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CARLOS ALBERTO RICHA
Governador do Estado do Paraná
NORBERTO ANACLETO ORTIGARA
Secretário de Estado da Agricultura
e do Abastecimento
INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - IAPAR
FLORINDO DALBERTO
Diretor-Presidente
TIAGO PELLINI
Diretor de Pesquisa
ALTAIR SEBASTIÃO DORIGO
Diretor de Administração e Finanças
ADELAR ANTONIO MOTTER
Diretor de Gestão de Pessoas
JOSÉ ANTÔNIO TADEU FELISMINO
Diretor de Inovação e Transferência de Tecnologia
Capa Maracuja - 25-01-15.indd 2
27/01/2015 00:37:20
BOLETIM TÉCNICO Nº 83
JANEIRO/2015
ISSN 0100-3054
MARACUJÁ-AMARELO
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CULTIVO NO PARANÁ
Sergio Luiz Colucci de Carvalho
Neusa Maria Colauto Stenzel
Pedro Antonio Martins Auler
INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ
Londrina
2015
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INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ
Comitê Editorial (interino)
Tiago Pellini
José Antônio Tadeu Felismino
Edmilson Gonçales Liberal
Álisson Néri
Crédito das imagens
Sergio Luiz Colucci de Carvalho
Figs. 4, 5, 7, 8, 10a, 14, 15, 16, 17a, 17b, 23a, 23b,
26, 27 e 29
Pedro Antonio Martins Auler
Figs. 21 e 30
Editor Executivo
Álisson Néri
José Raimundo de Sá
Figs. 6a, 12, 19a e 19b
Revisão
Carla M. P. Machado
Edino Ferreira da Silva
Figs. 2a, 2b, 2c, 2d, 3a, 3b, 6b, 9, 10b, 10c, 11, 13,
18a, 18b, 20, 22a, 22b, 24a, 24b, 25, 28a, 28b e capa
Diagramação
Nelson M. Júnior
Capa
Terê Marques
Wilian da Silva Ricce
Fig. 1
Distribuição
Área de Difusão de Tecnologia - ADT
[email protected] | (43) 3376-2373
Terê Marques
Figs. 5, 8 e 29
Tiragem: 1.300 exemplares
Todos os direitos reservados.
É permitida a reprodução parcial, desde
que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
C331m Carvalho, Sergio Luiz Colucci de.
Maracujá-amarelo : recomendações técnicas para cultivo no
Paraná / Sergio Luiz Colucci de Carvalho, Neusa Maria Colauto
Stenzel, Pedro Antonio Martins Auler. – Londrina : IAPAR, 2015.
54 p. : il. ; 22 cm. – (Boletim Técnico ; n. 83)
Inclui bibliografia.
ISSN 0100-3054
1. Maracujá – Cultivo – Paraná. 2. Maracujá – Doenças e pragas
– Paraná. I. Stenzel, Neusa Maria Colauto. II. Auler, Pedro Antonio
Martins. III. Instituto Agronômico do Paraná. IV. Título. V. Série.
CDU 634.776.3(816.2)
Impresso no Brasil / Printed in Brazil
2015
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AUTORES
Sergio Luiz Colucci de Carvalho
Engenheiro-agrônomo
PhD em Fenologia de Plantas
Pesquisador da Área de Fitotecnia
IAPAR – Londrina
[email protected]
Neusa Maria Colauto Stenzel
Engenheira-agrônoma
Doutora em Agronomia
Pesquisadora da Área de Fitotecnia
IAPAR – Londrina
[email protected]
Pedro Antonio Martins Auler
Engenheiro-agrônomo
Doutor em Agronomia
Pesquisador da Área de Fitotecnia
IAPAR – Paranavaí
[email protected]
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APRESENTAÇÃO
O maracujá-amarelo é cultivado em todo território brasileiro. Apesar de ser uma planta nativa, somente na década de 1970
os estudos com esta fruteira foram intensificados, propiciando
maior divulgação e segurança para a implantação de pomares
comerciais e avanços na industrialização da polpa para confecção de refrescos e confeitos. Quando da implantação do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), praticamente não havia
pomares comerciais de maracujá no Estado. O IAPAR, então, iniciou trabalhos com esta fruta no ano de 1976, com os primeiros
pomares implantados na região Norte e litoral do Estado. Posteriormente, os estudos foram estendidos para praticamente
todas as regiões aptas ao seu cultivo no Paraná.
Por se tratar de fruteira de ciclo relativamente rápido e
demandar práticas especializadas de cultivo, o maracujazeiro
adaptou-se bem em pequenas propriedades, sendo hoje importante fator de renda para muitos agricultores familiares, com
importância significativa na base da economia de alguns municípios do litoral e da região central do Paraná. Com a expansão
da cultura, surgiram novos desafios. Houve maior ocorrência de
pragas e doenças, problemas de condução de pomares, nutrição
de plantas e entraves de ordem econômica, dentre outros.
Esta publicação é fruto da experiência acumulada do IAPAR
envolvendo pesquisadores e técnicos de diversas especialidades
para definir tecnologias apropriadas a cada uma das situações
enfrentadas pelo bravo homem do campo. Espera-se que esta obra
contribua para a consolidação do agronegócio do maracujá, principalmente para o pequeno agricultor.
A todos aqueles pesquisadores, técnicos, extensionistas,
agricultores, industriais e instituições de financiamento e pesquisas que de alguma forma contribuíram para que esta publicação se tornasse realidade, nosso reconhecimento.
Os autores.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................9
ATRIBUTOS DA FRUTA..........................................................9
ZONEAMENTO DA CULTURA..............................................10
CULTIVARES........................................................................11
PROPAGAÇÃO....................................................................12
Obtenção e Armazenamento de Sementes...............12
Formação de Mudas..................................................14
IMPLANTAÇÃO DO POMAR...............................................17
Escolha do Local.........................................................17
Quebra-vento.............................................................17
Correção do Solo.......................................................17
Preparo do Solo.........................................................18
Preparo das Covas.....................................................19
Sistemas de Condução...............................................19
Espaçamento e Densidade.........................................23
Plantio........................................................................23
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TUTORAMENTO, DESBROTA E CONDUÇÃO.......................25
PODA..................................................................................25
FLORESCIMENTO E POLINIZAÇÃO.....................................27
FATORES QUE INFLUENCIAM A FRUTIFICAÇÃO.................28
ADUBAÇÃO........................................................................29
MANEJO DO MATO E CULTIVO INTERCALAR.....................30
PRINCIPAIS DOENÇAS........................................................32
Doenças da Parte Aérea Causadas
por Bactérias e Fungos..............................................32
Bacteriose.........................................................32
Antracnose........................................................33
Verrugose..........................................................33
Manejo das doenças da parte aérea.................35
Viroses.......................................................................35
Vírus do endurecimento dos frutos
do maracujazeiro...............................................35
Vírus da pinta verde (PGSV)..............................37
Doenças Fúngicas de Solo..........................................38
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Murcha ou fusariose (Fusarium oxysporum
f. sp. passiflorae) e podridão do colo
(Phytophthora cinnamomi)...............................38
PRINCIPAIS PRAGAS...........................................................39
Lagartas (Dione juno juno e
Agraulis vanillae vanillae)..........................................39
Lagarta-dos-frutos.....................................................39
Percevejos (Diactor bilineatus,
Holymenia clavigera e Leptoglossus gonagra)..........40
Coleobroca (Philonis passiflorae)...............................41
Moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e
Ceratitits capitata).....................................................41
Mosca-do-botão-floral (Protearomyia sp.)................41
Ácaro Vermelho (Tetranychus spp.)...........................41
Abelhas......................................................................43
Besouros....................................................................43
Outras Pragas.............................................................45
EQUIPAMENTOS PARA PULVERIZAÇÃO
DE AGROQUÍMICOS...........................................................45
CICLO E PRODUÇÃO...........................................................46
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COLHEITA E COMERCIALIZAÇÃO........................................47
CUSTOS E RECEITA..............................................................49
REFERÊNCIAS.....................................................................51
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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INTRODUÇÃO
Originário da América tropical, o maracujá-amarelo ou maracujá-azedo (Passiflora edulis Sims) é o mais cultivado e comercializado no Brasil, sendo seus frutos utilizados, principalmente, para a
produção de suco.
A exploração econômica do maracujazeiro no Brasil, e também
no Paraná, tem experimentado oscilações na área de plantio devido
à ocorrência de doenças e preços de mercado, fatores determinantes para a decisão de se cultivar essa fruteira, que apresenta ciclo de
produção relativamente curto e boa rentabilidade por área, constituindo uma importante alternativa de renda, principalmente para os
pequenos agricultores. Por ser espécie de clima tropical e subtropical, o maracujá-amarelo adapta-se bem às regiões livres de geadas
severas, havendo, no Paraná, extensas áreas aptas ao seu cultivo.
No Brasil, o plantio comercial teve início nos anos 1970 e, no
Estado do Paraná, no final da mesma década. Sua expansão e comercialização ocorreram no início da década de 1980, principalmente
na região litorânea do Estado, onde, ainda hoje, a cultura representa importante fonte de renda. Atualmente, a exploração do maracujá está distribuída em diferentes regiões do Paraná.
ATRIBUTOS DA FRUTA
Com sabor especial, o suco do maracujá está entre os mais
apreciados pelos consumidores e sua polpa, também, é amplamente empregada no preparo de doces, geleias, néctares, refrescos, sorvetes e outros produtos culinários.
A cor amarela ou alaranjada intensa do seu suco deve-se aos
pigmentos carotenoides, que são precursores de vitamina A e
atuam como antioxidantes na prevenção de doenças e processos de
envelhecimento. A polpa também é fonte de vitaminas do complexo
B, vitamina C e minerais.
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Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR
A casca é rica em fibras solúveis, principalmente pectina, cuja
utilização na forma de farinha pode auxiliar na redução do colesterol e da glicose no sangue e em dietas de emagrecimento.
As sementes são consideradas boas fontes de ácidos graxos
essenciais e possuem propriedade vermífuga, com possibilidade de
uso na alimentação, cosméticos e fármacos.
A substância denominada maracujina ou passiflorina, presente
principalmente nas folhas do maracujá, tem propriedade sedativa e
é amplamente empregada como calmante natural.
ZONEAMENTO DA CULTURA
As condições de relevo e a posição geográfica do Paraná condicionam climas distintos para o cultivo do maracujá. Assim, recomenda-se seu cultivo em áreas abaixo de 700 m, localizadas ao
norte do Estado, no litoral, no Vale do Ribeira e em regiões com
temperaturas mais elevadas e baixo risco de geada.
De acordo com o zoneamento agrícola definido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), apenas as
regiões destacadas em verde e amarelo são consideradas aptas ao
cultivo do maracujá no Paraná (Figura 1). Os períodos de plantio
nessas regiões foram determinados em função do risco de ocorrência de geada. Para regiões com risco inferior a 20%, o plantio é indicado para o período de agosto a março (área verde do mapa) e, para
aquelas com risco entre 20% e 40%, o plantio é indicado para os
meses de agosto a outubro (área amarela do mapa)1.
Informações sobre a relação de municípios recomendados para
o plantio de maracujá no Paraná, assim como sobre os demais critérios adotados na definição do zoneamento agrícola dessa cultura,
podem ser obtidas na Portaria do MAPA nº. 122, de 20/04/2011.
Informações complementares sobre época de plantio estão detalhadas em Plantio (p. 23) e
Ciclo e Produção (p. 46).
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Figura 1. Zoneamento agrícola da cultura do maracujá-amarelo no Paraná.
CULTIVARES
Existem diversas cultivares de maracujá-amarelo registradas
no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA, mantidas por
instituições públicas ou privadas, algumas com maior aptidão para
a agroindústria e outras para o mercado in natura2. Informações
sobre as características agronômicas de cada cultivar devem ser
obtidas diretamente com os mantenedores das mesmas.
É importante que a indicação de determinada cultivar ou seleção seja sempre antecedida de avaliações prévias do seu comportamento agronômico na região em que será cultivada.
Informações disponíveis em: www.agricultura.gov.br/vegetal/registros-autorizacoes/
registro/registro-nacional-cultivares
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PROPAGAÇÃO
Obtenção e Armazenamento de Sementes
A propagação do maracujá-amarelo em escala comercial é feita
por meio de sementes. Cada fruto contém, em média, 350 sementes, sendo que 1 grama contém aproximadamente 45 delas.
Viveiros comerciais devem, obrigatoriamente, adquirir sementes de instituições que detém o registro ou a manutenção da cultivar. Para a produção de mudas com a finalidade de uso próprio, as
sementes devem, preferencialmente, ser adquiridas de instituições
mantenedoras de registro da cultivar. Porém, também é possível
obtê-las no próprio pomar, quando o mesmo apresenta boas condições fitossanitárias. Nesse caso, devem ser selecionadas plantas produtivas, vigorosas, sadias e com as características da cultivar.
Para a obtenção das sementes, deve-se selecionar frutos grandes, de coloração amarelo-canário, ovalados, com casca lisa e sem
manchas. As sementes devem ser retiradas de, no mínimo, 20 frutos de diferentes plantas e misturadas. Antes da extração, deve-se
fazer a assepsia dos frutos, lavando-os em uma solução contendo
1 litro de água sanitária dissolvido em 10 litros de água, por cinco minutos. Em seguida, após os frutos serem cortados e a polpa
retirada, deve-se colocar as sementes em um recipiente de vidro
ou saco plástico, para fermentar, por um período de 3-5 dias, o
que facilita a separação das sementes da polpa (Figura 2a, b). Na
sequência, as sementes devem ser colocadas em uma peneira, lavadas em água corrente e secas à sombra por aproximadamente 48
horas, em camadas finas, sobre folhas de papel (Figuras 2c, d).
As sementes podem ser semeadas em seguida ou ficar armazenadas em sacos plásticos fechados, em câmara fria, à temperatura
de 5-8oC, por até um ano, sem perda significativa da germinação.
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a
b
c
d
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Figura 2.Etapas de extração das sementes de maracujá. a) frutos
selecionados; b) fermentação da polpa em saco plástico fechado; c) lavagem das sementes em água corrente;
d) secagem das sementes.
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Formação de Mudas
Dependendo da época de plantio, o preparo da muda apresenta tempo de formação e cuidados diferenciados, principalmente
em função de diferenças na temperatura ambiente. Assim, mudas
para plantio no final do inverno ou no início da primavera devem
ser formadas em ambiente protegido do frio e semeadas com a
maior antecedência da data prevista para o plantio, pois podem
levar até 90 dias para atingir o desenvolvimento adequado para o
plantio. Já as mudas para plantio no verão podem ser preparadas
com menor antecedência, pois atingem desenvolvimento adequado em 45-60 dias (Tabela 1).
Os viveiros de produção de mudas devem ser protegidos com
tela antiafídeos, que impede a entrada de pulgões, e as mudas
devem ser produzidas à meia sombra (50% de sombreamento), em
local com quebra-vento previamente estabelecido, livres da ocorrência de geada e distantes de pomares de maracujazeiro.
Em regiões com ocorrência de viroses ou maior risco de geada, é possível o emprego de mudas mais desenvolvidas, com até
100 cm de altura, as quais deverão ser plantadas desde meados
de agosto até setembro, em cultivo mais adensado, para produção
de um único ciclo. Nesse caso, as mudas devem ser produzidas em
recipientes com maior volume de substrato.
Tabela 1. Tempo para germinação das sementes e formação das mudas
de maracujá-amarelo, de acordo com a época de plantio.
Fase
Início da germinação
Muda pronta
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Plantio de verão
Plantio de inverno
10-15
15-20
Tempo a partir da semeadura (dias)
45-60
75-90
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As mudas podem ser preparadas em saco plástico preto
(9,0 cm x 18,0 cm) ou tubete (3,5 cm x 14,0 cm) (Figura 3). Para
a produção de mudas mais desenvolvidas, recomenda-se a utilização de sacos plásticos de 15 cm x 25 cm, com volume de aproximadamente 1,0-1,5 kg de substrato. Para enchimento dos recipientes utilizados na produção das mudas podem ser utilizados
dois tipos de substrato:
1. Substrato à base de terra: consiste em três partes de terra
para uma de esterco de curral curado. Para cada metro
cúbico da mistura, adiciona-se 1,0 kg de susperfosfato
simples e 2,0 kg de calcário dolomítico. Um metro cúbico
permite encher 2.400 sacos (9,0 cm x 18,0 cm). Para eliminar patógenos, após o preparo o substrato deve ser submetido a tratamento por calor (vapor) ou solarização;
2. Substrato comercial: produto normalmente preparado
à base de casca de madeira, que tem a vantagem de ser
esterilizado. É encontrado nas opções fertilizado ou não.
Caso não seja fertilizado, deve ser previamente preparado
com adubos minerais e orgânicos apropriados. Uma opção é a incorporação, na dose de 5,0 g/L, de fertilizante
de liberação gradual da fórmula 19-6-10. Para a formação
de mudas em tubetes, recomenda-se somente o substrato
comercial, especialmente para produção contínua e em
grande escala.
Em ambos os sistemas de produção de mudas, as sementes, em
número de duas a três, devem ser colocadas a aproximadamente
1 cm de profundidade. Quando as plântulas estiverem com 3-5 cm
de altura, deve-se realizar o desbaste, deixando somente a mais
vigorosa, cortando o caule das outras rente ao substrato, para não
danificar o sistema radicular da remanescente.
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a
b
Figura 3. Mudas de maracujá-amarelo produzidas em saco plástico (a)
e em tubete (b).
Deficiências de nitrogênio e fósforo poderão ser corrigidas
com a aplicação de ureia a 0,5% e de fosfato monoamônico (MAP)
a 1,0%, diluídos em água e aplicados com regador. Para prevenir
doenças, as mudas devem ser pulverizadas com calda bordalesa
(0,6%) a cada 15 dias. Periodicamente, devem ser feitas inspeções
no viveiro para verificar a ocorrência de pragas e doenças, e uma
vez constatado o ataque, deve-se fazer a aplicação de inseticidas ou
fungicidas específicos. As mudas estão prontas para o plantio quando alcançam 15-20 cm de altura (Figura 3).
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IMPLANTAÇÃO DO POMAR
Escolha do Local
Ao escolher o local para implantação do pomar, deve-se dar
preferência às áreas planas, com proteção natural de ventos fortes,
e evitar aquelas com histórico de doenças no cultivo de maracujá.
Também devem ser evitadas áreas sujeitas a geadas, como baixadas
e com face sul, com solos mal drenados e declividade acentuada, e
áreas próximas de cultivos nos quais são utilizados herbicidas que
apresentem risco de deriva, principalmente 2,4-D.
Quebra-vento
Nas condições climáticas do Paraná, recomenda-se a utilização
de quebra-vento para minimizar a ação do vento e suas consequências, principalmente sobre a sanidade dos pomares. Não havendo disponibilidade de área com quebra-vento pré-estabelecido, sua implantação deve ser realizada com pelo menos seis meses de antecedência,
de forma a oferecer proteção às mudas no momento em que forem
plantadas, mantendo-se distância mínima de cinco metros da linha de
plantio do maracujazeiro. O capim-elefante, cv. Cameroon (Figura 4),
tem sido bastante utilizado e apresentado bons resultados.
Correção do Solo
O uso de corretivos deve ser definido com base no resultado da
análise química do solo, coletado, preferencialmente, em duas profundidades (0-20 cm e 20-40 cm). Quando a saturação por bases
(V%) na camada de 0-20 cm for inferior a 60%, deve-se realizar calagem para elevá-la a 70%. De acordo com o resultado da análise química, deve-se optar por calcário dolomítico ou calcítico ou a composição de ambos, visando manter o equilíbrio entre cálcio e magnésio
no solo. Na camada de 20-40 cm, a presença de teores elevados de
alumínio (saturação acima de 50%) e/ou muito baixos de cálcio indicam que o uso do gesso deve ser considerado, nesse caso aplicado
associado à calagem. Os corretivos devem ser aplicados em área total
antes do preparo do solo, no mínimo três meses antes do plantio.
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Figura 4. Cultivo de maracujá-amarelo protegido com quebra-vento de
capim-elefante, cv. Cameroon.
Preparo do Solo
Dependendo das condições químicas e físicas do solo, seu preparo poderá ser em área total ou mínimo, utilizando-se aração
(20 cm de profundidade) e gradagem. Não havendo restrições químicas (teor elevado de alumínio e/ou baixa saturação por bases)
e físicas (presença de compactação), o preparo poderá ocorrer
em faixas, nas quais se revolve o solo apenas nas linhas de plantio,
mantendo-se as entrelinhas vegetadas. Em áreas que já apresentam condições adequadas de fertilidade e sem problema de compactação, não é necessário revolver nem mesmo as linhas de plantio, fazendo-se, nesse caso, apenas um bom preparo da cova.
O preparo mínimo é recomendado, especialmente, para solos
arenosos, como os originários do Arenito Caiuá (Região Noroeste
do Paraná), e também para áreas com declividade mais acentua4 Livro_Maracuja Amarelo - 21-01-15.indb 18
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da, como as do Vale do Ribeira, cujas condições são mais suscetíveis à erosão.
Preparo das Covas
A forma mais prática e econômica de preparar as covas é abrir
com sulcador, em toda a extensão da linha de plantio, sulcos com
30-50 cm de profundidade. Após a marcação dos pontos de plantio
no sulco, deve-se aplicar e misturar os adubos com a terra e fechar
as covas, aguardando o plantio das mudas. As covas também podem
ser abertas individualmente, com a dimensão mínima de 30 cm de
profundidade e 40 cm de largura. Na sua adubação, deve-se utilizar
200-400 g de superfosfato simples (de acordo com o teor de fósforo no solo), 250 g de calcário dolomítico e 40 g de cloreto de potássio. É importante utilizar também adubo orgânico, cuja quantidade vai depender da fonte utilizada. No caso de esterco de bovino,
deve-se utilizar em torno de 10 litros por cova, e de esterco de galinha ou cama de frango, em torno de 5 litros por cova.
As covas devem ser preparadas pelo menos 20 dias antes do
plantio das mudas, sendo importante que as mesmas recebam
chuva ou sejam molhadas após o fechamento, possibilitando o
assentamento da terra e a fermentação do adubo orgânico, caso
este ainda não esteja bem curado.
Sistemas de Condução
O maracujazeiro necessita de condução por ser uma planta
trepadeira e de crescimento rápido. O sistema de espaldeira vertical com um fio de arame é o mais utilizado, por ser mais barato
e facilitar a polinização manual e os tratos culturais e fitossanitários (Figuras 5 e 6). O fio de arame liso deve passar pelos furos dos
palanques a 1,90 m do solo e ser esticado com catraca. Os palanques das cabeceiras devem ter, aproximadamente, 3,0 m de altura
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e 0,20 m de diâmetro e os intermediários 2,50 m de altura e 0,12 m
de diâmetro, distanciados, no máximo, 12,0 m entre si. A cada 6,0 m
é necessário utilizar palanques de apoio, como estacas de bambu gigante ou palanques de madeira. Tutores de bambu também
podem ser utilizados como apoio e linhas muito extensas (máximo de 80,0 m) devem ser evitadas, pois dificultam o manejo das
plantas e o escoamento da produção.
Sempre que possível, a instalação da espaldeira deve seguir
a orientação leste-oeste, que permite insolação mais homogênea
dos dois lados da planta e evita a queimadura de frutos pela exposição frontal ao sol (Figura 7).
Outro sistema de condução é em latada ou caramanchão
(Figura 8), cuja utilização tem sido mais frequente em regiões com
alta população de agentes polinizadores naturais, como o litoral
paranaense. Nessa região, esse sistema é utilizado em sucessão à
cultura do chuchu.
a Palanque de cabeceira
Palanque de apoio Palanque intermediário
< 0,12 m
0,12 m
Tutor
1,0 m
1,9 m
Catraca
0,20 m
0,5 m
Solo
12,0 m
6,0 m
b
Figura 5. Esquema do sistema de condução em espaldeira para maracujá-amarelo (a) e opções para instalação do palanque de
cabeceira (b).
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a
b
Figura 6. Maracujá-amarelo conduzido em espaldeira, com um fio de
arame, em fase inicial de formação do pomar (a) e em produção (b).
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2,0 m
Figura 7. Dano em fruto de maracujá-amarelo causado pela exposição
ao sol.
,0 m
-6
4,0
4,0-6,0 m
Figura 8. Esquema do sistema de condução em latada para maracujá-amarelo.
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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No Norte do Paraná, alguns produtores utilizam o sistema
em latada na combinação de uva e maracujá, no qual este é cultivado por uma safra, durante o período de formação dos porta-enxertos da uva; porém, se sua rentabilidade estiver alta e o pomar apresentar boas condições fitossanitárias, atrasa-se a enxertia da uva,
deixando o maracujá produzir por mais uma safra.
Embora apresente maior produtividade do que outros sistemas de condução e menor custo com controle do mato, o sistema
em latada tem como desvantagens: maior custo de instalação; dificuldade de polinização; maior incidência de doenças, diminuindo
a longevidade do pomar; maior dificuldade no tratamento fitossanitário; e, maior dificuldade na colheita dos frutos, que ficam presos entre os ramos.
Portanto, em áreas com histórico de doenças fúngicas e bacterianas, como também em regiões onde há necessidade de polinização manual, é imprescindível que o sistema de condução seja
em espaldeira.
Espaçamento e Densidade
Entre plantas, na linha de plantio, recomenda-se o espaçamento de 2,0-3,0 m. Nas entrelinhas, deve-se utilizar o espaçamento de
2,5-3,0 m quando a pulverização é feita com pulverizador (atomizador) costal, podendo chegar a 4,0 m quando se utiliza trator associado a outros implementos. No menor espaçamento (2,0 m x 2,5 m)
a densidade é de 2.000 plantas por hectare e no maior (3,0 m x 4,0
m) é de 833 plantas por hectare. Contudo, o mais utilizado é o de
3,0 m x 3,0 m, cuja densidade é de 1.111 plantas por hectare.
Plantio
Nas regiões de menor risco climático do Paraná (ver Figura 1),
o maracujazeiro pode ser plantado no período de agosto a março.
Entretanto, nessas regiões, a maior eficiência econômica do pomar
é obtida com o plantio realizado nos meses de janeiro a março (plan4 Livro_Maracuja Amarelo - 21-01-15.indb 23
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tio de verão) ou em agosto/setembro (plantio de inverno). Embora indicado no zoneamento agrícola, o plantio de outubro a janeiro
não é adequado, por não permitir produção economicamente viável de frutos no primeiro ciclo de cultivo, com aumento dos custos
e baixa produtividade. Por sua vez, em regiões com maior risco de
geada (ver Figura 1), o plantio deve se restringir apenas aos meses
de agosto/setembro.
Nos meses de abril a julho, o plantio não é recomendado, pois
nesse período, que coincide com o outono/inverno, a planta apresenta baixo desenvolvimento vegetativo e fica suscetível a fatores
adversos como ventos frios e geadas3.
Antes do plantio, as mudas devem ser expostas ao sol aos poucos, para aclimatação. No momento do plantio (Figura 9), deve-se
retirar a muda da embalagem e após isso, para facilitar a irrigação
até garantir o pegamento das mudas, recomenda-se o coroamento
das covas.
Figura 9. Muda de maracujá-amarelo com a embalagem removida
antes do plantio.
Informações adicionais sobre a época de plantio encontram-se em Ciclo e Produção (p. 46).
3
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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TUTORAMENTO, DESBROTA E CONDUÇÃO
O caule principal do maracujazeiro necessita ser conduzido em haste única, por meio de desbrotas dos ramos laterais, até
alcançar o fio de arame. Na condução, utiliza-se um tutor, que
pode ser um barbante fixado no chão e no fio de arame (Figura
10a) ou uma estaca de bambu, na qual o caule, à medida que cresce, vai sendo amarrado com fita plástica ou barbante (Figura 10b).
Ao amarrar o caule do maracujazeiro na estaca de bambu, o laço deve
ser preparado no formato do número oito (Figura 10c), para evitar o
seu estrangulamento.
Ao atingir o fio de arame, o caule principal deve ser conduzido
para um dos lados, deixando-se uma brotação que será conduzida
para o lado oposto (Figura 11a). A condução desses ramos deve ser
feita pelo enrolamento dos mesmos no fio de arame (Figura 11b).
Os ramos não devem ser amarrados, pois isso compromete o seu
desenvolvimento. Nessa fase, é importante que a operação seja realizada com frequência de 2-3 vezes por semana.
Cabe ressaltar que, como medida preventiva à ocorrência de
doenças, o desponte de ramos, utilizado na formação inicial do
maracujazeiro, não é mais recomendado.
Depois que atinge o fio de arame, do caule ou haste principal
originam-se os ramos secundários que, por sua vez, dão origem aos
ramos terciários. Com o crescimento desses ramos é formada a “cortina” de ramos (ver Figura 6b), onde ocorre a produção de frutos.
PODA
A poda de produção não é aconselhada, por favorecer a entrada de doenças e o declínio da planta. Recomenda-se a poda de limpeza, que deve ser realizada no início da primavera e consiste em
eliminar os ramos secos, doentes e os próximos ao solo.
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a
b
c
Figura 10. Condução do caule principal do maracujá-amarelo em haste única, em tutor de barbante (a), em tutor de bambu (b) e
detalhe de como deve ser amarrado o barbante no bambu (c).
a
b
Figura 11.Condução dos ramos secundários do maracujá-amarelo
quando atingem o fio de arame (a) e detalhe do enrolamento
do ramo no fio (b).
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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FLORESCIMENTO E POLINIZAÇÃO
O maracujá-amarelo floresce sob influência de dias longos,
necessitando, no mínimo, de 11 horas de luz por dia. Sua flor abre no
início da tarde e fecha na noite do mesmo dia, não abrindo novamente. A mamangava (Xylocopa spp.) é o principal agente polinizador
(Figura 12). As flores de uma mesma planta são auto-incompatíveis
e a autofecundação raramente ocorre, motivo pelo qual a polinização
deve ser cruzada com o pólen de flores de outras plantas de maracujá do pomar. No horário em que as flores estão abertas, no mínimo
70% delas devem ser fecundadas naturalmente, possibilitando, percentual equivalente de frutificação. Na ausência ou baixa população
de mamangavas, deve-se recorrer à polinização manual, que é realizada mediante a transferência do pólen, que está presente nas cinco
anteras, para a parte superior dos três estigmas da flor, utilizando-se
os dedos (Figura 13). Para maior eficácia na fecundação da flor e consequente frutificação, a polinização manual deverá ser executada a
partir de uma hora após a plena abertura das flores.
Figura 12. Mamangavas polinizando a flor do maracujá-amarelo.
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Figura 13. Polinização manual da flor do maracujá-amarelo, mostrando
o momento em que os dedos tocam os estigmas da flor para
transferir o pólen.
FATORES QUE INFLUENCIAM A FRUTIFICAÇÃO
Pomares de maracujá-amarelo com bom nível de florescimento
podem, em determinadas circunstâncias, apresentar baixa produção
de frutos. Além da auto-incompatibilidade entre flores de uma mesma planta, outros fatores podem prejudicar a frutificação, como:
•
•
•
Chuva: a chuva umedece os grãos de pólen, que se rompem, prejudicando a fecundação da flor e, consequentemente, diminuindo a frutificação;
Temperatura: temperaturas elevadas, em torno de 35oC,
durante o período de florescimento podem causar o abortamento do botão floral;
Seca: períodos de seca prolongada podem causar queda
do botão floral;
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
•
•
•
•
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Agente polinizador: ausência ou baixa população de mamangavas diminui a frutificação;
Abelhas melíferas: as abelhas são prejudiciais ao maracujá, pois removem o grão de pólen e o néctar antes mesmo
da flor se abrir, deixando-as menos atrativas para as mamangavas;
Horário das pulverizações: pulverizações no período em que
as flores estão abertas afetam a frutificação, pois diminuem
a ação das mamangavas e prejudicam a viabilidade dos
grãos de pólen, que se rompem ao se umedecer com a água;
Outros fatores: doenças, pragas, deficiências nutricionais e
tipo de flor também podem afetar a frutificação.
ADUBAÇÃO
Considerando-se um solo de fertilidade média, serão apresentadas sugestões de adubação para o período de formação das
plantas (Tabela 2) e produção dos frutos (Tabela 3). O responsável
técnico poderá ajustar as adubações de acordo com o resultado da
análise do solo, a produção esperada, o desenvolvimento vegetativo
das plantas e o adubo disponível.
Tabela 2. Adubação de formação para o maracujazeiro, de acordo com
a fase de desenvolvimento da planta, em um solo de fertilidade média.
Fase de desenvolvimento
N
Início da brotação da muda
12
Formação dos ramos secundários
25
Haste principal com 2,0 m
Formação dos ramos terciários
4 Livro_Maracuja Amarelo - 21-01-15.indb 29
18
30
(g/planta)
K2O
-
25
30
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30
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Tabela 3. Adubação de produção para o maracujazeiro, de acordo com
a produtividade esperada em um solo de fertilidade média.
Produtividade
esperada (t/ha)
N
Inferior a 20
50
Superior a 30
90
De 20 a 30
70
P2O5
K2O
20
100
30
180
(g/planta)
25
150
A aplicação de adubo na fase de formação deve ser realizada
em círculo ao redor da planta, cujo diâmetro da faixa de aplicação
deve ir aumentando gradativamente de 20 cm até 50 cm, respectivamente da fase inicial de brotação da muda até o início da emissão
dos ramos terciários.
As adubações de produção também devem ser realizadas em
círculo ao redor da planta, numa faixa de aplicação com 60-80 cm
de diâmetro. A quantidade de adubo anual deve ser parcelada em
3-4 aplicações. Um reforço com adubação orgânica poderá ser realizado em cobertura durante o primeiro fluxo de florada. Os adubos,
minerais ou orgânicos não devem tocar o tronco da planta.
Para plantios em sequeiro, as adubações devem ser realizadas nos períodos de maior disponibilidade de água no solo, ou seja,
no período de maior ocorrência de chuvas (de setembro a março),
época que coincide também com temperaturas mais elevadas, as
quais favorecem o crescimento da planta.
A adubação com micronutrientes é recomendada quando da
constatação de carências na planta. O adubo a ser utilizado e as
doses devem ser indicados pelo responsável técnico.
MANEJO DO MATO E CULTIVO INTERCALAR
As plantas de maracujá devem ser mantidas livres da concorrência de mato num raio de 50 cm a partir do caule. No restante da
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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área, deve-se manter o solo com cobertura vegetal espontânea, que
deve ser roçada, principalmente nas épocas mais secas do ano e em
eventuais períodos de estiagem durante a estação das chuvas, para
evitar a concorrência por água. O material roçado das entrelinhas
pode ser deslocado para as linhas de plantio para a formação de
cobertura morta. Pode-se utilizar, também, o plantio de leguminosas e gramíneas como cobertura vegetal no manejo das entrelinhas.
O uso de coberturas vegetais nas entrelinhas (Figura 14) aumenta a infiltração de água no solo, reduz a erosão, melhora a fertilidade
e auxilia no manejo fitossanitário do pomar. Já a cobertura morta na
linha de plantio, além de também contribuir para essas melhorias,
reduz a incidência do mato e preserva a umidade do solo.
Durante a fase de formação das plantas de maracujá, pode-se
ainda utilizar o cultivo intercalar nas entrelinhas com plantas de
baixo porte, como arroz (Figura 15).
Figura 14. Pomar de maracujá-amarelo mantido com cobertura vegetal
espontânea após a roçagem.
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Figura 15. Pomar de maracujá-amarelo mantido com cultivo intercalar de
arroz durante a fase de formação das plantas, em Guaíra - PR.
PRINCIPAIS DOENÇAS
Doenças da Parte Aérea Causadas por Bactérias e Fungos
Bacteriose
A bacteriose é causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis
pv. ‘Passiflorae’, que provoca lesões severas nas folhas (Figura 16).
Tem como consequência a intensa desfolha e a seca dos ramos a partir das pontas, podendo causar a morte de toda a planta. A disseminação dessa bactéria se dá pelo vento, chuva, mudas, sementes, caixas
de colheita, ferramentas e pelo homem. No Paraná, essa doença tem
sido um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento da
cultura, cujos prejuízos podem causar perda total do pomar, sendo
fundamental seguir criteriosamente as medidas de manejo preconizadas (ver Manejo das doenças da parte aérea, p. 35).
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Figura 16. Sintomas de bacteriose em folhas de maracujá-amarelo.
Antracnose
Doença causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides
(Glomerella cingulata), que ocorre em condições de elevada umidade e temperatura e de baixa luminosidade e ventilação. Causa
danos em toda a parte aérea da planta, podendo provocar desfolha,
seca de ponteiros e ramos, queda de botões florais e lesões nos frutos, depreciando-os para o comércio (Figura 17).
Verrugose
Doença causada pelo fungo Cladosporium herbarum, manifesta-se em todos os órgãos da planta, principalmente em condições de
umidade elevada e temperatura amena. Porém, em períodos mais
quentes, sua ocorrência é predominante em botões florais, causando sua queda e consequente diminuição da frutificação. Quando ocorre nos frutos, causa lesões e/ou deformidades, deixando-os
impróprios para o comércio (Figura 18).
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a
b
Figura 17. Sintomas de antracnose em folha (a) e em fruto (b) de maracujá-amarelo.
a
b
Figura 18. Sintomas de verrugose em botão floral (a) e em fruto (b) de
maracujá-amarelo.
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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Manejo das doenças da parte aérea
O manejo de doenças causadas por bactérias e fungos da parte
aérea da planta deve ser realizado preventivamente, utilizando-se
calda bordalesa (0,6%) semanalmente, no período chuvoso, ou
quinzenalmente, em períodos mais secos. A adubação deve ser
equilibrada, evitando-se o excesso de nitrogênio. Não é recomendada a irrigação por aspersão e a utilização de pressão excessivamente alta nas pulverizações. As plantas deverão ser inspecionadas frequentemente e no aparecimento dos primeiros sintomas deve-se
intensificar o controle, eliminando-se e incinerando-se as partes
afetadas e as folhas caídas no solo para, posteriormente, aplicar
fungicidas e bactericidas.
O quebra-vento é muito importante na prevenção da bacteriose, por isso deve estar formado antes do plantio das mudas de
maracujá. Outras medidas preventivas também devem ser realizadas para evitar essa doença como, por exemplo, o controle da entrada de pessoas no pomar e a desinfecção, com bactericida, das mãos,
calçados e caixas de colheita. É importante destacar, também, que
a entrada da doença em uma região pode ocorrer por sementes ou
mudas contaminadas e que em áreas de ocorrência de bacteriose, a
polinização manual pode contribuir para sua disseminação.
Viroses
Vírus do endurecimento dos frutos do maracujazeiro
Essa doença é causada pelo vírus Cowpea aphid-borne mosaic
vírus (CABMV), que é transmitido por pulgões e tem potencial destrutivo muito grande, a ponto de inviabilizar o cultivo do maracujá
em muitas regiões. No Paraná, embora haja registro de sua ocorrência desde 1981, apenas recentemente essa doença tem se alastrado com maior intensidade, provocando sérios prejuízos em vários
polos de produção.
Os principais sintomas são o crescimento retardado da planta e o encurtamento dos entrenós, que diminuem sua vida útil.
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Os sintomas nas folhas são os de mosaico comum, às vezes com
enrugamento, deformações e bolhas. Os frutos apresentam endurecimento, deformação e diminuição de tamanho, ficando impróprios
para comercialização (Figura 19).
a
b
Figura 19. Sintomas do vírus do endurecimento dos frutos em folhas (a)
e em fruto (b) de maracujá-amarelo.
Todos esses sintomas podem ocorrer em maior ou menor
intensidade, dependendo da estirpe do vírus. Para diminuir sua
incidência e disseminação, as seguintes medidas devem ser criteriosamente adotadas:
•
•
•
Utilizar mudas sadias, procedentes de viveiros registrados, protegidos com tela antiafídeos e situados distantes
de áreas de plantio;
Não adquirir mudas procedentes de regiões onde há ocorrência da doença;
Antes do plantio, eliminar pomares velhos e abandonados, utilizar quebra-ventos e plantar o novo pomar em
local isolado;
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
•
•
•
•
•
•
•
37
Inspecionar diariamente os pomares e eliminar as plantas
com sintomas da doença. Essa medida é fundamental para
que a doença não se alastre em poucos meses e atinja todas as plantas do pomar;
Erradicar os pomares logo após o primeiro ou segundo ciclo, dependendo da estratégia de manejo adotada e do grau
de erradicação ou de plantas doentes ao término do ciclo;
Em regiões com ocorrência endêmica da doença, deve-se
adotar o cultivo de apenas um ciclo, erradicando o pomar
20-30 dias antes (vazio sanitário) do novo plantio (agosto/setembro);
Não utilizar em plantas sadias os mesmos instrumentos
de poda e desbrota utilizados em plantas com sintomas da
doença;
Não realizar a desbrota com as unhas, quando há suspeita
de doença no pomar;
Manter as entrelinhas do pomar permanentemente vegetadas e roçadas, preferencialmente com gramíneas.
Não cultivar nas entrelinhas e nas adjacências do pomar plantas hospedeiras do vírus como feijão, crotalária,
amendoim, mucuna, ervilha e soja. Plantas que favorecem
a reprodução de pulgões também devem ser evitadas, assim como espécies silvestres de maracujá.
Vírus da pinta verde (PGSV)
Essa doença é causada pelo vírus Passion green spot virus
(PGSV), que é transmitido pelo ácaro Brevipalpus phoenicis, cujos
sintomas são manchas verdes em frutos maduros, folhas velhas cloróticas e lesões nos ramos. Os frutos com sintomas ficam depreciados para comercialização (Figura 20). Sua maior incidência é verifi-
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cada em períodos com temperaturas altas e umidade relativa baixa.
A doença é controlada por meio de pulverizações com acaricidas,
visando o controle do ácaro transmissor da doença.
Figura 20. Sintoma do vírus da pinta verde em fruto de maracujá-amarelo.
Doenças Fúngicas de Solo
Murcha ou fusariose (Fusarium oxysporum f. sp.
passiflorae) e podridão do colo (Phytophthora cinnamomi)
São doenças que causam a morte das plantas, porém, no Paraná, são raros os casos constatados.
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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PRINCIPAIS PRAGAS
Lagartas (Dione juno juno e Agraulis vanillae vanillae)
As lagartas reduzem a área foliar da planta e podem causar
prejuízos na produção. Ocorrem principalmente na formação das
mudas e em plantas novas. Em viveiro, o controle pode ser feito por
catação manual e destruição das lagartas ou com inseticida específico, se o ataque for severo. No pomar, o controle deve ser realizado
com inseticida específico após a constatação de vários focos com a
presença da lagarta (Figura 21).
Figura 21. Lagarta-da-folha (Dione juno juno).
Lagarta-dos-frutos
Causa danos e infecção nos frutos, provocando seu apodrecimento e queda (Figura 22). Recomenda-se o controle cultural, que
é realizado com a catação dos frutos infestados, seguida da destruição por incineração ou pela deposição desses frutos em vala no
chão coberta com tela mosquiteiro, para permitir apenas a saída
de parasitoides.
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a
b
Figura 22. Lagarta-do-fruto (a) e danos causados em maracujá-amarelo (b).
Percevejos (Diactor bilineatus, Holymenia clavigera
e Leptoglossus gonagra)
São insetos sugadores, que atacam os botões florais e os frutos para se alimentar da seiva da planta. Nos frutos novos, provocam murcha e queda precoce; nos frutos desenvolvidos, causam
murcha, deformações e pontuações típicas escurecidas sob a casca
(Figura 23).
O controle pode ser feito aplicando-se preventivamente, nas
linhas externas do plantio, uma solução inseticida com NaCl (sal
de cozinha) a 0,5%. O uso de armadilhas com frascos contendo
essa solução também é medida auxiliar no controle. Ainda assim,
se constatada alta população da praga, devem ser feitas pulverizações nas plantas em linhas alternadas com a mesma solução. Recomenda-se, também, eliminar plantas hospedeiras, como o melão-de-são-caetano, das proximidades do pomar.
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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Coleobroca (Philonis passiflorae)
Desenvolve-se nos ramos do maracujazeiro (Figura 24),
onde forma suas pupas e se transforma em adulto. Constrói galerias longitudinais nos ramos que, posteriormente, secam. Quando ocorre no tronco principal, provoca a morte da planta. Devido ao difícil controle, recomenda-se a poda e a incineração dos
ramos infestados.
Moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitits capitata)
A mosca perfura os frutos para postura e as larvas se desenvolvem no seu interior, causando murcha e queda dos mesmos, tornando-os impróprios para o consumo. O controle cultural é realizado com a catação dos frutos infestados e sua deposição em vala
no chão coberta com tela mosquiteiro para permitir apenas a saída de parasitoides. O controle também pode ser realizado com
armadilhas do tipo frasco caça-mosca, contendo um atrativo alimentar como melaço de cana-de-açúcar (70 ml/L de água), açúcar cristal ou mascavo (50 g/L de água) ou suco de fruta madura
(250 ml/L de água).
Mosca-do-botão-floral (Protearomyia sp.)
Causa a queda dos botões florais pela destruição da sua
base interna, na qual se observam pequenas larvas (Figura 25).
O controle dessa praga é o mesmo recomendado para o das
moscas-das-frutas.
Ácaro Vermelho (Tetranychus spp.)
Esses ácaros se estabelecem na face inferior das folhas, na qual
fazem raspagem que, consequentemente, descolorem a parte superior, ocasionando redução da fotossíntese e desfolha. O controle
deve ser feito com acaricida específico.
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a
b
Figura 23. Percevejo (Leptoglossus sp.) e sintomas das picadas sob a casca
(a) e fruto de maracujá-amarelo já danificado (b).
Figura 24.Dano causado pela coleobroca (Philonis passiflorae) em
ramos de maracujá-amarelo.
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Figura 25. Dano causado pela larva da mosca-do-botão-floral.
Abelhas
A abelha irapuá ou abelha cachorro (Trigona spinipes) é praga
esporádica. Perfura a base do botão floral e, às vezes, o nectário,
provocando sua queda.
A abelha melífera (Apis mellifera) coleta pólen e néctar da flor
antes mesmo da sua abertura, reduzindo a atração das mamangavas.
Isso prejudica a polinização, pois diminui a frutificação (Figura 26). A
polinização manual é uma prática recomendável quando a população
de abelhas melíferas é alta. Para a coleta do pólen a ser utilizado na
polinização, deve-se ensacar, pela manhã, botões florais de diferentes
plantas, que se abrirão no período da tarde do mesmo dia.
Besouros
Várias espécies de besouros atacam o maracujazeiro. A espécie
Astylus variegatus é a mais comum e causa danos em flores, diminuindo a frutificação da planta. O seu controle é feito com o uso de
inseticida (Figura 27).
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Figura 26. Coleta de pólen e néctar por abelhas melíferas em flor de maracujá-amarelo.
Figura 27.Flor de maracujá-amarelo atacada por besouros (Astylus
variegatus).
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MARACUJÁ-AMARELO: recomendações técnicas para cultivo no Paraná
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Outras Pragas
Além das pragas já citadas, têm-se observado a ocorrência
esporádica de tripes, formigas, cupins, nematoides e outros ácaros
causadores de danos em plantas de maracujá-amarelo.
EQUIPAMENTOS PARA PULVERIZAÇÃO DE
AGROQUÍMICOS
O pulverizador costal manual (Figura 28a) deve ser utilizado
somente na produção de mudas e nos pomares em formação. Para
pomares em produção, recomenda-se a utilização de pulverizador
costal motorizado (Figura 28b), conjunto de motobomba estacionária, pulverizador tratorizado com mangueira ou turbo-atomizador.
a
b
Figura 28. Pulverizadores costal manual (a) e motorizado (b), que podem
ser utilizados no tratamento fitossanitário do maracujá-amarelo.
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TRATAMENTO FITOSSANITÁRIO
•
•
•
•
•
•
No período de floração, todas as pulverizações devem
ser efetuadas até às 10 horas da manhã ou à noite;
Utilizar somente agrotóxicos cadastrados na SEAB/
DEFIS e liberados para a cultura do maracujazeiro.
Consultar o Núcleo Regional da SEAB ou o endereço
eletrônico www.seab.pr.gov.br;
Respeitar o período de carência de cada agroquímico
utilizado;
Utilizar a dose recomendada pelo fabricante;
Utilizar volume de calda que assegure cobertura total
da parte aérea da planta;
Utilizar equipamento adequado, bem regulado e com
segurança no trabalho.
CICLO E PRODUÇÃO
O maracujá-amarelo inicia sua produção aos 5-11 meses de
idade, dependendo da época de plantio. Para pomares implantados no final do inverno e começo da primavera (agosto/setembro),
a colheita, denominada safrinha, ocorre de fevereiro a julho do ano
seguinte, prolongando-se por aproximadamente 5-6 meses no primeiro ciclo de produção. Para o plantio realizado no verão (janeiro
a março), a colheita, denominada safra, ocorre a partir de dezembro
do mesmo ano até julho do ano seguinte, prolongando-se por aproximadamente 8 meses no primeiro ciclo de produção (Figura 29).
No segundo ciclo, independentemente da época de plantio,
inverno ou verão, a colheita ocorrerá de dezembro a julho. Portanto, no período de agosto a novembro não há produção de frutos de
maracujá no Paraná, correspondendo ao período de entressafra,
quando os preços são mais elevados, justamente pela redução da
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oferta de frutos. Em regiões mais quentes e com menor latitude do
Estado, como a Região Noroeste, a produção de frutos pode ter início em novembro. O ciclo do maracujá equivale ao tempo de cultivo
da primeira e/ou da segunda safra, dificilmente indo além, devido à
ocorrência de doenças que levam ao declínio do pomar.
Figura 29. Ciclo do maracujá-amarelo no Estado do Paraná, de acordo
com a época de plantio.
A produtividade do maracujá-amarelo pode variar em função
do material genético utilizado, tratos culturais, espaçamento e sistema de condução, sendo a primeira safra também influenciada pela
época de plantio. No Paraná, em condições de sequeiro, no primeiro
ciclo, a produção média do plantio de inverno (safrinha) tem sido de
aproximadamente 20 t/ha e a do plantio de verão (safra) de aproximadamente 35 t/ha. No segundo ciclo, a produção média tem sido de
33 t/ha no plantio de inverno e de 23 t/ha no plantio de verão.
COLHEITA e COMERCIALIZAÇÃO
Os frutos do maracujá-amarelo atingem a maturação aproximadamente 60 dias após o florescimento (fecundação), quando a
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temperatura está elevada. Para os períodos de temperatura amena,
a maturação pode ocorrer em até 80 dias após a fecundação. Para
frutos destinados à indústria, o ponto de colheita é determinado
quando ocorre a queda dos frutos no chão, os quais devem ser coletados de dois em dois dias nos picos de produção. Frutos comercializados in natura são colhidos preferencialmente na planta, quando
apresentam coloração verde-amarelada, utilizando-se uma tesoura
e mantendo-se o pedúnculo no fruto.
Os frutos destinados às indústrias extratoras de suco e mercados populares (sacolões) são, geralmente, embalados em sacos de
polietileno e a cotação do preço é fixada por peso. Na comercialização para consumo in natura, a embalagem utilizada tem sido a caixa
plástica de colheita e a caixa de papelão, que apresenta as dimensões de 50 cm de comprimento, 32 cm de largura e 24 cm de altura
e contém um rótulo com informações referentes à origem, data da
embalagem, peso líquido e tamanho dos frutos (Figura 30), que são
classificados do menor para o maior tamanho em tipo 1A, 2A, 3A,
4A e Super.
Figura 30. Frutos de maracujá-amarelo comercializados em caixas de
papelão classificados como tipo 3A, na CEASA de Londrina - PR.
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Custos e Receita
Os custos para implantação e manejo de um pomar de maracujá-amarelo são muito variáveis e dependem das condições e recursos de cada produtor, como a disponibilidade de madeira para a
instalação das espaldeiras, mão de obra, custos das mudas, tipo e
forma de preparo do solo. No Quadro 1 é apresentada uma estimativa de índices técnicos para a implantação e condução de um hectare
de pomar, cujo preparo do solo foi estimado para área total. Cada
produtor deverá fazer a adequação da tabela à sua realidade. Aconselha-se acrescentar uma reserva técnica de até 10% do valor obtido, para eventuais gastos.
Pomares bem conduzidos podem produzir de 30 t/ha a 60 t/ha
de frutos, na safrinha e na safra, respectivamente. Os preços de venda são definidos pelo mercado comprador e variam conforme a localização da propriedade (distância do mercado comprador), tipo de
mercado (in natura ou indústria), qualidade e apresentação do produto, época de produção, entre outros. Portanto, a receita deve ser
calculada com base nas informações do mercado e irá variar para
cada produtor.
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Quadro 1. Índices técnicos estimados para 1 ha de maracujá-amarelo,
no espaçamento de 3 m x 3 m (1.111 plantas/ha).
Especificação
Aração
Gradagem
Implantação
Calagem
Sulcamento
Preparo da cova
Plantio e replantio
Sistema de sustentação
Mudas
Esterco (20 litros x 1.111 covas)
Calcário
Adubos
Palanque interno
Palanque externo
Insumos
Arame liso nº. 12 ou 14
Catraca
Bambu (tutor)
Caixas de colheita
Condução/Poda
Pulverização manual
Pulverização mecanizada
Roçagem
Manejo
Adubação
Capina
Polinização
Colheita
H/M: Hora/máquina; 2 D/H: Dia/homem
1
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Unidade
H/M
1
H/M
H/M
1º ciclo
2º ciclo
1
0
Quantidade Quantidade
2
0,5
0
0
H/M
0,5
0
D/H
15,0
0
D/H2
D/H
5
4
0
0
Unidade
3
1.200
kg
1.200
500
Rolo
4
0
50
0
m
Tonelada
UN
UN
Unidade
22
2
300
66
66
0
0
0
0
0
0
Unidade
1.200
D/H
6
10
3
3
Unidade
D/H
H/M
D/H
D/H
D/H
D/H
D/H
15
6
8
10
50
30
0
0
10
10
0
50
50
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CARLOS ALBERTO RICHA
Governador do Estado do Paraná
NORBERTO ANACLETO ORTIGARA
Secretário de Estado da Agricultura
e do Abastecimento
INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - IAPAR
FLORINDO DALBERTO
Diretor-Presidente
TIAGO PELLINI
Diretor de Pesquisa
ALTAIR SEBASTIÃO DORIGO
Diretor de Administração e Finanças
ADELAR ANTONIO MOTTER
Diretor de Gestão de Pessoas
JOSÉ ANTÔNIO TADEU FELISMINO
Diretor de Inovação e Transferência de Tecnologia
Capa Maracuja - 25-01-15.indd 2
27/01/2015 00:37:20
MARACUJÁ-AMARELO
RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA CULTIVO NO PARANÁ
Sergio Luiz Colucci de Carvalho
Neusa Maria Colauto Stenzel
Pedro Antonio Martins Auler
O cultivo de maracujá-amarelo (Passiflora edulis) é uma importante
alternativa de renda para pequenos agricultores de algumas regiões
do Estado do Paraná. Visando contribuir para o desenvolvimento dessa
atividade, esta publicação apresenta as principais recomendações para a
sua produção nas condições de solo e clima do Estado: regiões indicadas
para cultivo, formação de mudas, sistemas de sustentação, implantação
do pomar, condução das plantas, manejo de pragas e doenças, adubação,
colheita, comercialização e custos de produção, dentre outras.
Capa Maracuja - 25-01-15.indd 1
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