Trabalho

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ANÁLISE COMPARATIVA DO TEOR DE SILÍCIO
EM DIFERENTES ÓRGÃOS VEGETAIS DO
BAMBU
José Edson de Lima Torres1, Paulo Rodrigo Karas Serpa2,, Antonio Rafael da Silva Mesquita 3, Ivan de Almeida
Machado Coelho4, Cleuma Christir da Silva Almeida5 e Egídio Bezerra Neto5.

Introdução
O bambu (Bambusa spp), pertencente à família
Poaceae, originário da China e encontra-se bastante
disseminado no Brasil. Este gênero é caracterizado por
possuir colmos grossos cujo tecido resistente é
composto principalmente de lignina e celulose. A
planta de bambu é formada pelos sistemas subterrâneos
de rizomas e raízes, e parte aérea de colmos, galhos e
folhas. A planta pode apresentar flores ou frutos, por
vez, ou os dois, simultaneamente. Os colmos são
formados por uma série alternada de nós e entrenós.
Com o crescimento do bambu, cada novo nó interno é
envolvido por uma folha caulinar protetora (bainha).
Os colmos são formados por fibras e vasos. Esses
colmos diferem, segundo a espécie, em comprimento,
espessura da parede, diâmetro, espaçamento dos nós e
resistência. Em sua maioria são ocos, podendo-se
encontrar algumas espécies com entrenós sólidos e
outros com água no seu interior. [1]
Os colmos na maioria são ocos, a parede do colmo
é constituída por fibras de poucos milímetros, feitas de
lignina e silício, alinhadas paralelamente entre elas e
envolvidas no tecido parenquimal proporcionando
propriedades mecânicas construtivas excelentes. O
silício agrega resistência mecânica ao bambu. A matriz
de lignina dá flexibilidade. A distribuição das fibras é
muito mais densa na parte externa. O bambu tem alta
resistência ao longo do colmo e baixa resistência no
sentido transversal às fibras.[2]
No Brasil, dentre as espécies comerciais
introduzidas destaca-se a Bambusa vulgaris (Wendl. ex
Nees), utilizada nos programas de reflorestamento
principalmente no Nordeste do país, ocupando cerca de
35.000 a 40.000 hectares para a produção de celulose.
Apesar do elevado potencial, são poucas as pesquisas
no Brasil dirigidas para as áreas silviculturais e
tecnológicas, bem como os estudos sobre a estrutura
dos colmos de bambu. [3]
A alocação de nutrientes em plantas tem sido
descrita através da distribuição preferencial de
biomassa e nutrientes em seus diversos órgãos. A
distribuição desses nutrientes depende de vários
fatores, como idade, nutrição, competição, relações
hídricas, hábitos de crescimento.
Na litosfera terrestre o silício (Si) é o segundo
elemento mais abundante, depois do oxigênio (O).
Absorvido pelas raízes junto com a água, o silício
tende a acumular-se nas folhas, formando uma barreira
física contra o ataque de insetos e fungos e regulando a
perda de água da planta por transpiração. Em outras
palavras, a adubação complementar com silício pode,
além de aumentar a produtividade, reduzir gastos com
pesticidas.
A acumulação de silício na cutícula (epiderme)
também determina alterações na arquitetura das
plantas, podendo ficar mais ereta, evitando o
acamamento. [4]
O presente trabalho tem o objetivo de avaliar o
teor de silício (Si) nos colmos, galhos e folhas de
bambu, provenientes de uma área adubada e outra sem
adubação.
Material e métodos
Os órgãos vegetativos do bambu foram coletados
em duas áreas distintas: A primeira foi no campus da
UFRPE, nessa área foram coletadas amostras de três
indivíduos, onde estes não passaram por tratos
silviculturais; a segunda área foi na fazenda da usina
AGRIMEX no município de Goiana/PE, onde o solo de
cultivo dos bambus recebeu tratos adequados para sua
plantação, nesta foram coletadas amostras de dez
indivíduos, totalizando 13 (treze) espécimes ao final da
________________
1 Aluno de Graduação em Engenharia Florestal, Departamento de Ciência Florestal, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife- PE, Brasil, CEP: 52171900. e-mail: [email protected]
2. Aluno de Graduação em Engenharia Florestal, Departamento de Ciência Florestal, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife- PE, Brasil, CEP: 52171900. e-mail:[email protected]
3. Aluno de Graduação em Engenharia Florestal, Departamento de Ciência Florestal, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife- PE, Brasil, CEP: 52171900. e-mail:[email protected]
4. Aluno de Graduação em Engenharia Florestal, Departamento de Ciência Florestal, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife- PE, Brasil, CEP: 52171900. e-mail: [email protected]
5. Aluno de Graduação em Engenharia Florestal, Departamento de Ciência Florestal, UFRPE. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos,
Recife- PE, Brasil, CEP: 52171900. e-mail: [email protected]
6. Professor Associado do Departamento de Química, Área de Química Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco. [email protected]
coleta. O material vegetativo coletado foi separado por
Colmo (C), Galhos (G) e Folhas (F).
O material foi conduzido ao Laboratório de
Química Vegetal do Departamento de Química da
UFRPE, onde foi posto pra secagem na estufa e moído
em seguida. Para preparo dos extratos foi mensurado
1,0 g da amostra de cada órgão do vegetal e colocado,
separadamente, num cadinho de porcelana para
carbonização, por 2 (duas) horas no fogareiro elétrico;
em seguida calcinado por 4 (quatro) horas na mufla à
600º C. Posteriormente foi preparado o extrato das
amostras com Hidróxido de Sódio (NaOH) à 0,1% e
armazenado em geladeira.
Para realização da leitura do Si nas amostras foi
utilizado o Método Espectrofotométrico do Azul de
Molibdênio com análise espectrofotomátrica a 660 nm.
[5]
O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado. Os dados foram submetidos à estatística
descritiva, utilizando-se a média e o desvio padrão dos
três órgãos do bambu.
Resultados e Discussão
Avaliando as diferentes partes da planta pode-se
observar que nas amostras coletadas na UFRPE, a
concentração de Si foi mais elevada no colmo e nos
galhos onde não diferiram significativamente entre si.
Já nas folhas o teor de Si encontrado foi menor em
comparação aos dois órgãos referidos anteriormente,
como podem ser verificados no Figura 1-A. Nas plantas
provenientes da AGRIMEX, as quais foram cultivadas
com solo adubado, o que se pôde constatar foi que os
galhos apresentaram um maior teor de Si diferindo
assim, significativamente, das amostras de colmo e
folha. Já essas não diferiram entre si.
Segundo EPSTEIN (1975), Plantas cultivadas em
solo, invariavelmente contém quantidades apreciáveis
de silício, mas os experimentos em solução nos quais o
elemento foi suprimido não demonstram a sua
essencialidade. Entretanto, o silício desempenha um
papel no desenvolvimento natural de pelo menos
algumas plantas que, quando crescendo no solo,
acumulam grandes quantidades do mesmo.
Agradecimentos
A AGRIMEX que nos proporcionou as amostras
vegetativas do bambu, ao Laboratório de Química
Vegetal onde fizemos as análises químicas e por fim a
todos que contribuíram para execução do trabalho.
Referências
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
[6]
GHAVAMI, K.; MARINHO, A. B. Propriedades físicas e
mecânicas do colmo inteiro do bambu da espécie Guadua
angustifólia. Campina Grande, PB. Revista Brasileira de
Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 9, nº
1, p.107-114, 2005.
VASCONCELLOS, RAPHAEL MORAS DE – 2009; Rio de
Janeiro/RJ
[Online].
Bambu
Brasileiro.
Homepage:http://www.bambubrasileiro.com/info/plantio/index
.html
TOMAZELLO FILHO, M.; AZZINI, A. Estrutura anatômica,
dimensões das fibras e densidade básica de colmos de bambusa
vulgaris schrad. IPEF, Piracicaba, nº. 36, p. 43-50, ago.1987.
KOMDÖRFER, GASPAR H. – 2003 [Online]. Associação
Brasileira da Batata. Universidade Federal de Uberlândia/MG.
Homepage:http://www.abbabatatabrasileira.com.br/revista08_0
05.htm
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação
do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações.
Piracicaba: Potafos, 1997. 319p.
EPSTEIN, EMANUEL. Nutrição Mineral das Plantas:
Princípios e Perspectivas; tradução em notas [de] E,
Malavolta. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, São
Paulo, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975. 49p.
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Figura 1: Teor de silício em colmo, galho e folhas de plantas de bambu, coletadas na fazenda AGRIMEX (A) e no
campus da UFRPE (B)
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