TÓPICO 3: DIFUSÃO MOLECULAR EM ESTADO ESTACIONÁRIO I. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE SEM REAÇÃO QUÍMICA; II. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA; III. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE COM REAÇÃO QUÍMICA HOMOGÊNEA. BIBLIOGRAFIA: CREMASCO, M.A. Fundamentos de Transferência de Massa. Ed. Unicamp. II. DIFUSÃO EM REGIME PERMANENTE COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA: RELEMBRANDO... REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA: “ Ocorre na superfície externa de uma partícula não-porosa, a qual é considerada como uma fronteira à região onde há o transporte do soluto; neste caso, o termo reacional aparecerá como condição de contorno e não na equação diferencial que rege o processo de transferência de massa.” C A C A R A,,, t A A rA,,, t (MOLAR) REGIME PERMANENTE: (MÁSSICA) C A RA,,, A rA,,, REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA: PELO FATO DE EXISTIR DUAS FASES PARA CARACTERIZÁ-LA, ELA SE FARÁ PRESENTE NA FRONTEIRA DO SISTEMA SENDO, DESSA MANEIRA, UMA CONDIÇÃO DE CONTORNO DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE. PORTANTO: C A 0 (MOLAR) A 0 (MÁSSICA) HÁ SITUAÇÕES EM QUE A REAÇÃO HETEROGÊNEA TAMBÉM PODE APARECER NA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE DE A. ESTE CASO É CONHECIDO COMO SISTEMA PSEUDO-HOMOGÊNEO E É ENCONTRADO, POR EXEMPLO, QUANDO O SOLUTO DIFUNDE DENTRO DE UMA PARTÍCULA INDO REAGIR NOS SEUS SÍTIOS ATIVOS. AQUI, É SUPOSTA REAÇÃO EM TODOS OS PONTOS NO VOLUME DE CONTROLE MEDIANTE A UMA CORREÇÃO QUE CONSIDERA A ÁREA EFETIVA DOS POROS. I) SUPERFÍCIE EXTERNA DE UMA PARTÍCULA NÃO POROSA; REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA: i) REAÇÃO HETEROGÊNEA NA SUPERFÍCIE DE UMA PARTÍCULA CATALÍTICA NÃO-POROSA (CATALISADORES NÃO-POROSOS). ii) REAÇÃO HETEROGÊNEA NA SUPERFÍCIE DE UMA PARTÍCULA NÃOCATALÍTICA E NÃO-POROSA (PARTÍCULAS QUE PARTICIPAM DA REAÇÃO QUÍMICA, AS QUAIS SÃO SONSUMIDAS AO LONGO DO PREOCESSO). II) SOLUTO DIFUNDINDO DENTRO DE UMA PARTÍCULA, INDO REAGIR NOS SEUS SÍTIOS ATIVOS. II.1 DIFUSÃO COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA NA SUPERFÍCIE DE UMA PARTÍCULA CATALÍTICA NÃO-POROSA: “As velocidades de algumas reações são afetadas por materiais que não são reagentes nem produtos (catalisadores)” POSITIVOS: ACELERAM AS REAÇÕES CATALISADORES: NEGATIVOS: RETARDAM AS REAÇÕES 1º ESTÁGIO: DIFUSÃO DE A ATRAVÉS DA CAMADA GASOSA ATÉ A SUPERFÍCIE CATALÍTICA; 2º ESTÁGIO: CONTATO DO ACOMPANHADO DE REAÇÃO; SOLUTO (A) COM A SUPERFÍCIE CATALÍTICA, 3º ESTÁGIO: DIFUSÃO DOS PRODUTOS DA REAÇÃO DA SUPERFÍCIE DE CONTATO ATRAVÉS DA CAMADA GASOSA. FLUXO GLOBAL UNIDIRECIONAL MOLAR DE A: N A,Z CDAB dy A y A N A, Z N B , Z dz RELAÇÃO ENTRE OS FLUXOS MOLARES: N B,Z N A, Z b N A, Z a (III) d CDAB dy A 0 (V) dz 1 y A dz DA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE: C A 0 dz aA bB (II) CDAB dy A 1 y A dz dN A, z (I) 0 (IV) OBS: a b a INTEGRANDO A EQUAÇÃO (V): 1 ln 1 y A C1 z C2 APLICANDO AS CONDIÇÕES DE CONTORNO: EM z=0 yA=yA0 EM z= yA=yA 1 y A 1 y A z SENDO: 1 y A0 C1 Ln 1 y A 1 C2 1 Ln1 y A0 1 y A0 1 z (VI) ADMITINDO REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA DE PSEUDO-PRIMEIRA ORDEM NA SUPERFÍCIE DO CATALISADOR: N A, RA,, k S C A Ck S y A, y A, N A, (VII) Ck S (VII) EM (VI): N A, z 1 y A 1 Ck S z 1 y A0 1 z SOLUÇÃO FINAL (VIII) 1ª HIPÓTESE: REAÇÃO QUÍMICA NA SUPERFÍCIE É MUITO RÁPIDA: kS , y A, 0 1 y A 1 y A0 1 z PARTICULARIDADE DA EQUAÇÃO (VIII) QUE, POR SUA VEZ, DEPENDE DO FLUXO DE A NA INTERFACE. 2ª HIPÓTESE: REAÇÃO QUÍMICA NA SUPERFÍCIE É LENTA: y A, kS 0, y A, y A,0 1 y kS A, 0 D 1 AB FLUXO GLOBAL DE A NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA EM z=: PARTINDO DA EQUAÇÃO (III): N A, Z CDAB dy A 1 y A dz (III) INTEGRANDO (III) COM AS SUAS RESPECTIVAS CONDIÇÕES DE CONTORNO: y A dy A N A, z dz CDAB 1 y A 0 y A0 N A, 1 CDAB 1 y A ln 1 y A0 (IX) EM REGIME PERMANENTE, TODO O SOLUTO TRANSPORTADO ATRAVÉS DO FILME DE ESPESSURA É CONVERTIDO NA SUPERFÍCIE CATALÍTICA, POR INTERMÉDIO DE UMA REAÇÃO QUÍMICA, COMO AQUELA EXPOSTA NA EQUAÇÃO (VII): N A, RA,, kS C A Ck S y A, 1 CDAB 1 CDAB (VII) 1 y A Ck S y A ln 1 y A0 1 y A ln 1 y A0 Ck S y A y A DAB k S ln 1 y A ln 1 y A0 PARA A REAÇÃO: aA bB a b 1 1 0 a 1 y A DAB k S ln 1 ln 1 0 0 INDETERMINAÇÃO APLICANDO DA REGRA L`HOPITAL NA EQUAÇÃO ANTERIOR: ln 1 y A ln 1 y A0 lim 0 y A 1 y A y A0 1 y A0 y A0 y A lim 0 1 1 y A DAB k S y A0 y A y A DAB k S 1 DAB k S y A0 (X) ONDE: DAB k S 1 k S RESISTÊNCI A A REAÇÃO QUÍMICA RESISTÊNCI A A DIFUSÃO DAB 1 kS DAB 0 A RESISTÊNCIA À DIFUSÃO É QUEM CONTROLA O SE FLUXO GLOBAL DE A NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA, LEVANDO A yA0. ASSUMINDO QUE y A 0 , A EQUAÇÃO (IX) EM z= E PARA QUALQUER , FICA: N A, 1 CDAB 1 0 ln 1 y A0 N A, 1 CDAB ln 1 y A0 ESSE FLUXO É OBTIDO QUANDO SE TEM REAÇÃO INSTANTÂNEA NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA, A QUAL É CARACTERÍSTICA DE REAÇÕES RÁPIDAS QUE APRESENTAM Ks∞. SE 1 k S DAB A RESISTÊNCIA À REAÇÃO QUÍMICA CONTROLA O FLUXO DO SOLUTO NA SUPERFÍCIE CATALÍTICA E A FRAÇÃO MOLAR DE A NA SUPERFÍCIE DO CATALISADOR, DE ACORDO COM A EQUAÇÃO (X), É yA yA0. NESTE CASO, kS0, OU SEJA, A REAÇÃO QUÍMICA NA SUPERFÍCIE DO CATALISADOR É LENTA. y A DAB k S 1 DAB k S 1 y A0 kS 1 D AB y A0 PORTANTO, O EFEITO DO FENÔMENO DIFUSIVO É DESPREZÍVEL NO FLUXO GLOBAL, O QUAL, EM VIRTUDE DA CONTINUIDADE DA MATÉRIA, CONTINUA SENDO DADO PELA EQUAÇÃO: N A, RA,, Ck S y A OUTRA INFORMAÇÃO IMPORTANTE É QUE, NA MEDIDA EM QUE AUMENTA, ELEVA-SE A INFLUÊNCIA DA RESISTÊNCIA À DIFUSÃO NO FLUXO GLOBAL DO SOLUTO. PARA ks0 A ZONA DE REAÇÃO É DESPREZÍVEL, O QUE LEVA A 0. EXEMPLO 1: O SOLUTO-REAGENTE A DECOMPÕE-SE NA SUPERFÍCIE DE UMA LÂMINA CATALÍTICA SÓLIDA NÃO-POROSA SEGUNDO A REAÇÃO IRREVERSÍVEL DE PRIMEIRA ORDEM AB. O COMPOSTO A FAZ PARTE DE UMA MISTURA GASOSA ESTAGNADA DE ESPESSURA EM VOLTA DA PLACA. ESTABELEÇA AS EQUAÇÕES PARA O FLUXO NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA QUANDO: A) A DIFUSÃO DO SOLUTO CONTROLA O FLUXO DE MATÉRIA; B) A REAÇÃO QUÍMICA NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA CONTROLA O FLUXO DE MATÉRIA. EXEMPLO 2: CONSIDERA UM REATOR CATALÍTICO ONDE SE REALIZA UMA REAÇÃO IRREVERSÍVEL DO TIPO: 2A1B IMAGINE QUE A PARTÍCULA CATALÍTICA ESTEJA RODEADA POR UMA PELÍCULA GASOSA ATRAVÉS DO QUAL DIFUNDE O REAGENTE A ATÉ ALCANÇAR A SUPERFÍCIE NÃO-POROSA DO CATALISADOR. SUPONHAMOS QUE A REAÇÃO OCORRA INSTANTANEAMENTE SOBRE A SUPERFÍCIE DO CATALISADOR E QUE O PRODUTO B DIFUNDA NO SENTIDO CONTRÁRIO DO REAGENTE A. CONSIDERANDO O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA EM REGIME PERMANENTE E A T E P CONSTANTES E QUE A REAÇÃO OCORRA SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA DO CATALISADOR, DETERMINE O PERFIL DA FRAÇÃO MOLAR E O FLUXO MOLAR DO SOLUTO A EM FUNÇÃO DA ESPESSURA DA PELÍCULA GASOSA . EXEMPLO 3: RESOLVER O MESMO PROBLEMA ANTERIOR QUANDO A REAÇÃO 2AB NÃO É INSTANTÂNEA NA SUPERFÍCIE CATALÍTICA PARA z= . SUPOR QUE A VELOCIDADE COM QUE DESAPARECE O REAGENTE A NA SUPERFÍCIE CATALÍTICA É DADO POR: RA,, N A, z z S k S C A Ck S y A EXEMPLO 4: UM REATOR CATALÍTICO É USADO PARA TRASNFORMAR ÁGUA (H2O) EM ÁGUA PESADA (H3O). SUPONDO QUE O PROCESSO POSSA SER SIMPLIFICADO PARA O ESTUDO DA TRANSFORMAÇÃO DE H2 EM H3 NO REATOR CATALÍTICO, ONDE NA SUPERFÍCIE DO CATALISADOR z= OCORRE UMA REAÇÃO INSTANTÂNEA E IRREVERSÍVEL DO TIPO: 3H 2 2H 3 ENCONTRE UMA EXPRESSÃO PARA O PERFIL DA FRAÇÃO MOLAR EM FUNÇÃO DA ESPESSURA E DO FLUXO MOLAR DO REAGENTE NA SUPERFÍCIE DO CATALISADOR EM z=. SUPONHA QUE EM z=0 A FRAÇÃO MOLAR DO REGENTE (H2) SEJA IGUAL A YA0 e em z= SEJA NULA. CONSIDERE QUE A REAÇÃO OCORRA SOBRE UMA SUPERFÍCIE PLANA DO CATALISADOR E QUE O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA OCORRA EM REGIME PERMANENTE E QUE O REATOR ESTEJA OPERANDO A T E P CONSTANTE. II.2 DIFUSÃO COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA NA SUPERFÍCIE DE UMA PARTÍCULA NÃO-CATALÍTICA NÃO-POROSA: “Admite-se que a superfície do sólido seja uma etapa da reação, sendo consumida ao longo do processo difusivo em regime pseudo-estacionário” EXEMPLO: REAÇÃO DE COMBUSTÃO: o soluto-reagente A difunde por uma camada gasosa inerte I e reage quando em contato coma superfície de um sólido. O produto da reação contradifunde em relação ao fluxo do reagente. A relação entre os fluxos do reagente e produto obedece a estequiometria da reação: EXEMPLO 5: UMA PARTÍCULA DE CARBONO EM FORMA DE ESFERA QUEIMA NO AR ATRAVÉS DA SEGUINTE REAÇÃO QUÍMICA: CS O2 g N 2 g CO2 g N 2 g A REAÇÃO NA SUPERFÍCIE DO CARBONO É DESCRITA COMO SENDO IRREVERSÍVEL E DE PRIMEIRA ORDEM: RO,,2 NO2 ,r kS CO2 CONSIDERANDO QUE O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA OCORRA EM REGIME PERMANENTE, A TEMPERATRURA E PRESSÃO CONSTANTES, DETERMINE O PERFIL DE FRAÇÃO MOLAR DO OXIGÊNIO EM FUNÇÃO DO RAIO DA PARTÍCULA ESFÉRICA (r) E O FLUXO MOLAR DO OXIGÊNIO NA SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA DE CARBONO. II.3 DIFUSÃO INTRAPARTICULAR COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA: QUANDO UM SÓLIDO POROSO APRESENTA SUA ÁREA INTERNA (NA ORDEM DE 30 m2/g OU SUPERIOR) MAIOR OU DA MESMA MAGNITUDE DO QUE A SUA SUPERFÍCIE EXTERNA, CONSIDERA-SE QUE O SOLUTO , APÓS ATINGIR A SUPERFÍCIE DA PARTÍCULA, DIFUNDA NO INTERIOR DESTA PAR DEPOIS SER ADSORVIDO E SOFRER REAÇÃO QUÍMICA NAS PAREDES DOS SÍTIOS ATIVOS DO CATALISADOR, DA SEGUINTE MANEIRA: aA g sSS bB g a RELAÇÃO ENTRE A SUPERFÍCIE DO PORO POR UNIDADE DE VOLUME DA MATRIZ POROSA NA EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE DE A, CARACTERIZANDO UM SISTEMA PSEUDO-HOMOGÊNEO. aRA,, RA,,, b N S 0; N B N A a EXEMPLO 6: UMA CORRENTE GASOSA CONTENDO UM REAGENTE A ENTRA EM CONTATO COM UM CATALISADOR DE GEOMETRIA ESFÉRICA DE RAIO R. ESTA PARTÍCULA ESTÁ DENTRO DE UM REATOR CATALÍTICO. NAS IMEDIAÇÕES DA PARTÍCULA CATALÍTICA, A CONCENTRAÇÃO DO REAGENTE A É CAS (MOLES/cm3). A ESPÉCIE A DIFUNDE ATRAVÉS DOS POROS EXISTENTES NO CATALISADOR E CONVERTE NO PRODUTO B ATRAVÉS DE UMA REAÇÃO IRREVERSÍVEL E DE PRIMEIRA ORDEM NO SÍTIO ATIVO DO MESMO. O PRODUTO B DIFUNDE NO SENTIDO CONTRÁRIO DO REAGENTE A. DETERMINE O PERFIL DE CONCENTRAÇÃO DO REAGENTE A EM FUNÇÃO DO RAIO DA PARTÍCULA CONSIDERANDO QUE O PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE MASSA OCORRA EM REGIME PERMANENTE E A TEMPERATURA E PRESSÃO CONSTANTE.