O cérebro e a capacidade de adaptação e autonomia do ser humano

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O cérebro e a capacidade de adaptação e autonomia
do ser humano
Nos invertebrados, a forma adulta e os seus comportamentos estão praticamente
determinados na estrutura genética. Nestes casos não se pode falar em indivíduo como quando nos
referimos aos seres humanos e até aos vertebrados.
Lentificação do desenvolvimento cerebral
No ser humano, o processo de desenvolvimento do cérebro é mais lento do que o de outros
mamíferos. Esta lentidão traz vantagens, pois possibilita a influência do meio e uma maior
capacidade de aprendizagem. Mesmo no estado adulto, há uma adaptação biológica do indivíduo. O
caráter imaturo do cérebro humano prolonga-se ao longo da vida tornando-se uma vantagem.
O cérebro é um órgão que apresenta múltiplas configurações, não havendo nenhum cérebro
igual a outro. Uma parte dessas diferenças está pré-programada pela diferente expressão dos
genes. Outra parte é influenciada pelas experiências dos indivíduos, desde as intra-uterinas até às
do meio ambiente. Este processo de individuação ultrapassa as definições genéticas. Ao contrário
de outras espécies, nos seres humanos as instruções genéticas deixam espaço à variação individual.
Plasticidade e aprendizagem
A plasticidade é a capacidade do cérebro em se remodelar em função das experiências do
sujeito, em reformular as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio
ambiente. As redes neuronais modificam-se em função das experiências vividas. É a plasticidade
fisiológica que permite a aprendizagem ao longo de toda a vida.
O caráter plástico do cérebro humano é o que permite a
aprendizagem. Por outro lado, é esta aprendizagem que permite que o cérebro se modifique
consoante as necessidades de adaptação, pondo em causa a tese do determinismo genético. A
aprendizagem é o principal instrumento de adaptação humana.
Inteligência dos animais
A pergunta: “Os animais são inteligentes?” teve como resposta, durante muito tempo, uma
afirmação negativa. Pensava-se que o comportamento animal se regia por instintos e reflexos
condicionados aprendidos.
No entanto as investigações sistemáticas sobre a inteligência animal vieram mostrar que a
maior parte dos vertebrados têm capacidade para aprender e resolver problemas. Conclui-se que
está relacionada com o desenvolvimento do sistema nervoso central, particularmente o tamanho e
a complexidade do cérebro.
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