Escultura - Home Page de José Manuel Russo

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HISTÓRIA das ARTES VISUAIS
ROMA ANTIGA – Escultura
ESCOLA SEC. de QUELUZ
1992/93
11º ANO
Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO
Ao contrário da arquitectura, a civilização Romana poucas inovações trouxe no âmbito da Escultura - frequentemente, limitaram-se a
realizar cópias de modelos gregos (que a partir do séc.II ac. foram importadas e trazidas como espólio de guerra), seja por questões
de moda ou de cultura. Em Nápoles, seria fundada uma escola Helenística onde se realizavam cópias de modelos clássicos. No
entanto, devemos ter em consideração o seu contributo à arte do Retrato e do Baixo-relevo histórico ou narrativo.
O RETRATO
Imperador Augusto, Primaporta
Os Romanos deram grande importância ao Retrato como forma de glorificação dos Chefes
políticos e militares ou de Homens que tivessem empenhado importantes cargos políticos –
tinham o direito ao jus imaginum (ao contrário dos Gregos que só retratavam os Homens heróis,
como os Atletas ou os Eleitos dos Deuses, e de uma forma idealizada).
Os primeiros retratos seriam simples máscaras de cera que reproduzem o rosto do chefe de
família morto - tendo assim uma função religiosa fúnebre e de perpetuar a sua imagem –
colocada no Tablinium. Devido à sua fragilidade, mais tarde se recorreria à sua execução em
materiais mais duráveis, como o mármore. Estas imagens evidenciam mais uma preocupação de
realismo do que artístico – como é o caso do Retrato de um Romano (80 ac.), provavelmente
Sila, cujas rugas são de grande rigor. No Patrício Barberini (30 ac.) podemos observar a
linhagem do patrício que segura duas cabeças (o pai e o avô?), realizadas em épocas diferentes.
L' Arringatore (80 ac.), ou o Orador, já anteriormente referida na arte Etrusca, apresenta já o
género romano - as roupagens, os pormenores, a atitude (que servirá de modelo às futuras
representações dos Imperadores Romanos).
No Período Imperial podemos já sentir um certo idealismo, com características helenísticas, mas mantendo uma certa fidelidade ao
modelo real. É o caso de Augusto de Primaporta (20 ac.) que, na posição do Orador, se apresenta tanto como um Deus como um
Ser Humano. Na estátua equestre de Marco Aurélio (161-180), o Imperador filósofo, de barba negra (demonstrando interesse pela
Filosofia Grega), é visto como um mensageiro da paz.
A partir do séc.III, fase em que o Império entra em crise, o Medo, a Suspeita, a Crueldade imprimem maior realismo à escultura –
como Filipe, o Árabe, ou Constantino. Também, como no período Republicano, é costume trajar as estátuas de toga, como forma de
disfarçar os defeitos físicos de uma geração degenerada. As mulheres são representadas de acordo com a moda – cabelo em touca
ou em diadema. Antínoo, jovem paixão de Adriano, aparece com um corpo apolíneo, robusto e sensual, de cabelos anelados com
risca ao meio. Catão e Pórcia são retomados como um casal ideal da República.
O BAIXO-RELEVO
Coluna de Trajano (pormenor)
Desde o séc.III ac. que os baixos-relevos descrevem os feitos dos romanos, com realismo e rigor,
à semelhança dos retratos. Também aqui se procurou uma objectividade inexistente na arte
grega, que se exprimiu sempre de uma forma indirecta (como as lutas entre gregos e amazonas,
centauros, etc.).
A Ara Pacis (13-9 ac.), construída por Augusto para comemorar as vitórias em Espanha e na
Gália, é decorada com cenas alegóricas e mitológicas, num estilo classicizante - a Procissão
Imperial (semelhante às Panateneias do Partenon) relatam um acontecimento único, o de 30 de
Janeiro de 9 ac., e com personagens identificáveis; os frisos inferiores têm uma ornamentação
com motivos vegetais elegantes e vivos originais; a Glorificação da Terra representa a
fecundidade humana e a fertilidade animal e vegetal.
No Arco de Tito (81) o Cortejo triunfal representa a vitória em Jerusalém – em planos sucessivos,
a quadriga sobrepõe-se ao carro numa cena vista de frente.
A Coluna de Trajano (106-113) relata as vitórias sobre os Dácios numa faixa em espiral – são
150 episódios que rigorosamente apresentam aspectos geográficos e logísticos.
ESCOLA SEC. de QUELUZ
1992/93
HISTÓRIA das ARTES VISUAIS
11º ANO
Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO
ROMA ANTIGA – Escultura
Augusto della Via Labicana
– Museo Nazionale Romano, Roma (2005 © josé manuel russo)
Estátua Equestre de Marco Aurélio
– Campidoglio, Roma (2005 © josé manuel russo)
Arco do Triunfo de Constantino – Baixo relevo, Roma (2005 © josé manuel russo)
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