanas. Essa
umidade tem beneficiado as lavouras de trigo de inverno que estão sendo cultivadas no país, o que deve
reverter parte dos efeitos negativos da seca do ano passado e aumentar a produtividade das plantas.
O fenômeno também está associado a secas na Austrália, importante produtor global de trigo e algodão.
No Brasil, costuma provocar chuvas fortes na região Sul entre o inverno e a primavera, com possíveis
reflexos sobre o desenvolvimento da safra de trigo, de acordo com a estatal Embrapa. No Nordeste e
Norte do país, o efeito costuma ser o inverso, com escassez de precipitações e temperaturas acima da
média, prejudicando a atividade agrícola regional.
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