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São Luís, 26 de agosto de 2016. Sexta-feira O Estado do Maranhão
Sem logística no Itaqui,
containers são levados
a outros portos do NE
Para economista,
crise reflete o
cenário político
Produtos importados da China serão descarregados dia 30, no porto de Pecém
(CE), e depois seguirão para São Luís em caminhão, encarecendo os custos
A mudança do atual cenário econômico do Brasil está condicionada diretamente à mudança do quadro
político e a sua estabilização definitiva. Essa é uma das conclusões do
economista e conselheiro federal de
Economia, Luís Alberto Aranha Machado, que esteve quarta-feira em
São Luís proferindo uma palestra
como parte das comemorações dos
162 anos da Associação Comercial
do Maranhão (ACM).
O país atravessa hoje uma crise
econômica que traz uma série de
consequências. Na avaliação de
Luís Alberto Aranha, uma mudança nesse cenário com a vinda
de possíveis melhorias apenas será
possível com a definição do cenário político.
“O que nos trouxe aqui foi um
conjunto de fatores e estamos no
limiar de uma mudança. Eu não
tinha nenhuma expectativa de mudança antes da votação definitiva
do impeachment. A economia está
muito relacionada com a política e
enquanto não houver uma definição no quadro político dificilmente
a confiança, sobretudo do investidor de fora, irá retornar. As perspectivas são positivas, mas embora
Divulgação
C
om o fim da linha regular
de movimentação de containers da CMA CGM do
Brasil Agência Marítima
Ltda no Porto do Itaqui, a Intrading
Global, empresa especializada em
logística e serviços aduaneiros com
atuação no Maranhão, está trazendo produtos importados da
China para clientes de São Luís via
portos de Mucuripe e Pecém
(Ceará) e Vila do Conde (Pará).
Segundo o gerente de negócios
da Intrading Global, Adriano Alves,
no dia 30 deste mês um navio proveniente da China atracará no
porto de Pecém, trazendo produtos para o Maranhão. Mas, a carga
só deve chegar ao destino final 20
dias depois, pois além da questão
de desembaraço alfandegário, a
mesma seguirá por rodovia até São
Luís, o que elevará o custo do frete.
A última viagem da linha regular que transportou carga pelo
Porto do Itaqui ocorreu dia 28 de
julho. Desde então, nenhum produto em containers foi descarregado no Maranhão. Para viabilizar
a operação, os navios deveriam trazer pelo menos 120 contêineres e
ultimamente esse quantitativo não
era superior a 50.
Adriano Alves informou que em
setembro participará, na China, da
Canton Fair, considerada a maior
feira multissetorial do mundo, e
aproveitará para visitar fornecedores daquele país, como também
dos Emirados Árabes (Dubai) e do
Vietnã para negociar melhores preços de produtos (alumínio, pro-
Carga em container com destino ao Maranhão está sendo descarregada em portos de outros estados
dutos de inox, entre outros). Também conversar com armadores de
navios para negociar redução de
valor no frete internacional.
Linha regular de
containers foi
desativada
“São alternativas que estamos
buscando para compensar os custos com o adicionamento do frete
de transporte terrestre em nossas
importações, devido o fim da linha
regular de movimentação de containers no Itaqui”, ressaltou.
Importadores
Entre alguns dos importadores
maranhenses de produtos transportados por containers estão o
Grupo Mateus, Centro Elétrico e
Potiguar. Quando do encerramento da linha regular, o presidente do Grupo Mateus, Ilson Mateus, disse que seria prejudicial
para a empresa, posto que incidiria em mais custos a operação
sendo realizada por outros portos
que não o Itaqui.
A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) informou à época que a movimentação de containers no Porto do
Itaqui seguiria operando por demanda. “Nosso porto está na rota
dos navios de container e havendo demanda, certamente
atracarão aqui”, disse a Emap por
meio de nota.
Segundo a Emap, ainda este ano
o Porto do Itaqui fará embarques
testes de novas cargas de clientes
que estudam utilizar o transporte
via container. Luís Alberto Machado, do CFE fez palestra nas
comemorações dos 162 da Associação Comercial
ainda não tenha tido uma reação
na indústria e no comércio, o mercado financeiro que olha para frente
já reagiu”, destacou.
Ele afirmou também que é necessário reconquistar a confiança
dos investidores para mudar a situação econômica do Brasil. “A possibilidade de recuperação pode ser
mais rápida do que muita gente fala.
Economia depende de confiança.
Claro que ela não é a única coisa que
‘toca’ a economia, mas é um fator
fundamental. Todos os indicados e
índices de confiança estavam muito
ruins. A medida que se consegui reconquistar a confiança os investimentos voltam. A longo prazo o
mundo vê o Brasil de forma positiva.
Poucas regiões do mundo podem
oferecer o que nós oferecemos como
terra, energia e água”, frisou.
Cenários
O evento aconteceu na sede da
ACM, na Praça Benedito Leite, em
São Luís, durante o qual economistas discorreram sobre os cenários
econômicos da atualidade e as perspectivas para o futuro. Os debates
reuniram profissionais e estudantes
do ramo e de outras áreas. Divulgação
Luís Alberto Aranha Machado falou sobre atual cenário econômico
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