UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA Análise de Sistemas Elétricos de Potência 1 6.0 Curto-Circuito Simétrico P rof. Fl á vi o Va nde rson G ome s E-mail: [email protected] ENE005 - Período 2012-3 Ementa Base 2 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Visão Geral do Sistema Elétrico de Potência; Representação dos Sistemas Elétricos de Potência; Revisão de Circuitos Trifásicos Equilibrados e Desequilibrados; Revisão de Representação “por unidade” (PU); Componentes Simétricas; Cálculo de Curto-circuito Simétrico e Assimétrico; Representação Matricial da Topologia de Redes (Ybarra, Zbarra);. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Introdução 3 Cálculo de curto-circuito em SEP: Enorme importância no planejamento e operação das redes e de seus equipamentos e instalações Permitir antever as conseqüências dos problemas simulados. Tomar medidas de segurança/proteção Instalação e regulação de dispositivos que promovam a interrupção dos circuitos defeituosos; Garantir que os componentes da rede percorridos pelas correntes de defeito consigam suportar os seus efeitos; An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Introdução 4 O cálculo de tensões e correntes de curtos-circuitos na rede tem por finalidade: Determinação do poder de corte de disjuntores e fusíveis: com a previsão da corrente de curto-circuito no ponto de instalação da proteção, tem-se o parâmetro necessário para a calibração do poder de corte destes dispositivos; Regulação e Coordenação das proteções: a especificação das correntes e tempos de disparo das proteções baseiam-se nos valores previstos da corrente de curto-circuito Previsão dos esforços térmicos e eletrodinâmicos: todos os elementos da rede, sobretudo barramentos e seccionadores, terão que suportar os efeitos destrutivos da passagem das correntes de curto-circuito; A proteção pode levar alguns ciclos até abrir o circuito An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Origem do Curto 5 Mecânica: quebra ou corte de um condutor, contato acidental entre condutores, contato em condutores através de agentes externos. Falha de isolamento: devido à temperatura, umidade ou corrosão, devido a sobretensões internas ou de origem atmosférica, ruptura do dielétrico de isoladores. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Modelo de Gerador para estudo de curto 6 Fonte de tensão atrás de uma reatância Desprezando a resistência série X I E VT Valor da tensão e da reatância: Dependerá do instante utilizado para o cálculo da corrente de curto An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Modelo de Gerador para estudo de curto 7 Ao aplicar um curto-circuito no terminal de um gerador síncrono, a corrente apresenta uma componente oscilatória, superposta com uma componente contínua, que depende do instante de aplicação do curto. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Modelo de Gerador para estudo de curto 8 X I E VT Para o cálculo da corrente de curto Subtransitória (Icc”, imediatamente após o defeito): X = X”d = Reatância Subtransitória Transitória (Icc’ , 3 a 4 ciclos após o defeito): X = X’d = Reatância Transitória Em regime (Icc ): X = Xd = Reatância Síncrona An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Modelo de Gerador para estudo de curto 9 X Valor da tensão interna do gerador I E = Vt + j. X . I E VT Neste cálculo: Condição Pré-Falta A tensão terminal do gerador é dado. O valor de E dependerá do X utilizado. A reatância X utilizada dependerá do instante a ser usado para o cálculo da corrente de curto. X = X”d = Reatância Subtransitória X = X’d = Reatância Transitória X = Xd = Reatância Síncrona An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Z Modelo de Motores para estudo de curto 10 Motor Síncrono Modelagem idêntica ao do Gerador Síncrono Porém devido ao sentido da corrente: E = Vt − j. X . I Motor de Indução E = Vt − j. X m . I X = Xm = Reatância de curto-circuito do motor de indução An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Metodologia Matemática 11 Conhecimento da Condição Pré-Falta da Rede Uso de Equivalente de Thevenin No ponto de defeito Uso do Teorema de Superposição Estado pós-falta = estado pré-falta + estado defeito An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Teorema de Thevenin 12 An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Teorema de Thevenin 13 O Equivalente de Thévenin pode ser construído a partir de duas etapas: Determinação da impedância de Thévenin, também chamada de resistência ou impedância equivalente. É a impedância vista do ponto onde se deseja reduzir o circuito É calculada com as fontes de tensão curto-circuitadas e as fontes de corrente abertas. Determinar da tensão de Thévenin, ou tensão de circuito aberto É a tensão no ponto onde se deseja reduzir o circuito. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1 14 Seja um gerador alimentando um motor. Zg e Zm são as impedâncias equivalentes das máquinas Em determinado instante ocorre um curto-circuito no ponto P. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 15 Obtenção do circuito equivalente de Thevenin Impedância Equivalente Z th = Z g Zm Z g + Zm Tensão Equivalente Tensão terminal do gerador Zth Eth = E p = Vt P Eth An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 16 Cálculo da Corrente de Falta (Curto) Zth P Eth If Eth If = Z th An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 17 Cálculo das correntes de curto na rede An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 18 Teorema da Superposição Cálculo da contribuição da corrente de curto An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 19 Cálculo da corrente de curto circuito na rede Teorema da Superposição Corrente de Curto = Corrente Pré Falta + Contribuição Corrente de Falta + = An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exemplo 6.0.1: Solução 20 Cálculo da corrente de curto circuito na rede Teorema da Superposição Corrente de Curto = Corrente Pré Falta + Contribuição Corrente de Falta I =I f g pf + I' f g I mf = − I pf + I 'mf An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Metodologia Matemática 21 Etapas para o cálculo da corrente de curto circuito 1. 2. Identificar o ponto F na rede, onde ocorre o defeito Decidir qual corrente Icc a ser calculada subtransitória, transitória ou de regime 3. 4. Construir circuito equivalente pré-falta, substituindo as reatâncias das máquinas pelas suas respectivas conforme opção de Icc escolhida na etapa anterior. Determinar estado pré-falta Tensões e correntes 5. 6. 7. Aplicar Teorema de Thévenin no ponto f (de falta) Calcular a corrente de curto (Icc) usando o circuito de Thevenin obtido na etapa anterior Determinar estado pós-falta usando o teorema da sobreposição (estado pós-falta = estado pré-falta + estado defeito) An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Metodologia Matemática 22 Algumas simplificações comuns Modelo do gerador e motor Despreza-se R Desprezam-se as componentes da Icc à exceção da fundamental Regime quase estacionário (apesar de Icc decrescer expoencialmente) Modelo do transformador Despreza-se o ramo magnetizante Cargas Consideradas como impedâncias constante, Em alguns casos/estudos são desprezadas (rede a vazio). Tensões pré-defeito = tensão nominal Correntes pré-defeito = 0 An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Circuito em SEP Trifásico 23 Simétricos Curto Trifásico Equilibrado. Curto Trifásico Equilibrado envolvendo Terra. Assimétrico Curto Fase-Terra Curto Dupla-Fase Bifásico Curto Dupla-Fase-Terra Bifásico envolvendo Terra An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Sistema Trifásico Simétrico Equilibrado 24 Circuitos equivalentes de sequência simétrica vista do ponto (K) de falta: Z1 E1 Z0 K0 I0 K1 V0 I1 V1 Z2 OBS: Os valores de E1, Z0, Z1 e Z2 são obtidos no estado pré-falta da rede (através do Teorema de Thevenin) OBS: Note que as impedâncias de aterramento e as características dos elementos de rede devem ser corretamente representados K2 I2 V2 An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Trifásico 25 Curto Circuito Trifásico no Ponto K: Análise: Correntes das 3 fases são equilibradas: I&a α o & & 2 I b = I a .α I& α 1 c α = 1∠120o Soma das 3 correntes é igual a 0: I&n = I&a + I&b + I&c = I&a .(1 + α 2 + α ) = 0 An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Trifásico 26 Portanto, em componente simétrica I&0 I&a 1 1 1 & -1 & I1 = T I b = 3 1 α 2 I&2 I&c α 1 1 1 α 2 . I&a .α 2 α α 1 I&0 0 & & I1 = I a I&2 0 ∴ Não há corrente de seqüência 0 e 2, ou seja, os circuitos de seq. zero e negativo não contribuem para o curto trifásico. Portanto, o circuito equivalente para cálculo do curto-circuito trifásico em componentes simétricas é: Z1 E1 K1 I1 V1 Zg & E 1 I&1 = Z1 + Z g An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Trifásico 27 Z1 E1 K1 I1 V1 Zg Portanto a corrente de falta para curto-circuito trifásica é dada por: I&a = I&1 = E&1 Z1 + Z g I&a α o & & 2 I b = I a .α I& α 1 c An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Trifásico 28 Ia Z1 K K1 Ib Rede Ic I1 E1 Zg Zg V1 Zg Zg Obs: O cálculo da corrente de curto independe do envolvimento de terra, pois: I& n = I&a + I&b + I&c = I&a .(1 + α 2 + α ) = I&0 = 0 Corrente de Curto Trifásica no ponto k: Fazendo Zg = 0 & &I curto = E1 3φk Z1 Sabendo-se as correntes de curto e as condições pré-falta, pode-se calcular as tensões e correntes na rede com defeito através do teorema superposição An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Curto Circuito Trifásico 29 Corrente de Curto Trifásica no ponto k: Fazendo Zg = 0 curto franco &I curto 3φk E&1 = Z1 An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exercício 6.0.1 30 Seja o circuito trifásico simétrico e equilibrado do Exercício 5.3.1: Caso ocorra uma falta trifásica na barra 2, calcule na condição de defeito: Corrente de curto Contribuições do lado do secundário do trafo T1 e contribuições do lado da LT no ponto de curto. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exercício 6.0.1 31 Onde os circuitos equivalentes de sequência simétrica são: O circuito de sequência negativa é análogo à positiva, porém com as fontes curto-circuitadas e defasagem dos trafos oposta. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exercício 6.0.1 32 As condições pré-falta são apresentadas abaixo: Seqüência Positiva Seqüência Zero e Negativa Tensões e Correntes Nulas. An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF Exercício 6.0.1 33 Caso ocorra uma falta trifásica na barra 2, calcule na condição de defeito: Corrente de curto Contribuições no secundário do trafo T1 e contribuições da LT no ponto de curto. Resposta: Corrente de Curto: 3,60∟-40,7º pu Contribuição do secundário do trafo T1 (na Fase A) (Pré Falta + Contribuição Curto) (0,465∟30º)+(2,648∟-40,7º) = 2,836∟-31,8ºpu = 2,373∟-31,8º kA Contribuição do lado da linha (na Fase A) (Pré Falta + Contribuição Curto) (0,465∟30º)+(2,648∟-40,7º) = 2,836∟-31,8ºpu = 2,373∟-31,8º kA An. de Sist. Elét. de Potência 1 - UFJF