O PROBLEMA INVERSO DAS FORÇAS CENTRAIS NO PRINCIPIA PÁGINA PRINCIPAL PRINCIPIANDO O PRINCIPIA – Parte I A TEORIA DAS PROPORÇÕES COMO NEWTON DE FATO ESCREVEU O PRINCIPIA? PRINCIPIANDO O PRINCIPIA – Parte II Na seção 3 do Livro 1, “De motu corporum in conicis sectionibus excentricis”, Newton discute o que hoje chamamos ‘problemas inversos’. Proposição XI. Problema VI. Um corpo se move numa elipse: achar a lei da força centrípeta tendendo ao foco da elipse. DE MOTU CORPORUM O PROBLEMA INVERSO DAS FORÇAS CENTRAIS NO PRINCIPIA LIBER I, SECTIO VI, LEMMA XVIII DE MUNDI SYSTEMATE NEWTON DEMONSTROU QUE ÓRBITAS SÃO ELÍPTICAS? REFERÊNCIAS LINKS Proposição XII. Problema VII. Suponha que um corpo se mova numa hipérbole: achar a lei da força centrípeta tendendo ao foco dessa figura. Proposição XIII. Problema VIII. Um corpo se move no perímetro de uma parábola: achar a lei da força centrípeta tendendo ao foco dessa figura. Newton então ‘resolve’ problemas, após o que vem o Corolário I. Das últimas três proposições segue que um corpo com qualquer velocidade, sob a ação de uma força centrípeta ‘quadrado-inversa’, se moverá numa das cônicas. Pois, dados o foco, o ponto de esses contato, e a posição da tangente, uma cônica pode ser descrita que tenha nesse ponto uma dada curvatura. Mas a curvatura é dada pela força centrípeta, e a velocidade é dada: e duas órbitas tocando-se mutuamente não podem ser descritas pela mesma força centrípeta e pela mesma velocidade. Nas Proposições 11, 12 e 13 do Livro 1 Newton mostra que se um ‘corpo’ orbita ao longo de uma cônica e a lei da área vale para o foco S então o corpo é acelerado por uma força inversamente proporcional ao quadrado da distância a S. No Corolário 1 das Proposições acima Newton estabelece que o inverso é verdade, isto é, se a força é ‘quadrado-inversa’ então as trajetórias são cônicas, cujo um dos focos é o centro de força. Esse Corolário é um exemplo de problema inverso de forças centrais: a força central F e o centro de força S são dados, e o problema é achar a trajetória, dadas a posição e velocidade iniciais. Na Proposição 17 Newton apresenta uma técnica geométrica construtiva para determinar a cônica que responde as condições iniciais quando o valor absoluto da força ‘quadrado-inversa’ F e o centro de força S são conhecidos. A Proposição 17 se baseia no fato de que a posição inicial, velocidade, massa do corpo e valor absoluto da força central num ponto determinam a tangente e o raio de curvatura nesse ponto. Como um dos focos é dado, as condições do Corolário 1 determinam unicamente a órbita cônica. Das Proposições 11-13 sabe-se que tal cônica é uma possível órbita para a força F. Para invocar as Proposições 11-13, Newton assume implicitamente que o movimento Kepleriano ao longo da cônica existe e é único. Em 1709, depois dos artigos de Keill (1708) e antes das criticas de Johann Bernoulli (1710) Newton notou que o Corolário 1 precisava ser ampliado. Esta ampliação foi publicada na segunda edição (1713) do Principia. Com estas novas linhas, o Corolário 1 adquire um significado mais claro. Para uma dada força central ‘quadrado-inversa’, qualquer condição inicial determina unicamente a cônica (identificada construtivamente na Proposição 17). Das Proposições 11 e 13, sabemos que o movimento Kepleriano ao longo dessa cônica satisfaz a equação do movimento para a força e condições iniciais dadas. Nas linhas finais um teorema de unicidade é invocado: duas órbitas diferentes que satisfaçam as mesmas condições iniciais e que ‘tocam uma a outra’ (que têm a mesma tangente e a mesma curvatura nesse ponto inicial) não podem existir. Portanto cônicas são as únicas órbitas possíveis para uma força ‘quadrado-inversa’.