Estudo da Hemodiálise Jacqueline da Rosa Machado Graziela Peçanha Costa da Silva Greice Kelle Viegas Saraiva Instituto Nacional de Telecomunicações – INATEL [email protected] Instituto Nacional de Telecomunicações - INATEL [email protected] Instituto Nacional de Telecomunicações - INATEL [email protected] Resumo— neste artigo irá tratar sobre o funcionamento dos rins, suas funções e principalmente sobre o tratamento especializado (hemodiálises), feito por pessoas que sofrem com problemas renais, onde o tratamento serve como um rim artificial eliminando as toxinas do sangue e controlando o volume do liquido que fica retido no organismo, em alguns casos, abordará também a viabilidade de se ter uma máquina em casa. Palavras chave— insuficiência renal, eliminação de toxinas, hemodiálise. Abstract--- this article will treat about the functioning of the kidney, its functions mainly about specialized treatment (hemodialysis), made by people that suffer with kidney problems, where the treatment serves as an artificial kidney eliminating toxins of the blood and controlling the volume of the liquid that is retained in the body, in some cases, also address the feasibility of having a home machine. Keyword---renal insufficiency, removing toxins, hemodialysis. I. INTRODUÇÃO As principais funções dos rins consistem em livrar o corpo dos produtos de degradação que são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo e o controle do volume e da composição dos líquidos corporais. Os Rins também possuem uma parte muito importante chamada néfron que consiste em limpar ou "depurar" o plasma sanguíneo de substâncias indesejadas em sua passagem pelo rim, por isso quando os rins não estão em pleno funcionamento necessita-se de realizar o tratamento de Hemodiálise que consisti em seu principal resultado drenar o sangue e retirar as impurezas que seriam depuradas pelo néfron. Com tudo, a hemodiálise não é utilizada apenas para “limpar” o sangue, mas também para eliminar os líquidos que ficam retidos no organismo pelo mau funcionamento dos rins. II. O TRATAMENTO E SEUS COMPONENTES A hemodiálise é um tratamento que consiste na remoção do líquido e substâncias tóxicas do sangue, como se fosse um rim artificial. É o processo de filtragem e depuração de substâncias indesejáveis do sangue como a creatinina e a uréia. Ela age como uma terapia de substituição renal realizada em pacientes portadores de insuficiência renal crônica ou aguda, já que nesses casos o organismo não consegue eliminar tais substâncias devido à falência dos mecanismos excretores renais. J. R. Machado ([email protected]), G. P. S da Silva ([email protected]) e G. K. V. Saraiva ([email protected]) pertencem ao Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel. Av. João de Camargo, 510 Santa Rita do Sapucaí - MG - Brasil - 37540-000. No tratamento, o sangue é obtido por um acesso vascular, unindo uma veia e uma artéria superficial do braço (cateter venoso central ou fístula artério-venosa) sendo impulsionado por uma bomba até o filtro de diálise, também conhecido como dialisador. [2] A. Dialisador Existem dois modelos básicos de dialisadores: placas paralelas e capilares de fibras ocas, onde ocorrem as trocas por difusão e a ultrafiltração do plasma. Este funciona como um filtro que é constituído por dois compartimentos: um por onde circula o sangue e outro por onde passa o dialisato. Esses compartimentos são separados por uma membrana semipermeável onde o fluxo de sangue e o dialisato são contrários permitindo maximizar a diferença de concentração dos solutos em toda a extensão do filtro. A capacidade de filtração das membranas de alto fluxo são mais eficientes que as membranas de baixo fluxo por apresentarem poros que são quase três vezes maiores sendo mais semelhante às funções naturais dos rins e permitindo a remoção de maiores quantidades de líquido e toxinas em um curto período de tempo. A escolha do dialisador é dada pelo peso do paciente, pela tolerância à retirada de volume e pela dose de diálise necessária. Estes são reutilizados sempre pelo mesmo paciente, porém, doentes com HIV+ não são enquadrados na prática de reutilização do dialisador. Passando-se por uma prática segura de reprocessamento, que limpa e esteriliza o mesmo, a fim de evitar riscos de contaminação[5]. B. Dialisato O dialisato é a solução da diálise que entra em equilíbrio com o sangue durante o processo dialítico. A máquina de hemodiálise mantém controle total sobre ele, como nível de condutividade e temperatura, a fim de evitar possíveis complicações durante o tratamento[5]. C. Qualidade da Água A água utilizada na preparação da solução para dialise, nos serviços deve ter sua qualidade garantida em todas as etapas do seu tratamento. Ela, independente de sua origem e seu tratamento, deve ser inspecionada pelo técnico responsável por operar o sistema de tratamento de água. Conforme a tabela abaixo (em uma amostra de 500ml): TABELA I Características Parâmetro Aceitável Cor transparente Turvação Sabor Odor Cloro Residual livre pH Incolor Frequência Verificação Diária Ausente Insípido Inodoro Maior que 0,5mg/l Diária Diária Diária Diária 6,0 a 9,5 Diária de As amostras de água para fins de análise físico-química e microbiológica devem ser colhidas nos pontos adjacentes à máquina de hemodiálise e no reuso, devendo ser um dos pontos na parte mais distante da alça de distribuição[4]. D. A Máquina As máquinas de hemodiálise possuem vários sensores que tornam o procedimento seguro e eficaz. Estão contidas nelas vários componentes como: monitor de pressão, temperatura, condutividade do dialisato, volume de ultrafiltração, detector de ar,etc. Um computador integrado ao sistema de hemodiálise permite que os dispositivos de distribuição de sangue e líquido de diálise repartam as quantidades adequadas e monitore também todo o tratamento. Diferentes alarmes alertam o enfermeiro, médico ou o paciente da necessidade de checar o sistema, quando algum ajuste é necessário. Assim mesmo para fim de observação, um microprocessador integrado permite registrar e guardar os dados do tratamento[1]. E. Tratamento em Casa Realizar hemodiálise em casa traria uma maior flexibilidade para adaptar o regime de diálise quanto ao horário e duração das sessões, porém existem grandes desvantagens como: examinar cuidadosamente o meio ambiente no lar do paciente e se existe um espaço adequado para o equipamento de diálise, a pressão da água e sua qualidade devem também estar dentro dos limites adequados, todos os cabos elétricos devem ser revisados, necessidade de acompanhamento de uma pessoa com conhecimentos profissionais no tratamento e vários outros fatores que fazem com que o tratamento em casa não seja tão viável para maioria dos pacientes. Mesmo que existam dificuldades de se deslocar até o hospital ou clinica para realizar o tratamento, eles têm a certeza que no local adequado e com o acompanhamento de pessoas qualificadas o tratamento será de melhor qualidade e ainda contam com o apoio de outros pacientes que buscam forças uns nos outros para superar as dificuldades[3]. III. MÉTODOS Realizamos uma pesquisa em um Hospital do sul de Minas Gerais, especializado em tratamentos de terapia renal substitutiva nas modalidades de hemodiálise e diálise peritoneal. Elaboramos um questionário para médicos, enfermeiros, técnicos de manutenção da máquina e pacientes, sendo um questionário específico para cada um. Para a coleta de dados foi utilizado uma entrevista semiestruturada com perguntas especificas como “quais os cuidados com a fistula antes e depois da hemodiálise?” para os médicos e enfermeiros, “quais os principais problemas que ocorrem na máquina e qual a frequência?” para os técnicos de manutenção e “quais as maiores dificuldades no dia-a-dia gerada pela hemodiálise?” para os pacientes, porém fomos atendidos apenas por pacientes. A. Resultados A entrevista com os pacientes mostra que os problemas renais mais comuns são derivados de vários fatores como: fumantes por um longo período, motivos genéticos, diabete, hipertensão arterial, rins policísticos, etc. e todos começam o tratamento pelo cateter e passam por procedimento cirúrgico para confecção de uma fístula arteriovenosa que irá servir como acesso para retirada do sangue na filtração. Durante a sessão de hemodiálise, que tem em média a duração de 4 horas e freqüência de três vezes por semana, os pacientes contam que podem comer e ler desde que não mexam o braço em que se encontram as agulhas, eles relatam que sentem confiança no operador da máquina e que são melhores atendidos por enfermeiros do que por médicos. Vale ressaltar que as sessões vão de acordo com as necessidades de cada paciente, podendo assim durar três horas e meia ou até mesmo cinco horas, e/ou variar a freqüência de duas vezes por semana ou até hemodiálise diária em casos selecionados. Enfim, percebemos que os pacientes que ingressam na terapia renal, no processo de hemodiálise, mesmo confusos com as mudanças e com o sofrimento descobrem na máquina uma companhia na luta pela vida. IV. CONCLUSÕES Com base em pesquisas, estudos e entrevistas realizadas com pacientes, percebe-se que o tratamento é muito sofrido e que as maquinas poderiam ser atualizadas, usando a tecnologia atual para facilitar o tratamento, assim atendendo um maior número de pessoas. Seria interessante que os médicos participassem com mais intensidade do tratamento que são realizados na maioria das vezes por enfermeiros e técnicos da área. REFERÊNCIAS [1] FREITAS, K. C. L. Hemodiálise Relação Paciente x Máquina: São Paulo, 2005. [2] Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 8ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 1994. [3] Apoio ao paciente em hemodiálise – 15829/ artigo Disponivel em http://www.artigos.com/artigos/saude/enfermagem/ Acesso em: 28 fev 2013. [4]BRASIL. Resolução da diretoria colegiada da ANVISA - RDC N°-154. Art 11, inciso IV, decreto 3029, 16 abr 1999. § 1° do regulamento interno, portaria 593, ago 2000. [5] Conteúdo-informacoes sobre dialise e hemodialise.php Disponível em http://www.nefrocor.com.br Acesso em: 28 fev 2013.