Diversidade de bactérias fixadoras de nitrogênio simbiontes dos

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54º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 54º Congresso Brasileiro de Genética • 16 a 19 de setembro de 2008
Bahia Othon Palace Hotel • Salvador • BA • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
Diversidade de bactérias fixadoras de
nitrogênio simbiontes dos nódulos de
Mimosa arenosa e M. ophthalmocentra
Santos, HRM1; Gross, E2
Mestranda em Genética e Biologia Molecular PPGGBM/UESC
2
Professor DCAA/UESC
[email protected]
1
Palavras-chave: Leguminosas, Mimosoideae, Diversidade de bactérias simbióticas
O gênero Mimosa pertence à família das leguminosas, subfamília Mimosoideae, e é formado por cerca de 480 espécies, em
sua maioria de distribuição neotropical, especialmente no Brasil (LEWIS, 1987). Muitas destas plantas são utilizadas na
reabilitação de solos degradados por sua agressividade e capacidade de se desenvolver em condições edáficas adversas(DE
FARIA; LIMA, 1998). Essas características são em parte devido à simbiose com rizóbios, bactérias fixadoras de nitrogênio
simbiontes, que ocorre através da formação de nódulos caulinares e radiculares. Os nódulos de leguminosas apresentam
grande diversidade anatômica e morfológica, entretanto, podem ser classificados, basicamente, em dois tipos: os
determinados e os indeterminados, que diferem pela presença de meristema permanente nesse último. Atualmente, as
informações taxonômicas sobre bactérias são em grande parte fornecidas através da biologia molecular e manipulação
do DNA. Nos estudos com rizóbio, têm-se observado uma utilização crescente da técnica de PCR (polymerase chain
reaction) e o seqüenciamento da subunidade menor do DNA ribossômico (16S rDNA). A análise de diferentes tipos
de isolados, pode ser realizada através da comparação das seqüências obtidas com o banco de genes (GenBank, p. ex.)
buscando alinhamentos significativos. O presente estudo isolou bactérias dos nódulos de Mimosa ophthalmocentra Mart.
ex Benth e M. arenosa Willd. e caracterizou morfo-anatomicamente essas colônias bacterianas. O DNA genômico
desses isolados foi extraído, amplificado e seqüenciado com o intuito de identificar através do 16S rDNA as bactérias
simbiontes. Amostras de nódulos de Mimosa ophthalmocentra e M. arenosa foram coletados na Estação Ecológica do
Raso da Catarina (BA) e as bactérias do interior dos nódulos foram isoladas e crescidas em meio de cultura 79 sendo
a morfo-anatomia das colônias avaliadas 72 h após o isolamento. O DNA cromossômico dos rizóbios foi extraído e
a região que codifica o 16S rRNA amplificada e seqüenciada. As seqüências confirmadas nas direções 3´ e 5´ foram
submetidas ao banco de genes (GenBank) e comparadas com outras buscando alinhamentos significativos. A grande
maioria das colônias bacterianas isoladas apresentou coloração amarela, brilhante, com bordas inteiras, com produção
de mucopolissacarídeos e tiveram crescimento rápido (24 -48 h). No total foram seqüenciados 5 isolados de M. arenosa
e 9 isolados de M. ophthalmocentra. Os isolados apresentaram seqüências consenso com aproximadamente 400 pares de
bases e através de BLAST tiveram alinhamentos significativos com o gênero Burkholderia. Essas betaproteobactérias têm
grande versatilidade nutricional e apresentam resistência a antibióticos produzidos por outros microrganismos, ao que se
soma sua capacidade de síntese de enzimas pectolíticas, úteis na invasão dos tecidos vegetais, lhes conferindo vantagens
competitivas (WILLENS; COLLINS, 1993). Os resultados do presente estudo confirmam a ampla distribuição do
gênero Burkholderia como nodulante de Mimosa em diferentes biomas.
Apoio financeiro: FAPESB E UESC.
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