O DESENVOLVIMENTO DE PLANTAS DE SORGO EM DIFERENTES DOSES DE ESTERCO BOVINO CARVALHO, B. G., FONSECA, A.W., RESENDE, A.G., PEREIRA, P.C., OLIVEIRA, C.M., Curso Agronomia, UNIARAXA, ARAXA-MG. [email protected] Palavras chave: Sorgo, Sorghum bicolor L. Moench, Matéria Orgânica, Esterco Bovino. INTRODUÇÃO O Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é planta anual, originária da Índia, da família das Poaceae, com caule de dois ou três metros de altura. Folhas glabras e ásperas nas margens, flores em panículas pouco densa, espessa em forma de cacho e pendente. Os grãos também podem ser utilizados para alimentação humana e animal (ALMEIDA, 2000). O sorgo é uma planta C4, de dia curto e com altas taxas fotossintéticas. A grande maioria dos materiais genéticos de sorgo requer temperaturas superiores a 21ºC para um bom crescimento e desenvolvimento, a temperatura ótima para a cultura geral é em torno de 33 a 34° C (Magalhães, 2000). Um dos indicadores de sustentabilidade e manejo adequado dos solos é o conteúdo de matéria orgânica do solo (MO), sendo considerado também um indicador de qualidade ambiental em agroecossistemas (Sá et al., 2001), Em solos minerais, a matéria orgânica representa menos de 5% dos componentes sólidos (Silva et al., 1997). Entretanto, ela é responsável por cerca de 70- 80% da capacidade de troca de cátions (CTC) em solos tropicais, além de ter grande importância no fornecimento de nutrientes às culturas, na retenção de cátions, na complexação de elementos tóxicos e de micronutrientes, na estabilidade da estrutura, na infiltração e retenção de água, na aeração e na atividade e diversidade microbiana (Mielniczuk, 1998). Uma das formas de incremento na porcentagem de matéria orgânica de solo é utilização de esterco bovino. A utilização de esterco bovino é uma prática milenar que perdeu espaço com o advento dos adubos químicos, retomando a sua importância com o crescimento da preocupação com o meio ambiente e com a alimentação saudável (SAMPAIO et al, 2007). Portanto, está pesquisa tem como objetivo avaliar as vantagens da adição de esterco bovino no melhor desenvolvimento das plantas de sorgo, e a estruturação do solo, visando um melhor aproveitamento da área a ser cultivada, mantendo assim uma cobertura vegetal capaz de melhorar a qualidade do solo gradativamente, gerando uma boa rentabilidade na cultura aplicada na determinada área cultivada (KIEHL, E.J.). O Objetivo do trabalho foi avaliar o desenvolvimento de sorgo com diferentes doses de esterco bovino adicionadas ao solo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado na Estação Experimental do UNIARAXÁ, localizada na cidade de Araxá-MG, no período de dezembro de 2009 a fevereiro de 2010. Foi utilizado o subsolo de um latossolo vermelho distrófico de textura média, com 49,8% de areia, 13,3% de silte e 26,4% de argila, segundo as análises físicas do solo. Uma amostra de solo foi levada para análise química, visando averiguar a fertilidade e a XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2169 porcentagem de matéria orgânica presente no solo 1,1 dag/Kg que corresponde a 0,55% de matéria orgânica. O delineamento utilizado foi o Delineamento de Blocos Casualizados os blocos foram montados de 2 por 8 metros, com parcelas de 2 por 2m, foram montados 4 blocos, com 4 tratamentos (0Kg/parcela ; 0,4Kg/parcela; 0,8Kg/parcela; 1,2Kg/parcela) referente às doses de 0, 2, 4, 6T e 4 repetições. As doses de esterco foram incorporadas ao solo às doses de esterco em cada parcela, a semeadura foi realizada no dia 3 dezembro de 2009, com o espaçamento entre linhas de 0,5m com 11 sementes por metro que resulta numa população final de 220 mil plantas de sorgo forrageiro, do híbrido simples SHS 500. Na adubação de plantio utilizaram-se 322,2 kg/ha da fórmula 06-18-30 (NPK), em cobertura, 15 dias após a emergência, foram aplicados 500 kg/ha de sulfato de amônio. Aos 80 dias, após a semeadura e avaliou-se, a altura de planta do solo ate final da panícula, peso verde total, peso verde de folhas, peso verde de colmo e peso verde panícula. Os resultados foram submetidos a analise de regressão a 5% pelo software SISVAR (Ferreira, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Puderam-se observar diferenças estatísticas em todas as variáveis analisadas, segundo a análise de regressão, os resultados obtidos permitiram identificar pontos máximos de doses de esterco para: Altura de planta, peso verde da planta total, peso verde de folhas, peso verde colmo e peso verde panícula. Figura 01: Altura de Planta de sorgo (cm) em função das doses de estervo adicionadas ao solo. Para altura de planta, observa-se que houve um crescimento de pontos maximo de 248,13 cm quando a dose de esterco adicionada foi 5,08 T/ha (figura 01). XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2170 Figura 02: Peso verde total de sorgo (g) em função das doses de esterco adicionadas ao solo. Para peso verde total, observa-se que houve um crescimento de pontos Maximo de 444,8 gramas quando a dose de esterco adicionada foi de 4,17 T/ha (figura 02). Figura 03: Peso verde folhas de sorgo (g) em função das doses de esterco adicionadas ao solo. Para peso verde total, observa-se que houve um crescimento de pontos Maximo de 71,92 gramas quando a dose de esterco adicionada foi de 3,97 T/ha (figura 03). Figura 04: Peso verde colmo de sorgo (g) em função das doses de esterco adicionadas ao solo. XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2171 Para peso verde total, observa-se que houve um crescimento de pontos Maximo de 350,41 gramas quando a dose de esterco adicionada foi de 4,17 T/ha (figura 04). Figura 05: Peso verde panicula de sorgo (g) em função das doses de esterco adicionadas ao solo. Para peso verde total, observa-se que houve um crescimento de pontos Maximo de 22,24 gramas quando a dose de esterco adicionada foi de 4,55 T/ha (figura 05). Os resultados expressos acima mostram que com a adição de 5,08 T/ha esterco bovino na produção de sorgo forrageiro na variável altura de planta foi à melhor dose a ser aplicada como mostra na (figura 01). O desenvolvimento de peso total de planta pode perceber que a dose de esterco que sobre saiu foi a de 4,17 T/ha com se observa na (figura02). No complemento dos resultados nas figuras 03, 04 e 05 mostra que para peso verde folhas e de 3,97 T/ha, peso verde colmo e de 4,17 T/ha e de peso verde panícula e de 4,55 T/ha, aproximando assim da dose de 4 T/ha colaborando para o melhor desenvolvimento das plantas de sorgo. O resultados expressos pela variavel numero de folhas não foi significativos segundo a análise realizada. Os efeitos sobre o desenvolvimento de plantas de sorgo podem ser atribuídos diretamente à melhoria da estrutura e da fertilidade do solo e indiretamente pela maior capacidade de retenção de água, proporcionando melhor aproveitamento dos nutrientes originalmente presentes segundo (Peavy & Greig, 1972). O suplemento de nutrientes de forma equilibrada também pode ser um fator que colaborou para o melhor desenvolvimento das plantas de sorgo (PRIMAVESI, 1985). O esterco bovino contribui com a adição de matéria orgânica que auxilia as mudanças físico-químicas do solo, como densidade, retenção de água, textura, estrutura, porosidade e condutibilidade térmica e atua aumentando a capacidade de troca catiônica (CTC), a soma de bases, além de promover uma ação quelante (protetor orgânicos dos íons minerais), evitando que alguns nutrientes necessários às plantas se insolubilizem (MIYSAKA & OKAMOTO, 1992). CONCLUSÕES: Pode-se observar que os tratamentos que sofreram adição de matéria orgânica todos eles foram superiores á testemunha, avalia-se que a variável altura de planta com a dose 5,08T/ha, peso verde total 4,17 T/ha, peso verde folhas 3,97 T/ha, peso verde colmo 4,17 T/ha e peso verde de panícula 4,55 T/ha. Mostram que se aproximaram da dose de 4 T/ha. Conclui-se que com a adição de 4 T/ha proporciona o melhor desenvolvimento da cultura do sorgo. XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2172 REFERÊNCIAS: • EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro, 1999. 412p. • KIEHL, J.C. Adubação orgânica de culturas forrageiras. In. SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DE PASTAGENS, 3., 1997, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FCAV/Unesp, 1997. p. 208-250; • MAGALHÃES, P.C; DURÃES, F.O.M; SCHAFFERT, R.E. Fisiologia da Planta de sorgo. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2000. 46p. (EMBRAPA Milho e Sorgo – circular técnica, 3). • MIYSAKA, S., OKAMOTO, H. Importância da matéria orgânica na agricultura. In: ENCONTRO SOBRE MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO: PROBLEMAS E SOLUÇÕES; 1992. Botucatu: Faculdade de Ciências Agronômicas/UNESP. P. 01; • MIELNICZUK, J. Sistemas de cultivo e características do solo afetando a estabilidade de agregados. Rev. Bras. Cienc. Solo, Campinas, v. 22, n. 2, p. 311-317, 1998. • PEAVY, W.S.E.; GREIG, J.K. Organic and mineral fertilizers compared by yield, quality and composition of spinach. Journal of American Society for Horticultural Science, v. 97, p. 718 -723, 1972. • SA et al. Organic matter dynamics and carbon sequestration rates for a tillage chronosequence in a brazilian oxisol. Soil Sci. Soc. Am. J. v.65. p.1486-1499, 2001. XXVIII Congresso Nacional de Milho e Sorgo, 2010, Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo. CD-Rom 2173