Relatório de Gestão – Renda Fixa e Multimercados Julho de 2013 correntes, por sua vez, diminuiu seu déficit, que acumula US$ 44 bilhões no ano, impulsionada pelo melhor desempenho da balança comercial, em junho. Ao longo de julho, a taxa de câmbio entre o real e o dólar norte-americano voltou a se depreciar, saindo de R$ 2,21/US$ para R$ 2,27/US$ no final do mês. Política e Economia Atividade Econômica: Os indicadores de atividade, de forma geral, apresentaram baixo desempenho em maio. A produção industrial registrou uma contração significativa, abaixo do esperado pelo mercado. Essa retração se refletiu em todos os segmentos do indicador, com destaque para a queda na produção de bens de capital. O volume de vendas no comércio varejista permaneceu estável, com expansão das vendas nos supermercados, que vinham mostrando contrações sucessivas nos últimos meses, e queda nos setores de vestuário, material de construção e equipamentos de comunicação e informática. Em termos nominais o indicador voltou a apresentar crescimento, demonstrando o impacto da inflação sobre o comércio varejista. Também foi divulgado o IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central, que registrou uma contração significativa no mês, abaixo das expectativas do mercado. Mercado de Trabalho: Os indicadores de junho do mercado de trabalho demonstraram, mais uma vez, baixo desempenho. A taxa de desemprego registrou nova elevação, de 5,5% para 5,8%, considerando o indicador ajustado pela sazonalidade. Os rendimentos médios reais, por sua vez, se contraíram em relação a maio, enquanto o mesmo rendimento em termos nominais teve leve alta, refletindo o impacto da inflação sobre o poder de compra dos consumidores. A criação líquida de empregos formais mostrou recuperação em relação ao baixo desempenho observado em maio, contudo permaneceu em um patamar historicamente baixo e inferior aos níveis registrados nos primeiros meses do ano, considerando o indicador ajustado pela sazonalidade. Entre os principais setores, vale ressaltar a contribuição dos serviços, que impulsionaram a criação líquida de vagas formais no mês. Essa conjuntura é condizente com o mercado de trabalho apertado que se tem observado e com o esgotamento do processo de formalização da economia. Setor Externo: O saldo da balança comercial registrou superávit de, aproximadamente, US$ 2,3 bilhões, em junho, mostrando uma recuperação sensível no mês. Contudo, o melhor desempenho foi influenciado pela exportação de uma plataforma de extração de petróleo pela Petrobrás para uma subsidiária da empresa no Panamá, ainda que a plataforma continue operando em território nacional. Não obstante, as receitas com exportações para a China apresentaram crescimento, em relação a junho de 2012, principalmente as de soja, enquanto a queda nas exportações de petróleo para a Índia e Holanda exerceu pressão negativa sobre o indicador agregado. As receitas com importações, por sua vez, permaneceram praticamente estáveis, enquanto o volume importado teve queda. Inflação: A inflação ao consumidor – IPCA – de junho foi de 0,26%, desacelerando em relação à observada no mês anterior. O indicador acumulado em doze meses se elevou para 6,70%, acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O índice de difusão, que mede o percentual de itens cujos preços se elevaram no período, voltou a se reduzir. O IPCA-15 de julho, por sua vez, mostrou uma desaceleração sensível, considerando tanto o indicador mensal, quanto o Os investimentos estrangeiros diretos (IED) no país totalizaram US$ 7,2 bilhões, com expansão em relação a junho de 2012. A balança de transações 1 acumulado nos últimos doze meses. O índice foi pressionado para baixo pelo reajuste no preço das passagens de ônibus urbanos, após a diminuição das tarifas em várias capitais, e pelos preços dos combustíveis e da alimentação no domicílio, que voltaram a registrar queda. Alternativamente, a inflação dos serviços não mostrou desaceleração, principalmente devido ao custo do empregado doméstico, enquanto o preço do aluguel residencial e da alimentação fora domicílio continuaram a impactar positivamente o índice de preços. Nossa expectativa é que a inflação continuará elevada em 2013, fechando o ano ao redor de 5,7%. que o Copom avaliava que a inflação apresenta tendência de elevação no curto prazo e que o balanço de riscos para o cenário prospectivo se mostra desfavorável. Em relação à taxa de câmbio, foi informado que a autarquia considera que a depreciação e volatilidade do indicador, observadas nos últimos trimestres, ensejam uma esperada correção de preços relativos, destacando que esta depreciação constitui fonte de pressão inflacionária no curto prazo, mas que, em prazos mais longos, esses efeitos podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária. Vale ressaltar, também, a remoção do parágrafo em que a autoridade monetária apresentava sua avaliação do comportamento da taxa de juros neutra na economia, eliminando as referências em que informava que o indicador vem registrando uma trajetória de redução, assim como aquelas em que ponderava que a maior oferta e menor custo de captação da poupança externa têm contribuído para esse comportamento. Por fim, em relação à atividade econômica, o Banco Central reafirmou que espera um ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano, mas não destacou que a trajetória desse crescimento deva ser mais alinhada com o crescimento potencial, como vinha fazendo anteriormente, avaliando que a velocidade de materialização desses ganhos esperados pode ser contida caso não ocorra uma reversão tempestiva da deterioração da confiança de firmas e famílias. Nossa expectativa é que a meta para a taxa Selic finalize o ano em 9,25% a.a. Crédito: A média diária das concessões de crédito, ajustada pela inflação, registrou uma expansão modesta em junho, em relação ao mesmo mês do ano anterior, impactada pelo baixo desempenho das concessões com recursos livres. Considerando esse segmento, o fluxo de créditos para pessoas físicas teve uma expansão concentrada, sendo impulsionado pelas operações com o cartão de crédito, enquanto o para pessoas jurídicas apresentou uma contração sensível, impactado pelo baixo desempenho das linhas de capital de giro e conta garantida. Não obstante, a média diária das concessões com recursos direcionados teve um crescimento significativo, tanto para pessoas físicas, quanto para pessoas jurídicas. O estoque nominal de crédito na economia, que cresceu 16% frente ao mesmo período do ano anterior, se encontra em 55,2% do PIB, com o estoque de crédito de origem pública superando, pela primeira vez, aquele com origem privada. A taxa de inadimplência, por sua vez, se reduziu em relação a maio, principalmente no segmento de pessoas físicas. Economia Internacional: Nos Estados Unidos, a produção industrial teve uma leve elevação em junho, em relação a maio, em linha com o esperado pelo mercado, enquanto as vendas no comércio varejista também mostraram uma expansão modesta, contudo abaixo das expectativas do mercado. Em relação ao mercado de trabalho, houve uma aceleração sensível do payroll – que mede a criação líquida de empregos formais –, enquanto a taxa de desemprego permaneceu estável no mês. A inflação, por sua vez, acelerou, superando as estimativas do mercado. Política Monetária: Na reunião de julho do Comitê de Política Monetária (Copom) foi decidido, por unanimidade, elevar a meta para a taxa Selic para 8,50% a.a., sem viés, mantendo inalterado o comunicado da decisão. Na ata da reunião foi anunciado que as projeções do Banco Central para a inflação em 2013 permaneceram inalteradas, enquanto a para 2014 se elevou no cenário de referência, e permaneceu estável no cenário de mercado, todas se encontrando acima do valor central da meta de 4,5% a.a. Outra modificação importante no documento foi a retirada do trecho em Na Europa, a produção industrial de maio apresentou uma leve contração, em relação ao mês anterior, enquanto as vendas no comércio varejista registraram uma expansão significativa, acima da 2 expectativa de mercado. A taxa de desemprego, por sua vez, permaneceu estável, e se encontra em 12,2% da população economicamente ativa. com frequência no mês a atuação do Banco Central no mercado através de swaps. Após ter iniciado o mês em 2,22 R$/US$, o câmbio encerrou o mesmo cotado a 2,29 R$/US$. Na China, em junho, o crescimento da produção industrial teve leve desaceleração, em relação ao mesmo mês de 2012, enquanto o mercado esperava melhor desempenho. Não obstante, as vendas do varejo aceleraram, vindo acima das expectativas. Os investimentos estrangeiros diretos, por sua vez, registraram uma expansão significativa, enquanto a balança comercial manteve um saldo positivo, ainda que com queda das exportações, e estabilidade das importações. Nesse contexto, foi divulgado o PIB do segundo trimestre do país, que teve uma expansão de 7,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, vindo em linha com o esperado pelo mercado, mas desacelerando em relação ao crescimento observado no primeiro trimestre de 2013. Dólar/Real 2,3 2,2 2,1 2 1,9 1,8 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 mai-13 jun-13 Fonte: Bloomberg e Quantitas No mês de julho a curva de juros foi impactada por dados contraditórios, onde de um lado as leituras de inflação e de atividade tem se mostrado mais fracas, e de outro a curva de juros norte americana segue se elevando. Assim sendo, curva pré de 1 ano que iniciou o mês em 9,41% a.a., terminou o mesmo em 9,27% a.a.. Mercado Interno: As preocupações acerca da resiliência da inflação, da timidez da atividade e deterioração dos indicadores de confiança persistem para a economia brasileira. Não obstante, a maior tranquilidade observada no noticiário econômico internacional - principalmente na segunda metade do mês - possibilitou uma recuperação do Índice Ibovespa, que fechou o mês no campo positivo. Curva Pré - 1ano 10,00% Ibovespa 9,50% 65000 9,00% 63000 8,50% 61000 59000 8,00% 57000 7,50% 55000 53000 7,00% 51000 6,50% 49000 6,00% 47000 45000 jul-12 jul-12 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 mai-13 jun-13 jul-13 ago-12 set-12 out-12 nov-12 dez-12 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 Fonte: Bloomberg e Quantitas mai-13 jun-13 Fonte: Bloomberg e Quantitas Estratégias do Gestor No mês de julho, o real apresentou novamente significativa desvalorização frente ao dólar. O principal fator explicativo para esse movimento segue sendo a elevação expressiva nas taxas dos títulos públicos norte-americanos. Visando conter esse movimento acentuado no câmbio, foi observada No mês, o gestor utilizou as seguintes estratégias na gestão dos recursos dos fundos de renda fixa e multimercados: 3 Juros Títulos Públicos Na carteira trading realizaram-se operações de curtíssimo prazo, tanto na compra como na venda de contratos futuros de taxa de juros com vencimento em jan/14, jan/15 e jan/17 principalmente. O resultado nesta estratégia foi negativo no mês de julho. No mês de julho, o Tesouro Nacional fez a emissão de um novo vencimento de titulo pós-fixado, para março de 2019. Dado o elevado volume colocado, o ágio teve uma redução. Fizemos uma alocação considerável nesse novo título, conseguindo entrar a níveis menores que o preço médio do leilão. Mantivemos essa operação em carteira, com expressivo ganho de marcação. A carteira de Yield Curve Arbitrage obteve desempenho positivo. Essa carteira possui posições vendidas no trecho intermediário da curva de juros, entre os anos de 2014 e 2015, e na curva de longo prazo através das butterflies entre 2018 e 2021. Os papéis indexados a índices de preços apresentaram rentabilidade positiva no mês. Após expressiva volatilidade no mês anterior, a curva de juros reais voltou a patamares mais condizentes com os fundamentos, mesmo com a queda marginal da inflação implícita dos títulos. A posição em juros reais, através da compra de título de NTN-B com vencimento em 2016 e de títulos privados indexados ao IPCA, foi mantida com exposição reduzida e apresentou rentabilidade positiva em julho. No mês, a posição vendida nas precificações das reuniões do Copom do 2º semestre de 2014, o período eleitoral, aberta no mês anterior, apresentou desempenho positivo. Câmbio No mês, o câmbio voltou a demonstrar elevada volatilidade e apresentou significativa desvalorização frente ao dólar. No período, não mantivemos exposições no mercado cambial. Títulos Privados e Operações Estruturadas de Renda Fixa No mês de julho, dando sequência a um processo iniciado no começo desse ano, a carteira de títulos privados foi reduzida, dada a opção do gestor em manter a carteira mais conservadora no momento. Apesar disso, nessa carteira foram realizadas substituições pontuais de alocação com o objetivo de capturar a melhora nas taxas de emissão por parte das grandes instituições financeiras durante o mês. Quantitativo O modelo LS Quant apresentou desempenho negativo. Ações A alocação comprada em uma carteira de ações, selecionadas através de modelo de valuation proprietário, apresentou resultado negativo no mês. Além disso, a carteira de operações estruturadas de Renda Fixa foi reduzida durante o mês de julho. A estratégia de pairs trading apresentou um resultado positivo durante o mês de julho. Comentário Final Nas operações de trading de renda variável o resultado foi positivo. Em julho, tanto os fundos de Renda Fixa como os Multimercados apresentaram resultado semelhante ao benchmark. Dentre as estratégias que apresentaram resultado positivo destaca-se a posição em títulos públicos. 4 As informações do presente material são exclusivamente informativas. Ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento dos fundos de investimento ao aplicar seus recursos. Fundos de investimentos não contam com a garantia do administrador ou gestor, ou ainda, do fundo garantidor de crédito FGC As informações contidas neste documento foram produzidas pela Quantitas Gestão de Recursos S.A. dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. Quantitas Gestão de Recursos S.A. não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. 5