crescimento bacteriano em roupas utilizadas pelos técnicos de

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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Enfermagem
Bárbara Couto Bannwart
Bruna Bertolino Zamian
CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS
UTILIZADAS PELOS TÉCNICOS DE
ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR
LINS – SP
2015
Bárbara Couto Bannwart
Bruna Bertolino Zamian
CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS UTILIZADAS PELOS TÉNICOS
DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR
Trabalho de Conclusão de curso
apresentado à Banca examinadora do
Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium, curso de Enfermagem, sob a
supervisão da orientadora Prof.ª. Ma.
Ludmila Janaina dos Santos de Assis
Balancieri e orientações técnicas pela
Profª. Ma. Jovira Maria Sarraceni.
LINS – SP
2015
CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS UTILIZADAS PELOS
TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,
para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em: ___/___/___
Banca Examinadora:
Prof. (a) Orientador (a): Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri
Titulação: Prof ª. Ma. em Saúde Pública pela USC.
Assinatura:_____________________________
1 º Prof.(a)
_______________________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:_____________________________
2 ºProf.(a):_______________________________________________________
Titulação:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura:_____________________________
“Para o espírito científico qualquer
conhecimento é uma resposta a uma
pergunta. Se não tem pergunta não
pode ter conhecimento científico.
Nada se da, tudo se constrói.”
(G. Bachelard)
A Deus por ter feito tudo caminhar bem,
aos meus pais e minha irmã por ter tido
paciência comigo em todas as horas que
precisei,
dispondo
seu
tempo,
estimulando
e
acreditando
na
concretização deste.
Bárbara Bannwart
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus que sempre me abençoou e dandome sabedoria e nunca me desamparou.
Aos meus pais e meu irmão, que sempre
estiveram presentes em toda minha
trajetória me incentivando e dando forças
para seguir em frente. Amo vocês!
Bruna Zamian
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais Helder e Yara, por terem acreditado em
mim desde o começo da minha vida universitária, me apoiando
psicologicamente e também financeiramente durante toda essa
caminhada.
A minha irmã Helga, que me ajudou em especial nessa reta final
do tcc, sem ela o trabalho estaria incompleto.
A
minha
cachorrinha
Nina,
que
foi
e
está
sendo
minha
companheira nesse tempo, afinal, como diz John Grogan : ““Cães
não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas
chiques. Água e alimento já são o suficiente. Um cachorro não liga
se você é rico ou pobre. Esperto ou não. Inteligente ou não.
Entregue o seu coração e ele dará o dele. De quantas pessoas
podemos dizer o mesmo? Quantas pessoas fazem você se sentir
raro,
puro
e
especial?
Quantas
pessoas
nos
fazem
sentir
extraordinários?”
Ao meu avô Mário (in memorian) que tinha um carinho especial
por mim, infelizmente só pude conviver minha infância ao lado
dele, mas tenho certeza que está torcendo por mim lá do céu.
Ao meu avô Basílio (in memorian) que por pouco tempo não
presencia o final dos meus 5 anos de faculdade. Sempre fazia
questão de perguntar sobre a minha vida estudantil e de rezar
pra eu ir bem às provas, pois bem vô, consegui!
As minhas avós Hilma e Yara, que estão sempre presentes em
minha vida, torcendo por mim.
A
todos
os
meus
amigos
e
colegas
de
classe,
que
me
proporcionaram momentos especiais. Não irei citar nomes para
não ser injusto com ninguém, mas cada um sabe a diferença
particular que fez em minha vida e que levarei comigo para o
resto da vida.
A todos os professores do Unisalesiano que compuseram minha
grade curricular, na qual compartilharam seus conhecimentos.
Uns mais próximos outros mais distantes, porém todos especiais.
A professora orientadora Ludmila que nos apoia desde o começo
do ano para que esse trabalho esteja impecável. Com sua calma,
esteve
sempre
disposta
a
nos
ajudar
mesmo
em
horas
inapropriadas, você com certeza foi essencial para realização
deste trabalho.
A professora Ângela Mara, que mesmo não fazendo mais parte da
grade acadêmica não mediu esforços para nos ajudar, seja por
telefone, e-mail e até mesmo pessoalmente, jamais deixou de nos
atender e foi fundamental, tanto na minha formação quanto na
elaboração desta monografia.
Bárbara Couto Bannwart
Agradeço...
Primeiramente a Deus que esteve presente em minha vida o
tempo todo, nunca me desamparou quando quase cai e sempre me
abençoou me dando sabedoria e força para a realização desse
sonho! Obrigada Pai.
Aos meus pais João e Margareth que não mediram esforços para
me ajudar nesses anos de universitária. São minha base, meu
TUDO. Se não fossem vocês hoje eu não estaria aqui realizando
meu grande sonho. Palavras não expressão o tamanho da minha
gratidão. Eu amo vocês demais, obrigada por tudo!
Ao meu irmão Marcos, que mesmo distante se faz presente dando
conselhos, puxões de orelhas e força. Espelho-me em você, em ver
sua batalha para chegar aonde chegou. Meu muito obrigado. Te
amo, saudades!
Ao meu noivo Wagner, que apesar das dificuldades sempre faz o
impossível pra estar comigo. Você fez parte da minha vida nesses
cinco anos e na reta final teve paciência para aturar meus
estresses de tcc (risos). Agradeço a Deus por ter colocado você em
minha vida, que Ele continue nos abençoando.
A minha parceira de TCC, Bárbara. É amiga conseguimos, ufa.
Valeu a pena todos nossos esforços, noites sem dormir, estresses
(risos). Amizade que vou levar pra sempre comigo.
Ao quarteto fantástico: Bárbara, Marciana e Priscila. Não
poderia deixar de agradecer vocês que estiveram presentes nesses
cincos anos. Quanta coisa passamos juntas em? Foram brigas,
discussões, patadas (né Marciana, risos), ciúmes, caras feias,
choros, risadas e o mais importante, o companheirismo. Tenho um
carinho enorme por vocês. Que Deus abençoe o caminho de cada
uma de vocês.
A querida professora e orientadora Ludmila, que sempre foi
paciente, disposta a nos ajudar para que este trabalho saísse
perfeito. Além de professora se tornou uma amiga! Obrigada por
tudo Lud.
A Professora Ângela Mara, que mesmo não fazendo mais parte
da grade acadêmica, não mediu esforços para nos ajudar.
Obrigada por tudo.
A professora Jovira que esteve sempre disposta a nos ajudar,
esclarecendo nossas dúvidas.
Aos profissionais do Hospital e Maternidade São Lucas que
contribuirão para a realização deste trabalho, sem vocês o
trabalho não seria concluído. Muito obrigada!
E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha
formação, o meu muito obrigado!
“O meu futuro está nas tuas mãos. Tu diriges a minha vida.”
Salmos 16:5
Bruna Bertolino Zamian
RESUMO
O presente estudo teve por finalidade identificar a presença e
crescimento dos microrganismos nas roupas utilizadas pela equipe de
enfermagem durante o turno de trabalho. Trata-se de um estudo
experimental laboratorial de abordagem qualitativa. As amostras foram
coletadas no setor de clínica médico-cirúrgica de Hospital e Maternidade
particular do município de Lins, onde foram coletadas amostras das roupas
dos funcionários deste setor em dois momentos, antes e após o término do
plantão. Após as coletas, as amostras foram conduzidas ao Laboratório de
Microbiologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxiulium, onde
foram realizados todos os processos de análise. O objetivo foi identificar a
ocorrência no aumento do número de microrganismo já existentes nas
roupas dos profissionais de enfermagem, durante o período de trabalho,
bem como observar as características morfofisiológicas de microrganismos
patogênicos, com a finalidade de minimizar o risco de Infecção. O Resultado
da pesquisa evidenciou em um primeiro momento que as roupas dos
profissionais de enfermagem, já apresentavam-se colonizadas com alguns
microrganismos antes mesmo do início do plantão, e constatou também um
aumento maior no crescimento de outros microrganismos na segunda
amostra que era realizada após o término do plantão. Com a intenção de
buscar minimizar a colonização e crescimento bacteriano nas roupas
desses profissionais, evitando, a longo prazo, o risco a infecções, propõe-se
a utilização de Uniformes Privativos, que sejam utilizados somente nos
respectivos setores e que seja cedido pela própria Instituição, que será
responsável pelo processo e lavagem dessas roupas com técnica asséptica
mais adequada pra cada especialidade, buscando a redução da carga
microbiana e consequentemente risco de transmissão de infecção.
Palavras Chaves: Crescimento bacteriano. Contaminação. Roupa privativa.
ABSTRACT
The present study aims to identify the presence and growth of
microorganisms in the clothing used by the nursery crew during the work shift.
It’s about a laboratory experimental study of qualitative approach. The samples
were collected in the medic-surgical clinic department of a private hospital and
maternity in Lins, where the department crew samples were collected in two
different moments, before and after the duty. After the collect, the samples were
taken to the Centro Universitário Católico Salesiano Auxiulium microbiology
laboratory where all the analysis processes were fulfilled. The goal was to
identify the occurrence of an increasing in the number of existing
microorganisms in the clothing of nursery professionals during their working
period as well as to observe the morph physiological characteristics of
pathogenic microorganisms, aiming to minimize the infection risk. The research
result pointed at a first moment that the nursery professionals clothing already
presented itself colonized by some microorganisms before even the duty starts
and, also verified an increasing in the number of other microorganisms with the
second sample which was collected after the duty was over. Intending to
minimize the bacterial colonization and growing in the clothing of these
professionals, avoiding in a long term period the risk of infections, it is proposed
the use of Private Uniforms, used exclusively in their departments, provided by
the Institution that would be responsible for the use of the most appropriate
aseptic techniques of processing and washing for each specialty clothing,
searching for microbial charge reduction and, consequently, the risk of infection
transmission.
Key words: Bacterial growth; Contamination; Private Clothing.
LISTA DE FIGURA
Figura 1: Coleta na roupa ................................................................................ 34
Figura 2: Coleta na roupa................................................................................. 34
Figura 3: Coleta na roupa................................................................................. 35
Figura 4: armazenamento na estufa........................... ...................................... 35
Figura 5: armazenamento na estufa............................................................ ......35
Figura 6: Crescimento bacteriano...................... ............................................... 36
Figura 7: Transporte para lâmina...................................................................... 36
Figura 8: transporte para lâmina.............. ...................................................... ...36
Figura 9: Crescimento de S. aureus na região do abdômen antes do plantão..37
Figura 10: Crescimento de S. aureus na região do abdomen após o plantão .. 37
Figura 11: Crescimento de S. aureus na região do bolso antes do plantão .... 377
Figura 12: Crescimento de S. aureus, Cocos, Micrococcus, streptococcus na
região do bolso após plantão.................................................. .......................... 38
Figura 13: Crescimento de Bacilos Gram -, Bacilos Gram + e S. aureus na
região da calça antes do plantão....................................................................... 38
Figura 14: Crescimento de S. aureus e Bacilos Gram - na região da calça após
o plantão.............................................. ............................................................. 39
Figura 15: Crescimento de uma Bacteria gram – semelhante morfologicamente
a Escherichia Coli na região da calça após o plantão....................................... 39
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Amostras das coletas antes e após do plantão dia
21/09/15............................................................................................................39
Quadro 2: Amostras das coletas antes e após do plantão diurno do dia
22/09/15............................................................................................................40
Quadro 3: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia
22/09/15............................................................................................................41
Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia
23/09/15............................................................................................................42
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
CAAE: Certificado de Apresentação para Apreciação Ética
ºC: Graus Celsius
CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CEP: Comitê de Ética e Pesquisa
COREN: Conselho Regional de Enfermagem
DIE: Doença infecciosa emergente
EPC: equipamento de proteção coletiva
EPI: equipamento de proteção individual
IRAS: Infecções Relacionada a Assistência a Saúde
mm: Milimetros
NR 9: Norma Regulamentadora 9
NR 32: Norma Regulamentadora 32
TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TSA: Tripticase Soya Agar
UFESP: Unidades Fiscais do Estado de São Paulo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17
CONCEITOS PRELIMINARES ........................................................................ 19
1.1 Microrganismos......... .................................................................................19
1.2 Microbiota Normal ...................................................................................... 20
1.3 Crescimento Bacteriano ............................................................................. 21
1.4 Surgimentos de Doenças ............................................................................ 23
1.5 Microrganismos presentes no Hospita ....................................................... 23
1.6 Infecções por Microrganismos................................................................... 24
1.6.1 Transmissão de Microrganismos...................... ........................................24
1.7 Biossegurança............................................. ................................................25
1.7.1 Equipamento de Proteção Individual........ ................................................25
1.7.2 Norma Regulamentadora 32 (NR - 32)..... ................................................26
1.7.3 Norma Regulamentadora 9 (NR – 9)..... ...................................................26
1.8 Roupa Privativa............................................................................................27
1.8.1 A roupa como veículo facilitador da disseminação de microrganismos. . .27
1.8.2 Contaminação de jalecos usados pela equipe de enfermagem............... 28
1.8.3 Doenças mais comuns causadas pelas bactérias nos jalecos ................ 30
1.9 Infecção Adquirida em Ambiente de Saúde ................................................ 30
1.9.1 Vias de Eliminação ................................................................................. 31
1.9.2 Transmissão ............................................................................................ 31
1.9.2.1Transmissão Direta ................................................................................ 31
1.9.2.2Transmissão Aérea ................................................................................ 32
1.9.2.3 Transmissão Indireta ............................................................................ 32
1.10 Infecções comunitárias.............................................................................. 32
2 O EXPERIMENTO.................................................. ......................................32
2.1 Aspectos éticos....................................................... .....................................32
2.2 Casuísticas e métodos.................................................................................33
2.3 Público Alvo e técnica Realizada........................... ......................................33
2.4 Testes microbiológicos....................................... ... ......................................35
2.5 Resultados .................................................................................................. 39
2.6 Discussão ................................................................................................... 43
2.7 Conclusão ................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS....................................................................................... ..........47
APÊNDICE........................................................................................................50
ANEXOS ........................................................................................................... 52
17
INTRODUÇÃO
Os profissionais de saúde têm o comprometimento de proporcionar um
ambiente seguro para a clientela, executando suas práticas e funções de
maneira apropriada, sendo os próprios profissionais incumbidos pela
prevenção de infecções, oferecendo proteção aos pacientes que se encontram
hospitalizados.
Sabe-se que as bactérias vão se acumulando e se alojando nas roupas
desses profissionais durante a carga de trabalho. E esses microrganismos que
podem ter morfologias e patogenicidades diferentes, propiciam o risco de
propagação de doenças, colocando em risco a vida dos pacientes, profissionais
e seus familiares.
Portanto, faz-se extremamente necessário o conhecimento por parte do
Enfermeiro, de quais microrganismos estão presentes nas roupas dos seus
funcionários; pois assim, consegue-se traçar um planejamento que tenha por
finalidade reduzir a quantidade dos microrganismos nas roupas, bem como
evitar o risco de propagação de doenças e infecções.
A principal via de transmissão de microrganismos ocorre
essencialmente entre as mãos dos profissionais de saúde e paciente.
Nas roupas, os bolsos constituem uma área de maior contaminação,
possivelmente devido ao frequente contato com as mãos dos
profissionais, após o cuidado ao paciente, para guarda de pertences
sem realizar a higienização das mesmas. A região da cintura,
também é um local comumente contaminado, o que pode ser
associado ao contato direto destes locais com o paciente e
superfícies ambientais, além de objetos inanimados. A contaminação
da roupa dos profissionais por meio do contato direto ou indireto é
quase que inevitável em ambiente hospitalar. Fato que pode se
intensificar diante das longas, duplas ou triplas jornadas de trabalho
em distintas instituições, assistindo diferentes tipos de pacientes
utilizando o mesmo vestuário. Assim, considerando os jalecos de
profissionais de saúde como potencial reservatório de
microrganismos susceptíveis e resistentes. (OLIVEIRA; SILVA, 2013,
p. 5470)
Espera-se com os resultados desta pesquisa, mostrar ao enfermeiro e à
equipe de enfermagem, a importância do conhecimento em relação aos
fatores, que podem pré-dispor a ocorrência de infecções e propagação de
doenças, citando por exemplo, o uso das roupas para trabalho de forma
indiscriminada. Tendo primeiramente como proposta de intervenção, o uso de
Roupas Privativas para o turno de trabalho, ou seja, roupas que os funcionários
18
coloquem no hospital e, antes de irem embora, deixem-nas na lavanderia do
mesmo, para passarem pelo processo de lavagem e higienização corretas.
Com isso o funcionário irá preservar a roupa que veio de casa, diminuindo
assim a flora bacteriana que estaria levando para sua residência, com o risco
de contaminar seus familiares e outras pessoas da comunidade.
Este trabalho tem como objetivo: identificar o crescimento bacteriano em
roupas da equipe de enfermagem durante o turno de trabalho.
E procura responder à seguinte pergunta problema: Qual a relevância na
identificação do crescimento de microrganismos, nas roupas dos profissionais
da equipe de enfermagem?
A utilização de roupas privativas em unidades fechadas ou
específicas representam mais que uniformização da equipe, são
também importantes para que os profissionais não contaminem suas
roupas, e que assim, sejam vetores de contaminação. A roupa
denominada privativa deve ser utilizada única e exclusivamente nos
setores a que se destinam. (FERNANDES; ROSIN; CANAVEZI,
2010, p. 01)
A metodologia aplicada foi através de uma pesquisa experimental de
abordagem qualitativa. A pesquisa ocorreu no Hospital particular do município
de Lins. A coleta de dados foi realizada com 16 técnicos de enfermagem em
plantões pares e ímpares no período diurno e noturno.
19
CONCEITOS PRELIMINARES
1.1 Microrganismos
Segundo Tortora; Funke e Case (2005) os microrganismos são
pequenos demais para serem visto a olhos nus. O grupo abrange bactérias,
fungos, protozoários, algas e vírus.
“A maioria fornece contribuições cruciais para o bem-estar dos
habitantes do mundo, pela manutenção do equilíbrio entre os organismos vivos
e os compostos químicos do nosso ambiente.”(TORTORA; FUNKE e CASE,
2005, p.1)
De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), embora a minoria dos
microrganismos origine a patologia, o conhecimento prático sobre os mesmos,
é indispensável para as ciências relacionadas à saúde e para a medicina. Os
profissionais de saúde dos hospitais devem ser responsáveis por proteger os
pacientes de microrganismos comuns, que geralmente não são maléficos, mas
podem ser nocivos às pessoas doentes.
As bactérias, que têm uma estrutura simples, possuem duas formas
básicas: parede celular gram-positiva e gram-negativa. Os formatos de cocos,
bacilos e espirilos são utilizados para especificar as bactérias. (MURRAY et. al,
2004)
O Staphylococcus aureus é uma bactéria do grupo dos cocos grampositivos componente da microbiota humana, mas que pode ocasionar
patologias que originam desde uma infecção simples, como furúnculos e
espinhas, até as mais intensas, como, meningite, pneumonia, síndrome do
choque tóxico, endocardite, e septicemia, etc. Com a descoberta dos
antibióticos, esses microrganismos foram os primeiros a tornaram-se
controlados, mas, em virtude de sua ampla capacidade de acomodação e
resistência, transformaram-se em um gênero de total relevância no quadro das
infecções hospitalares e comunitárias. (CASTRO et al., 2007)
O nome Sthapylococcus aureus é derivado da palavra grega staphylé,
que significa “cacho de uvas”. Esse nome se refere ao fato de que as células
desses cocos gram-positivos crescem em um padrão semelhante a um cacho
de uvas; entretanto, os microrganismos no material clínico também podem
20
aparecer como células isoladas, aos pares ou em cadeias curtas. (MURRAY et
al.,2004)
O Sthaphylococcus aureus é uma das bactérias causadoras de
infecção humana mais comum. Este gênero apresenta 32 espécies
de cocos gram-positivos que não formam esporos, não é imóvel, a
maioria não apresenta cápsula, sendo algumas espécies
facultativamente anaeróbias. Estão distribuídas na natureza, tendo
como habitat natural a pele, anexos e membranas mucosas de
mamíferos e pássaros, eventualmente disseminando para outros
tecidos. (CASSARO JUNIOR et al.,2000, apud FRANCISCO; ASSIS,
2010)
Segundo Trabulsi, Alterthum (2008), os Streptococcus abrangem um
grupo de diferentes cocos que se fragmentam num só plano, organizando-se
em cadeias de tamanhos diferentes. Ainda que esses microrganismos se
componham da microbiota normal, um tanto deles são encarregados por uma
diversidade de manifestações clínicas e são conceituados agentes infecciosos
tanto para os animais como para os homens.
Durante a década passada, o gênero Enterococcus tornou-se um
patógeno emergente tanto nas infecções hospitalares como nas
adquiridas na comunidade. Os enterococos são cocos gram-positivos
que geralmente se dispõem aos pares e em curtas cadeias, e são
catalase negativos. (HORNER et al.,2005).
De acordo com Trabulsi (2008), o Enterococcus faecalis envolve o
agente mais habitual de infecção hospitalar. O fragmento apurado no hospital
coloniza-se o trato gastrintestinal para após, propiciar a infecção.
“A bactéria é transmitida facilmente no hospital pelas mãos dos
funcionários, que se contaminam com as roupas e objetos dos pacientes e com
o manuseio dos equipamentos.” (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p.218).
Os vírus são pequenos e só são vistos com microscópios, existem mais
de 40 tipos de vírus envolvidos em doenças humanas. Eles necessitam de uma
célula hospedeira para se reproduzir. (MURRAY et. al, 2004)
1.2 Microbiota Normal
A microbiota normal tanto pode nos causar prejuízo, quanto nos
beneficiar. Por exemplo, determinadas microbiotas normais nos
protegem contra doenças impedindo o crescimento de micróbios
nocivos, enquanto outras produzem substâncias úteis como as
vitaminas K e B. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.18)
21
De acordo com Tortora; Funke e Case (2005) diferença entre saúde e
doença são as defesas produzidas pelo nosso próprio organismo e as
particularidades de fornecer doenças por microrganismos.
Todos os indivíduos possuem microrganismos dentro e sobre o
corpo. Eles constituem a microbiota normal ou flora do nosso
organismo. A capacidade de uma determinada espécie de agente
infeccioso pode causar uma doença, sendo que a resistência do
organismo ao hospedeiro são fatores importantes para determinar se
uma pessoa irá ou não contrair uma doença. Uma doença infecciosa
é aquela em que os organismos patogênicos invadem um hospedeiro
suscetível. Uma doença infecciosa emergente (DIE) é uma nova ou
modificada doença que mostra um aumento na sua incidência em um
passado recente ou um potencial para aumento em um futuro
próximo. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2012, p. 413)
O patógeno de uma doença infecciosa invade um hospedeiro, um animal
ou uma pessoa. O patógeno acontece dentro de um hospedeiro, e assim as
doenças surgem. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005)
Os microrganismos que asseguram uma habitação aproximadamente
definitiva (colonizam), mas que não geram doença em circunstâncias normais
se adequam aos membros da microbiota normal do corpo ou flora normal. Os
demais, nomeados microbiotas transitórias, podem apresentar-se por múltiplos
dias, semanas ou meses e então ocultar-se. Os microrganismos não são
detectados em todo o corpo humano, mas estão identificados em certas
regiões. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005).
1.3 Crescimento Bacteriano
Segundo Tortora; Funke e Case (2005), para o crescimento microbiano
é necessário possuir duas classificações: físicas e químicas. Entre os fatores
físicos estão a temperatura, pressão osmótica, pH. E entre os fatores químicos
incluem fontes de carbono e nitrogênio, fósforo, enxofre, oligoelementos,
oxigênio e fatores orgânicos.
De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), o material necessário
para o crescimento microbiano é chamado de meio de cultura. Algumas
bactérias podem se proliferar em qualquer meio de cultura, outras precisam de
um meio especial. O meio de cultura deve ser estéril. A cultura deverá ser
incubada na temperatura apropriada para se proliferar.
De acordo com Trabulsi; Alterthum (2008), existem dois grupos de meio
22
de cultura que são os meios sintéticos e os mais complexo. Os sintéticos são
de composição química e para que as bactérias se proliferem nesse meio elas
precisam ser incubadas na presença de luminosidade e condições de
aerobiose. Os mais complexo possuem uma formação química não definida
que é o extrato de carne.
Os meios de cultura podem ser compostos por soluções aquosas, e as
bactérias possuem uma simplicidade para que se proliferem nesse meio.
(TRABULSI, ALTERTHUM 2008)
Os meios seletivos são os que impedem o proliferamento de certos
microrganismos e motivam o crescimento de outros. A seletividade depende
da adição de inibidor. Os corantes básicos mostra o crescimento das bactérias
gram-positivas e a azida sódica mostram as bactérias gram-negativas.
(TRABULSI, ARTERTHUM 2008)
“Os meios diferenciais são aqueles que conferem características
especiais a colônias que em condições seriam idênticas”. (TRABULSI,
ALTERTHUM, 2008, p. 24)
Existe um grande fator necessário para a bactéria desenvolver-se ou
morrer que é a temperatura, algumas são resistentes à temperatura, outras
precisam de uma temperatura elevada para se multiplicar. (TORTORA; FUNKE
e CASE, 2005)
Um esquema de classificação fornece uma lista de características e
meios para comparação a fim de se chegar à identificação de
organismo. Quando um organismo é identificado, esse pode ser
colocado em esquema de classificação previamente definido. Os
microrganismos são identificados com propósitos práticos. Eles não
são necessariamente identificados pelas mesmas técnicas por meio
das quais são classificadas. A maioria dos protocolos de identificação
é facilmente realizada em laboratórios e utiliza a menor quantidade de
procedimentos e técnicas possíveis. (TORTORA; FUNKE e CASE,
2005, p, 285).
Para identificar uma patologia, geralmente é recomendado colher uma
porção de material que contenha o microrganismo causador da patogenicidade.
As amostras devem ser obtidas através da assepsia. (TORTORA; FUNKE e
CASE 2005).
De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), no laboratório, as porções
dos tecidos contaminados são tratadas em espaços desiguais e seletivos em
23
um experimento de isolar e detectar qualquer patogenicidade ou estrutura que
não seja frequentemente detectada em combinação com aquele tecido.
O recipiente da amostra deve ser marcado com o nome do paciente,
o número do leito (se hospitalizado), a data, o horário e as
medicações utilizadas. As amostras devem ser transportadas ao
laboratório imediatamente para cultura. O atraso no transporte pode
resultar no crescimento de alguns organismos, e seus produtos
tóxicos podem matar outros organismos. Os patógenos tendem a ser
fastidiosos e morrem se não forem mantidos em condições
ambientais ótimas. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.287).
Uniformes e jalecos são necessários para executar técnicas ,pois estas
podem causar respingos de sangue e/ou líquidos corporais.(TORTORA;
FUNKE e CASE, 2005)
1.4 Surgimentos de Doenças
Todos nós temos mecanismos de defesa para permanecermos
saudáveis. Por exemplo, a pele e as membranas mucosas íntegras
são barreiras efetivas contra a invasão microbiana. Dentro do corpo,
certas células e proteínas especializadas denominadas anticorpos
podem atuar em conjunto para destruir os micróbios. Entretanto,
apesar de nossas defesas, ainda somos suscetíveis aos patógenos.
(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.408).
Patologia é o estudo científico da doença. A patologia está associada em
princípio com a causa, ou origem da doença. Posteriormente, trata da
patogenia, a forma com que a doença se propaga. Por fim, a patologia está
relacionada com as variações estruturais e funcionais estimuladas pela doença
e suas consequências finais no corpo. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005)
Existe um equilíbrio delicado entre nossas defesas e os mecanismos
patogênicos dos microrganismos. Quando as defesas resistem a
estas capacidades patogênicas, mantemos a saúde. Porém, quando
a capacidade do patógeno supera as defesas, a doença ocorre.
(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.408).
A doença é uma condição excepcional em que parte do corpo ou todo
ele não estão regulados de modo correto ou são incapacitados de suceder
suas atividades normais. Uma infecção pode estar na inexistência de uma
patologia detectável. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005).
1.5 Microrganismos presentes no Hospital
Embora todos os esforços sejam feitos para matar ou impedir o
crescimento de microrganismos no hospital, o ambiente hospitalar é
24
um importante reservatório para uma variedade de patógenos. Uma
razão é que certos membros da microbiota normal do corpo humano
são oportunistas e apresentam um risco particularmente intenso para
pacientes hospitalizados. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.423).
A maior parte dos micróbios causadores de infecções hospitalares não
gera doença em pessoas saudáveis, mas são doentios somente para seres nos
quais as defesas foram enfraquecidas pela doença. (TORTORA; FUNKE e
CASE, 2005).
De acordo com Tortora; Funke e Case (2005) , nas décadas de 40 e 50,
a prevalência das infecções hospitalares era formada por micróbios grampositivos. Em determinado momento, a bactéria gram-positiva Staphylococcus
aureus era a causa dominante das infecções hospitalares.
No ano 2000, a barreira devido a resistência a antibióticos nas infecções
hospitalares, tornou-se uma grande apreensão. (TORTORA; FUNKE e CASE,
2005).
Além de serem oportunistas, alguns microrganismos em hospitais
tornam-se resistentes a fármacos antimicrobianos, que são
comumente usadas. Por exemplo, P. aeruginosa e outras bactérias
gram-negativas se tornam difíceis de serem controladas com
antibióticos, devido a seus fatores R, que transportam genes que
determinam a resistência aos antibióticos.(TORTORA; FUNKE e
CASE, 2005, p.423).
1.6 Infecções por Microrganismos
A infecção é a ocupação do corpo por microrganismos transmissores de
doenças; a patologia sucede quando a infecção causa uma variação no estado
de saúde da pessoa. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005).
“As infecções hospitalares resultam da interação de vários fatores (1) os
microrganismos no ambiente hospitalar, (2) o estado comprometido (ou
enfraquecido) do hospedeiro, e (3) a cadeia de transmissão no hospital.”
(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.422).
1.6.1 Transmissão de Microrganismos
Segundo Tortora; Funke e Case (2005), ofertada a diversidade de
patógenos em hospitais e a condição envolvida do hospedeiro, as vias de
transmissão são um temor contínuo. As principais vias de transmissão das
25
infecções hospitalares são o contato direto entre os profissionais da saúde com
o paciente e de um paciente com o outro.
Para causar doença, a maioria dos patógenos deve obter acesso ao
hospedeiro, aderir aos tecidos do mesmo, penetrar ou evadir suas
defesas e lesar seus tecidos. Contudo, alguns microrganismos não
causam doença por lesar diretamente os tecidos do hospedeiro.
(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.437).
Conforme Tortora; Funke e Case (2005), A pele é denominada um dos
maiores órgãos do nosso corpo, é uma intervenção essencial contra a doença.
A pele como um todo é impermeável para a grande maioria dos
microrganismos.
“Os patógenos podem infectar o corpo humano ou outros hospedeiros
por meio de várias vias, denominadas portas de entrada.” (TORTORA; FUNKE;
CASE, 2005, p.437).
Após os microrganismos terem atingido o corpo, eles obrigatoriamente
não originam a patologia. O acontecimento da doença se sujeita por múltiplos
fatores, e a porta de entrada é apenas um deles. (TORTORA; FUNKE e CASE,
2005).
“Embora alguns patógenos possam causar lesão à superfície dos
tecidos, a maioria deve penetrar nos tecidos para causar doença.” (TORTORA;
FUNKE; CASE; 2005, p.441).
1.7 Biossegurança
Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos
animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos
desenvolvidos. (CARVALHO et al, 2009)
Segundo Mastroeni (2006), a biossegurança cita as condições de
segurança para manipulação e contenção dos agentes infecciosos.
Na prevenção da contaminação por agentes infecciosos, recomendase que os profissionais de saúde adotem medidas de Biossegurança,
especificamente àqueles que trabalham em aéreas insalubres, com
risco variável. (CARVALHO, et. al, 2009)
1.7.1 Equipamento de Proteção Individual
26
Os equipamentos de segurança são classificados como bloqueio de
contaminação, visando guardar a vida do profissional e o ambiente de trabalho.
São denominados equipamento de proteção individual (EPI) e equipamento de
proteção coletiva (EPC). (MASTROENI, 2006)
“Os EPIs são considerados como um uniforme. Estes equipamentos são
compostos por avental, gorro, máscara, óculos de proteção e luvas, e são
indicados para proteção do profissional e do paciente durante a realização de
procedimentos.” (SILVA et al. apud PEREIRA; ALMEIDA, 2012, p. 21)
O EPI é considerado todo equipamento de uso pessoal, sendo usado
para a proteção do trabalhador, deve ser atóxico, não causar alergias ou
irritação na pele. (MASTROENI, 2006)
O avental (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir
sujidade na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade
de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais,
secreções ou excreções. O avental será selecionado de acordo com
a atividade e quantidade de fluido encontrado (plástico ou tecido).
(OPPERMANN; PIRES, 2003, p. 15)
1.7.2 Norma Regulamentadora 32 (NR - 32)
A Norma regulamentadora 32 (NR 32) é uma lei no ministério do
trabalho que proporciona medidas de segurança para proteger a saúde dos
trabalhadores da área em qualquer unidade. Tem como principal objetivo
prevenir acidentes de trabalho nos profissionais de saúde. (FELDIMAN, 2009)
32.4.6 “Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a
agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e
em condições de conforto”. (LUPI, 2010)
32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho
com EPI e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais.
(LUPI, 2010)
32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para o
fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas.
(LUPI, 2010)
Portanto, o termo vestimenta refere-se a uma roupa que forneça
proteção ao profissional de saúde e suas roupas pessoais, podendo
ser jalecos, calças, blusas ou aventais, descartáveis ou laváveis.
Estas vestimentas devem fornecer ao profissional a segurança e
conforto na realização de procedimentos, promovendo a prevenção
do contato com agentes contaminantes. (FERNANDES; ROSIN;
CANAVEZI, 2010. p 02)
1.7.3 Norma Regulamentadora 9 (NR – 9)
27
A Norma Regulamentadora 9 – NR 9 estabelece a obrigatoriedade da
elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e
instituições que admitam trabalhadores como empregados, do
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da
antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais. (PORTARIA SSST nº 25, 1994)
1.8 Roupa Privativa
A ANVISA informa que não existe uma lei e normas que obriga o uso de
roupas privativas em um ambiente hospitalar. No entanto, por ser um local
onde é realizado procedimentos invasivos, críticos e de alta complexidade, é
recomendado o uso de roupas privativas, levando em conta o potencial de
contaminação de alguns procedimentos realizados. (FERNANDES, ROSIN,
CANAVEZI, 2010)
1.8.1 A roupa como veículo facilitador da disseminação de microrganismos
Diante deste comportamento frequente, tendo em vista a possível
participação do vestuário dos profissionais de saúde na disseminação
de microrganismos, algumas iniciativas vêm sendo implementadas.
No Brasil, o governo municipal de Maceió sancionou a lei de número
124/2009 que restringe o uso de jalecos em locais públicos. No
Paraná, a Assembleia Legislativa, aprovou a lei número 16.491/2010
que proíbe a utilização de jalecos e outros equipamentos de proteção
individual por profissionais da saúde, em áreas extra hospitalares. Em
Minas Gerais, especificamente em Belo Horizonte, foi aprovada a Lei
10.136/2011, os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul também
apoiam ações similares. (OLIVEIRA; SILVA, 2013, p.84.).
As roupas utilizadas pelos profissionais de saúde no dia a dia são
classificadas como um possível reservatório para a transmissão de
microrganismos, mesmo sendo de baixa quantidade. (OLIVEIRA, et. al., 2013)
A principal via de transmissão de microrganismos ocorre entre as
mãos dos profissionais de saúde e pacientes. No entanto, a possível
participação de fatores ambientais, como superfícies, equipamentos e
vestuário (jaleco, avental e uniforme) utilizado pelos profissionais,
desperta a atenção de pesquisadores, da sociedade e das agências e
associações de controle de infecção. (OLIVEIRA; SILVA;
GARBACCIO, 2012, p. 685)
Segundo Oliveira; Silva; Garbaccio (2012), a disseminação de
microrganismo pode ocorrer dentro e fora de um ambiente hospitalar, o uso dos
28
jalecos utilizados pelos profissionais de saúde tem se tornado comum em
locais fora da unidade hospitalar.
“O vestuário utilizado no cotidiano do profissional de saúde começa a ser
considerado um potencial reservatório para a transmissão de microrganismos
envolvidos na ocorrência das IRAS, mesmo que em menor proporção.”
(OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012, p. 685)
Um ponto pouco discutido, o qual pode ter relação direta com a
contaminação e a manutenção dos microrganismos no vestuário,
prende-se ao tipo do tecido e da fibra. Nos tecidos compostos de
fibras de algodão, os patógenos podem sobreviver por tempo superior
em contraposição aos tecidos compostos de fibras sintéticas. Isso
pode ser justificado pela hidrofobicidade dos tecidos sintéticos, que
dificulta a sobrevivência de patógenos. (OLIVEIRA; SILVA;
GARBACCIO, 2012, p.689.)
Segundo Oliveira; Silva; Garbaccio (2012), outro aspecto associado à
contaminação da roupa dos trabalhadores de saúde especifica-se a falta
frequente de troca e lavagem do mesmo avental, jaleco ou uniforme conforme
os cuidados ao paciente em diversos casos clínicos e epidemiológicos.
1.8.2 Contaminação de jalecos usados pela equipe de enfermagem
As roupas utilizadas pelos profissionais de saúde no dia a dia são
classificadas como um possível reservatório para a transmissão de
microrganismos, mesmo sendo de baixa quantidade. (OLIVEIRA; SILVA, 2013)
Nas atividades de saúde aconselha-se que os profissionais utilizem
critérios de biossegurança, os quais estão mais vulneráveis a contrair doenças
adquiridas por meio de acidentes de trabalho, através de técnicas que
apresentam riscos. O seu uso diminui o acesso de microrganismos para
pacientes, como evita a exposição do trabalhador de saúde aos agentes
infecciosos e do local de trabalho. (FENALTE; GELATTI, 2012.)
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são aquelas
contraídas durante os procedimentos realizados. (OLIVEIRA; SILVA, 2013)
O uso do jaleco é adotado como medida de biossegurança, para o
cuidador e para o paciente, mas deve ser observado o risco da
utilização dos uniformes fora do ambiente de trabalho. Estes jalecos
podem estar contaminados com microrganismos de caráter
patogênico, e ser um veículo de transporte para comunidade de
isolados resistentes, assim como, levarem para dentro dos hospitais
29
microrganismos de caráter comunitário, os quais podem tornar-se
resistentes. (FENALTE; GELATTI, 2012, p.47)
Uma das áreas de grande contaminação dos jalecos, frisada em
diferentes estudos, tem sido os bolsos, região da cintura ou abdominal e para
os de manga longa acrescenta-se também os punhos, pelo provável contato
direto destas partes com o paciente ou contato indireto com equipamentos,
superfícies ambientais, estetoscópios, instrumentos clínicos. (OLIVEIRA;
SILVA, 2013.).
Segundo estudos, nos jalecos os bolsos e a região abdominal são as de
maior contaminação, devido o contato com as mãos do profissional de saúde
para guardar os materiais nos bolsos e ao toque na cintura e punhos durante
cuidados com pacientes inanimados. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012)
A contaminação nas roupas dos profissionais de saúde pode mudar de
acordo com a unidade de internação, ela é maior nas unidades que prestam
cuidados em pacientes em condições críticas, onde há maior contato com o
paciente e profissional de saúde. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012)
Segundo Oliveira (2013), o avental é aconselhável para uso restrito nas
instituições de saúde durante o atendimento ao paciente. O seu uso em
ambiente comunitário e/ou público como restaurantes, lanchonetes, bares,
ônibus, pode representar uma postura de risco por parte dos trabalhadores da
área da saúde, como também uma provável propagação de microrganismos na
sociedade.
De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro de 2010, em uma
unidade de internação de um hospital, em relação à atuação dos profissionais
de saúde quanto ao uso do jaleco em ambientes públicos, mais da metade dos
profissionais circulam com os aventais em áreas externas à unidade, serviços
de apoio assistencial e áreas administrativas.
A utilização do jaleco pelos trabalhadores da área de saúde na área
externa do hospital tem-se tornado uma rotina nos locais próximos às
instituições de saúde, como exemplo, em restaurantes, supermercados,
transporte coletivo, etc. (OLIVEIRA; SILVA, 2013).
O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou, em 9/6/2011, a Lei
nº 14.466, de 8/6/2011 (ANEXO A), que proíbe o uso de
equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho
pelos profissionais de saúde, especificamente os “jalecos” e
30
“aventais”. A infração está sujeita à multa de 10 (dez) Unidades
Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP), atualmente no valor de R$
174,50 (cento e setenta e quatro reais e cinquenta centavos),
aplicada em dobro em caso de reincidência. A multa será imposta
pelos órgãos estaduais de vigilância sanitária. A medida tem por
finalidade diminuir o índice de infecção hospitalar nos
estabelecimentos de serviços de saúde, já que a utilização de tais
equipamentos fora do ambiente de trabalho pode ser um estímulo a
entrada de vírus e bactérias que agravem o estado clínico dos
pacientes. (CREMESP, 2011)
Recomenda-se a execução de campanhas de informação, a fim de
qualificar os estudantes e trabalhadores da área da saúde sobre o risco
iminente dos jalecos no ambiente externo de trabalho, especialmente em
lanchonetes e restaurantes. (FENALTI; GELATTI, 2012.)
1.8.3 Doenças mais comuns causadas pelas bactérias nos jalecos
As bactérias multirresistentes (A. baumannii, Pseudonomas aeruginosa,
Escherichia coli e Enterobacter sp. e outras) podem provocar doenças como
faringite, otites, pneumonia, tuberculose e até mesmo levar ao óbito, são
levadas para lugares públicos e retornam das ruas para consultórios médicos,
odontológicos, enfermarias e salas de cirurgia nos jalecos dos profissionais da
saúde. Essa negligência profissional, na maioria das vezes acontece por
arrogância ou por desconhecimento de alguns conceitos básicos de
microbiologia (CARVALHO et al., 2009).
1.9 Infecção Adquirida em Ambiente de Saúde
Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e
não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no
momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda
manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a
admissão. Também são consideradas hospitalares aquelas infecções
manifestadas antes de completar 72 horas da internação, quando
associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos,
realizadas previamente. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO
2000, p.218.)
As infecções Hospitalares são ocasionadas por um descontrole da
ligação entre mecanismos de defesa e microbiota normal humana. Isso
acontece devido à patologia do paciente, procedimentos invasivos e alteração
da população microbiana. (PEREIRA, et. al, 2005)
31
O encadeamento epidemiológico pode ser efetuado por um diagrama
das fases cercadas na propagação de um agente infeccioso de um depósito
para um hospedeiro vulnerável. Ela é constituída de seis elos: agente
infectante, reservatório ou fontes, via de eliminação, transmissão, penetração e
hospedeiro suscetível. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000).
Reservatório é o hábitat natural de um agente infeccioso, onde ele
vive, multiplica-se e do qual depende primariamente para sua
sobrevivência. A fonte de infecção é a pessoa, animal, objeto ou
substância através da qual o agente infeccioso passa para o
hospedeiro. Muitas vezes, existe coincidência entre a fonte e o
reservatório(FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000, p.215).
1.9.1 Vias de Eliminação
São as condutas pelas quais os reservatórios expelem o agente
infectante. Na transmissão inter-humana de patologias constituem relevantes
as secreções nasais, genitais, faríngeas, orais, urina, fezes, sangue, escarro,
descargas purulentas, descamações epiteliais e leite. Em ocasião em que as
doenças são transmitidas através de animais, a picada de insetos é o
mecanismo predominante. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000).
1.9.2 Transmissão
É o transporte pelo qual o agente infectante pode espalhar-se para um
hospedeiro. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000).
1.9.2.1Transmissão Direta
Pode acontecer de forma imediata ou mediata, na contaminação
imediata, que inclui a composição de superfícies sem apresentação do agente
ao meio externo e é raro nas infecções hospitalares. A contaminação mediata,
não há composição de superfícies, e pouco tempo de permanência do agente
infeccioso no meio externo não provoca alterações do material infectado.
Existem três formas de transmissão, através de gotículas, por materiais
contaminados e pelas mãos dos profissionais de
saúde que
procedimentos não lavam. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000)
após
32
1.9.2.2 Transmissão Aérea
A transmissão aérea pode ocorrer a partir da suspensão de partículas
no ar, consistindo parcialmente ou inteiramente de microrganismos.
Estas partículas geralmente variam entre 1 e 5mm, tendo maior
facilidade de atingir alvéolos quando inaladas, e podem permanecer
no ar por longos períodos, mantendo sua infectividade. Podem ser
oriundas de secreções e excretas que sofreram evaporação ou
aparelhos que produzam aerossóis, como de nebulizadores. Podem
também ser gerado a partir de poeira, roupas, extravasamento de
fluidos corpóreos, solo etc., permanecendo, nesses casos, pouco
tempo em suspensão. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000,
p.215).
1.9.2.3 Transmissão Indireta
São aquelas que necessitam de uma exposição demorada do
agente infeccioso às condições do meio ambiente, fazendo com que os
microrganismos sofram mudanças em suas características. Isso acontece
através de vetores (animais que podem transmitir infecções), matérias
hospitalares, alimentos, água e medicamentos. (FERNANDES; FERNANDES,
RIBEIRO, 2000).
1.10 Infecções comunitárias
Segundo Oliveira (2010), as infecções comunitárias são todas as
infecções notificadas durante a internação do paciente no hospital, provindas
de outro hospital, de outras unidades de internação do hospital de estudo ou da
própria comunidade.
São também comunitárias: as infecções associadas a complicações ou
extensão da infecção já presentes na admissão, a menos que haja troca de
microrganismos ou sinais e sintomas fortemente sugestivos da aquisição de
nova infecção. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000, p. 218).
2 O EXPERIMENTO
2.1 Aspectos éticos
A pesquisa foi submetida à Plataforma Brasil, na área da saúde,
juntamente com os termos necessários e posteriormente ao Comitê de Ética e
33
Pesquisa do UNISALESIANO (CEP), sob Certificado de Apresentação para
Apreciação Ética (CAAE) nº 4463315.2.0000.5379 e Parecer nº 1.093.743 em
25/05/2015 (ANEXO B) e assim iniciou-se a coleta de dados.
Segundo a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, os
participantes de pesquisa científica que envolve seres humanos necessitam de
respeito e proteção pela sua dignidade humana, que é garantido através de
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO C), que contem
informações e assinaturas das participantes, onde o sigilo e a privacidade
foram mantidos com segurança, dignidade, respeitando sua autonomia e
vulnerabilidade. (BRASIL, 2012).
2.2 Casuísticas e métodos
O estudo foi desenvolvido em um Hospital particular do município de
Lins. A coleta foi realizada em uma unidade clinica médico-cirúrgica.
Foi realizada uma pesquisa laboratorial experimental no período de 30
dias do mês de Setembro de 2015, onde foram coletadas amostras
bacteriológicas dos técnicos de enfermagem da clinica médico – cirúrgica.
Estas amostras foram coletadas nos plantões pares e ímpares dos períodos
diurnos e noturnos, a técnica foi realizada antes e depois dos plantões. Foram
coletadas três amostras distintas de cada profissional (1ª amostra: região
abdominal do jaleco; 2ª amostra: região do bolso do jaleco; 3ª amostra: barra
da calça).
A pesquisa experimental se dá por tentativa e erros, pode ser
realizada em qualquer ambiente. São investigações de pesquisa
empírica que tem como principal finalidade testar hipóteses que
dizem respeito a relações de causa e efeito. Envolvem grupos de
controle, seleção aleatória e manipulação de variáveis
independentes. Empregam rigorosas técnicas de amostragem para
aumentar a possibilidade de generalização das descobertas
realizadas com a experiência. A pesquisa experimental pode ser
realizada no laboratório e no campo. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p. 41,
2007)
2.3 Público Alvo e técnica Realizada
34
Participou da pesquisa um total de 16 técnicos de enfermagem, sendo
quatro profissionais de cada plantão.
A coleta do material foi realizada de forma individual. Foi utilizada a
Placa de Petri, anteriormente preparada (lavagem, esterilização e preparo do
meio de cultura), contendo a solução Tripticase Soya Ágar (Himedia).
Inicialmente os profissionais foram identificados por uma numeração e em
seguida os pontos das coletas foram marcados a lápis. Na parte anterior da
roupa foi posicionado a Placa de Petri, e na parte posterior foi realizado um
esfregaço com swabe estéril (Figura 1, 2 e 3).
Figura 1: coleta na roupa
1
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015
Figura 2: Coleta na roupa
2
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015
35
Figura 3: Coleta na roupa
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Após esse processo as Placas de Petri foram identificadas e
acondicionadas no isopor e transportadas até o laboratório de microbiologia do
Unisalesiano.
2.4 Testes microbiológicos
No laboratório de Microbiologia as placas foram incubadas em estufa
bacteriológica (Fanem 002 CB) a 37ºC, por 24 horas (figura 4 e 5).
Figura 4: armazenamento na estufa
4
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 5: armazenamento na estufa
5
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
36
Transcorrido o tempo de incubação, as colônias identificadas eram
analisadas (figura 6) e transportadas para a lâmina através da Alça de Platina
(figura 7 e 8) e posteriormente submetida a coloração de Gram.
Figura 6: Crescimento bacteriano
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 7: transporte para lâmina
7
Figura 8: transporte para lâmina
8
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
As placas foram analisadas através do Microscópio óptico (Motic BA200)
para identificação dos microrganismos existentes.
As bactérias presentes foram Staphylococcus aureus, Bacilos Gram -,
Bacilos Gram +, Streptococcus, Micrococcus, Cocos e Escherichia Coli. (figuras
9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15)
37
Figura 9: Crescimento de S. aureus na região do abdômen antes do plantão.
9
10
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 10: Crescimento de S. aureus na região do abdomen após o plantão
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 11: Crescimento de S. aureus na região do bolso antes do plantão
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
38
Figura 12: Crescimento de S. aureus, Cocos, Micrococcus, streptococcus na
região do bolso após plantão
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 13: Crescimento de Bacilos Gram -, Bacilos Gram + e S. aureus na
região da calça antes do plantão.
14
Fonte: Bannwart, Zamian, 2015.
39
Figura 14: Crescimento de S. aureus e Bacilos Gram - na região da calça após
o plantão.
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Figura 15: Crescimento de uma Bacteria gram – semelhante morfologicamente
a Escherichia Coli na região da calça após o plantão.
15
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
2.5 Resultados
Quadro 1: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 21/09/15
40
Microrganismos Identificados antes e após as coletas
ANTES
APÓS
Staphylococcus aureus / Micrococcus
1-A Staphylococcus aureus
Coccus gram +/staphylococcus
1-B staphylococcus
aureus/Streptococcus/Micrococcus aureus/micrococcus/streptococcus
Bacilos gram – e + / staphylococcus
1-C Bacilos Gram – e + /
aureus
Staphylococcus aureus
2-A Staphylococcus aureus
2-B Bacilos gram +
2-C Bacilos gram +
3-A Staphylococcus aureus
3-B Staphylococcus aureus /
Streptococcus
3-C Staphylococcus aureus
4-A Bacilo Gram 4-B Bacilo Gram +
4-C Staphylococcus/ Bacilos gram
+
staphylococcus aureus /
streptococcus
Staphylococcus aureus/ Bacilos gram
+
staphylococcus aureus / Bacilos gram
+
Coccus/ Bacilos gram +/
staphylococcus aureus
staphylococcus aureus /
streptococcus
Bactéria gram – semelhante
morfologicamente a eshirichia coli/
staphylococcus aureus / micrococcus/
bacilos gram +
Staphylococcus/Bacilo Gram staphylococcus /streptococcus/ Bacilo
Gram +
Staphylococcus / streptos raros/
Bacilo Gram +
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Quadro 2: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 22/09/15
(continua)
Microrganismos Identificados antes e após as coletas
ANTES
APÓS
Staphylococcus
aureus
1-A Staphylococcus aureus
Bacilos gram 1-B Bacilos gram Staphylococcus aureus
1-C Staphylococcus aureus
2-A Staphylococcus aureus
2-B Staphylococcus aureus
2-C Staphylococcus aureus
3-A Cocos e Bacilos gram -
Bacilos gram +/ Staphylococcus
aureus
Staphylococcus aureus/ Cocos/
Streptococcus
Staphylococcus aureus /
Streptococcus
Staphylococcus aureus/ Cocos e
Bacilos gram -
41
Quadro 2: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 22/09/2015 –
(Conclusão)
Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas.
ANTES
APÓS
Staphylococcus aureus /
3-B Staphylococcus aureus
Streptococcus
Staphylococcus aureus
3-C Staphylococcus aureus
4-A Staphylococcus aureus
4-B Staphylococcus aureus
4-C Bacilos gram Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Quadro 3: Amostras
22/09/15.
das
Bacilos gram - / Staphylococcus
aureus
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus/Bacilos gram -
coletas antes e após o plantão noturno do dia
Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas.
ANTES
APÓS
Staphylococcus aureus
1-A Staphylococcus aureus
1-B Bacilos gram Bacilos gram Staphylococcus aureus
1-C Staphylococcus aureus
2-A Staphylococcus aureus
2-B Staphylococcus aureus
2-C Bacilos gram -
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus/Bacilos gram -
3-A Staphylococcus aureus
Bacilos gram - / Staphylococcus
aureus
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus
3-B Staphylococcus aureus
3-C Staphylococcus aureus
4-A Staphylococcus aureus
4-B Staphylococcus aureus
4-C Bacilos gram -
Bacilos gram - / Staphylococcus
aureus
Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus/Bacilos gram -
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia
23/09/15. (Continua)
Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas.
ANTES
APÓS
Staphylococcus aureus
1-A Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus/Bacilos gram 1-B Bacilos gram Staphylococcus aureus /
1-C Staphylococcus aureus
Streptococcus
42
Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia
23/09/15. (Conclusão)
Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas.
ANTES
APÓS
Staphylococcus aureus/
2-A Streptococcus
Streptococcus
Staphylococcus aureus/ Cocos/
2-B Cocos e Bacilos gram Bacilos gram Staphylococcus aureus
2-C Staphylococcus aureus
3-A Staphylococcus aureus
3-B Staphylococcus aureus
3-C Bacilos gram 4-A Staphylococcus aureus
4-B Staphylococcus aureus
4-C Staphylococcus aureus
Bacilos gram - / Staphylococcus
aureus
Streptococcus/ Staphylococcus
aureus
Staphylococcus aureus/Bacilos gram Staphylococcus aureus
Staphylococcus aureus
Bacilos gram - / Staphylococcus
aureus
Fonte: Bannwart; Zamian, 2015.
Legenda:
1,2,3 e 4: Identificação dos profissionais
A: Região Abdominal
B: Região do Bolso
C: Região da Calça
Identificou-se com esta pesquisa que houve presença e crescimento de
microrganismos nas roupas dos profissionais de Enfermagem em todos os
dias de coleta, seja nos turnos diurnos e noturnos, pares e ímpares. O que
evidencia que a roupas, mesmo antes de iniciar o plantão, já se apresentavam
contaminadas, com a presença de alguns microrganismos. Porém ficou nítido,
através da imagem das placas, que ocorreu maior crescimento e proliferação
microbiana na 2º amostra, que foi coletada após o término de cada plantão, o
que confirma que durante o expediente de trabalho, essa carga microbiana
aumenta expondo profissionais e pacientes a riscos de transmissão de
infecções.
Foi identificada a presença de várias diversidades e classificações dos
microrganismos encontrados nas roupas desses profissionais. Como podemos
43
observar bem no quadro 2, que evidencia uma diversidade
desses
microrganismos ( 6 tipos diferentes) bem como crescimento microbiano maior
após o turno de trabalho, que é totalmente entendível já que o funcionário
passa aproximadamente 10 horas prestando assistência ao cliente, e em
contato com vários microrganismos.
Sabemos que muitos são os fatores que podemos associar a este
acúmulo e crescimento bacteriano e sua diversidade de espécie, entre vários
fatores podemos encontrar: ausência de lavagem diária dessas roupas de
trabalho e/ou lavagem fora da técnica sugerida e adequada; utilização de duas
ou mais vezes da mesma roupa, o que potencializa este crescimento; duplos
vínculos de trabalho em setores diferentes e com exposição bacteriana
diferentes que o funcionário vai com a mesma roupa; a ausência do uso correto
dos EPIs; ausência da higienização das mãos e uso de luvas e outros.
As roupas desses profissionais se tornam, assim, meio de veiculação de
microrganismos, que podem gerar e transmitir doenças, tanto para o
profissional, paciente e/ou comunidade. Com base na importância deste
assunto e buscando prevenir a transmissão de Infecção, o Enfermeiro tem
papel fundamental neste processo, conhecendo os fatores de risco,
identificando e caracterizando sua clientela, para elaborar e colocar em prática,
protocolos que visem a diminuir o crescimento microbiano, posteriormente o
contato dos mesmos com o ser humano, prevenindo assim riscos de ocorrência
de Infecções e patologias.
2.6 Discussão
O crescimento bacteriano nas roupas dos profissionais de saúde é
realmente um tema que pode se tornar dificultoso, pois nem todos os
profissionais atuam de forma correta em relação ao uso das roupas. Partes
desses trabalhadores circulam com esta vestimenta fora da área hospitalar, por
isso, o objetivo geral deste estudo estabeleceu em averiguar o crescimento
bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de enfermagem em ambiente
hospitalar.
Assimilar como os microrganismos são conduzidos é fundamental para
a precaução de infecções. A cadeia de infecção necessita de uma junção
44
rotineira entre uma fonte, um mecanismo de transmissão e um hospedeiro
suscetível. A fonte é o ambiente onde o microrganismo altamente nocivo
encontra-se atuante, como um modelo de amostra clínica contaminada ou um
paciente infectado. (NUNES,2010)
O contágio da derme e roupas por respingos e por toque é relativamente
inevitável falando-se de hospitais e ambulatórios. Pesquisas em artigos
comprovara que as roupas são uma considerável via de transmissão de
infecção na área hospitalar. Sendo assim, os jalecos dos trabalhadores de
saúde, passam a ser advir o primeiro sítio de proximidade em termos de
vestuário com a pele, líquidos e secreções dos clientes, ou seja, pacientes,
tendo-se com isso um verídico fômite. (CARVALHO, et al, 2009).
Os microrganismos são capazes de sobreviver por mais de 2 meses (60
dias), de acordo com a matéria orgânica existente no tecido. Como exemplo, o
Staphylococcus aureus tem sido restabelecido em tecidos de algodão e tecido
sintéticos na existência de sangue, em torno de 2 a 3 meses (60 a 90 dias).
(SILVA,2011).
O uso do jaleco por profissionais da área da saúde como dentistas,
médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos
e universitários de diferentes áreas fora de seu local de trabalho, pode
significar um risco sanitário, podendo ocasionar a viabilidade de contaminação
cruzada
entre
o
avental,
entre
as
mãos,
alimentos
e
o
próprio
paciente.(NUNES,2010).
As regiões do avental com alta contaminação estabelecida em várias
pesquisas têm indicado a região do bolso, abdome, pela provável proximidade
direta dessas áreas com o paciente ou também pelo contato com objetos,
como equipamentos, estetoscópios, instrumentos de utilização clínica, etc.
(SILVA,2011.)
No decorrer da pesquisa foi notado que na maioria das placas, houve
crescimento microbiológico equivalente a infecções, sendo de extrema
importância adotar medidas para utilização do UNIFORME PRIVATIVO no
ambiente hospitalar, onde este será lavado periodicamente após cada uso.
Alguns
profissionais permanecem trajados com o avental fora do
ambiente hospitalar, o uso inadequado se levado em consideração que o
45
descuido a tal prática pode acarretar o surgimento de infecções cruzadas e sua
dispersão, deve ser evitado.
A ocasião pode ser mais grave quando se declara que os
microrganismos encontrados são provenientes de uma clínica médico-cirúrgica,
onde os pacientes encontram-se mais predispostos a contrair infecções devido
ao imunocomprometimento que estão submetidos.
2.7 Conclusão
Ao finalizar este estudo, pode-se verificar a obtenção dos objetivos
propostos,
pois
se
confirmou
que
a
presença
dos
microrganismos
Staphylococcus aureus, Streptococcus , Bacilos gram positivo , Bacilos gram
negativo, Coccus , Micrococcus, Escherichia Coli, nas roupas utilizadas pelos
profissionais da área da saúde da clínica médica cirúrgica, que estão em
contato direto com o paciente, podem oferecer risco de infecção aos mesmos.
A ideia de analisar evidências sobre a existência dos microrganismos
mencionados no estudo, tem como propósito garantir a segurança entre
profissional – paciente, diminuindo a carga microbiana durante o turno de
serviço,
através do UNIFORME PRIVATIVO que seria utilizado somente
durante o plantão, sendo este indispensável dentro da área hospitalar, e
também conscientizar os profissionais que ali atuam, sobre a relevância de
uma prática tão compreensível que possa prevenir infecções hospitalares.
Determina-se que este trabalho possa estimular interesse e
promover novas pesquisas correlacionadas ao uso da ROUPA PRIVATIVA na
área intra-hospitalar, pois o tema é de extrema importância para o controle de
infecções hospitalares seja em qualquer setor de um hospital.
Com os resultados desta pesquisa, sugere-se a implantação de algumas
condutas profiláticas por parte incialmente do enfermeiro responsável pelo
setor em conjunto com o enfermeiro da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH), de se observar e supervisionar as boas práticas de lavagem
das mãos, do uso de luvas e de todos os EPIs nos casos necessários e de
forma correta. E também o uso de UNIFORMES PRIVATIVOS, que serão
disponibilizados pela própria instituição e deverão ser utilizados somente dentro
do seu setor de trabalho (APÊNDICE A). Com isso o profissional não irá iniciar
46
o plantão com suas roupas já colonizadas até por um serviço anterior, não
sairá da instituição colonizado e podendo transmitir esses microrganismos, a
comunidade. Outro ponto relativo ao uso dos UNIFORME PRIVATIVOS, é que
a instituição hospitalar irá proceder a lavagem dessas roupas diariamente, na
técnica correta e específica para matar certos tipos de microrganismos, com
isso diminuindo o crescimento de microrganismos, oferecendo maior qualidade
assistencial e redução do risco de Infecção Hospitalar e até comunitária. Sendo
o Enfermeiro o profissional diferenciado, que através do levantamento dos
problemas e fatores de risco levantados, deve elaborar plano assistencial com
a finalidade de resolver e melhorar este quadro. É fato que a importância de
educação permanente da equipe se faz prioridade e que o Enfermeiro deve
gerenciar e colocar em prática esta atividade.
47
REFERÊNCIAS
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uso do jaleco pelos profissionais de saúde: uma revisão bibliográfica.
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49
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SOUZA, A.C; FIALHO, F. A. P; OTONI, N. Métodos e técnicas. ed Visual
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TORTORA, G.J; FUNKE, B.R; CASE, C.L. MICROBIOLOGIA. 8 ed. Porto
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TORTORA, G.J; FUNKE, B.R; CASE, C.L. MICROBIOLOGIA. 10 ed. Porto
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TRABULSI, L.R; ALTERTHUM. Microbiologia. 5 ed. São Paulo. Atheneu,
2008. p. 24-218.
.
50
APÊNDICE
51
APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DA UTILIZAÇÃO DO UNIFORME PRIVATIVO
HOSPITAL
PROFISSIONAIS DE SAÚDE
UTILIZAÇÃO DO UNIFORME
PRIVATIVO
É OBRIGATÓRIO O USO DESTE
APENAS DENTRO DO HOSPITAL
APÓS O USO, CADA
PROFISSIONAL SERÁ
RESPONSÁVEL EM
ENCAMINHAR O UNIFORME
PARA O LOCAL APROPRIADO
PARA ROUPA SUJA
ENCAMINHAR A LAVANDERIA
SEPARANDO POR SETORES
DISTINTOS
A LAVAGEM SERÁ REALIZADA
DE ACORDO COM
PADRONIZAÇÕES DO HOSPITAL
E NORMAS DA CCIH
APÓS A LAVAGEM OS
UNIFORMES SERÃO
ACONDICIONADOS EM
PLÁSTICOS
HERMETICAMENTE
FECHADOS
CONDUZIDOS ATÉ A
ROUPARIA DE CADA
SETOR PARA USO DOS
PROFISSIONAIS.
52
ANEXOS
53
ANEXO A – Lei Estadual nº 14.466
LEI ESTADUAL Nº 14.466, DE 8 DE JUNHO DE 2011
Diário Oficial do Estado; Poder Executivo. São Paulo, SP, 9 jun. 2011, Seção I. p.1
(Projeto de lei nº 757/2009, do Deputado Vitor Sapienza - PPS)
Proíbe o uso, por profissionais da área da saúde, de equipamentos de proteção
individual fora do ambiente de trabalho
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - Ficam todos os profissionais de saúde que atuam no âmbito do
Estado proibidos de circular fora do ambiente de trabalho vestindo
equipamentos de proteção individual com os quais trabalham, tais como jalecos
e aventais.
Artigo 2º - O profissional de saúde que infringir as disposições contidas nesta
lei estará sujeito à multa de 10 (dez) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo
(UFESP), aplicada em dobro em caso de reincidência.
Parágrafo único - As penalidades decorrentes de infrações às disposições
desta lei serão impostas, nos respectivos âmbitos de atribuições, pelos órgãos
estaduais de vigilância sanitária.
Artigo 3º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das
dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Artigo 4º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 8 de junho de 2011.
GERALDO ALCKMIN
Giovanni Guido Cerri
Secretário da Saúde
Sidney Estanislau Beraldo
Secretário-Chefe da Casa Civil
54
ANEXO B – PARECER DE APROVAÇÃO
55
ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO
(Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL
1. Nome do Paciente:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Data de Nascimento:
Endereço:
Cidade:
Telefone:
U.F.
CEP:
1. Responsável Legal:
Documento de Identidade nº
Sexo:
Endereço:
Data de Nascimento:
Cidade:
Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.):
II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
1.
Título do protocolo de pesquisa:
U.F.
56
Crescimento bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de enfermagem em ambiente hospitalar
2.
Pesquisador responsável:
Ludmila Janaina dos Santos de Assis
Cargo/função:
Inscr.Cons.Regional:
Unidade ou Departamento do Solicitante:
Enfermeira/Professora
COREN: 165356
Unisalesiano de Lins
3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência
imediata ou tardia do estudo).
SEM RISCO
RISCO MÍNIMO
RISCO MÉDIO
RISCO MAIOR
4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar):
Todos os indivíduos possuem microrganismos dentro e sobre o
corpo. Eles constituem a microbiota normal ou flora do nosso organismo. A
capacidade de uma determinada espécie de agente infeccioso pode causar uma
doença, sendo que a resistência do organismo ao hospedeiro é fator
importante para determinar se uma pessoa irá ou não contrair uma doença.
Uma doença infecciosa é aquela em que os organismos patogênicos invadem
um hospedeiro suscetível. Uma doença infecciosa emergente (DIE) é uma nova
ou modificada doença que mostra um aumento na sua incidência em um
passado recente ou um potencial para aumento em um futuro próximo.
(TORTORA, p.413, 2012)
Infecção Hospitalar (IH) é toda aquela relacionada à hospitalização, assim
considerada quando o período de incubação do patógeno causador da infecção
for desconhecido e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de
infecção no momento da internação; ou o surgimento de qualquer
manifestação clínica de infecção a partir de 72 horas após a admissão, estando
o paciente com diagnóstico de infecção comunitária e for isolado um germe
diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do mesmo.
(NOGUEIRA; et al., p. 97, 2009)
57
A transmissão é o movimento de um microrganismo de um reservatório
ou fonte, para um hospedeiro suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma
direta, indireta (veiculo ou vetor), ou aérea. A direta é aquela em que há
transferência, na maioria das vezes imediata, do agente de um hospedeiro para
um novo hospedeiro onde ocorrerá a penetração. Pode ser contato direto,
mordida, beijo, toque, ato sexual ou por projeção direta de gotículas em
conjuntiva ou mucosas. Veículo é qualquer material ou objeto inanimado
(fômite) que possa carrear microrganismo. Vetores são seres vivos que
transportam passivamente ou permitem o desenvolvimento do agente
infectante. A transmissão aérea pode ocorrer a partir da suspensão de
partículas no ar, consistindo parcialmente ou inteiramente de microrganismo.
(FERNANDES; RIBEIRO FILHO, p. 215-218, 2000)
A NR-32 é uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que
estabelece medidas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de
saúde em qualquer serviço de saúde inclusive os que trabalham nas escolas,
ensinando ou pesquisando. Seu objetivo é prevenir os acidentes e o
adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou
controlando as condições de risco presentes nos Serviços de Saúde. Ela
recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas preventivas e a
capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. (LUPI, p.3)
É importante reduzir o número de patógenos, utilizando técnicas assépticas,
manuseando as matérias contaminadas com cuidado, insistindo na lavagem
frequente e cuidadosa das mãos, educando os membros da equipe sobre as
medidas básicas de controle de infecção. (TORTORA, FUNKE, CASE, 2005.
p.424).
Os objetivos da pesquisa são:
a) Identificar o crescimento microbiano em roupas da equipe de enfermagem durante o turno de
trabalho;
b) Verificar a classificação dos microrganismos que estão presentes nas roupas dos profissionais;
c) Identificar crescimento microbiano.
5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos
procedimentos que são experimentais: (explicitar)
Pesquisa Experimental
 A pesquisa experimental se dá por tentativa e erros, pode ser realizada em
qualquer ambiente. São investigações de pesquisa empírica que têm como
principal finalidade testar hipóteses que dizem respeito a relações de causa
e efeito. Envolvem grupos de controle, seleção aleatória e manipulação de
variáveis independentes. Empregam rigorosas técnicas de amostragem
para aumentar a possibilidade de generalização das descobertas realizadas
com a experiência. A pesquisa experimental pode ser realizada no
laboratório e no campo. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p. 41, 2007)
58
Pesquisa qualitativa
 A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas
no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e
técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de
dados e o pesquisador é o instrumento-chave. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p.
39, 2007)
Após submissão do Projeto na Plataforma Brasil e aprovação pelo Comitê de Ética do Unisalesiano, serão
realizadas culturas de microrganismo nos jalecos e calças, coletados com auxilio de Swab estéril. Esse
material será inoculado em Tripticase Soya Agar (TSA) e posteriormente inoculada em estufa bacteriologica
a 37ºC por 24 horas, no laboratório de microbiologia do Unisalesiano. Após esse período as placas serão
analisadas macroscopicamente para verificação morfológica das colônias bacterianas crescidos no meio de
cultura (TSA). Posteriormente, essas colônias passarão por análise morfotintorial para se saber quais os
tipos de bactérias.
Materiais que serão utilizados:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
i)
j)
k)
l)
m)
n)
o)
p)
q)
r)
s)
t)
u)
TSA
TSB
Swabe
Fita Autoclave
Tubo de ensaio
Estufa Bacteriologica
Alça de Paltina Marca Labornin Fator 1:00 10,01ml
Kit Coloração de Gram
Óleo de Imersão
Lâminas
Placa de Petri
Lamparina a Álcool
Bico de Bulsen
Microscópio Optico de Marca Mota M200
Maquina Fotográfica Sony Cyber-shot 12.1 MP
Caneta permanente cor preta
Etiqueta para identificação
Geladeira parar armazenamento
Papel Craft
Lápis de vidro
Suporte para lâmina
6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar)
Não aceitação dos profissionais em participar da pesquisa; risco de contaminação durante a cultura
dos MO; risco para realização da técnica inadequada.
7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar)
59
Os benefícios são: identificar a população de microrganismos existentes na roupa dos profissionais
da enfermagem; verificar tipos bacterianos que contaminam as roupas dos profissionais; identificar
crescimento microbiano.
8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar)
Incentivar a equipe de enfermagem através do resultado da pesquisa sobre a importância de
adotar medidas de higiene das mãos e cuidados no manuseio e processamento das roupas utilizadas em
ambiente hospitalar; evitando a probabilidade e o risco para infecções. Proporcionar o conhecimento ao
enfermeiro da quantidade e característica dos microrganismos, que estão presentes nas roupas de seus
profissionais.
9.
Duração da pesquisa:
A pesquisa terá duração de 90 dias, após a aprovação do Comitê de Ética.
10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em
/
/
III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU
REPRESENTANTE LEGAL
1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida
acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o
tratamento do indivíduo.
2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de
participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento.
3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá
confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade.
4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o
estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa.
60
5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos
decorrentes da pesquisa.
Observações complementares.
IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO
“Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador
responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da Resolução
466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de participante da pesquisa, do
Projeto de Pesquisa “Crescimento bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de
enfermagem em ambiente hospitalar”.
________________________________
Assinatura
Local,
/
/
.
61
____________________________________
Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
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Testemunha
Nome .....:
Endereço.:
Telefone .:
R.G. .......:
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