Material de apoio em Filosofia 7° Ano Sócrates Sócrates nasceu em

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Material de apoio em Filosofia
7° Ano
Sócrates
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 aC, e tornou-se
um dos principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que
Sócrates fundou o que conhecemos hoje por filosofia ocidental. Foi
influenciado pelo conhecimento de um outro importante filósofo grego:
Anaxágoras. Seus primeiros estudos e pensamentos discorrem sobre a
essência da natureza
da alma Sócrates era considerado pelos seus
contemporâneos um dos homens mais sábios e inteligentes. Em seus
pensamentos, demonstra uma necessidade grande de levar o conhecimento para os cidadãos gregos. Seu método
de transmissão de conhecimentos e sabedoria era o diálogo.
Através da palavra, o filósofo tentava levar o conhecimento sobre as coisas do mundo e do ser humano.
Conhecemos seus pensamentos e ideias através das obras de dois de seus discípulos: Platão e Xenofontes.
Infelizmente, Sócrates não deixou por escrito seus pensamentos.
Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas ideias contrárias ao
funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições,
crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos gregos.
Em função de suas ideias inovadoras para a sociedade, começa a atrair a atenção de muitos jovens
atenienses. Suas qualidades de orador e sua inteligência, também colaboraram para o aumento de sua
popularidade. Temendo algum tipo de mudança na sociedade, a elite mais conservadora de Atenas começa a
encarar Sócrates como um inimigo público e um agitador em potencial. Foi preso, acusado de pretender
subverter a ordem social, corromper a juventude e provocar mudanças na religião grega. Em sua cela, foi
condenado a suicidar-se tomando um veneno chamado cicuta, em 399 AC.
Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia uma dúplice forma, conforme se tratava de um adversário a
confutar ou de um discípulo a instruir.
No primeiro caso, assumia humildemente a atitude de quem aprende e ia multiplicando as perguntas até
colher o adversário presunçoso em evidente contradição e constrangê-lo à confissão humilhante de sua
ignorância. É a ironiasocrática.
No segundo caso, tratando-se de um discípulo (e era muitas vezes o próprio adversário vencido),
multiplicava ainda as perguntas, dirigindo-as agora ao fim de obter, por indução dos casos particulares e
concretos, um conceito, uma definição geral do objeto em questão. A este processo pedagógico, em memória
da profissão materna, denominava ele maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, que facilitava a
parturição das idéias. Em linhas gerais a maieêutica consiste numa prática muito famosa de Sócrates, o filósofo,
em que, utilizando um discurso caracterizado pela maiêutica (levar ou induzir uma pessoa, por ela própria, ou
seja, por seu próprio raciocínio, ao conhecimento ou à solução de sua dúvida) e pela ironia, levava o seu
interlocutor a entrar em contradição, tentando depois levá-lo a chegar à conclusão de que o seu conhecimento é
limitado.
Sócrates sempre buscava pessoas em praça pública para dialogar e questionar.
A célebre frase de Sócrates, que caracterizava parte de seu método é: “só sei que nada sei”, por isso
questionava as ideias de seus interlocutores. Para fazer com que os seus interlocutores enxergassem a verdade
por si próprios no qual ele demonstrava os erros e opiniões comuns entre os homens.
Sócrates e os Sofistas
Em Atenas, Sócrates não era o único a filosofar. A cidade, com o seu esplendor cultural e regime
democrático, atraía a si estrangeiros que se davam pelo nome de sofistas.
A palavra sofista (em grego sophistes) deriva de sophia «sabedoria», e designa todo o homem que possui
conhecimentos consideráveis em qualquer ramo do saber, nomeadamente gramática, astronomia, geometria,
música, entre outras. O sofista era alguém a que hoje chamaríamos de sábio. Ensinavam tudo o que se podia
ensinar, "tinham a pretensão de formar homens completos, habituados a todas as subtilezas do pensamento
reflectido, hábeis em manejar a palavra, corajosos e fortes na acção, dignos de todos os triunfos, de todas as
felicidades". Landormy (1985:13).
Como, nesta altura, os jovens atenienses estavam ávidos de novidades, rapidamente os sofistas se viram
rodeados de rapazes desejosos de encontrar o segredo do domínio das multidões.
Os sofistas recebiam pelos ensinamentos que ministravam, o que era alvo da censura dos atenienses.
Também Sócrates achava "vergonhoso vender o saber, dizendo que o comércio da sabedoria não merecia
menos ser chamado prostituição que o tráfego da beleza" (Bonnard, 1980:438). Sócrates comparava os
sofistas aos mercadores, que elogiam os produtos que vendem mesmo sem saberem se são bons ou não. Mas,
não será que, como os mercadores que elogiam os seus produtos, também os sofistas seriam inevitavelmente
tentados a acomodar a sua mercadoria ao gosto dos compradores? Ao receberem pelos ensinamentos
ministrados, os sofistas forçaram o reconhecimento do carácter profissional do trabalho de professor. Essa é
uma dívida que a institucionalização da escola tem para com eles.
No entanto, ao serem pagos directamente pelos alunos, ficavam em condições de fazer uma selecção entre
os candidatos. Em geral, preferiam os filhos de famílias mais abastadas. A analogia com o carácter selectivo
da escola dos nossos dias é aqui tristemente visível.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates não recebia pagamento pelo que ensinava. Dispensava gratuitamente o
seu saber a quem dele necessitava. Contudo, foi considerado por muitos como sofista porque aparentemente
exercia o mesmo ofício. Como eles, instruía a juventude, discutia em público política e moral, religião e por
vezes arte e, como eles, criticava com vigor e subtileza as noções tradicionais nas diferentes matérias. Como diz
Bonnard (1980: 439), ele era o "príncipe dos sofistas, o mais insidioso dos corruptores da juventude. O mais
culpado também: os outros são estrangeiros, ele é cidadão".
A sua motivação de ordem pedagógica distingue-se ainda da dos sofistas, na medida em que estes,
praticavam um ensino desligado de preocupações de ordem ética. Como diz Landormy (1985:15),
fingiam "adoptar as opiniões comuns, a moral das pessoas honestas, os preconceitos ou as superstições do
povo" de modo a agradarem ao maior número de pessoas. O seu objectivo principal era agradar de forma a
obterem os seus proveitos próprios, sem atenção aos valores essenciais. Daí o uso artificioso da oratória e da
retórica como forma precisamente de, através da palavra, conseguir persuadir os cidadãos.
Os saberes dos sofistas ignoravam o “compreende” e eram quando muito técnicas do “agarrar”; com efeito,
aquilo com que se preocupavam antes de mais os sofistas era manejar o discurso de forma tal que o interlocutor
ficasse rapidamente convencido daquilo que o orador o queria persuadir. Note-se que este orador nunca se
punha o problema de saber se o que ele dizia era verdadeiro, o essencial para ele era conseguir conquistar a
adesão do outro.
Sócrates combateu os sofistas, julgou com severidade o uso que faziam da arte da palavra, que segundo ele
não visava estabelecer o verdadeiro mas produzir a aparência. Sócrates defendia energicamente a necessidade e
a possibilidade de conhecer a verdade. Amava-a acima de tudo e tomou como ocupação exclusiva da sua vida,
ajudar a descobrir em cada homem a verdade que nele existia. Mesmo sem salário e quase sem esperança,
exerceu até à morte este serviço de educador do seu povo, o mais insubmisso de todos os povos. É esta a sua
maneira de ser cidadão.
Bons Estudos!
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