HISTÓRIA das ARTES VISUAIS ESCOLA SEC. de QUELUZ 1992/93 ROMA ANTIGA – Arquitectura 11º ANO Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO Embora os Romanos tivessem importado da Grécia e Médio Oriente um rico espólio artístico, no qual se inspiraram para a sua própria produção (que por vezes não passou da mera cópia), não há dúvida que na arquitectura foi dado um profundo impulso. Templo de Fortuna Virilis As Ordens Romanas Basílica Ulpia No Templo de Fortuna Virilis (séc.II ac.), dedicado a Portunus, apesar da influência helénica (utilização de colunas Jónicas) já se evidenciam as características do Templo romano: erguido sobre um Podium (alto envasamento) com uma escadaria frontal, um Pórtico profundo, uma única Cella larga (para abrigar os Deuses e Troféus) e o Peristilo embebido nas suas paredes. Nos Templos de Sibila e Vesta, também de influência helénica (planta circular e capitéis coríntios), as suas paredes já são construídas com materiais novos - o tijolo e uma espécie de resistente betão (que substitui a alvenaria de pedra grega) - revestidas com placas de mármore. O Santuário de Fortuna Primigenia (séc.I ac.), grandiosa obra adossada a uma encosta e em que o culto religioso se funde com a glória pessoal (a de Sila), faz uso do arco e da abóbada, que era já conhecida no Médio Oriente. No Pantheon (118-125), em Roma, aparece uma cúpula esférica assente em 8 colunas que ladeiam 7 nichos destinados aos Deuses. A necessidade de grandes espaços interiores revolucionou a arquitectura – um verdadeiro espaço arquitectónico ("inexistente" na Grécia) é agora concebido com a utilização de colunas no interior do edifício, o uso do arco e da abóbada (de berço e de arestas). No entanto, é um espaço estático, simétrico (planta rectangular ou circular) e concebido numa escala Monumental (sinal de poderio). É o caso das Termas de Caracala, Roma, que foram concebidas como importante centro de convívio social, ou a Basílica de Constantino, o maior espaço interior construído pelos Romanos, cuja função é a de Tribunal, Mercado ou Bolsa. Os Arcos de Triunfo e Colunas Comemorativas enaltecem as batalhas e vitórias dos Imperadores, descritas em baixo-relevo numa linguagem real e directa (ao contrário dos Gregos que só o faziam alegoricamente) – é o caso do Arco de Tito, Settimio Severo e Constantino e da Coluna de Trajano. É ainda de referir o interesse dos Romanos pelo espectáculo – tendo construído diversos Teatros, que surgem como edifícios independentes (não tirando partido do relevo como os gregos), e Circos, sendo o Colosseum (Coliseu) de Roma (70-80 dc) o mais extraordinário - uso da abóbada de berço e de arestas, fachada com a sobreposição das três ordens gregas. Arco de Tito (Roma) Os Romanos construíram ainda uma rede de Estradas, Esgotos, Pontes e Aquedutos, como a Pont du Gard, em França, que serve simultaneamente de ponte e aqueduto. Coluna de Trajano A Casa Particular teve grande importância na vida doméstica dos romanos – a Domus desenvolve-se em torno de um Atrium com um Impluvium, para recolha de águas pluviais, que dá acesso ao Tablinium. Não apresenta aberturas para o exterior. Ao fundo da casa desenvolvem-se, por vezes, jardins, fontes e peristilos. Os menos abastados tinham de habitar as Ínsulae, casas em bloco em torno de um pátio, sendo o r/c destinado a lojas e casas de pasto e os andares superiores (até 5) à habitação, com varandas a partir do 2ºpiso. HISTÓRIA das ARTES VISUAIS ESCOLA SEC. de QUELUZ 1992/93 ROMA ANTIGA – Arquitectura 11º ANO Texto de Apoio JOSÉ MANUEL RUSSO Templo de Portunus, Roma (2005 © josé manuel russo) Arco do Triunfo de Constantino, Roma (2005 © josé manuel russo) Aqueduto, Mérida (2004 © josé manuel russo)