UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Bárbara Couto Bannwart Bruna Bertolino Zamian CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS UTILIZADAS PELOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR LINS – SP 2015 Bárbara Couto Bannwart Bruna Bertolino Zamian CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS UTILIZADAS PELOS TÉNICOS DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR Trabalho de Conclusão de curso apresentado à Banca examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a supervisão da orientadora Prof.ª. Ma. Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri e orientações técnicas pela Profª. Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2015 CRESCIMENTO BACTERIANO EM ROUPAS UTILIZADAS PELOS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM AMBIENTE HOSPITALAR Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Aprovada em: ___/___/___ Banca Examinadora: Prof. (a) Orientador (a): Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri Titulação: Prof ª. Ma. em Saúde Pública pela USC. Assinatura:_____________________________ 1 º Prof.(a) _______________________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_____________________________ 2 ºProf.(a):_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ _______________________________________________________________ Assinatura:_____________________________ “Para o espírito científico qualquer conhecimento é uma resposta a uma pergunta. Se não tem pergunta não pode ter conhecimento científico. Nada se da, tudo se constrói.” (G. Bachelard) A Deus por ter feito tudo caminhar bem, aos meus pais e minha irmã por ter tido paciência comigo em todas as horas que precisei, dispondo seu tempo, estimulando e acreditando na concretização deste. Bárbara Bannwart Dedico este trabalho primeiramente a Deus que sempre me abençoou e dandome sabedoria e nunca me desamparou. Aos meus pais e meu irmão, que sempre estiveram presentes em toda minha trajetória me incentivando e dando forças para seguir em frente. Amo vocês! Bruna Zamian AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais Helder e Yara, por terem acreditado em mim desde o começo da minha vida universitária, me apoiando psicologicamente e também financeiramente durante toda essa caminhada. A minha irmã Helga, que me ajudou em especial nessa reta final do tcc, sem ela o trabalho estaria incompleto. A minha cachorrinha Nina, que foi e está sendo minha companheira nesse tempo, afinal, como diz John Grogan : ““Cães não precisam de carros luxuosos, casas grandes ou de roupas chiques. Água e alimento já são o suficiente. Um cachorro não liga se você é rico ou pobre. Esperto ou não. Inteligente ou não. Entregue o seu coração e ele dará o dele. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas nos fazem sentir extraordinários?” Ao meu avô Mário (in memorian) que tinha um carinho especial por mim, infelizmente só pude conviver minha infância ao lado dele, mas tenho certeza que está torcendo por mim lá do céu. Ao meu avô Basílio (in memorian) que por pouco tempo não presencia o final dos meus 5 anos de faculdade. Sempre fazia questão de perguntar sobre a minha vida estudantil e de rezar pra eu ir bem às provas, pois bem vô, consegui! As minhas avós Hilma e Yara, que estão sempre presentes em minha vida, torcendo por mim. A todos os meus amigos e colegas de classe, que me proporcionaram momentos especiais. Não irei citar nomes para não ser injusto com ninguém, mas cada um sabe a diferença particular que fez em minha vida e que levarei comigo para o resto da vida. A todos os professores do Unisalesiano que compuseram minha grade curricular, na qual compartilharam seus conhecimentos. Uns mais próximos outros mais distantes, porém todos especiais. A professora orientadora Ludmila que nos apoia desde o começo do ano para que esse trabalho esteja impecável. Com sua calma, esteve sempre disposta a nos ajudar mesmo em horas inapropriadas, você com certeza foi essencial para realização deste trabalho. A professora Ângela Mara, que mesmo não fazendo mais parte da grade acadêmica não mediu esforços para nos ajudar, seja por telefone, e-mail e até mesmo pessoalmente, jamais deixou de nos atender e foi fundamental, tanto na minha formação quanto na elaboração desta monografia. Bárbara Couto Bannwart Agradeço... Primeiramente a Deus que esteve presente em minha vida o tempo todo, nunca me desamparou quando quase cai e sempre me abençoou me dando sabedoria e força para a realização desse sonho! Obrigada Pai. Aos meus pais João e Margareth que não mediram esforços para me ajudar nesses anos de universitária. São minha base, meu TUDO. Se não fossem vocês hoje eu não estaria aqui realizando meu grande sonho. Palavras não expressão o tamanho da minha gratidão. Eu amo vocês demais, obrigada por tudo! Ao meu irmão Marcos, que mesmo distante se faz presente dando conselhos, puxões de orelhas e força. Espelho-me em você, em ver sua batalha para chegar aonde chegou. Meu muito obrigado. Te amo, saudades! Ao meu noivo Wagner, que apesar das dificuldades sempre faz o impossível pra estar comigo. Você fez parte da minha vida nesses cinco anos e na reta final teve paciência para aturar meus estresses de tcc (risos). Agradeço a Deus por ter colocado você em minha vida, que Ele continue nos abençoando. A minha parceira de TCC, Bárbara. É amiga conseguimos, ufa. Valeu a pena todos nossos esforços, noites sem dormir, estresses (risos). Amizade que vou levar pra sempre comigo. Ao quarteto fantástico: Bárbara, Marciana e Priscila. Não poderia deixar de agradecer vocês que estiveram presentes nesses cincos anos. Quanta coisa passamos juntas em? Foram brigas, discussões, patadas (né Marciana, risos), ciúmes, caras feias, choros, risadas e o mais importante, o companheirismo. Tenho um carinho enorme por vocês. Que Deus abençoe o caminho de cada uma de vocês. A querida professora e orientadora Ludmila, que sempre foi paciente, disposta a nos ajudar para que este trabalho saísse perfeito. Além de professora se tornou uma amiga! Obrigada por tudo Lud. A Professora Ângela Mara, que mesmo não fazendo mais parte da grade acadêmica, não mediu esforços para nos ajudar. Obrigada por tudo. A professora Jovira que esteve sempre disposta a nos ajudar, esclarecendo nossas dúvidas. Aos profissionais do Hospital e Maternidade São Lucas que contribuirão para a realização deste trabalho, sem vocês o trabalho não seria concluído. Muito obrigada! E a todos que direta e indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado! “O meu futuro está nas tuas mãos. Tu diriges a minha vida.” Salmos 16:5 Bruna Bertolino Zamian RESUMO O presente estudo teve por finalidade identificar a presença e crescimento dos microrganismos nas roupas utilizadas pela equipe de enfermagem durante o turno de trabalho. Trata-se de um estudo experimental laboratorial de abordagem qualitativa. As amostras foram coletadas no setor de clínica médico-cirúrgica de Hospital e Maternidade particular do município de Lins, onde foram coletadas amostras das roupas dos funcionários deste setor em dois momentos, antes e após o término do plantão. Após as coletas, as amostras foram conduzidas ao Laboratório de Microbiologia do Centro Universitário Católico Salesiano Auxiulium, onde foram realizados todos os processos de análise. O objetivo foi identificar a ocorrência no aumento do número de microrganismo já existentes nas roupas dos profissionais de enfermagem, durante o período de trabalho, bem como observar as características morfofisiológicas de microrganismos patogênicos, com a finalidade de minimizar o risco de Infecção. O Resultado da pesquisa evidenciou em um primeiro momento que as roupas dos profissionais de enfermagem, já apresentavam-se colonizadas com alguns microrganismos antes mesmo do início do plantão, e constatou também um aumento maior no crescimento de outros microrganismos na segunda amostra que era realizada após o término do plantão. Com a intenção de buscar minimizar a colonização e crescimento bacteriano nas roupas desses profissionais, evitando, a longo prazo, o risco a infecções, propõe-se a utilização de Uniformes Privativos, que sejam utilizados somente nos respectivos setores e que seja cedido pela própria Instituição, que será responsável pelo processo e lavagem dessas roupas com técnica asséptica mais adequada pra cada especialidade, buscando a redução da carga microbiana e consequentemente risco de transmissão de infecção. Palavras Chaves: Crescimento bacteriano. Contaminação. Roupa privativa. ABSTRACT The present study aims to identify the presence and growth of microorganisms in the clothing used by the nursery crew during the work shift. It’s about a laboratory experimental study of qualitative approach. The samples were collected in the medic-surgical clinic department of a private hospital and maternity in Lins, where the department crew samples were collected in two different moments, before and after the duty. After the collect, the samples were taken to the Centro Universitário Católico Salesiano Auxiulium microbiology laboratory where all the analysis processes were fulfilled. The goal was to identify the occurrence of an increasing in the number of existing microorganisms in the clothing of nursery professionals during their working period as well as to observe the morph physiological characteristics of pathogenic microorganisms, aiming to minimize the infection risk. The research result pointed at a first moment that the nursery professionals clothing already presented itself colonized by some microorganisms before even the duty starts and, also verified an increasing in the number of other microorganisms with the second sample which was collected after the duty was over. Intending to minimize the bacterial colonization and growing in the clothing of these professionals, avoiding in a long term period the risk of infections, it is proposed the use of Private Uniforms, used exclusively in their departments, provided by the Institution that would be responsible for the use of the most appropriate aseptic techniques of processing and washing for each specialty clothing, searching for microbial charge reduction and, consequently, the risk of infection transmission. Key words: Bacterial growth; Contamination; Private Clothing. LISTA DE FIGURA Figura 1: Coleta na roupa ................................................................................ 34 Figura 2: Coleta na roupa................................................................................. 34 Figura 3: Coleta na roupa................................................................................. 35 Figura 4: armazenamento na estufa........................... ...................................... 35 Figura 5: armazenamento na estufa............................................................ ......35 Figura 6: Crescimento bacteriano...................... ............................................... 36 Figura 7: Transporte para lâmina...................................................................... 36 Figura 8: transporte para lâmina.............. ...................................................... ...36 Figura 9: Crescimento de S. aureus na região do abdômen antes do plantão..37 Figura 10: Crescimento de S. aureus na região do abdomen após o plantão .. 37 Figura 11: Crescimento de S. aureus na região do bolso antes do plantão .... 377 Figura 12: Crescimento de S. aureus, Cocos, Micrococcus, streptococcus na região do bolso após plantão.................................................. .......................... 38 Figura 13: Crescimento de Bacilos Gram -, Bacilos Gram + e S. aureus na região da calça antes do plantão....................................................................... 38 Figura 14: Crescimento de S. aureus e Bacilos Gram - na região da calça após o plantão.............................................. ............................................................. 39 Figura 15: Crescimento de uma Bacteria gram – semelhante morfologicamente a Escherichia Coli na região da calça após o plantão....................................... 39 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Amostras das coletas antes e após do plantão dia 21/09/15............................................................................................................39 Quadro 2: Amostras das coletas antes e após do plantão diurno do dia 22/09/15............................................................................................................40 Quadro 3: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia 22/09/15............................................................................................................41 Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia 23/09/15............................................................................................................42 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANVISA: Agencia Nacional de Vigilância Sanitária CAAE: Certificado de Apresentação para Apreciação Ética ºC: Graus Celsius CCIH: Comissão de Controle de Infecção Hospitalar CEP: Comitê de Ética e Pesquisa COREN: Conselho Regional de Enfermagem DIE: Doença infecciosa emergente EPC: equipamento de proteção coletiva EPI: equipamento de proteção individual IRAS: Infecções Relacionada a Assistência a Saúde mm: Milimetros NR 9: Norma Regulamentadora 9 NR 32: Norma Regulamentadora 32 TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TSA: Tripticase Soya Agar UFESP: Unidades Fiscais do Estado de São Paulo SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 17 CONCEITOS PRELIMINARES ........................................................................ 19 1.1 Microrganismos......... .................................................................................19 1.2 Microbiota Normal ...................................................................................... 20 1.3 Crescimento Bacteriano ............................................................................. 21 1.4 Surgimentos de Doenças ............................................................................ 23 1.5 Microrganismos presentes no Hospita ....................................................... 23 1.6 Infecções por Microrganismos................................................................... 24 1.6.1 Transmissão de Microrganismos...................... ........................................24 1.7 Biossegurança............................................. ................................................25 1.7.1 Equipamento de Proteção Individual........ ................................................25 1.7.2 Norma Regulamentadora 32 (NR - 32)..... ................................................26 1.7.3 Norma Regulamentadora 9 (NR – 9)..... ...................................................26 1.8 Roupa Privativa............................................................................................27 1.8.1 A roupa como veículo facilitador da disseminação de microrganismos. . .27 1.8.2 Contaminação de jalecos usados pela equipe de enfermagem............... 28 1.8.3 Doenças mais comuns causadas pelas bactérias nos jalecos ................ 30 1.9 Infecção Adquirida em Ambiente de Saúde ................................................ 30 1.9.1 Vias de Eliminação ................................................................................. 31 1.9.2 Transmissão ............................................................................................ 31 1.9.2.1Transmissão Direta ................................................................................ 31 1.9.2.2Transmissão Aérea ................................................................................ 32 1.9.2.3 Transmissão Indireta ............................................................................ 32 1.10 Infecções comunitárias.............................................................................. 32 2 O EXPERIMENTO.................................................. ......................................32 2.1 Aspectos éticos....................................................... .....................................32 2.2 Casuísticas e métodos.................................................................................33 2.3 Público Alvo e técnica Realizada........................... ......................................33 2.4 Testes microbiológicos....................................... ... ......................................35 2.5 Resultados .................................................................................................. 39 2.6 Discussão ................................................................................................... 43 2.7 Conclusão ................................................................................................... 45 REFERÊNCIAS....................................................................................... ..........47 APÊNDICE........................................................................................................50 ANEXOS ........................................................................................................... 52 17 INTRODUÇÃO Os profissionais de saúde têm o comprometimento de proporcionar um ambiente seguro para a clientela, executando suas práticas e funções de maneira apropriada, sendo os próprios profissionais incumbidos pela prevenção de infecções, oferecendo proteção aos pacientes que se encontram hospitalizados. Sabe-se que as bactérias vão se acumulando e se alojando nas roupas desses profissionais durante a carga de trabalho. E esses microrganismos que podem ter morfologias e patogenicidades diferentes, propiciam o risco de propagação de doenças, colocando em risco a vida dos pacientes, profissionais e seus familiares. Portanto, faz-se extremamente necessário o conhecimento por parte do Enfermeiro, de quais microrganismos estão presentes nas roupas dos seus funcionários; pois assim, consegue-se traçar um planejamento que tenha por finalidade reduzir a quantidade dos microrganismos nas roupas, bem como evitar o risco de propagação de doenças e infecções. A principal via de transmissão de microrganismos ocorre essencialmente entre as mãos dos profissionais de saúde e paciente. Nas roupas, os bolsos constituem uma área de maior contaminação, possivelmente devido ao frequente contato com as mãos dos profissionais, após o cuidado ao paciente, para guarda de pertences sem realizar a higienização das mesmas. A região da cintura, também é um local comumente contaminado, o que pode ser associado ao contato direto destes locais com o paciente e superfícies ambientais, além de objetos inanimados. A contaminação da roupa dos profissionais por meio do contato direto ou indireto é quase que inevitável em ambiente hospitalar. Fato que pode se intensificar diante das longas, duplas ou triplas jornadas de trabalho em distintas instituições, assistindo diferentes tipos de pacientes utilizando o mesmo vestuário. Assim, considerando os jalecos de profissionais de saúde como potencial reservatório de microrganismos susceptíveis e resistentes. (OLIVEIRA; SILVA, 2013, p. 5470) Espera-se com os resultados desta pesquisa, mostrar ao enfermeiro e à equipe de enfermagem, a importância do conhecimento em relação aos fatores, que podem pré-dispor a ocorrência de infecções e propagação de doenças, citando por exemplo, o uso das roupas para trabalho de forma indiscriminada. Tendo primeiramente como proposta de intervenção, o uso de Roupas Privativas para o turno de trabalho, ou seja, roupas que os funcionários 18 coloquem no hospital e, antes de irem embora, deixem-nas na lavanderia do mesmo, para passarem pelo processo de lavagem e higienização corretas. Com isso o funcionário irá preservar a roupa que veio de casa, diminuindo assim a flora bacteriana que estaria levando para sua residência, com o risco de contaminar seus familiares e outras pessoas da comunidade. Este trabalho tem como objetivo: identificar o crescimento bacteriano em roupas da equipe de enfermagem durante o turno de trabalho. E procura responder à seguinte pergunta problema: Qual a relevância na identificação do crescimento de microrganismos, nas roupas dos profissionais da equipe de enfermagem? A utilização de roupas privativas em unidades fechadas ou específicas representam mais que uniformização da equipe, são também importantes para que os profissionais não contaminem suas roupas, e que assim, sejam vetores de contaminação. A roupa denominada privativa deve ser utilizada única e exclusivamente nos setores a que se destinam. (FERNANDES; ROSIN; CANAVEZI, 2010, p. 01) A metodologia aplicada foi através de uma pesquisa experimental de abordagem qualitativa. A pesquisa ocorreu no Hospital particular do município de Lins. A coleta de dados foi realizada com 16 técnicos de enfermagem em plantões pares e ímpares no período diurno e noturno. 19 CONCEITOS PRELIMINARES 1.1 Microrganismos Segundo Tortora; Funke e Case (2005) os microrganismos são pequenos demais para serem visto a olhos nus. O grupo abrange bactérias, fungos, protozoários, algas e vírus. “A maioria fornece contribuições cruciais para o bem-estar dos habitantes do mundo, pela manutenção do equilíbrio entre os organismos vivos e os compostos químicos do nosso ambiente.”(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.1) De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), embora a minoria dos microrganismos origine a patologia, o conhecimento prático sobre os mesmos, é indispensável para as ciências relacionadas à saúde e para a medicina. Os profissionais de saúde dos hospitais devem ser responsáveis por proteger os pacientes de microrganismos comuns, que geralmente não são maléficos, mas podem ser nocivos às pessoas doentes. As bactérias, que têm uma estrutura simples, possuem duas formas básicas: parede celular gram-positiva e gram-negativa. Os formatos de cocos, bacilos e espirilos são utilizados para especificar as bactérias. (MURRAY et. al, 2004) O Staphylococcus aureus é uma bactéria do grupo dos cocos grampositivos componente da microbiota humana, mas que pode ocasionar patologias que originam desde uma infecção simples, como furúnculos e espinhas, até as mais intensas, como, meningite, pneumonia, síndrome do choque tóxico, endocardite, e septicemia, etc. Com a descoberta dos antibióticos, esses microrganismos foram os primeiros a tornaram-se controlados, mas, em virtude de sua ampla capacidade de acomodação e resistência, transformaram-se em um gênero de total relevância no quadro das infecções hospitalares e comunitárias. (CASTRO et al., 2007) O nome Sthapylococcus aureus é derivado da palavra grega staphylé, que significa “cacho de uvas”. Esse nome se refere ao fato de que as células desses cocos gram-positivos crescem em um padrão semelhante a um cacho de uvas; entretanto, os microrganismos no material clínico também podem 20 aparecer como células isoladas, aos pares ou em cadeias curtas. (MURRAY et al.,2004) O Sthaphylococcus aureus é uma das bactérias causadoras de infecção humana mais comum. Este gênero apresenta 32 espécies de cocos gram-positivos que não formam esporos, não é imóvel, a maioria não apresenta cápsula, sendo algumas espécies facultativamente anaeróbias. Estão distribuídas na natureza, tendo como habitat natural a pele, anexos e membranas mucosas de mamíferos e pássaros, eventualmente disseminando para outros tecidos. (CASSARO JUNIOR et al.,2000, apud FRANCISCO; ASSIS, 2010) Segundo Trabulsi, Alterthum (2008), os Streptococcus abrangem um grupo de diferentes cocos que se fragmentam num só plano, organizando-se em cadeias de tamanhos diferentes. Ainda que esses microrganismos se componham da microbiota normal, um tanto deles são encarregados por uma diversidade de manifestações clínicas e são conceituados agentes infecciosos tanto para os animais como para os homens. Durante a década passada, o gênero Enterococcus tornou-se um patógeno emergente tanto nas infecções hospitalares como nas adquiridas na comunidade. Os enterococos são cocos gram-positivos que geralmente se dispõem aos pares e em curtas cadeias, e são catalase negativos. (HORNER et al.,2005). De acordo com Trabulsi (2008), o Enterococcus faecalis envolve o agente mais habitual de infecção hospitalar. O fragmento apurado no hospital coloniza-se o trato gastrintestinal para após, propiciar a infecção. “A bactéria é transmitida facilmente no hospital pelas mãos dos funcionários, que se contaminam com as roupas e objetos dos pacientes e com o manuseio dos equipamentos.” (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008, p.218). Os vírus são pequenos e só são vistos com microscópios, existem mais de 40 tipos de vírus envolvidos em doenças humanas. Eles necessitam de uma célula hospedeira para se reproduzir. (MURRAY et. al, 2004) 1.2 Microbiota Normal A microbiota normal tanto pode nos causar prejuízo, quanto nos beneficiar. Por exemplo, determinadas microbiotas normais nos protegem contra doenças impedindo o crescimento de micróbios nocivos, enquanto outras produzem substâncias úteis como as vitaminas K e B. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.18) 21 De acordo com Tortora; Funke e Case (2005) diferença entre saúde e doença são as defesas produzidas pelo nosso próprio organismo e as particularidades de fornecer doenças por microrganismos. Todos os indivíduos possuem microrganismos dentro e sobre o corpo. Eles constituem a microbiota normal ou flora do nosso organismo. A capacidade de uma determinada espécie de agente infeccioso pode causar uma doença, sendo que a resistência do organismo ao hospedeiro são fatores importantes para determinar se uma pessoa irá ou não contrair uma doença. Uma doença infecciosa é aquela em que os organismos patogênicos invadem um hospedeiro suscetível. Uma doença infecciosa emergente (DIE) é uma nova ou modificada doença que mostra um aumento na sua incidência em um passado recente ou um potencial para aumento em um futuro próximo. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2012, p. 413) O patógeno de uma doença infecciosa invade um hospedeiro, um animal ou uma pessoa. O patógeno acontece dentro de um hospedeiro, e assim as doenças surgem. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005) Os microrganismos que asseguram uma habitação aproximadamente definitiva (colonizam), mas que não geram doença em circunstâncias normais se adequam aos membros da microbiota normal do corpo ou flora normal. Os demais, nomeados microbiotas transitórias, podem apresentar-se por múltiplos dias, semanas ou meses e então ocultar-se. Os microrganismos não são detectados em todo o corpo humano, mas estão identificados em certas regiões. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). 1.3 Crescimento Bacteriano Segundo Tortora; Funke e Case (2005), para o crescimento microbiano é necessário possuir duas classificações: físicas e químicas. Entre os fatores físicos estão a temperatura, pressão osmótica, pH. E entre os fatores químicos incluem fontes de carbono e nitrogênio, fósforo, enxofre, oligoelementos, oxigênio e fatores orgânicos. De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), o material necessário para o crescimento microbiano é chamado de meio de cultura. Algumas bactérias podem se proliferar em qualquer meio de cultura, outras precisam de um meio especial. O meio de cultura deve ser estéril. A cultura deverá ser incubada na temperatura apropriada para se proliferar. De acordo com Trabulsi; Alterthum (2008), existem dois grupos de meio 22 de cultura que são os meios sintéticos e os mais complexo. Os sintéticos são de composição química e para que as bactérias se proliferem nesse meio elas precisam ser incubadas na presença de luminosidade e condições de aerobiose. Os mais complexo possuem uma formação química não definida que é o extrato de carne. Os meios de cultura podem ser compostos por soluções aquosas, e as bactérias possuem uma simplicidade para que se proliferem nesse meio. (TRABULSI, ALTERTHUM 2008) Os meios seletivos são os que impedem o proliferamento de certos microrganismos e motivam o crescimento de outros. A seletividade depende da adição de inibidor. Os corantes básicos mostra o crescimento das bactérias gram-positivas e a azida sódica mostram as bactérias gram-negativas. (TRABULSI, ARTERTHUM 2008) “Os meios diferenciais são aqueles que conferem características especiais a colônias que em condições seriam idênticas”. (TRABULSI, ALTERTHUM, 2008, p. 24) Existe um grande fator necessário para a bactéria desenvolver-se ou morrer que é a temperatura, algumas são resistentes à temperatura, outras precisam de uma temperatura elevada para se multiplicar. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005) Um esquema de classificação fornece uma lista de características e meios para comparação a fim de se chegar à identificação de organismo. Quando um organismo é identificado, esse pode ser colocado em esquema de classificação previamente definido. Os microrganismos são identificados com propósitos práticos. Eles não são necessariamente identificados pelas mesmas técnicas por meio das quais são classificadas. A maioria dos protocolos de identificação é facilmente realizada em laboratórios e utiliza a menor quantidade de procedimentos e técnicas possíveis. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p, 285). Para identificar uma patologia, geralmente é recomendado colher uma porção de material que contenha o microrganismo causador da patogenicidade. As amostras devem ser obtidas através da assepsia. (TORTORA; FUNKE e CASE 2005). De acordo com Tortora; Funke e Case (2005), no laboratório, as porções dos tecidos contaminados são tratadas em espaços desiguais e seletivos em 23 um experimento de isolar e detectar qualquer patogenicidade ou estrutura que não seja frequentemente detectada em combinação com aquele tecido. O recipiente da amostra deve ser marcado com o nome do paciente, o número do leito (se hospitalizado), a data, o horário e as medicações utilizadas. As amostras devem ser transportadas ao laboratório imediatamente para cultura. O atraso no transporte pode resultar no crescimento de alguns organismos, e seus produtos tóxicos podem matar outros organismos. Os patógenos tendem a ser fastidiosos e morrem se não forem mantidos em condições ambientais ótimas. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.287). Uniformes e jalecos são necessários para executar técnicas ,pois estas podem causar respingos de sangue e/ou líquidos corporais.(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005) 1.4 Surgimentos de Doenças Todos nós temos mecanismos de defesa para permanecermos saudáveis. Por exemplo, a pele e as membranas mucosas íntegras são barreiras efetivas contra a invasão microbiana. Dentro do corpo, certas células e proteínas especializadas denominadas anticorpos podem atuar em conjunto para destruir os micróbios. Entretanto, apesar de nossas defesas, ainda somos suscetíveis aos patógenos. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.408). Patologia é o estudo científico da doença. A patologia está associada em princípio com a causa, ou origem da doença. Posteriormente, trata da patogenia, a forma com que a doença se propaga. Por fim, a patologia está relacionada com as variações estruturais e funcionais estimuladas pela doença e suas consequências finais no corpo. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005) Existe um equilíbrio delicado entre nossas defesas e os mecanismos patogênicos dos microrganismos. Quando as defesas resistem a estas capacidades patogênicas, mantemos a saúde. Porém, quando a capacidade do patógeno supera as defesas, a doença ocorre. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.408). A doença é uma condição excepcional em que parte do corpo ou todo ele não estão regulados de modo correto ou são incapacitados de suceder suas atividades normais. Uma infecção pode estar na inexistência de uma patologia detectável. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). 1.5 Microrganismos presentes no Hospital Embora todos os esforços sejam feitos para matar ou impedir o crescimento de microrganismos no hospital, o ambiente hospitalar é 24 um importante reservatório para uma variedade de patógenos. Uma razão é que certos membros da microbiota normal do corpo humano são oportunistas e apresentam um risco particularmente intenso para pacientes hospitalizados. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.423). A maior parte dos micróbios causadores de infecções hospitalares não gera doença em pessoas saudáveis, mas são doentios somente para seres nos quais as defesas foram enfraquecidas pela doença. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). De acordo com Tortora; Funke e Case (2005) , nas décadas de 40 e 50, a prevalência das infecções hospitalares era formada por micróbios grampositivos. Em determinado momento, a bactéria gram-positiva Staphylococcus aureus era a causa dominante das infecções hospitalares. No ano 2000, a barreira devido a resistência a antibióticos nas infecções hospitalares, tornou-se uma grande apreensão. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). Além de serem oportunistas, alguns microrganismos em hospitais tornam-se resistentes a fármacos antimicrobianos, que são comumente usadas. Por exemplo, P. aeruginosa e outras bactérias gram-negativas se tornam difíceis de serem controladas com antibióticos, devido a seus fatores R, que transportam genes que determinam a resistência aos antibióticos.(TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.423). 1.6 Infecções por Microrganismos A infecção é a ocupação do corpo por microrganismos transmissores de doenças; a patologia sucede quando a infecção causa uma variação no estado de saúde da pessoa. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). “As infecções hospitalares resultam da interação de vários fatores (1) os microrganismos no ambiente hospitalar, (2) o estado comprometido (ou enfraquecido) do hospedeiro, e (3) a cadeia de transmissão no hospital.” (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.422). 1.6.1 Transmissão de Microrganismos Segundo Tortora; Funke e Case (2005), ofertada a diversidade de patógenos em hospitais e a condição envolvida do hospedeiro, as vias de transmissão são um temor contínuo. As principais vias de transmissão das 25 infecções hospitalares são o contato direto entre os profissionais da saúde com o paciente e de um paciente com o outro. Para causar doença, a maioria dos patógenos deve obter acesso ao hospedeiro, aderir aos tecidos do mesmo, penetrar ou evadir suas defesas e lesar seus tecidos. Contudo, alguns microrganismos não causam doença por lesar diretamente os tecidos do hospedeiro. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005, p.437). Conforme Tortora; Funke e Case (2005), A pele é denominada um dos maiores órgãos do nosso corpo, é uma intervenção essencial contra a doença. A pele como um todo é impermeável para a grande maioria dos microrganismos. “Os patógenos podem infectar o corpo humano ou outros hospedeiros por meio de várias vias, denominadas portas de entrada.” (TORTORA; FUNKE; CASE, 2005, p.437). Após os microrganismos terem atingido o corpo, eles obrigatoriamente não originam a patologia. O acontecimento da doença se sujeita por múltiplos fatores, e a porta de entrada é apenas um deles. (TORTORA; FUNKE e CASE, 2005). “Embora alguns patógenos possam causar lesão à superfície dos tecidos, a maioria deve penetrar nos tecidos para causar doença.” (TORTORA; FUNKE; CASE; 2005, p.441). 1.7 Biossegurança Biossegurança é um conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. (CARVALHO et al, 2009) Segundo Mastroeni (2006), a biossegurança cita as condições de segurança para manipulação e contenção dos agentes infecciosos. Na prevenção da contaminação por agentes infecciosos, recomendase que os profissionais de saúde adotem medidas de Biossegurança, especificamente àqueles que trabalham em aéreas insalubres, com risco variável. (CARVALHO, et. al, 2009) 1.7.1 Equipamento de Proteção Individual 26 Os equipamentos de segurança são classificados como bloqueio de contaminação, visando guardar a vida do profissional e o ambiente de trabalho. São denominados equipamento de proteção individual (EPI) e equipamento de proteção coletiva (EPC). (MASTROENI, 2006) “Os EPIs são considerados como um uniforme. Estes equipamentos são compostos por avental, gorro, máscara, óculos de proteção e luvas, e são indicados para proteção do profissional e do paciente durante a realização de procedimentos.” (SILVA et al. apud PEREIRA; ALMEIDA, 2012, p. 21) O EPI é considerado todo equipamento de uso pessoal, sendo usado para a proteção do trabalhador, deve ser atóxico, não causar alergias ou irritação na pele. (MASTROENI, 2006) O avental (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções. O avental será selecionado de acordo com a atividade e quantidade de fluido encontrado (plástico ou tecido). (OPPERMANN; PIRES, 2003, p. 15) 1.7.2 Norma Regulamentadora 32 (NR - 32) A Norma regulamentadora 32 (NR 32) é uma lei no ministério do trabalho que proporciona medidas de segurança para proteger a saúde dos trabalhadores da área em qualquer unidade. Tem como principal objetivo prevenir acidentes de trabalho nos profissionais de saúde. (FELDIMAN, 2009) 32.4.6 “Todos os trabalhadores com possibilidade de exposição a agentes biológicos devem utilizar vestimenta de trabalho adequada e em condições de conforto”. (LUPI, 2010) 32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local de trabalho com EPI e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais. (LUPI, 2010) 32.2.4.6.3 O empregador deve providenciar locais apropriados para o fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas. (LUPI, 2010) Portanto, o termo vestimenta refere-se a uma roupa que forneça proteção ao profissional de saúde e suas roupas pessoais, podendo ser jalecos, calças, blusas ou aventais, descartáveis ou laváveis. Estas vestimentas devem fornecer ao profissional a segurança e conforto na realização de procedimentos, promovendo a prevenção do contato com agentes contaminantes. (FERNANDES; ROSIN; CANAVEZI, 2010. p 02) 1.7.3 Norma Regulamentadora 9 (NR – 9) 27 A Norma Regulamentadora 9 – NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. (PORTARIA SSST nº 25, 1994) 1.8 Roupa Privativa A ANVISA informa que não existe uma lei e normas que obriga o uso de roupas privativas em um ambiente hospitalar. No entanto, por ser um local onde é realizado procedimentos invasivos, críticos e de alta complexidade, é recomendado o uso de roupas privativas, levando em conta o potencial de contaminação de alguns procedimentos realizados. (FERNANDES, ROSIN, CANAVEZI, 2010) 1.8.1 A roupa como veículo facilitador da disseminação de microrganismos Diante deste comportamento frequente, tendo em vista a possível participação do vestuário dos profissionais de saúde na disseminação de microrganismos, algumas iniciativas vêm sendo implementadas. No Brasil, o governo municipal de Maceió sancionou a lei de número 124/2009 que restringe o uso de jalecos em locais públicos. No Paraná, a Assembleia Legislativa, aprovou a lei número 16.491/2010 que proíbe a utilização de jalecos e outros equipamentos de proteção individual por profissionais da saúde, em áreas extra hospitalares. Em Minas Gerais, especificamente em Belo Horizonte, foi aprovada a Lei 10.136/2011, os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul também apoiam ações similares. (OLIVEIRA; SILVA, 2013, p.84.). As roupas utilizadas pelos profissionais de saúde no dia a dia são classificadas como um possível reservatório para a transmissão de microrganismos, mesmo sendo de baixa quantidade. (OLIVEIRA, et. al., 2013) A principal via de transmissão de microrganismos ocorre entre as mãos dos profissionais de saúde e pacientes. No entanto, a possível participação de fatores ambientais, como superfícies, equipamentos e vestuário (jaleco, avental e uniforme) utilizado pelos profissionais, desperta a atenção de pesquisadores, da sociedade e das agências e associações de controle de infecção. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012, p. 685) Segundo Oliveira; Silva; Garbaccio (2012), a disseminação de microrganismo pode ocorrer dentro e fora de um ambiente hospitalar, o uso dos 28 jalecos utilizados pelos profissionais de saúde tem se tornado comum em locais fora da unidade hospitalar. “O vestuário utilizado no cotidiano do profissional de saúde começa a ser considerado um potencial reservatório para a transmissão de microrganismos envolvidos na ocorrência das IRAS, mesmo que em menor proporção.” (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012, p. 685) Um ponto pouco discutido, o qual pode ter relação direta com a contaminação e a manutenção dos microrganismos no vestuário, prende-se ao tipo do tecido e da fibra. Nos tecidos compostos de fibras de algodão, os patógenos podem sobreviver por tempo superior em contraposição aos tecidos compostos de fibras sintéticas. Isso pode ser justificado pela hidrofobicidade dos tecidos sintéticos, que dificulta a sobrevivência de patógenos. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012, p.689.) Segundo Oliveira; Silva; Garbaccio (2012), outro aspecto associado à contaminação da roupa dos trabalhadores de saúde especifica-se a falta frequente de troca e lavagem do mesmo avental, jaleco ou uniforme conforme os cuidados ao paciente em diversos casos clínicos e epidemiológicos. 1.8.2 Contaminação de jalecos usados pela equipe de enfermagem As roupas utilizadas pelos profissionais de saúde no dia a dia são classificadas como um possível reservatório para a transmissão de microrganismos, mesmo sendo de baixa quantidade. (OLIVEIRA; SILVA, 2013) Nas atividades de saúde aconselha-se que os profissionais utilizem critérios de biossegurança, os quais estão mais vulneráveis a contrair doenças adquiridas por meio de acidentes de trabalho, através de técnicas que apresentam riscos. O seu uso diminui o acesso de microrganismos para pacientes, como evita a exposição do trabalhador de saúde aos agentes infecciosos e do local de trabalho. (FENALTE; GELATTI, 2012.) As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são aquelas contraídas durante os procedimentos realizados. (OLIVEIRA; SILVA, 2013) O uso do jaleco é adotado como medida de biossegurança, para o cuidador e para o paciente, mas deve ser observado o risco da utilização dos uniformes fora do ambiente de trabalho. Estes jalecos podem estar contaminados com microrganismos de caráter patogênico, e ser um veículo de transporte para comunidade de isolados resistentes, assim como, levarem para dentro dos hospitais 29 microrganismos de caráter comunitário, os quais podem tornar-se resistentes. (FENALTE; GELATTI, 2012, p.47) Uma das áreas de grande contaminação dos jalecos, frisada em diferentes estudos, tem sido os bolsos, região da cintura ou abdominal e para os de manga longa acrescenta-se também os punhos, pelo provável contato direto destas partes com o paciente ou contato indireto com equipamentos, superfícies ambientais, estetoscópios, instrumentos clínicos. (OLIVEIRA; SILVA, 2013.). Segundo estudos, nos jalecos os bolsos e a região abdominal são as de maior contaminação, devido o contato com as mãos do profissional de saúde para guardar os materiais nos bolsos e ao toque na cintura e punhos durante cuidados com pacientes inanimados. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012) A contaminação nas roupas dos profissionais de saúde pode mudar de acordo com a unidade de internação, ela é maior nas unidades que prestam cuidados em pacientes em condições críticas, onde há maior contato com o paciente e profissional de saúde. (OLIVEIRA; SILVA; GARBACCIO, 2012) Segundo Oliveira (2013), o avental é aconselhável para uso restrito nas instituições de saúde durante o atendimento ao paciente. O seu uso em ambiente comunitário e/ou público como restaurantes, lanchonetes, bares, ônibus, pode representar uma postura de risco por parte dos trabalhadores da área da saúde, como também uma provável propagação de microrganismos na sociedade. De acordo com uma pesquisa realizada em dezembro de 2010, em uma unidade de internação de um hospital, em relação à atuação dos profissionais de saúde quanto ao uso do jaleco em ambientes públicos, mais da metade dos profissionais circulam com os aventais em áreas externas à unidade, serviços de apoio assistencial e áreas administrativas. A utilização do jaleco pelos trabalhadores da área de saúde na área externa do hospital tem-se tornado uma rotina nos locais próximos às instituições de saúde, como exemplo, em restaurantes, supermercados, transporte coletivo, etc. (OLIVEIRA; SILVA, 2013). O Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou, em 9/6/2011, a Lei nº 14.466, de 8/6/2011 (ANEXO A), que proíbe o uso de equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho pelos profissionais de saúde, especificamente os “jalecos” e 30 “aventais”. A infração está sujeita à multa de 10 (dez) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP), atualmente no valor de R$ 174,50 (cento e setenta e quatro reais e cinquenta centavos), aplicada em dobro em caso de reincidência. A multa será imposta pelos órgãos estaduais de vigilância sanitária. A medida tem por finalidade diminuir o índice de infecção hospitalar nos estabelecimentos de serviços de saúde, já que a utilização de tais equipamentos fora do ambiente de trabalho pode ser um estímulo a entrada de vírus e bactérias que agravem o estado clínico dos pacientes. (CREMESP, 2011) Recomenda-se a execução de campanhas de informação, a fim de qualificar os estudantes e trabalhadores da área da saúde sobre o risco iminente dos jalecos no ambiente externo de trabalho, especialmente em lanchonetes e restaurantes. (FENALTI; GELATTI, 2012.) 1.8.3 Doenças mais comuns causadas pelas bactérias nos jalecos As bactérias multirresistentes (A. baumannii, Pseudonomas aeruginosa, Escherichia coli e Enterobacter sp. e outras) podem provocar doenças como faringite, otites, pneumonia, tuberculose e até mesmo levar ao óbito, são levadas para lugares públicos e retornam das ruas para consultórios médicos, odontológicos, enfermarias e salas de cirurgia nos jalecos dos profissionais da saúde. Essa negligência profissional, na maioria das vezes acontece por arrogância ou por desconhecimento de alguns conceitos básicos de microbiologia (CARVALHO et al., 2009). 1.9 Infecção Adquirida em Ambiente de Saúde Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão. Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de completar 72 horas da internação, quando associadas a procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizadas previamente. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO 2000, p.218.) As infecções Hospitalares são ocasionadas por um descontrole da ligação entre mecanismos de defesa e microbiota normal humana. Isso acontece devido à patologia do paciente, procedimentos invasivos e alteração da população microbiana. (PEREIRA, et. al, 2005) 31 O encadeamento epidemiológico pode ser efetuado por um diagrama das fases cercadas na propagação de um agente infeccioso de um depósito para um hospedeiro vulnerável. Ela é constituída de seis elos: agente infectante, reservatório ou fontes, via de eliminação, transmissão, penetração e hospedeiro suscetível. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000). Reservatório é o hábitat natural de um agente infeccioso, onde ele vive, multiplica-se e do qual depende primariamente para sua sobrevivência. A fonte de infecção é a pessoa, animal, objeto ou substância através da qual o agente infeccioso passa para o hospedeiro. Muitas vezes, existe coincidência entre a fonte e o reservatório(FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000, p.215). 1.9.1 Vias de Eliminação São as condutas pelas quais os reservatórios expelem o agente infectante. Na transmissão inter-humana de patologias constituem relevantes as secreções nasais, genitais, faríngeas, orais, urina, fezes, sangue, escarro, descargas purulentas, descamações epiteliais e leite. Em ocasião em que as doenças são transmitidas através de animais, a picada de insetos é o mecanismo predominante. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000). 1.9.2 Transmissão É o transporte pelo qual o agente infectante pode espalhar-se para um hospedeiro. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000). 1.9.2.1Transmissão Direta Pode acontecer de forma imediata ou mediata, na contaminação imediata, que inclui a composição de superfícies sem apresentação do agente ao meio externo e é raro nas infecções hospitalares. A contaminação mediata, não há composição de superfícies, e pouco tempo de permanência do agente infeccioso no meio externo não provoca alterações do material infectado. Existem três formas de transmissão, através de gotículas, por materiais contaminados e pelas mãos dos profissionais de saúde que procedimentos não lavam. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000) após 32 1.9.2.2 Transmissão Aérea A transmissão aérea pode ocorrer a partir da suspensão de partículas no ar, consistindo parcialmente ou inteiramente de microrganismos. Estas partículas geralmente variam entre 1 e 5mm, tendo maior facilidade de atingir alvéolos quando inaladas, e podem permanecer no ar por longos períodos, mantendo sua infectividade. Podem ser oriundas de secreções e excretas que sofreram evaporação ou aparelhos que produzam aerossóis, como de nebulizadores. Podem também ser gerado a partir de poeira, roupas, extravasamento de fluidos corpóreos, solo etc., permanecendo, nesses casos, pouco tempo em suspensão. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000, p.215). 1.9.2.3 Transmissão Indireta São aquelas que necessitam de uma exposição demorada do agente infeccioso às condições do meio ambiente, fazendo com que os microrganismos sofram mudanças em suas características. Isso acontece através de vetores (animais que podem transmitir infecções), matérias hospitalares, alimentos, água e medicamentos. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000). 1.10 Infecções comunitárias Segundo Oliveira (2010), as infecções comunitárias são todas as infecções notificadas durante a internação do paciente no hospital, provindas de outro hospital, de outras unidades de internação do hospital de estudo ou da própria comunidade. São também comunitárias: as infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presentes na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais e sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção. (FERNANDES; FERNANDES, RIBEIRO, 2000, p. 218). 2 O EXPERIMENTO 2.1 Aspectos éticos A pesquisa foi submetida à Plataforma Brasil, na área da saúde, juntamente com os termos necessários e posteriormente ao Comitê de Ética e 33 Pesquisa do UNISALESIANO (CEP), sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 4463315.2.0000.5379 e Parecer nº 1.093.743 em 25/05/2015 (ANEXO B) e assim iniciou-se a coleta de dados. Segundo a Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012, os participantes de pesquisa científica que envolve seres humanos necessitam de respeito e proteção pela sua dignidade humana, que é garantido através de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO C), que contem informações e assinaturas das participantes, onde o sigilo e a privacidade foram mantidos com segurança, dignidade, respeitando sua autonomia e vulnerabilidade. (BRASIL, 2012). 2.2 Casuísticas e métodos O estudo foi desenvolvido em um Hospital particular do município de Lins. A coleta foi realizada em uma unidade clinica médico-cirúrgica. Foi realizada uma pesquisa laboratorial experimental no período de 30 dias do mês de Setembro de 2015, onde foram coletadas amostras bacteriológicas dos técnicos de enfermagem da clinica médico – cirúrgica. Estas amostras foram coletadas nos plantões pares e ímpares dos períodos diurnos e noturnos, a técnica foi realizada antes e depois dos plantões. Foram coletadas três amostras distintas de cada profissional (1ª amostra: região abdominal do jaleco; 2ª amostra: região do bolso do jaleco; 3ª amostra: barra da calça). A pesquisa experimental se dá por tentativa e erros, pode ser realizada em qualquer ambiente. São investigações de pesquisa empírica que tem como principal finalidade testar hipóteses que dizem respeito a relações de causa e efeito. Envolvem grupos de controle, seleção aleatória e manipulação de variáveis independentes. Empregam rigorosas técnicas de amostragem para aumentar a possibilidade de generalização das descobertas realizadas com a experiência. A pesquisa experimental pode ser realizada no laboratório e no campo. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p. 41, 2007) 2.3 Público Alvo e técnica Realizada 34 Participou da pesquisa um total de 16 técnicos de enfermagem, sendo quatro profissionais de cada plantão. A coleta do material foi realizada de forma individual. Foi utilizada a Placa de Petri, anteriormente preparada (lavagem, esterilização e preparo do meio de cultura), contendo a solução Tripticase Soya Ágar (Himedia). Inicialmente os profissionais foram identificados por uma numeração e em seguida os pontos das coletas foram marcados a lápis. Na parte anterior da roupa foi posicionado a Placa de Petri, e na parte posterior foi realizado um esfregaço com swabe estéril (Figura 1, 2 e 3). Figura 1: coleta na roupa 1 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015 Figura 2: Coleta na roupa 2 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015 35 Figura 3: Coleta na roupa Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Após esse processo as Placas de Petri foram identificadas e acondicionadas no isopor e transportadas até o laboratório de microbiologia do Unisalesiano. 2.4 Testes microbiológicos No laboratório de Microbiologia as placas foram incubadas em estufa bacteriológica (Fanem 002 CB) a 37ºC, por 24 horas (figura 4 e 5). Figura 4: armazenamento na estufa 4 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 5: armazenamento na estufa 5 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. 36 Transcorrido o tempo de incubação, as colônias identificadas eram analisadas (figura 6) e transportadas para a lâmina através da Alça de Platina (figura 7 e 8) e posteriormente submetida a coloração de Gram. Figura 6: Crescimento bacteriano Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 7: transporte para lâmina 7 Figura 8: transporte para lâmina 8 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. As placas foram analisadas através do Microscópio óptico (Motic BA200) para identificação dos microrganismos existentes. As bactérias presentes foram Staphylococcus aureus, Bacilos Gram -, Bacilos Gram +, Streptococcus, Micrococcus, Cocos e Escherichia Coli. (figuras 9, 10, 11, 12, 13, 14 e 15) 37 Figura 9: Crescimento de S. aureus na região do abdômen antes do plantão. 9 10 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 10: Crescimento de S. aureus na região do abdomen após o plantão Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 11: Crescimento de S. aureus na região do bolso antes do plantão Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. 38 Figura 12: Crescimento de S. aureus, Cocos, Micrococcus, streptococcus na região do bolso após plantão Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 13: Crescimento de Bacilos Gram -, Bacilos Gram + e S. aureus na região da calça antes do plantão. 14 Fonte: Bannwart, Zamian, 2015. 39 Figura 14: Crescimento de S. aureus e Bacilos Gram - na região da calça após o plantão. Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Figura 15: Crescimento de uma Bacteria gram – semelhante morfologicamente a Escherichia Coli na região da calça após o plantão. 15 Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. 2.5 Resultados Quadro 1: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 21/09/15 40 Microrganismos Identificados antes e após as coletas ANTES APÓS Staphylococcus aureus / Micrococcus 1-A Staphylococcus aureus Coccus gram +/staphylococcus 1-B staphylococcus aureus/Streptococcus/Micrococcus aureus/micrococcus/streptococcus Bacilos gram – e + / staphylococcus 1-C Bacilos Gram – e + / aureus Staphylococcus aureus 2-A Staphylococcus aureus 2-B Bacilos gram + 2-C Bacilos gram + 3-A Staphylococcus aureus 3-B Staphylococcus aureus / Streptococcus 3-C Staphylococcus aureus 4-A Bacilo Gram 4-B Bacilo Gram + 4-C Staphylococcus/ Bacilos gram + staphylococcus aureus / streptococcus Staphylococcus aureus/ Bacilos gram + staphylococcus aureus / Bacilos gram + Coccus/ Bacilos gram +/ staphylococcus aureus staphylococcus aureus / streptococcus Bactéria gram – semelhante morfologicamente a eshirichia coli/ staphylococcus aureus / micrococcus/ bacilos gram + Staphylococcus/Bacilo Gram staphylococcus /streptococcus/ Bacilo Gram + Staphylococcus / streptos raros/ Bacilo Gram + Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Quadro 2: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 22/09/15 (continua) Microrganismos Identificados antes e após as coletas ANTES APÓS Staphylococcus aureus 1-A Staphylococcus aureus Bacilos gram 1-B Bacilos gram Staphylococcus aureus 1-C Staphylococcus aureus 2-A Staphylococcus aureus 2-B Staphylococcus aureus 2-C Staphylococcus aureus 3-A Cocos e Bacilos gram - Bacilos gram +/ Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/ Cocos/ Streptococcus Staphylococcus aureus / Streptococcus Staphylococcus aureus/ Cocos e Bacilos gram - 41 Quadro 2: Amostras das coletas antes e após o plantão do dia 22/09/2015 – (Conclusão) Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas. ANTES APÓS Staphylococcus aureus / 3-B Staphylococcus aureus Streptococcus Staphylococcus aureus 3-C Staphylococcus aureus 4-A Staphylococcus aureus 4-B Staphylococcus aureus 4-C Bacilos gram Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Quadro 3: Amostras 22/09/15. das Bacilos gram - / Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/Bacilos gram - coletas antes e após o plantão noturno do dia Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas. ANTES APÓS Staphylococcus aureus 1-A Staphylococcus aureus 1-B Bacilos gram Bacilos gram Staphylococcus aureus 1-C Staphylococcus aureus 2-A Staphylococcus aureus 2-B Staphylococcus aureus 2-C Bacilos gram - Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/Bacilos gram - 3-A Staphylococcus aureus Bacilos gram - / Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus 3-B Staphylococcus aureus 3-C Staphylococcus aureus 4-A Staphylococcus aureus 4-B Staphylococcus aureus 4-C Bacilos gram - Bacilos gram - / Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/Bacilos gram - Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia 23/09/15. (Continua) Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas. ANTES APÓS Staphylococcus aureus 1-A Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/Bacilos gram 1-B Bacilos gram Staphylococcus aureus / 1-C Staphylococcus aureus Streptococcus 42 Quadro 4: Amostras das coletas antes e após do plantão noturno do dia 23/09/15. (Conclusão) Microrganismos Identificados Antes e Após as Coletas. ANTES APÓS Staphylococcus aureus/ 2-A Streptococcus Streptococcus Staphylococcus aureus/ Cocos/ 2-B Cocos e Bacilos gram Bacilos gram Staphylococcus aureus 2-C Staphylococcus aureus 3-A Staphylococcus aureus 3-B Staphylococcus aureus 3-C Bacilos gram 4-A Staphylococcus aureus 4-B Staphylococcus aureus 4-C Staphylococcus aureus Bacilos gram - / Staphylococcus aureus Streptococcus/ Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus/Bacilos gram Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Bacilos gram - / Staphylococcus aureus Fonte: Bannwart; Zamian, 2015. Legenda: 1,2,3 e 4: Identificação dos profissionais A: Região Abdominal B: Região do Bolso C: Região da Calça Identificou-se com esta pesquisa que houve presença e crescimento de microrganismos nas roupas dos profissionais de Enfermagem em todos os dias de coleta, seja nos turnos diurnos e noturnos, pares e ímpares. O que evidencia que a roupas, mesmo antes de iniciar o plantão, já se apresentavam contaminadas, com a presença de alguns microrganismos. Porém ficou nítido, através da imagem das placas, que ocorreu maior crescimento e proliferação microbiana na 2º amostra, que foi coletada após o término de cada plantão, o que confirma que durante o expediente de trabalho, essa carga microbiana aumenta expondo profissionais e pacientes a riscos de transmissão de infecções. Foi identificada a presença de várias diversidades e classificações dos microrganismos encontrados nas roupas desses profissionais. Como podemos 43 observar bem no quadro 2, que evidencia uma diversidade desses microrganismos ( 6 tipos diferentes) bem como crescimento microbiano maior após o turno de trabalho, que é totalmente entendível já que o funcionário passa aproximadamente 10 horas prestando assistência ao cliente, e em contato com vários microrganismos. Sabemos que muitos são os fatores que podemos associar a este acúmulo e crescimento bacteriano e sua diversidade de espécie, entre vários fatores podemos encontrar: ausência de lavagem diária dessas roupas de trabalho e/ou lavagem fora da técnica sugerida e adequada; utilização de duas ou mais vezes da mesma roupa, o que potencializa este crescimento; duplos vínculos de trabalho em setores diferentes e com exposição bacteriana diferentes que o funcionário vai com a mesma roupa; a ausência do uso correto dos EPIs; ausência da higienização das mãos e uso de luvas e outros. As roupas desses profissionais se tornam, assim, meio de veiculação de microrganismos, que podem gerar e transmitir doenças, tanto para o profissional, paciente e/ou comunidade. Com base na importância deste assunto e buscando prevenir a transmissão de Infecção, o Enfermeiro tem papel fundamental neste processo, conhecendo os fatores de risco, identificando e caracterizando sua clientela, para elaborar e colocar em prática, protocolos que visem a diminuir o crescimento microbiano, posteriormente o contato dos mesmos com o ser humano, prevenindo assim riscos de ocorrência de Infecções e patologias. 2.6 Discussão O crescimento bacteriano nas roupas dos profissionais de saúde é realmente um tema que pode se tornar dificultoso, pois nem todos os profissionais atuam de forma correta em relação ao uso das roupas. Partes desses trabalhadores circulam com esta vestimenta fora da área hospitalar, por isso, o objetivo geral deste estudo estabeleceu em averiguar o crescimento bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de enfermagem em ambiente hospitalar. Assimilar como os microrganismos são conduzidos é fundamental para a precaução de infecções. A cadeia de infecção necessita de uma junção 44 rotineira entre uma fonte, um mecanismo de transmissão e um hospedeiro suscetível. A fonte é o ambiente onde o microrganismo altamente nocivo encontra-se atuante, como um modelo de amostra clínica contaminada ou um paciente infectado. (NUNES,2010) O contágio da derme e roupas por respingos e por toque é relativamente inevitável falando-se de hospitais e ambulatórios. Pesquisas em artigos comprovara que as roupas são uma considerável via de transmissão de infecção na área hospitalar. Sendo assim, os jalecos dos trabalhadores de saúde, passam a ser advir o primeiro sítio de proximidade em termos de vestuário com a pele, líquidos e secreções dos clientes, ou seja, pacientes, tendo-se com isso um verídico fômite. (CARVALHO, et al, 2009). Os microrganismos são capazes de sobreviver por mais de 2 meses (60 dias), de acordo com a matéria orgânica existente no tecido. Como exemplo, o Staphylococcus aureus tem sido restabelecido em tecidos de algodão e tecido sintéticos na existência de sangue, em torno de 2 a 3 meses (60 a 90 dias). (SILVA,2011). O uso do jaleco por profissionais da área da saúde como dentistas, médicos, nutricionistas, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos e universitários de diferentes áreas fora de seu local de trabalho, pode significar um risco sanitário, podendo ocasionar a viabilidade de contaminação cruzada entre o avental, entre as mãos, alimentos e o próprio paciente.(NUNES,2010). As regiões do avental com alta contaminação estabelecida em várias pesquisas têm indicado a região do bolso, abdome, pela provável proximidade direta dessas áreas com o paciente ou também pelo contato com objetos, como equipamentos, estetoscópios, instrumentos de utilização clínica, etc. (SILVA,2011.) No decorrer da pesquisa foi notado que na maioria das placas, houve crescimento microbiológico equivalente a infecções, sendo de extrema importância adotar medidas para utilização do UNIFORME PRIVATIVO no ambiente hospitalar, onde este será lavado periodicamente após cada uso. Alguns profissionais permanecem trajados com o avental fora do ambiente hospitalar, o uso inadequado se levado em consideração que o 45 descuido a tal prática pode acarretar o surgimento de infecções cruzadas e sua dispersão, deve ser evitado. A ocasião pode ser mais grave quando se declara que os microrganismos encontrados são provenientes de uma clínica médico-cirúrgica, onde os pacientes encontram-se mais predispostos a contrair infecções devido ao imunocomprometimento que estão submetidos. 2.7 Conclusão Ao finalizar este estudo, pode-se verificar a obtenção dos objetivos propostos, pois se confirmou que a presença dos microrganismos Staphylococcus aureus, Streptococcus , Bacilos gram positivo , Bacilos gram negativo, Coccus , Micrococcus, Escherichia Coli, nas roupas utilizadas pelos profissionais da área da saúde da clínica médica cirúrgica, que estão em contato direto com o paciente, podem oferecer risco de infecção aos mesmos. A ideia de analisar evidências sobre a existência dos microrganismos mencionados no estudo, tem como propósito garantir a segurança entre profissional – paciente, diminuindo a carga microbiana durante o turno de serviço, através do UNIFORME PRIVATIVO que seria utilizado somente durante o plantão, sendo este indispensável dentro da área hospitalar, e também conscientizar os profissionais que ali atuam, sobre a relevância de uma prática tão compreensível que possa prevenir infecções hospitalares. Determina-se que este trabalho possa estimular interesse e promover novas pesquisas correlacionadas ao uso da ROUPA PRIVATIVA na área intra-hospitalar, pois o tema é de extrema importância para o controle de infecções hospitalares seja em qualquer setor de um hospital. Com os resultados desta pesquisa, sugere-se a implantação de algumas condutas profiláticas por parte incialmente do enfermeiro responsável pelo setor em conjunto com o enfermeiro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), de se observar e supervisionar as boas práticas de lavagem das mãos, do uso de luvas e de todos os EPIs nos casos necessários e de forma correta. E também o uso de UNIFORMES PRIVATIVOS, que serão disponibilizados pela própria instituição e deverão ser utilizados somente dentro do seu setor de trabalho (APÊNDICE A). Com isso o profissional não irá iniciar 46 o plantão com suas roupas já colonizadas até por um serviço anterior, não sairá da instituição colonizado e podendo transmitir esses microrganismos, a comunidade. Outro ponto relativo ao uso dos UNIFORME PRIVATIVOS, é que a instituição hospitalar irá proceder a lavagem dessas roupas diariamente, na técnica correta e específica para matar certos tipos de microrganismos, com isso diminuindo o crescimento de microrganismos, oferecendo maior qualidade assistencial e redução do risco de Infecção Hospitalar e até comunitária. Sendo o Enfermeiro o profissional diferenciado, que através do levantamento dos problemas e fatores de risco levantados, deve elaborar plano assistencial com a finalidade de resolver e melhorar este quadro. É fato que a importância de educação permanente da equipe se faz prioridade e que o Enfermeiro deve gerenciar e colocar em prática esta atividade. 47 REFERÊNCIAS CARVALHO; C.M.R.S. et al. Aspectos de biossegurança relacionados ao uso do jaleco pelos profissionais de saúde: uma revisão bibliográfica. Florianópolis, v.19, n. 2, p. 2-3, abr-jun 2009. CASTRO, H. et al. 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Atheneu, 2008. p. 24-218. . 50 APÊNDICE 51 APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DA UTILIZAÇÃO DO UNIFORME PRIVATIVO HOSPITAL PROFISSIONAIS DE SAÚDE UTILIZAÇÃO DO UNIFORME PRIVATIVO É OBRIGATÓRIO O USO DESTE APENAS DENTRO DO HOSPITAL APÓS O USO, CADA PROFISSIONAL SERÁ RESPONSÁVEL EM ENCAMINHAR O UNIFORME PARA O LOCAL APROPRIADO PARA ROUPA SUJA ENCAMINHAR A LAVANDERIA SEPARANDO POR SETORES DISTINTOS A LAVAGEM SERÁ REALIZADA DE ACORDO COM PADRONIZAÇÕES DO HOSPITAL E NORMAS DA CCIH APÓS A LAVAGEM OS UNIFORMES SERÃO ACONDICIONADOS EM PLÁSTICOS HERMETICAMENTE FECHADOS CONDUZIDOS ATÉ A ROUPARIA DE CADA SETOR PARA USO DOS PROFISSIONAIS. 52 ANEXOS 53 ANEXO A – Lei Estadual nº 14.466 LEI ESTADUAL Nº 14.466, DE 8 DE JUNHO DE 2011 Diário Oficial do Estado; Poder Executivo. São Paulo, SP, 9 jun. 2011, Seção I. p.1 (Projeto de lei nº 757/2009, do Deputado Vitor Sapienza - PPS) Proíbe o uso, por profissionais da área da saúde, de equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º - Ficam todos os profissionais de saúde que atuam no âmbito do Estado proibidos de circular fora do ambiente de trabalho vestindo equipamentos de proteção individual com os quais trabalham, tais como jalecos e aventais. Artigo 2º - O profissional de saúde que infringir as disposições contidas nesta lei estará sujeito à multa de 10 (dez) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP), aplicada em dobro em caso de reincidência. Parágrafo único - As penalidades decorrentes de infrações às disposições desta lei serão impostas, nos respectivos âmbitos de atribuições, pelos órgãos estaduais de vigilância sanitária. Artigo 3º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Artigo 4º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, 8 de junho de 2011. GERALDO ALCKMIN Giovanni Guido Cerri Secretário da Saúde Sidney Estanislau Beraldo Secretário-Chefe da Casa Civil 54 ANEXO B – PARECER DE APROVAÇÃO 55 ANEXO C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP / UniSALESIANO (Resolução nº 466 de 12/12/12 – CNS) TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE OU RESPONSÁVEL LEGAL 1. Nome do Paciente: Documento de Identidade nº Sexo: Data de Nascimento: Endereço: Cidade: Telefone: U.F. CEP: 1. Responsável Legal: Documento de Identidade nº Sexo: Endereço: Data de Nascimento: Cidade: Natureza (grau de parentesco, tutor, curador, etc.): II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA 1. Título do protocolo de pesquisa: U.F. 56 Crescimento bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de enfermagem em ambiente hospitalar 2. Pesquisador responsável: Ludmila Janaina dos Santos de Assis Cargo/função: Inscr.Cons.Regional: Unidade ou Departamento do Solicitante: Enfermeira/Professora COREN: 165356 Unisalesiano de Lins 3. Avaliação do risco da pesquisa: (probabilidade de que o indivíduo sofra algum dano como conseqüência imediata ou tardia do estudo). SEM RISCO RISCO MÍNIMO RISCO MÉDIO RISCO MAIOR 4. Justificativa e os objetivos da pesquisa (explicitar): Todos os indivíduos possuem microrganismos dentro e sobre o corpo. Eles constituem a microbiota normal ou flora do nosso organismo. A capacidade de uma determinada espécie de agente infeccioso pode causar uma doença, sendo que a resistência do organismo ao hospedeiro é fator importante para determinar se uma pessoa irá ou não contrair uma doença. Uma doença infecciosa é aquela em que os organismos patogênicos invadem um hospedeiro suscetível. Uma doença infecciosa emergente (DIE) é uma nova ou modificada doença que mostra um aumento na sua incidência em um passado recente ou um potencial para aumento em um futuro próximo. (TORTORA, p.413, 2012) Infecção Hospitalar (IH) é toda aquela relacionada à hospitalização, assim considerada quando o período de incubação do patógeno causador da infecção for desconhecido e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação; ou o surgimento de qualquer manifestação clínica de infecção a partir de 72 horas após a admissão, estando o paciente com diagnóstico de infecção comunitária e for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do mesmo. (NOGUEIRA; et al., p. 97, 2009) 57 A transmissão é o movimento de um microrganismo de um reservatório ou fonte, para um hospedeiro suscetível. A transmissão pode ocorrer de forma direta, indireta (veiculo ou vetor), ou aérea. A direta é aquela em que há transferência, na maioria das vezes imediata, do agente de um hospedeiro para um novo hospedeiro onde ocorrerá a penetração. Pode ser contato direto, mordida, beijo, toque, ato sexual ou por projeção direta de gotículas em conjuntiva ou mucosas. Veículo é qualquer material ou objeto inanimado (fômite) que possa carrear microrganismo. Vetores são seres vivos que transportam passivamente ou permitem o desenvolvimento do agente infectante. A transmissão aérea pode ocorrer a partir da suspensão de partículas no ar, consistindo parcialmente ou inteiramente de microrganismo. (FERNANDES; RIBEIRO FILHO, p. 215-218, 2000) A NR-32 é uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece medidas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de saúde em qualquer serviço de saúde inclusive os que trabalham nas escolas, ensinando ou pesquisando. Seu objetivo é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos Serviços de Saúde. Ela recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro. (LUPI, p.3) É importante reduzir o número de patógenos, utilizando técnicas assépticas, manuseando as matérias contaminadas com cuidado, insistindo na lavagem frequente e cuidadosa das mãos, educando os membros da equipe sobre as medidas básicas de controle de infecção. (TORTORA, FUNKE, CASE, 2005. p.424). Os objetivos da pesquisa são: a) Identificar o crescimento microbiano em roupas da equipe de enfermagem durante o turno de trabalho; b) Verificar a classificação dos microrganismos que estão presentes nas roupas dos profissionais; c) Identificar crescimento microbiano. 5. Procedimentos que serão utilizados e propósitos, incluindo a identificação dos procedimentos que são experimentais: (explicitar) Pesquisa Experimental A pesquisa experimental se dá por tentativa e erros, pode ser realizada em qualquer ambiente. São investigações de pesquisa empírica que têm como principal finalidade testar hipóteses que dizem respeito a relações de causa e efeito. Envolvem grupos de controle, seleção aleatória e manipulação de variáveis independentes. Empregam rigorosas técnicas de amostragem para aumentar a possibilidade de generalização das descobertas realizadas com a experiência. A pesquisa experimental pode ser realizada no laboratório e no campo. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p. 41, 2007) 58 Pesquisa qualitativa A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. (SOUZA; FIALHO; OTANI, p. 39, 2007) Após submissão do Projeto na Plataforma Brasil e aprovação pelo Comitê de Ética do Unisalesiano, serão realizadas culturas de microrganismo nos jalecos e calças, coletados com auxilio de Swab estéril. Esse material será inoculado em Tripticase Soya Agar (TSA) e posteriormente inoculada em estufa bacteriologica a 37ºC por 24 horas, no laboratório de microbiologia do Unisalesiano. Após esse período as placas serão analisadas macroscopicamente para verificação morfológica das colônias bacterianas crescidos no meio de cultura (TSA). Posteriormente, essas colônias passarão por análise morfotintorial para se saber quais os tipos de bactérias. Materiais que serão utilizados: a) b) c) d) e) f) g) h) i) j) k) l) m) n) o) p) q) r) s) t) u) TSA TSB Swabe Fita Autoclave Tubo de ensaio Estufa Bacteriologica Alça de Paltina Marca Labornin Fator 1:00 10,01ml Kit Coloração de Gram Óleo de Imersão Lâminas Placa de Petri Lamparina a Álcool Bico de Bulsen Microscópio Optico de Marca Mota M200 Maquina Fotográfica Sony Cyber-shot 12.1 MP Caneta permanente cor preta Etiqueta para identificação Geladeira parar armazenamento Papel Craft Lápis de vidro Suporte para lâmina 6. Desconfortos e riscos esperados: (explicitar) Não aceitação dos profissionais em participar da pesquisa; risco de contaminação durante a cultura dos MO; risco para realização da técnica inadequada. 7. Benefícios que poderão ser obtidos: (explicitar) 59 Os benefícios são: identificar a população de microrganismos existentes na roupa dos profissionais da enfermagem; verificar tipos bacterianos que contaminam as roupas dos profissionais; identificar crescimento microbiano. 8. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o indivíduo: (explicitar) Incentivar a equipe de enfermagem através do resultado da pesquisa sobre a importância de adotar medidas de higiene das mãos e cuidados no manuseio e processamento das roupas utilizadas em ambiente hospitalar; evitando a probabilidade e o risco para infecções. Proporcionar o conhecimento ao enfermeiro da quantidade e característica dos microrganismos, que estão presentes nas roupas de seus profissionais. 9. Duração da pesquisa: A pesquisa terá duração de 90 dias, após a aprovação do Comitê de Ética. 10. Aprovação do Protocolo de pesquisa pelo Comitê de Ética para análise de projetos de pesquisa em / / III - EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO PACIENTE OU SEU REPRESENTANTE LEGAL 1. Recebi esclarecimentos sobre a garantia de resposta a qualquer pergunta, a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa e o tratamento do indivíduo. 2. Recebi esclarecimentos sobre a liberdade de retirar meu consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que isto traga prejuízo à continuação de meu tratamento. 3. Recebi esclarecimento sobre o compromisso de que minha identificação se manterá confidencial tanto quanto a informação relacionada com a minha privacidade. 4. Recebi esclarecimento sobre a disposição e o compromisso de receber informações obtidas durante o estudo, quando solicitadas, ainda que possa afetar minha vontade de continuar participando da pesquisa. 60 5. Recebi esclarecimento sobre a disponibilidade de assistência no caso de complicações e danos decorrentes da pesquisa. Observações complementares. IV – CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO “Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido (a) pelo pesquisador responsável e assistentes, conforme registro nos itens 1 a 5 do inciso IV da Resolução 466, de 12/12/12, consinto em participar, na qualidade de participante da pesquisa, do Projeto de Pesquisa “Crescimento bacteriano em roupas utilizadas pela equipe de enfermagem em ambiente hospitalar”. ________________________________ Assinatura Local, / / . 61 ____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......: ____________________________________ Testemunha Nome .....: Endereço.: Telefone .: R.G. .......: