Análise de Romanos

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Análise de Romanos
Fernando Herculano Gonçalves
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Essa apostila foi formada para a ministração de aulas da matéria Análise de
Romanos do curso teológico do CPN. Atendendo ao número de aulas, a dinâmica
do comentário aborda um capítulo da epístola por aula.
O comentário do texto é de responsabilidade do professor.
A introdução dessa apostila foi extraída dos livros:
Romanos, introdução e comentário, F.F. Bruce,Série Cultura Bíblica –
Edições Vida Nova
A Mensagem de Romanos, Jonh Stott, A Bíblia Fala Hoje, ABU
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Análise de Romanos
Plano de Aula 01
Prof. Fernando Herculano Gonçalves
Tema: Introdução a Romanos
Objetivo: Ter uma visão geral, panorâmica da epístola. Assunto principal, autoria,
lugar e circunstância em que se encontrava o autor, motivos principais da carta,
características da igreja em Roma, influência da carta na vida de personalidades
na história da igreja.
Recursos Didáticos: Bíblia, Mapa do mundo na época do NT, mapa das viagens
de Paulo.
Conteúdo:
APRESENTAÇÃO
A epístola de Paulo aos Romanos é sem dúvida um dos escritos mais importantes
para a igreja de todos os tempos. No Novo Testamento é a epístola mais extensa,
a mais teológica e a mais influente. Torna-se, portanto, desafiador e estimulante o
estudo dessa Carta que ao longo dos séculos tem “falado alto” e influenciado
personalidades de profunda importância para o cristianismo, e por outro lado tem
sido um poderoso instrumento de Deus na vida de todo genuíno cristão que com
temor estuda o seu conteúdo.
Ela é a mais completa, a mais pura e a mais grandiosa declaração do
evangelho encontrada no Novo Testamento. Sua mensagem não é de que “o
homem nasceu livre, mas em todo e qualquer lugar encontra-se encarcerado”.
Todos nasceram no pecado e na escravidão e que Jesus Cristo veio para libertálos. Em Romanos se encontra essa mensagem de libertação.
I. A IGREJA CRISTÃ EM ROMA
a) Sua origem
Paulo declara expressamente que não foi o fundador da comunidade de santos da
cidade de Roma (#Rm 1.10-15; #Rm 15.20-22). Temos aí uma exceção à sua
regra de não edificar sobre fundamento alheio (#2Co 10.16). Reconhece como
suas as Igrejas estabelecidas por seus cooperadores. Por quem, como e quando a
Igreja de Roma veio a existir é um dos problemas da história da Igreja primitiva.
Não é aceitável a tradição de ter sido Pedro o seu fundador, contudo isso não
exclui o fato de ter estado esse eminente apóstolo, por certo, uma ou outra vez em
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Roma, e ter aí sofrido o martírio. Todavia, quando Paulo escreveu esta carta, é
evidente que Pedro lá não se achava. Estivesse em Roma esse suposto chefe da
Igreja, e certamente Paulo teria mencionado o fato, ou, com efeito, jamais teria
endereçado uma epístola àquela comunidade. Crê-se que a igreja de Roma se
originou do testemunho e dos trabalhos dos cristãos cidadãos do Império, que
viajavam constantemente para a metrópole, e dali para outras partes. Não é
improvável que a obra de evangelização tivesse sido começada pelos "forasteiros
romanos, tanto judeus como prosélitos" (#At 2.10). Essas testemunhas do
Pentecostes teriam sido ajudadas posteriormente por cristãos de Antioquia da
Síria, Éfeso e Corinto, e assim teve incremento a comunidade. Ao tempo em que
Paulo escreveu esta carta, a igreja cristã ali já devia ser razoavelmente grande.
b) Suas características
A igreja de Roma evidentemente compunha-se tanto de judeus, como de gentios.
Paulo não se dirige a nenhum dignitário eclesiástico, distinto dos outros, ou a
quaisquer pessoas de reconhecida autoridade, donde se conclui que ali não havia
uma organização central. Crê-se que a igreja se compunha de, pelo menos, quatro
diferentes congregações, a saber, a da casa de Áqüila e Priscila, no Aventino; a
do Palácio Imperial; a da casa de Hermes; e a da casa de Filólogo (ver #Rm 16.315).
Se os judeus cristãos palestinenses fundaram aquela comunidade, devem ter
evangelizado primeiro seus patrícios, dos quais havia uma colônia em Roma, com
muitas sinagogas. O apóstolo, através de toda esta epístola, dá a entender que
judeus iriam lê-la, dirigindo-se-lhes em particular e fazendo muitas alusões ao
Velho Testamento (há cerca de sessenta citações diretas) e à história dos filhos
de Israel.
Por outro lado, Paulo, por certo, tinha em mente que gentios iriam também ler sua
epístola, os quais constituíam a maior parte daquela comunidade cristã. É a eles
que se dirige no começo da carta (#Rm 1.1-15). Cfr. também #Rm 15.14-16 e
#Rm 11.13, onde encontramos a declaração inequívoca-"Dirijo-me a vós outros,
que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios...". Também não
deixa de ser significativo que a maior parte dos nomes citados no cap. 16 é de
origem grega ou romana. Vê-se, pois, que a igreja cristã de Roma compunha-se
de judeus e gentios, sendo estes mais numerosos, e, possivelmente, em grande
parte, aceitaram o Cristianismo por via de uma prévia conversão ao Judaísmo.
Isso justifica as citações que o apóstolo faz do Velho Testamento e a referência ao
problema da raça judaica.
II. LOCAL E DATA DA EPÍSTOLA
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Não há dúvida quanto à origem geográfica desta epístola. Paulo, em sua terceira
viagem missionária, esperou em Corinto os delegados das igrejas gentílicas, os
quais levavam as ofertas que haviam sido coletadas para os judeus cristãos
pobres de Jerusalém (ver #At 20.2-3). Sobre essa coleta, lemos em #1Co 16.1-4 e
#2Co 8, e, em #At 24.17, sobre a última visita do apóstolo a Jerusalém, depois
que todos os delegados chegaram a Corinto. Alguns dos nomes citados no último
capítulo desta epístola, tais como Febe, a diaconisa de Cencréia, porto de Corinto,
"Gaio, meu hospedeiro" (cfr. #1Co 1.14); "Timóteo, meu cooperador" (cfr. #2Co
1.1), "Erasto, tesoureiro da cidade" (cfr.: #2Tm 4.20), estão associados muito
claramente a Corinto. Uma epístola como esta aos Romanos, escrita cuidadosa e
ponderadamente, só podia ser redigida com calma, quando Paulo pôde fixar
residência, durante algum tempo, num lugar. Ele demorou três meses em Corinto,
segundo informa o historiador Lucas (#At 20.3), tempo este suficiente para a
redação da epístola.
Temos uma indicação da época em que foi escrita no cap. 15, onde o apóstolo
revela que está prestes a viajar à Palestina, levando "a coleta para os pobres",
quando então espera estar desimpedido para visitar Roma e, depois, a Espanha.
Isto se refere ao fim da terceira viagem missionária e à última visita a Jerusalém.
Foi às vésperas de sua partida para esta última cidade que ele terminou esta carta
e a endereçou a Roma. Relativamente à cronologia exata da vida e obra de Paulo,
nenhuma autoridade no assunto pode ser dogmática, mas o tempo da última visita
a Jerusalém é colocado entre os anos 56 e 59 A. D., não sendo possíveis outras
datas.
III. A OCASIÃO DA EPÍSTOLA
Por que Paulo teria escrito à igreja de Roma, visto como nem ele nem qualquer
dos seus companheiros de trabalho a havia fundado, nem ele a visitara antes? A
resposta a esta pergunta envolve a questão da forma da epístola. É ela um tratado
teológico, ou simplesmente uma carta ocasionada por circunstâncias da carreira
de Paulo? Pode ser, de algum modo, uma e outra coisa, mas o ponto é se o
apóstolo quis, por iniciativa própria, expor o evangelho que pregava, ou se tomou
da pena para escrever uma carta ditada por problemas iminentes. Há quem pense
que Paulo sentia estarem contados seus dias, pelo que desejava deixar à
posteridade uma declaração definitiva daquilo que pregava. Admite-se que a
doutrina do apóstolo, em seus dias, foi mal compreendida, sendo atacada, nunca
deixando de ter críticos (especialmente nas fileiras do Judaísmo), não havendo
sido jamais apresentada de uma maneira sistemática. Sugere-se, portanto, que
Romanos é o documento do testamento final do grande apóstolo dos gentios.
Além disso, argumenta-se que a Igreja de Roma era a depositária que convinha
deste documento oficial, autorizado. A forma lógica e teológica da epístola, que é
a mais sistemática, mais raciocinada e mais doutrinária de quantas cartas Paulo
escreveu, não oferece base para a teoria formal. Mas que Romanos é um tratado
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de teologia, é dizer mais do que os fatos demandam. Notem-se os seguintes
argumentos contrários a esta hipótese de ser um elaborado manifesto de teologia
paulina.
Há várias indicações na epístola de que Paulo se dirige a uma comunidade cristã
de então, levado por circunstâncias que deram realidade a esta carta.
Não se justifica mesmo a idéia de que o apóstolo sentia "escaparem-se as areias
do tempo" e estar sua carreira prestes a terminar, de modo que fosse necessário
deixar seu sistema de teologia à posteridade. Pelo contrário, quando ele escreveu,
seus olhos fitavam o futuro de novo tentame missionário.
Será que, em qualquer caso, Romanos apresenta o ensino completo do apóstolo?
Não há, nas outras epístolas que escreveu, mais de sua teologia, a que não dera
ocasião imediata aquilo que deu lugar a Romanos?
O propósito que Paulo teve em escrever está claramente expresso na carta, e ele
não teve razão de ocultar quaisquer veleidades teológicas. Escreveu para dar a
entender sua real intenção de visitar os cristãos de Roma (ver #Rm 1.10-13), de
modo que repartisse com eles, como apóstolo de Jesus Cristo, "algum dom
espiritual" (cfr. #Rm 15.29). Como o cap. 16 revela, aproveita-se o mais possível
de suas relações de amizade. Declara-lhes também que sua ida a Roma faz parte
de um plano mais vasto (ver #Rm 15.15-24). Tanto quanto lhe foi possível,
completou a evangelização dos gentios na direção de leste; agora quer
empreender nova aventura missionária no oeste. Escreve-lhes para conseguir a
cooperação deles nesse plano, uma vez que Roma é um verdadeiro centro
estratégico e sua comunidade cristã é um grupo influente naquele sentido. Toda a
parte doutrinária da epístola foi escrita com este mesmo propósito, a fim de que a
Igreja ali pudesse alcançar a grandeza da graça divina e a amplitude da
misericórdia de Deus, tão admirável e tão envolvente, que a evangelização, pela
parte que lhe tocava (e a eles também), era absolutamente imperiosa.
IV. O PROBLEMA TEXTUAL
A questão agora é se esta epístola é um todo completo, composta em sua
inteireza e num mesmo tempo pelo apóstolo, ou se outro autor colaborou com
alguma parte, em data anterior ou posterior. O problema surge de quatro lados:
Uma forma abreviada de Romanos esteve em circulação durante o segundo e o
terceiro séculos. Existe evidência textual de que há manuscritos que terminam no
cap. 14.
A epístola, como a possuímos hoje, termina em vários lugares: "E o Deus de paz
seja com todos vós. Amém" (#Rm 15.33). "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo
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seja com todos vós. Amém" (#Rm 16.24). "Ao Deus único e sábio seja dada glória,
por meio, de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém" (#Rm 16.27).
No texto breve, revisto, a doxologia que nas versões portuguesas aparece em
#Rm 16.25-27 vem no final do cap. 14. Alguns manuscritos o inserem tanto no fim
do cap. 14 como no final do 16. Intrinsecamente também sua genuinidade tem
sido posta em dúvida por alguns, como não sendo do estilo costumeiro de Paulo.
As saudações pessoais do cap. 16, segundo se alega, não se apropriam às
circunstâncias, visto como Paulo, em comparação, era um estranho à igreja de
Roma. Apropriam-se antes à igreja de Éfeso.
Apesar destas objeções, a integridade da epístola ainda se mantém. A solução do
problema textual encontra-se provavelmente na crença de que o herege Marcion
(que floresceu, em Roma, de 154 a 166 A. D.) deliberadamente cortou os dois
últimos capítulos, porque o 15 atribuía ao Judaísmo o papel de preparação para a
propaganda do evangelho. Veja-se, por exemplo, o vers. 4: "Pois tudo quanto
outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e
pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança". Demais disto, o cap. 15
traz pelo menos cinco citações do Velho Testamento, enquanto o cap. 16 era de
nenhuma importância para o ponto de vista de Marcion, não lhe sendo contrário
nem a favor. A versão maior, como a possuímos, é aceita como sendo a original,
visto como a abreviada, que termina no cap. 14, manifesta tendência contrária ao
Velho Testamento. Quanto ao cap. 16, é até certo ponto apropriada a menção
daquelas pessoas, se se considera que o propósito de Paulo era entrar em
contacto com o maior número delas, convindo Roma como lugar de residência aos
amigos de Paulo tanto quanto Éfeso, mesmo à parte da hipótese de ser esta
última o local de origem de muitas das epístolas paulinas. O ponto de vista por nós
aceito é que em Romanos temos uma carta completa, escrita de uma vez pelo
apóstolo em Corinto, transmitida até nós hoje em toda a sua integridade. Todas as
teorias de fragmentação textual caem por terra em face da unidade da mensagem.
A INFLUÊNCIA DA CARTA
Muitos líderes da igreja influentes, em diferentes séculos, dão testemunho
do impacto produzido pela Epístola aos Romanos em suas vidas, tendo sido ela,
em diversos casos, o instrumento para sua conversão.
1. Aurélio Agostinho, conhecido como Agostinho de Hipona e que viria a ser o
maior dos Pais Latinos da Igreja primitiva, nasceu em uma pequena fazenda onde
hoje é a Algéria. Durante sua turbulenta juventude ele, ao mesmo tempo, escravo
de suas paixões sexuais e objeto das orações de sua mãe, Mônica. Na qualidade
de professor de literatura e retórica, mudou-se sucessivamente para Cartago,
Roma e depois, Milão, onde acabou sendo atraído pela mágica das pregações do
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Bispo Ambrósio. Foi ali, durante o verão de 386, aos trinta e dois anos de idade,
que ele se retirou para o jardim da hospedaria onde morava, em busca de solidão.
“Para aí foi levado pelo tumulto do coração”, ele escreveria posteriormente em
suas Confissões, “onde ninguém poderia interferir na luta violenta que travava
comigo mesmo... Deixei-me, não sem como, cair debaixo de uma figueira e dei
livre curso às lágrimas.” – Eis que, de repente, ouço uma voz vinda da casa
vizinha. Parecia de um menino ou de uma menina repetindo continuamente uma
canção: “toma e Lê; toma e lê”. A única interpretação possível, para mim, era a de
uma ordem divina para abrir o livro e ler as primeiras palavras que encontrasse.
Apressado, voltei ao lugar onde Alípio ficara sentado, pois, ao levantar-me havia
deixado aí o livro do apóstolo. Peguei-o, abri e li em silêncio o primeiro capítulo
sobre o qual caiu o meu olhar: “Andemos dignamente, como em pleno dia, não em
orgias e bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e
ciúmes”; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne
no tocante às suas concupiscências.” 13.13s. Não quis ler mais, nem era
necessário. Mal terminara a leitura dessa frase, dissiparam-se em mim todas as
trevas da dúvida, como se penetrasse no meu coração uma luz de certeza.
2. Martinho Lutero, em 1515 outro professor era sobressaltado por uma crise
espiritual idêntica à de Agostinho. Como todo mundo na cristandade medieval;
Martinho Lutero fora criado temendo a Deus, a morte, o juízo e o inferno. Já que,
segundo se pensava, o caminho mais certo para chegar ao céu era tornando-se
um monge. Então entrou em um convento onde muito orava e jejuava, se privava
ao máximo de tudo para vencer seu conflito interno. Mas nada apaziguava seu
tormento. Passou a ensinar Salmos e Romanos na Universidade de Wittenberg e
diz: “Eu ansiava intensamente compreender a carta de Paulo aos Romanos, e a
única coisa que não saía do meu caminho era aquela expressão, “a justiça de
Deus”, pois no meu entender ela significava a justiça segundo a qual Deus é justo
e age com justiça ao punir o injusto... Noite e dia eu ficava ponderando, até
que...Eu compreendi a verdade: que “a justiça de “ é a justiça pela qual, através
da graça e pura misericórdia, ele nos justifica pela fé. Depois disso foi como se eu
tivesse renascido e adentrado as portas escancaradas do paraíso. Toda a
Escritura adquiriu um novo significado, e enquanto que antes “a justiça de Deus”
me deixava cheio de ódio, agora ela se tornou para mim uma expressão de amor
grandioso e de doçura inexprimível. Esta passagem de Paulo tornou-se para mim
uma passagem para o céu.
3. John Wesley, em 1738 em Londres, ao ouvir a leitura do prefácio ao
comentário de Romanos, de Lutero. Está registrado em seu diário: “Cerca de
quinze para as nove, enquanto ele descrevia a mudança que Deus opera no
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coração pela fé em Cristo, eu senti um estranho calor aquecer meu coração. Vi
então que eu de fato cria em Cristo, somente em Cristo, para dar-me a salvação; e
me veio uma certeza de que ele havia tirado os meus pecados, até mesmo os
meus, e que ele me salvara da lei do pecado e da morte”.
4. Dumitru Cornilescu, clérico ortodoxo, por volta de 1920, ao traduzir a Bíblia
para o romeno e estudar Romanos, chegou à conclusão: “Que Deus através de
Cristo fez tudo que era necessário para nossa salvação”. Dessa forma suas
convicções e vida mudaram, de forma que foi exilado pelo Patriarca Ortodoxo em
1923, morrendo alguns anos mais tarde na Suíça.
5. Karl Barth, clérico protestante,, por volta de 1920, teve uma grande mudança
em suas convicções ao estudar Romanos. Era um teólogo liberal que achava que
o socialismo era uma maneira de mudar a sociedade. A mensagem de Romanos
acabou com essa ilusão. Descobriu que o reino de Deus não era uma marca
religiosa de socialismo, algo que se consiga como uma proeza humana, mas sim
um novo começo, radicalmente novo, iniciado por Deus.
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ESBOÇO DE ROMANOS
I.
O Evangelho
1. Paulo se apresenta e saúda a Igreja em Roma, 1.1-7
2. Os planos de Paulo, 1.8-15
3. O poder do Evangelho, 1.16-17
4. A ira de Deus, 1.18-32
II.
O Juízo de Deus
1. O Juízo de Deus e o julgamento do homem, 2.1-14
2. A circuncisão, 2.25-29
III.
A Universalidade do Pecado
1. Perguntas e respostas, 3.1-8
2. O quadro sombrio da humanidade, 3.9-20
3. Ninguém será declarado justo baseado na lei, 3.19-20
4. A Justificação pela fé, 3.21-31
IV.
Abraão, justificado pela fé
1. Obras ou fé? 4.1-8
2. A justiça de Deus é antes de qualquer obra, 4.9-12
3. A promessa de Deus, 4.13-17
4. A fé de Abraão na promessa de Deus, 4.18-22
5. A fé é o meio para todo o homem, 4.23-25
V.
A Transgressão e a dádiva
1. A paz com Deus, 5.1-10
2. Jesus o reconciliador, 5.6-11
3. Adão e Cristo, 5.12-21
VI.
Do Pecado à Santificação
1. O poder libertador da graça de Deus, 6.1-11
2. Servos de Deus, 6.12-14
3. De escravos do pecado, para Deus, 6.15-23
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VII.
O homem sob a velha forma da lei
1. A analogia do casamento, 7.1-6
2. A luta contra o pecado, 7.7-25
VIII.
O homem sob o novo modo do Espírito
1. A operação do Espírito Santo, 8.1-11
2. Nossa filiação divina, 8.12-17
3. O contraste entre o presente e o futuro, 8.18-25
4. A salvação plena, 8.26-30
5. Invencíveis e inseparáveis do amor de Deus, 8.31-39
IX.
A soberania de Deus
1. Os privilégios concedidos aos israelitas não redundaram em salvação,
9.1-5
2. A escolha soberana de Deus, 9.6-29
3. A incredulidade de Israel e a fé dos gentios, 9.30-33
X.
O caminho da fé mediante a palavra
1. Israel não teve entendimento do modo de justiça de Deus, 10.1-3
2. A finalidade da lei, 10.4-5
3. A justiça decorrente da lei, 10.6-11
4. A salvação vem pela pregação, 10.12-21
XI.
O plano de Deus para Israel
1. Israel e a graça, 11.1-10
2. O futuro de Israel, 11.11-15
3. A união de judeus e gentios, 11.16-24
4. O desfecho do plano da salvação, 11.25-32
5. Doxologia, 11.33-36
XII.
O modo de vida agradável a Deus
1. Uma vida consagrada a Deus, 12.1-2
2. Os dons espirituais, 12.3-8
3. Orientação a respeito do relacionamento com o próximo, 12.9-21
XIII.
Uma vida disciplinada
1. Nosso dever em relação às autoridades, 13.1-7
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2. Nosso dever em relação ao próximo, 13-8-10
3. Nosso dever em relação ao tempo, 13.11-14
XIV.
Meu relacionamento na comunidade cristã
1. Tolerância com os mais fracos, 14.1-12
2. Amor e liberdade, 14.13-23
XV.
O Exemplo de Cristo e os planos de Paulo
1. Devemos imitar a Cristo em seu exemplo, 15.1-13
2. O ministério de Paulo, 15.14-21
3. Os planos do apóstolo, 15.22-29
4. Um pedido do apóstolo, 15.30-33
XVI.
Conclusão
1. Recomendações, 16-1-4
2. Várias saudações, 16.5-16
3. Exortação contra os falsos mestres, 16.17-20
4. Saudação dos cooperadores, 16.21-23
5. Doxologia final de Paulo, 16-24-27
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Plano de Aula 02
Capítulo: 01
Tema: O Evangelho
Objetivo: Compreender os temas introdutórios do primeiro capítulo que nos
revela os objetivos do autor ao escrever a carta e o seu chamado para a pregação
do Evangelho.
O Evangelho
I . Paulo se apresenta e saúda a Igreja em Roma, 1.1-7
1 . Autoria: v.1 Paulo se declara o autor de Romanos, quanto a isso não há a
mínima dúvida, Tércio foi o amanuense (escriba) de Paulo, 16.22. Ele se declara
“servo” de Jesus Cristo e chamado para ser “apóstolo”, alguém enviado por
outro para cumprir uma missão. E a missão, era o Evangelho – separado para o
evangelho (Gl 1.15, 16), ele entendia ser separado antes do seu nascimento,
eliminando assim qualquer mérito próprio.
2 . A centralidade do evangelho v.2--5 Está em foco o evangelho prometido por
antemão por Deus nas Escrituras, no AT. Na verdade o Evangelho não era nada
“novo”, era desconhecido era oculto e estava se revelando, inclusive através
desses escritos. v.3 O centro do evangelho é a pessoa de Jesus Cristo
descendente de Davi, ou seja, o Filho de Deus que se fez homem para pagar o
preço do pecado e resgatar o homem pecador para Deus. V.4 Pelo Espírito
declarado Filho de Deus (Mt 3.17), sua ressurreição foi a prova disso, de modo
que foi feito Senhor de todas as coisas (Fp 2.6-11). V.5 Portanto Jesus é a fonte
de toda graça (Jo 1.16), e o chamado para todas as nações vem de Jesus, pois
até Cristo, o chamado estava restrito a uma nação, agora Nele fora ampliado o
seu chamado. Vemos um chamado universal à obediência pela fé, ou seja, de
muitos povos Deus formaria apenas um unificados pela fé em Jesus Cristo. A fé é
o ponto de unidade entre os povos. V.6 Os romanos também eram chamados para
essa promessa.
3. Saudações, v.7. Os que estão em Roma (a comunidade dos santos) a
declaração é que são amados por Deus e chamados para serem santos, é
exatamente o amor de Deus (Jo 3.16) que gera sua vontade na vida do homem. O
chamado para ser santo é o chamado para uma nova vida separada e
consagrada. Graça e paz, saudação comum do autor (Fp 1.2, Cl 1.2, 1Ts 1.1, 2Ts
1.2, Tt 1.4, Fl 1.3), é o desejo do bem estar de Deus sobre seus filhos.
II. Os Planos de Paulo, v.8-15
1. Sua Gratidão e desejo, v.8-14. V.8 é demonstrada sua gratidão diante das
boas notícias a respeito dos romanos que corria o mundo, era certamente uma
comunidade bem virtuosa, e é destacada a fé que segundo os escritos de Paulo é
o elo entre Deus e o homem e a base do relacionamento espiritual. V.9, 10 Aqui
ele declara ser um pregador do evangelho e toma Deus por sua testemunha de
que era grato e se lembrava sempre dos crentes romanos em suas orações, e
expressa seu desejo de ir a Roma. Ele deixa claro que Deus é soberano e que
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precisava de sua permissão para tal projeto: “vontade de Deus”, “seja aberto o
caminho”, são expressão usadas para mostrar sua total dependência do Senhor.
v. 10, 11 e 12 O anseio do autor era ir a Roma e conhecer a comunidade cristã,
com a finalidade de compartilhar algum dom espiritual com o fim de fortalecê-los.
Paulo era um experiente obreiro e entendia que poderia cooperar com o
desenvolvimento da comunidade. Mas ele também seria beneficiado nesse
compartilhar com a comunidade, ele iria dar e receber, dessa forma, seriam
mutuamente fortalecidos na fé. Os dons espirituais visam o crescimento da fé,
gerando maturidade espiritual (1Co 14.12). v.13, 14 e 15 Ele havia planejado
várias vezes ir a Roma, mas havia impedimentos no caminho. O mais provável é
que esse impedimento era decorrente do seu próprio ministério que tinha o caráter
pioneiro e Roma não era um campo trabalhado pelo apóstolo conforme ele
declarara, Rm 15.20. Ele já havia passado por experiência semelhante quando
desejava pregar na Ásia e foi impedido pelo próprio Deus, que o queria
trabalhando na Macedônia, (At 16.6-10). Mas ele tinha o propósito de colher frutos
dos romanos como colhera com os demais gentios, o mais provável que esse fruto
seria a associação dos romanos em seu novo planejamento de chegar a Espanha,
15.28. Como apóstolo dos gentios pesava sobre ele essa obrigação de pregar a
todos sem distinção e inclusive em Roma, (1Co 9.16).
III. O Poder do Evangelho, v. 16, 17
1 . O Evangelho revela o poder de Deus, v.16 Não havia nele motivo para se
envergonhar do evangelho, era uma mensagem nobre, uma boa notícia para o
homem pecador. É o poder de Deus para salvar todo o que crê, é o meio de
salvação, de revelação do plano de Deus, e de despertamento da alma perdida, o
evangelho tem esse poder, essa autoridade, essa finalidade. Em contrapartida é o
próprio evangelho que gera a fé, 10.17, mas é através da pregação do evangelho
foi que Deus resolveu salvar o homem, (1Co 1.21). Primeiro do Judeu e depois do
grego, é uma exposição do plano salvador eterno de Deus, começou com os
judeus, era o ponto de partida com a antiga aliança, mas desde o princípio de tudo
a obra redentora já tinha um caráter universal, começando com os judeus e
atingindo todos os povos.
2 . O Evangelho revela a justiça de Deus, v.17 No evangelho é revelada a
justiça de Deus. O evangelho revela algo que estava oculto (Cl 1.26), esse algo é
a justiça de Deus, ou seja, o modo através do qual Deus salva o homem. A justiça
de Deus é a única maneira de elevar o homem a um modo aceitável diante de Sua
Santidade, o homem é injusto e inaceitável diante de Deus e justiça é elevá-lo de
modo que seja aceito pelo próprio Deus. Essa elevação independe do próprio
homem, a justiça é de Deus. Essa justiça é do princípio ao fim pela fé. A fé é o
meio de ingresso na presença de Deus e é o modo que nos conservará em sua
presença até a concretização de todas as coisas, começa pela fé e é vivida pela
fé. Um texto nos ajuda a entender essa expressão: (Hb 12.2) Autor e consumador
da nossa fé, Jesus é essa pessoa que em nós origina a fé, nos sustenta em fé, e
nos faz tornar-nos maduros e completos na fé. O justo viverá pela fé (Hc 2.4) essa
é uma citação do AT e expressa a importância da fé diante do plano salvador.
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Portanto, a pregação do evangelho revela a justiça de Deus através da fé, 3.28,
5.1.
IV. A Ira de Deus, 1.18-32
1 . A revelação da ira de Deus, v.18 Se o evangelho revela a justiça, a impiedade
e a injustiça revelam a ira. “Justiça” e “injustiça”, se justiça é uma elevação a uma
posição certa para com Deus, a injustiça é uma posição errada para com Deus, e
todo o pecado e injustiça é passível de punição, 3.23, 6.23, (Ez 18.4, 20). A ira de
Deus, portanto, é uma justa retribuição ao homem pecador.
2 . Todos são indesculpáveis, v.19, 20, 21. O plano salvador se revela no
evangelho, mas Deus se revela de outras formas, possibilitando ao homem o
mínimo de conhecimento necessário para não viverem na injustiça. Como Deus
pode ser conhecido? Através da Revelação ou Teologia Natural. As coisas criadas
revelam algo do seu Criador, 2.15, (Sl 19.1), além da revelação natural, o próprio
homem é uma criação de Deus e traz algo de Deus em si, (Gn 1.26) de forma que
o homem tem uma lei moral, ética em sua consciência, por isso torna-se culpado
pelo pecado. Mesmo com esse nível de revelação geral acerca de Deus, o
homem preferiu não o reconhecer como Deus, tornou-se, fútil, nulo, vazio, sem
Deus. Essa é a ação do pecado, degrada e separa o homem do seu Criador. Essa
degradação e afastamento acabam por gerar toda espécie de maldições na vida
humana.
3 . A idolatria, v.22, 23. O estágio de degradação tão aprofundado de forma que
aquilo que é devido a Deus o homem o deu as obras de sua mão. A sociedade
pagã dessa época era extremamente idólatra. Esse foi um pecado seriamente
combatido no AT e no NT é amplamente citado. A idolatria é a substituição ou
negação do Deus Criador.
4. A depravação do homem, v.24-32. Iremos perceber por três vezes a
expressão: “Deus os entregou” que significa que Deus permitiu que fizessem
todas as maldades geradas em seus corações, não é que Deus tenha os levado a
praticar tais coisas, de modo algum. Devemos levar em conta a soberania de
Deus que é bem comum a essa carta, e portanto, o homem não faz absolutamente
aquilo que quer nem de mal e nem de bem. Ou fazemos aquilo que Deus ordena
ou aquilo que Ele permite. Então ele permitiu que os homens andassem em seus
próprios caminhos, (At 14.16), isso é a ira presente se manifestando na vida dos
ímpios. Esse é um estilo de vida baixa, distante da vontade de Deus e que acaba
por gerar inúmeros sofrimentos.
a. v.24 Deus os entregou a impureza sexual, essa espécie de pecado desonra e
degrada o corpo que deveria ser honrado como templo do Espírito. V.25 Trocaram
a verdade pela mentira, é uma escolha deliberada pela injustiça em detrimento da
verdade.
b. v.26 Deus os entregou às paixões vergonhosas. É a troca de um princípio
natural por desejos baixos e reprováveis, aqui em foco o homossexualismo.
c. v.28 Deus os entregou a uma disposição mental vergonhosa. Deus os deixou
que praticassem seu modo particular de pensar e pensamentos esses
reprováveis, vergonhosos, que orientavam suas atitudes, (Is 59.7), porque
desprezaram o conhecimento de Deus.
15
5. Características da depravação humana, v.29-32. O afastamento de Deus
gera um estilo de vida pecaminoso, depravado e degradante, cria vícios que
prendem o homem em um estilo de vida muito abaixo daquilo que é o ideal divino.
Em seguida vemos características desse estilo pecaminoso de viver: Injustiça,
maldade, ganância (avareza), depravação, inveja, homicídio, rivalidades
(contendas), engano (dolo), malícia, difamação (bisbilhoteiros), calúnia, inimizade
com Deus, insolência (atrevidos), soberba (arrogantes), presunção, inventores de
males, desobedientes aos pais, insensatos, desleais (pérfidos), sem amor pela
família (Sem afeição natural), sem misericórdia (implacáveis). Essa é uma longa e
sombria lista que caracteriza aqueles que desprezam o conhecimento de Deus.
V.32 Como já observado, todos tem consciência, um princípio moral e ético, por
isso todos temos noção do certo e do errado, mas a escolha pela injustiça é uma
negação da pessoa de Deus. Toda essa espécie de malignidades já é uma
manifestação da ira de Deus, mas nesse ponto o texto revela uma condenação:
“merecem a morte” – “o salário do pecado é a morte” 6.23.
16
Plano de Aula 03
Capítulo: 02
Tema: O Juízo de Deus
Objetivo: Compreender que o moralismo, o legalismo de judeus ou gentios não é
o estilo de vida saudável e que satisfaz a Deus, pois expressa auto confiança em
detrimento da justificação divina. Esse estilo de vida nos leva a julgar as pessoas,
e por si só essa posição de crítico e juiz, constitui-se um erro. Somente Deus
conhece suficientemente as profundezas do homem para julgá-lo com equidade.
I. O Juízo de Deus e o Julgamento do Homem, 2.1-16
1 . Um julgamento injusto, v.1 Está aqui em foco uma pessoa moralista, que
condena o erro de alguém, mas que pratica as mesmas coisas. O julgamento em
si mesmo é algo perigoso, porque muitos se sentem justificados, ou superiores ao
tratarem dos erros alheios. Foi assim que se comportou um personagem de uma
parábola de Jesus: “Eu não sou como os demais homens...” (Lc 18.11), esse o
Fariseu não foi justificado por causa da confiança nos méritos próprios. “Não
julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7:24). E obviamente não
é porque alguém peca que me torno melhor, as misérias dos homens não colocam
em evidência a minha justiça. Os pecados apenas dizem que lhes faltam a graça
de Deus.
2 . O Justo Juízo, V.2 Devemos conscientizar que o juízo de Deus é justo, reto,
conforme a verdade, e não conforme a aparência, e além de tudo nunca podemos
entrar no coração humano, só Deus o sonda e o conhece. A verdade é a base do
seu julgamento, ou seja, a sua revelação, seja através das Escrituras, da criação e
do princípio moral e ético conferido ao homem em sua criação. V.3 Então se
evidenciarmos os pecados alheios, mas também estivermos manchados pelo
pecado, seremos igualmente merecedores do juízo de Deus. V.4 Agindo dessa
forma estaríamos desprezando a riqueza de Deus – bondade, tolerância e
paciência. Sem dúvida que a pessoa mais atingida pelo pecado é o próprio Deus
que é santo, o pecado é totalmente contrário a sua natureza e todo o pecado
receberá o seu justo juízo, mas, contudo, Deus tolera no tempo presente, Deus
exerce sua misericórdia, para conduzir o pecador ao arrependimento. O pecador
se corrompeu por inteiro de forma que não tem condições por si só de voltar-se
para Deus, de forma que o arrependimento é um chamado pessoal do próprio
Deus, ou seja, é um chamado e uma capacitação para o arrependimento. É essa
de fato uma obra do Espírito Santo. O homem (sem direito) pode apenas julgar ou
acusar, Deus, ,porém, pode julgar, condenar e salvar, somente Ele, (2 Pe 3.9). v.5
A obstinação do homem em pecar, será merecedora da ira de Deus no seu
julgamento. A ira não é raiva, é uma justa retribuição pelo pecado. V.6, 7 “Deus
retribuirá a cada um conforme o seu procedimento”, pode até nos parecer que a
salvação é um resultado de nosso procedimento, mas óbvio que não, na verdade
o nosso procedimento é um resultado do nosso arrependimento. A salvação gera
um novo estilo de vida, ou seja, um novo modo de procedimento. Está aqui em
foco o dia do julgamento conforme v.16, o dia em que todos irão prestar contas a
Deus.
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V.8-11 É destacado aqui a separação entre salvos e não salvos. Vida eterna para
os que fazem o bem e buscam..., esse é um novo modo de vida daqueles que
foram alcançados pela graça de Deus, Fazer e buscar é uma operação da fé (Tg
2.26). Ira e indignação – juízo, condenação - para os injustos, para aqueles que
rejeitam a verdade. Percebemos um julgamento universal (todo homem), primeiro
para o judeu, depois para o grego, o juízo de Deus segue a mesma ordem da
revelação da sua vontade, foi primeiro ao judeu que se manifestou a sua Palavra e
depois para o gentio. Os dois povos são alvos da graça de Deus e da mesma
forma prestarão contas ao Senhor, sem parcialidade.
3 . O Juízo de Deus para os que não possuem a Lei, v.12-16.
v.12 Se o homem peca sem possuir a Lei (a lei dada a Israel) serão condenados
mesmo sem a conhecer. Não é somente a lei que traz noção do pecado, a mente
humana possui esse padrão, 2.15, 16. e além do mais já vimos que as coisas
criadas revelam a pessoa de Deus, 1.19-21. Portanto o homem tem uma intuição
da pessoa de Deus e do pecado, e uma revelação natural de Deus e do pecado.
Então com a Lei ou sem a Lei o homem é pecador, não é inocente diante de Deus.
V.13 Apenas possuir a Lei como o povo Judeu, não os justifica, não apenas ouvir,
mas obedecer é um meio de justificação. Mas ninguém, com exceção de Jesus,
guardou a lei, nenhum homem conseguiu a sua justificação por guardar a lei, 3.918, portanto ela é ineficaz para salvação. V.14 Os padrões morais, éticos em nós
implantados nos dão noção do certo e do errado, conforme a lei o faz, e quando o
gentio que não tem a lei escrita, mas guarda esses padrões que inclusive está na
lei, então torna-se lei para o gentio – um padrão de conduta - V.15 Há uma
percepção, uma intuição por parte do homem dos princípios divinos, de forma que
sua consciência tem condições de julgar os seu atos, aprovando ou reprovando.
V.16 Tudo isso será manifestado no dia do julgamento, de modo que ninguém
será indesculpável diante de Deus, 2.1.
4. O Juízo de Deus para os judeus, v.17-24
v.16 O judeu se orgulhava no fato de possuírem a lei, mas isso não é o bastante,
só os que guardam toda a lei são justificados, 2.13, e isso ninguém conseguiu.
V.18 Mas sem dúvidas que ao judeu foi dado uma porção maior da revelação de
Deus e de sua vontade a partir da lei: - Privilégio gera responsabilidades -.
Certamente a responsabilidade deles era bem maior. V.19, 20 Então deles se
exigia uma postura bem melhor e inclusive deveriam se tornar modelo, exemplo
para o povo gentílico, mas não foi isso que ocorreu, v.21, 22, 23 se tornaram
legalistas, condenavam o erro que a lei previa, mas cometia os mesmos pecados.
V.24 Então ao invés de se tornarem modelos causaram escândalos, Israel se
tornou uma árvore que não dava os frutos esperados. Foram privilegiados com a
lei, mas não responderam a altura, antes preferiram o mais fácil, a religiosidade
vazia, o legalismo. Desprezaram a obediência que agrada a Deus, (1Sm 15.22).
18
II. A Circuncisão, 2.25-29
1 . O valor da circuncisão, v.25 A circuncisão é o sinal do acordo de Deus com
Israel, mas esse sinal em si não diz muita coisa, torna-se apenas uma mutilação, a
circuncisão tem valor quando o lado humano nessa aliança é observado, esse
lado é o temor, a obediência a Deus. V.26 a obediência eleva o homem a
participar de uma aliança, (1Sm 15.22) de forma que podem ser considerados
“circuncidados” v.27, Então um gentio que obedece estaria numa posição mais
privilegiada que a de um circuncidado que não obedece a lei. Portanto não é algo
físico ou exterior que define a nossa posição diante de Deus.
2 . A verdadeira circuncisão, 28, 29. O nosso relacionamento com Deus de
modo algum é definido ou determinado por um sinal físico e exterior e sim de uma
transformação interior, do coração, operada pelo Espírito Santo e não por uma lei
escrita. A circuncisão e a lei acabou gerando um modo orgulhoso de vida
religiosa, e não era esse o propósito de Deus. Se o homem se corrompeu no seu
íntimo, a sua transformação deveria partir também do seu interior e essa é a
proposta do evangelho: transformar o homem no seu coração, no seu interior.
Essa é a verdadeira circuncisão.
19
Plano de Aula 04
Capítulo: 03
Tema: A Universalidade do Pecado
Objetivo: Nesse capítulo vamos ver que indistintamente, judeus e gentios estão
debaixo do pecado e não há uma pessoa que seja a fugir dessa regra. Se o
pecado é generalizado nivelando todos os homens diante de Deus, Ele então
provê uma única maneira de salvação: A justificação pela fé. Diante disse não há
ninguém que possa se gloriar, pois a Graça é o dom de Deus.
I. Perguntas e Respostas, v.3.1-8
1 . Há vantagem em ser judeu?
v.1 Segundo o capítulo anterior mostra que os judeus falharam, v.24 e a
circuncisão sem a obediência nada vale, v.25. – a seguir objeções dos judeus.
Primeira pergunta: Então que vantagem há em ser judeu e circuncidado? São
perguntas que o escritor passa a responder. V.2 Mesmo igualando o judeu na
mesma situação do gentio no que diz respeito ao pecado, Paulo revela vantagens
em ser judeu. Qual a vantagem. – A resposta é que há muitas vantagens,
principalmente que aos judeus foram confiadas as palavras de Deus. Vemos aqui
um privilégio conferido ao povo da aliança. Deus se revelou a eles por meio de
sua palavra para que vivessem e se tornassem exemplos para todos os povos,
2.18-24, mas falharam em sua missão.
2 . A infidelidade do homem anula a fidelidade de Deus?
v.3 Segunda Pergunta: O que importa se eles foram infiéis, essa infidelidade
anulará a fidelidade de Deus?
– Sabemos que privilégios geram
responsabilidades e o povo judeu não soube responder à altura do privilégio
recebido. Eles foram infiéis, mas a fidelidade de Deus não foi anulada, se o
homem erra, Deus jamais errará. Deus não depende do homem para estabelecer
seus desígnios, ele depende apenas de si mesmo. Ele em amor concede ao
homem participar de sua graça, mas ele não é dependente. Por esse motivo a
salvação não é baseada no homem, dessa forma falharia, está baseada em Deus
e sua graça. V.4 Seja todo homem mentiroso e Deus verdadeiro, uma citação do
(Sl 116.11) “todo homem é mentiroso”. E em seguida citação de (Sl 51.4).
3. Deus é injusto por aplicar sua ira?
v.5-7 Terceira Pergunta: Se nossa injustiça ressalta a justiça de Deus o que
podemos dizer? Então ele é injusto por aplicar sua ira? Claro que não, Deus
jamais é injusto. É bem verdade e indiscutível a justiça de Deus e a injustiça do
homem: Há um grande contraste. O homem sem dúvida é devedor, é pecador,
então é exatamente esse fato que atrai a ira, a retribuição de Deus em relação ao
pecado, e isso é justiça. Deus julga o mundo baseado na sua própria justiça, ele
tem o direito soberano de Criador. V.8 “Então se a minha injustiça faz aumentar a
justiça de Deus, vamos pecar para que nos venha o bem?” Muitos atribuíam a
Paulo a autoria dessa pregação, e de fato isso era uma calúnia.
20
II. O Quadro Sombrio da Humanidade, 3.9-20
Vemos então um sombrio quadro pintado da humanidade: todos sem distinção
estão desqualificados, caídos, longe de Deus, tanto gentios quanto judeus. Nem
os privilégios concedidos ao povo judeu os colocaram em posição de vantagem.
Deus encerra todos debaixo do pecado, 3.23.
1. v. 9-12, Não há um justo......não há quem faça o bem...citação do (Sl 14.1, 2, 3)
2. v. 13, Suas gargantas são túmulo aberto....com a língua falam engano....veneno
de víboras nos lábios..citação do (Sl 5.9; 140.3)
3. v.14, Suas bocas estão cheias de maldição, citação do (Sl 10.7)
4. v.15-17, Seus pés são velozes para derramar sangue, citação de (Is 59.7)
5. v.18, Não há temor de Deus, citação do (Sl 36.1).
III. Ninguém será declarado justo baseado na Lei, 3.19-20
1 . v.20, tudo o que a lei diz, é uma referência aos textos acima citados, os judeus
se orgulhavam da lei, mas ela mesma já deixava muito claro que todos são
pecadores e por isso merecedores do juízo de Deus.
2. v.21, Ninguém será declarado justo baseado na Lei, muito pelo contrário: A Lei
nos dá consciência do pecado e o faz evidenciar, 5.20, 7.7. Portanto, de forma
alguma o homem poderá ser justificado através da Lei, posto que a Lei lhe mostra
continuamente o seu pecado.
IV. A Justificação pela fé, 3.21-31
1 . Uma esperança, v.21, diante desse quadro sombrio, de incapacidade e de
condenação, manifestou-se a justiça de Deus (um modo de salvação)
independente da Lei. Um modo que colocaria em pé de igualdade toda a
humanidade, se todos estão debaixo da mesma condenação, o modo de salvação
também será apenas um. V.22 Justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, ou
seja, Deus passa a salvar o homem através da fé na pessoa de Jesus Cristo, o
nosso substituto, aquele que cumpriu toda a lei, e que pagou a nossa dívida. Essa
graça é indistintamente para judeu e gentio. Se só os judeus possuíam a lei, agora
a graça é para todos.
2 . Uma Sentença, v.23 Todos pecaram, o pecado é universal, atingiu todos os
seres humanos indistintamente, é a herança espiritual de Adão (1Co 15.22).
Todos estão encerrados nessa mesma sentença. E destituídos estão da glória de
Deus, estão separados da glória de Deus. O homem foi criado para a glória de
Deus (Is 43.7), O pecado tirou o homem do propósito de Deus.
3. A justificação pela Graça, v.24 Ser justificado é ser declarado justo, aceitável
diante de Deus, é ser restaurado para o seu propósito, para a sua glória. O meio
dessa justificação é a redenção que há em Cristo. Redenção é a libertação
efetuada por Cristo mediante o pagamento de um resgate. O pecado nos prendia
e fazia-nos escravos, 6.17, 20. Fomos então libertados desse poder degradante e
que nos separa da presença de Deus, e o preço pago nesse resgate foi a própria
vida do Primogênito de Deus. Tudo isso é uma expressão da graça de Deus, o
homem recebe esse benefício totalmente de graça e realmente não há como se
pagar uma dívida tão grande.
21
4. Jesus a nossa propiciação, v.25 Jesus foi a expiação do nosso pecado, ele
tornou propício a nossa entrada na presença de Deus, aplacando assim a sua ira
através do seu sangue. É certo que esteja aqui em foco o sacrifício do Antigo
Testamento, No dia da expiação o sumo-sacerdote aspergia o sangue do sacrifício
no Propiciatório, que era a tampa da arca da aliança que estava no Santo dos
Santos. Quando esse sangue era aspergido os pecados do povo israelita eram
perdoados (Lv 16.15). Então em Cristo está a nossa reconciliação com Deus. Pelo
sangue de Cristo Deus fez a propiciação. A fé nos une a esse plano eterno de
salvação. Mediante a fé esse plano eterno atinge todos os povos em todos os
tempos. Deus certamente sempre foi tolerante com o pecador e até que Cristo não
pagasse o preço do pecado para reconciliar o homem, Deus foi paciente. V.26 Se
no passado Deus foi tolerante, hoje ele demonstra sua justiça, hoje sim, ele pode
compartilhar com o homem, pois existe um meio de restabelecimento da
comunhão. E a maneira é a fé na pessoa de Jesus Cristo.
5. De quem é a glória? v.27-31 Não devemos nos gloriar em nós mesmos, pois a
salvação não provém de obra alguma e nem das obras da lei. É uma dádiva que a
recebemos no exercício da fé. A justificação é totalmente independente da
obediência à lei. Dessa forma o pecado que era generalizado, atingindo judeus e
gentios; agora a salvação também toma um caráter universal: para judeus e
gentios. Deus é um e uniu os povos através da fé na pessoa de Cristo.
A lei não é anulada, ela é incapaz de gerar a salvação.
A glória é toda de Deus que proveu um plano eterno de salvação para
reconciliar o homem consigo mesmo – tudo isso é graça – Somos alvos do seu
amor incondicional, não éramos dignos aprouve a Deus nos salvar segundo sua
vontade.
22
Plano de Aula 05
Capítulo: 04
Tema: Abraão, Justificado Pela Fé
Assunto: Abraão é o exemplo tomado por Paulo para a demonstração da
imputação da justiça proveniente da fé. Personagem da Antiga Aliança e pai dos
judeus, certamente que não poderia haver exemplo maior. Se o capítulo anterior
termina com a exposição da justiça pela fé, que os judeus não compreenderam,
então o escritor volta ao início de tudo, mostrando que esse modo de Deus
exercer a sua justiça não é novo, é antigo, mas certamente não compreendido.
Estamos diante de um texto que quando comparado com outro do Novo
Testamento, Tiago 2.21-23, parece haver uma contradição, mas obviamente que
essa contradição não existe nas Escrituras. Romanos 4, diz: “Abraão foi justificado
pela Fé e não pelas obras”; Tiago diz: “Abraão foi justificado pelas obras”. O foco
dos dois autores era diferente, olhavam para a mesma pessoa mas focalizando
eventos e particularidades distintas. O assunto de Romanos é a justificação pela
fé, e o assunto de Tiago é a fé que gera obras, esse olhava para as obras como
resultado da fé. A pessoa olhada pelos dois escritores era a mesma, mas o evento
era distinto. Em Romanos 4, Paulo fala da promessa de uma grande
descendência quando Abrão ainda não tinha filho, e da aliança firmada. Tiago se
refere ao evento em que Deus pede Isaque em sacrifício e Abraão o dá, mas sem
ser consumado, pois Deus aceitou a fé de Abraão.
I. Obras ou Fé, 4.1-8
Abraão passa a ser o centro da análise: adquiriu a justiça de Deus através das
obras ou da fé?
1 . Se for pelas obras, não teria motivo de se gloriar diante de Deus, v.2 Se
justiça é o modo através do qual Deus aceita o pecador, obra não é o critério. As
obras são um fim, e certamente existe um fator motivador das obras, esse é o
fator a ser observado. Porque não pelas obras? “para que ninguém se glorie” (Ef
2.9). O pecador separado de Deus não tem condições de buscar ou produzir a sua
própria justificação. Não há nada que o homem possa fazer para receber a
justificação de Deus.
2 . Abraão creu em Deus, v.3 “Abraão creu em Deus e isto lhe foi creditado como
justiça” (Gn15.6), é uma citação do Antigo Testamento e que parece não ter sido
percebido pelos estudiosos da lei. O evento da vida de Abraão aqui em foco era o
momento em que Deus lhe promete um filho e uma descendência e faz com ele
uma aliança, Abraão creu na promessa de Deus. (Gn 15.1-21). V.4 Salário para
quem trabalha não é um favor é obrigação, ou seja, se Deus se baseasse nas
obras a salvação seria uma obrigação e não um favor, uma graça. V.5 Portanto
sem obras meritórias, mas em fé em Deus, haverá o crédito da sua justiça sobre o
que exerce essa fé. Totalmente independente das obras. Diante disso vemos que
em circunstância alguma a salvação será merecida, é certamente um dom
imerecido. V.6, 7, 8 A imputação da justiça, a absolvição dos pecados é uma
graça, uma bem-aventurança doada por Deus ao pecador, nem é buscada e nem
é merecida, é dada por Deus.
23
II . A Justiça de Deus é antes de qualquer obra, v.9-12. A bem-aventurança da
absolvição do pecador por parte de Deus não está restrita a um povo, é para
judeus e gentios. Em Abraão a imputação da justiça por parte de Deus é
decorrente da fé. Primeiro creu e depois foi justificado. Paulo faz uma pergunta a
respeito da circunstância em que Abraão fora justificado, se antes ou depois da
circuncisão. Ele mesmo responde: Foi antes. De fato a fé foi uma resposta a uma
manifestação, a um chamado pessoal de Deus, quando fizeram aliança. No
capítulo 15 de Genesis Deus lhe faz promessas, Abraão crê e então Deus firma
com ela uma aliança. No capítulo 17.9-14 é registrada a instituição da circuncisão,
que é o sinal da aliança. A circuncisão é um sinal de uma aliança já existente.
Portanto, Abraão ainda antes da circuncisão foi justificado pela fé. Dessa forma o
Patriarca judaico torna-se também pai dos que crêem, daqueles que não são
circuncidados, porque quando o gentio crê em Deus e mesmo não tendo a
circuncisão, ele se assemelha a Abraão, o pai dos que crêem. Esse é o mais
importante precedente de justificação pela fé independente das obras. Podemos
concluir, portanto, que a justificação pela fé não era absolutamente um assunto do
Novo Testamento, mas está presente de uma forma muito clara mesmo na Antiga
Aliança. Esse é o modo que agrada a Deus: A fé manifestada diante de um
chamado pessoal da parte de Deus.
III. A promessa de Deus, v.13-17 Abraão recebeu a promessa de Deus, de ter
um filho, de ter uma grande descendência e de uma terra, mas essa promessa
não foi baseada ou recebida pela lei e sim pela fé. A fé é o meio, o modo de tomar
posse da herança. É óbvio que está implícito a promessa de um filho, Isaque, o
filho da promessa, com quem Deus iria desenrolar todo o seu plano, e não com o
filho da escrava: Ismael, que fora adquirido pela própria vontade e a partir dos
recursos naturais (Gl 4.21). A fé que legitima a promessa e nos torna herdeiros da
promessa de Deus. V. 15. A lei produz a ira, é que a lei faz ressaltar o pecado e o
pecado atrai a ira de Deus, 1.18. Sem a lei não há transgressão. V.16 Deus
estendeu o modo da fé para estender sua promessa aos homens, e o próprio
Deus chamou esse modo de Graça, não levando em consideração o que homem
faz, mas observando a fé apenas e mais nada. Essa graça é para toda a
descendência de Abraão: Os que estavam debaixo da lei e aqueles que exercem
a fé a exemplo de Abraão, pois todos são filhos de Abraão. V.17 Deus o constituiu
pai de muitas nações (Gn 17.5), essa promessa extrapola uma descendência
natural, mas já apontava para uma descendência espiritual. Nessa promessa
Deus estava dando existência a Israel o povo do Antigo Pacto e a Igreja. A Nova
Aliança, a Graça, existia apenas no plano eterno de Deus, mas agora em Abraão
estava sendo chamada à existência.
IV. A fé de Abraão na promessa de Deus, v.18-22 Abraão contra toda a
esperança creu, ou seja, mesmo diante de todas as impossibilidades para o
cumprimento da promessa, ele acreditou. A promessa em questão era a de uma
grande descendência. Mas devemos nos lembrar que Abraão não tinha filho e sua
esposa Sara era estéril e também ele já tinha avançada idade. Aos olhos humanos
era uma promessa sem cabimento, mas ele acreditou. V.19 Não se enfraqueceu
na fé, não duvidou. A dúvida é o contrário de fé que é certeza (Mc 11.23). Ele
estava ciente de todas as impossibilidades: esterilidade de Sara, sua idade de
24
quase cem anos. V.20 Mesmo assim não duvidou da promessa de Deus, a origem
e o alvo da nossa fé é Deus e não as demais coisas, fé é confiança em Deus
independente de quaisquer outras coisas. Essa é a fé que glorifica a Deus, aquela
que é direcionada a Ele mesmo, sem a interferência da conjuntura. É exatamente
essa fé que faz Deus mover em direção ao homem, (Gn 15.5, 6) V.22 Ele
entendeu pela fé a capacidade de Deus para concretizar sua promessa, em
resposta a essa atitude de inteira fé, Deus credita justiça a ele (Gn 15.6), a atitude
de fé agrada a Deus (Hb 11.6), fé é um reconhecimento do nosso ser que Deus é
soberano e é um ato de submissão e entrega de nossa alma aos seus cuidados.
Essa é a única atitude que Deus espera do homem.
V. A fé é o meio para todo homem v.23-25 A imputação da justiça pela fé não é
atribuída somente a Abraão, v.24 é para todo aquele que igualmente exerce fé em
Deus e nas sua promessa. De modo bem claro, a promessa de Deus a nós é a
salvação em Jesus Cristo . A justiça de Deus será creditada a todos os que crêem
em Jesus Cristo o Senhor. V.25 Jesus morreu por nossos pecados, ele foi o
remidor, o expiador do pecado, a sua morte foi o preço da nossa libertação.
Ressuscitou para nossa justificação, a concretização de toda a obra remidora de
Deus está na ressurreição de Jesus. O crédito da justiça de Deus é dado a todo
aquele que tem a fé em Jesus que morreu e ressuscitou.
25
Plano de Aula 06
Capítulo: 05
Tema: A Transgressão e a Dádiva
Assunto: O capítulo quinto de Romanos faz uma analogia entre Adão e Cristo,
em Adão o homem experimenta o pecado e a ira, em Cristo a justificação e a
reconciliação com Deus.
I. A Paz com Deus, 5.1, 10
1 . Paz com Deus. V.1 A justificação mediante a fé nós proporciona a paz com
Deus. Éramos inimigos de Deus (Tg 4.4) e filhos da ira (Ef 2.3), agora fomos
aproximados através de Jesus Cristo. Essa paz com Deus exprime o novo tipo de
relacionamento, em que a ira de Deus é apaziguada já que fomos justificados.
2 . A esperança da glória de Deus, v.2. Jesus é o nosso acesso através da fé a
essa graça maravilhosa. A graça de Deus se manifestou trazendo inúmeros
benefícios aos justificados (Tt 2.11-14), a justificação não é um fim da graça de
Deus, é apenas um início. A vida com Deus começa a partir da justificação que é a
nossa aceitação por parte de Deus e assim vamos desfrutando dos seus
benefícios. A partir da justificação passamos a participar da glória de Deus que é
progressiva. Se experimentamos um processo de degradação através do pecado,
agora o processo é de glorificação que se iniciou na justificação e continua
durante a nossa vida e tem seu ápice na ressurreição.
3 . Um processo transformador, v.3-5. Se no versículo anterior fica a esperança
de participação na glória de Deus, aqui há esperança também nas tribulações, nas
lutas, nas dificuldades. Naquilo que parece não haver glória alguma, na verdade
passa a cooperar para o desenvolvimento de nossa salvação, é um processo de
crescimento:
Tribulação = perseverança = experiência = esperança.
A tribulação é uma aflição, angústia que gera a perseverança que é paciência,
estabilidade, constância e que por sua vez gera a experiência que é um caráter
aprovado, e que gera a esperança que é a expectativa do salvo em relação à
concretização da obra redentora. Portanto, a tribulação para o salvo gera uma
cadeia de virtudes. Essa esperança é certa, o Espírito Santo está em nós para
efetuar a salvação e ele derramou amor em nossos corações. Esse é o resultado
da paz com Deus, ele mesmo vem trabalhar gerando em nós aquilo que é próprio
à sua natureza. Somos um vaso quebrado mas que está nas mãos de Deus, e ele
está refazendo, dando uma nova forma de acordo com seu agrado.
II. Jesus o Reconciliador, 5.6-11
1 . A morte de Cristo, v.6. Quando éramos fracos Cristo morreu pelos ímpios.
Essa fraqueza era a nossa separação de Deus, estávamos entregues ao mundo e
às malignidades de nosso adversário, mas Cristo morreu por nós. Ele amou o
pecador, seu amor é incondicional, sua morte era o preço da nossa salvação. V.7
Dificilmente alguém morreria por um justo. Sim, dificilmente alguém teria o amor e
a coragem de dar a vida por uma pessoa, talvez para um justo alguém o faria, mas
para pecadores, condenados. Essa é a estima que tivemos da parte de Deus.
Esse é um grande exemplo para nós, e é exatamente esse amor que tem sido
26
derramado em nosso coração 5.5. Amor de Deus em passa a ser um fator
transformador, pois Deus é amor (1Jo 4.8, 16) e o amor é transformador.A base
do nosso relacionamento é o amor: A Deus e ao próximo (Mt 22.37-40).
2. O amor incondicional, v.8. Esse versículo revela aquilo que há de mais
maravilhoso no universo: O Amor de Deus. Deus deu provas desse seu amor, e a
prova foi a doação de Cristo o seu até então Unigênito, e a submissão do Cristo a
essa missão salvadora, pois ele seria a oferta redentora. Podemos afirmar
certamente que toda a obra redentora inicia-se no amor de Deus que o motivou a
colocar em prática todo o plano eterno de salvação. Quando éramos pecadores,
não havia nada de bom em nós para que o motivasse a agir em nosso favor. Os
motivos todos estavam em Deus. Se Abraão foi justificado antes da circuncisão,
Deus deu o seu Filho para nos justificar quando éramos pecadores. V.9 Agora
depois de justificados pelo seu sangue, sua morte,seremos livres da ira. A ira é a
justa retribuição do pecado, já que fomos perdoados dos nossos pecados, não há
mais lugar para a ira de Deus em nossas vidas e sim para o seu amor e graça.
Sendo justificados (tempo presente).....seremos salvos da ira (futuro) o mais
provável que Paulo esteja se referindo a ira futura de Deus que é a condenação
eterna. V.10 Quando éramos inimigos fomos reconciliados, essa reconciliação foi
gerada pelo próprio Deus e não por nós. Foi através da morte de Cristo. E no
presente momento já reconciliados, já gozando da vida diante de Deus, seremos
salvos pela sua vida. Se o texto anterior se refere a um livramento da ira futura,
então seremos salvos pela vida de Cristo. Jesus é quem garante nossa salvação:
nos salva, nos sustenta e conclui em nós a sua obra, (Fp 1.6). v.11 Nossa glória,
nossa alegria está em Deus, por causa de Jesus, o meio da reconciliação. Jesus
que é homem e Deus, reconciliou o homem com Deus. Ele realmente é o motivo
da nossa glória. Adão pré-figurava Jesus (1Co 15.45-49).
III. Adão e Cristo, 5.12-21
1..Em Adão o pecado entra no mundo, v.12. Adão o primeiro homem foi a porta
de entrada do pecado no mundo. A desobediência a uma lei de Deus gerou o
pecado e a conseqüência direta do pecado foi a morte que atingiu todos os
homens. O pecado e a morte se tornaram uma herança a partir de Adão e todos
os homens nascem nessa condição de pecadores e separados de Deus. A morte
é sem dúvidas a separação de Deus (Ef 2.1), a destituição da glória, é a queda da
vida proposta por Deus. O estado de pecado é o estado de morte, pois o homem
fica sem condições de discernir a realidade espiritual.
2. O pecado e a lei, v.13. Até a lei havia pecado mas não era levado em conta.
Na verdade a lei não gera o pecado, ela estabelece o que é e o que não é pecado.
A partir do momento que é estabelecido o que é pecado, a lei faz evidenciar um
pecado existente, 7.7. v.14 A morte reinou de Adão a Moisés, ou seja, desde a
queda até a instituição da lei mosaica. O pecado ficou “camuflado”, pois, não havia
lei para mostrá-lo. O pecado existia mesmo sem a lei, mas ele não era ressaltado.
Não havia um parâmetro que mostrasse o que era e o que não era pecado. Era
como uma doença sem diagnóstico, que continua corrompendo sem ser
medicada.
27
3. Em Jesus Cristo entra a graça no mundo, v.15 - 19. Não há comparação
entre o pecado e a graça, a graça é algo sublime que redime o homem. Se através
de um entra o pecado e a morte, através de Cristo a graça e a vida. Um único
pecado atingiu todos os homens levando-os à morte, mas a graça se manifestou
muito mais abundante de forma que perdoa muitos pecados justificando o
pecador. Um único pecado foi capaz de atingir e gerar morte em todos, mas a
graça é poderosa para justificar não apenas esse pecado de Adão mas também
todos os pecados cometidos por uma pessoa. Se por um pecado reinou a morte,
muito mais os que receberam a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão
em vida através de Jesus Cristo. A abundância da graça é maior que o pecado; o
dom da justiça é maior que a condenação, então, reinarão em vida por meio de
Jesus Cristo. Por uma só ofensa veio o juízo de Deus sobre o homem
condenando-os. Através de um ato de justiça e graça veio a justificação que
garante a nossa paz com Deus, e a vida eterna. Através de um homem todos se
tornaram pecadores, através de Cristo muitos são feitos justos.
v.20, 21 A lei foi dada para que o ofensa abundasse, para que aparecesse e
assim aconteceu: o pecado abundou, mas a graça foi muito maior porque é capaz
de justificar a quem Deus quizer. A finalidade de tudo isso é para que o pecado
que condena desse lugar a graça que traz a justiça de Deus por meio de Jesus
Cristo.
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Plano de Aula 07
Capítulo: 06
Tema: Do Pecado à Santificação
Assunto: Esse é de fato um capítulo importantíssimo, pois, nos revela
implicações entre o crente e o pecado. É aqui que veremos que sobre o justificado
o pecado não tem mais poder, porque o ser escravo do pecado morre quando
justificado, e morrendo se liberta do poder que o prendia. E vive agora para
pertencer a outro, a saber: Cristo. Se Cristo morreu por nosso resgate, nós
também morremos e nos identificamos com ele, para também nos identificarmos
com sua vida.
I. O Poder Libertador da Graça de Deus
1 . Objeções respondidas, 6.1-3 Paulo faz algumas objeções que porventura
poderia passar na mente daqueles que o questionavam a respeito de sua
mensagem:
a. O Pecado e a Graça: Vamos pecar para que a graça aumente? Já que
afirmara que onde abundou o pecado superabundou a graça. Então a
permanência no pecado iria gerar mais graça. Obviamente que essa é uma
afirmativa contrária ao plano de Deus. A resposta é não, pois morremos
para o pecado. O ser escravo do pecado, condenado e separado de Deus
morreu, agora vive um novo ser em Cristo (2Co 5.17).
b. O Batismo: Ignoram que fomos batizados em Cristo, em sua morte? 6.3ss.
Logo pós a conversão de alguém, era professada a fé, e batizado. O
batismo é um ato público em que declaramos a nossa fé, a nossa
submissão e sujeição a Deus. Paulo associa o ato de imergir com o
sepultamento. Se Cristo morreu pelos nossos pecados, nós também
morremos e somos sepultados para o pecado que nos dominava. Dessa
forma nos identificamos com Cristo em sua morte. E se Cristo ressuscitou
para nossa justificação 4.25, nós também vivemos agora uma nova vida.
No batismo, então, nos identificamos com Cristo, pois é uma ordenança
sua, (Mc 16.16). v.5 Há uma identificação com Cristo na morte pelo batismo
e haverá também na ressurreição. Jesus ressuscitou dentre os mortos, e a
grande promessa para os salvos é a ressurreição, à semelhança de Cristo
(Co 15.20). v. 6, 7 Foi com ele crucificado o velho homem. A velha
natureza, a carnal, aquela caída marcada e dominada pelo pecado morreu,
e é isso que o batismo transmite. Está crucificada com Cristo (Gl 2.19;
6.14). Essa é a mensagem da cruz: de morte. No centro do evangelho está
a morte, o nosso senhor passou por ela em nosso favor, portanto, de nós é
“exigido” a morte. Não haverá salvação sem morte. A morte para nós é um
meio de libertação do pecado que nos prendia. Um escravo morto não tem
mais senhor. Lembrando que não é a morte física que nos proporciona
essa libertação e sim a morte da natureza pecaminosa que ocorre no ato da
justificação. Morte pelo batismo é um ato de fé, obediência e submissão,
que nos faz identificar com Cristo como um resultado de sua graça sobre
nós. V.8-11 Se morremos com ele, ressuscitaremos com ele, a identificação
não será só na morte mas também na ressurreição, não em parte, mas
29
completa. A ressurreição de nosso corpo será de fato a concretização
futura da salvação: a Glorificação que é o alvo de Deus. A morte não tem
mais poder sobre o Cristo ressuscitado, vive para sempre. E nós também
morremos para o pecado e ressuscitamos para a nova vida, portanto, a
morte e o pecado não tem mais poder sobre nós.
Vivemos para Deus. Consideremos , portanto, mortos para o pecado e
vivos para Deus.
II. Servos de Deus, 6.12-14. Se fomos anteriormente escravos do pecado, agora
fomos feitos servos de Deus.
v.12 “Não reine” Nosso corpo não pode ser mais dominado pelo pecado. O
pecado constitui-se numa força poderosa que nem o homem e nem a lei pode
vencê-lo, a não ser pelo poder de Cristo. O pecado escraviza a alma sem Cristo,
e o escravo não goza de escolhas, liberdade, está absolutamente a mercê do seu
senhor.
v.13 “Não ofereçais” Nosso corpo estava à serviço do pecado e da iniqüidade,
agora, libertos, podemos nos oferecer à Deus como instrumento de justiça. Esse
texto nos revela o grande milagre de Deus na vida do justificado: de instrumento
do pecado para instrumento de justiça – de vaso de desonra para vaso de honra.
É o resultado da transformação em nós efetuado por Deus, de forma que a nossa
utilidade também se transforma. V.14 O pecado não terá mais domínio; ele já foi
identificado, além de identificado, foi perdoado, alem de perdoado, foi lavado.
Esse é o poder maravilho da graça divina. Podemos ver claramente que o pecado
não pode mais subjugar aqueles a quem se tornou alvo da graça de Deus.
Certamente que o desejo de Deus era proporcionar ao homem uma condição de
vencer o pecado, pois, Ele não compartilha com o pecado, que é o fator
degenerativo no homem, que não tinha as mínimas condições de se libertar desse
poder maldito, mas a graça nos proporcionou isso. A lei foi incapaz de dar vitória
sobre o pecado, ela apenas mostrava o pecado constantemente.
III. De Escravos do Pecado, para Deus 6.15-23
Vemos aqui que a conversão implica em uma mudança de servidão. Antes servos
do pecado, agora, servos de Deus. O homem sempre estará debaixo da influência
de um ou de outro absolutamente.
v.15 Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei? De forma alguma. A
lei não pode nos justificar, não possui o poder remidor, mas é boa e provém de
Deus, e afinal de contas cumpre o seu papel. A graça sim, é justificadora. V.16
Para quem nos oferecemos como escravos para obedecer, desse seremos
escravos: do pecado que tem como o fim a morte, ou à obediência a Deus que
tem como resultado a sua justiça. O poder do pecado certamente é muito forte de
forma que domina a pessoa e a leva sempre para mais distante de Deus e o fim é
a morte. Mas percebemos também a graça poderosa que também domina o
homem o levando a uma nova vida. V.17 Outrora éreis escravos do pecado, agora
passaram a obedecer de coração o ensino transmitido. Expressa uma
transformação que decorre da obediência à palavra de Deus. A palavra de Deus é
seu instrumento transformador e regenerador. E essa obediência à palavra de
Deus faz de nós escravos. V.18 Fomos libertados, a libertação do pecado seria
30
impossível a nós se não fosse o resgate de Jesus, e essa libertação tem um
motivo: para que pudéssemos ser apresentados a Deus como servos da justiça,
ou para fazermos sua vontade. V.19 Assim como o homem ofereceu seu corpo,
sua vida ao pecado, à impureza para servir ao mal, agora, libertos desse poder,
precisamos nos dedicar a Deus, como servos da justiça: é a santificação. A
santificação é o processo presente no qual todo o justificado vive: separação para
consagração. Nos separamos do mundo e do pecado para nos consagrarmos a
Deus.
v.20 Quando éramos escravos do pecados, estávamos livres da justiça,
estávamos longe de Deus e vivíamos de acordo com o pecado que operava em
nós. V.21 Os resultados de uma vida separada de Deus certamente não poderá
ser bom de forma alguma. O pecador está longe de Deus e condicionado a viver
no pecado, com uma vida inferior, que desagrada ao Senhor. É um estilo de vida
que tem no fim da carreira a morte.. v.22 Agora, libertados do pecado e
transformados em servos de Deus. Toda ação libertadora é de Deus que nos
proporciona essa transformação, passamos de um estilo de existência para outro.
Do pecado para a justiça, da morte para a vida, esse é o modo de vida que agrada
a Deus. A libertação nos leva à santificação e tem como resultado a vida eterna.
Se o pecado gera a morte, a santificação leva à vida eterna. V.23 O salário do
pecado é a morte. O preço do pecado é a morte, foi por isso que o único meio de
resgate foi a morte: o sangue de Jesus foi o resgate de nossas vidas. Quando ele
morreu, estava nos substituindo, para que o poder da morte não recaísse sobre os
justificados. O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso
Senhor; todo esse benefício de libertação, santificação e vida eterna é um dom.
Uma dádiva que não tem preço para o homem, em tudo isso vemos o seu amor
incondicional pelo homem a quem criou para sua própria glória.
31
Plano de Aula 08
Capítulo: 07
Tema: O Homem Sob a Velha Forma da Lei
Assunto: Parece-nos que esse capítulo trata do homem carnal: aquele que ainda
não experimentou o poder libertador da graça de Deus. Portanto ainda escravo do
pecado. Não há outro meio, tem que morrer para aquele que o possuía para se
libertar e pertencer a outro: Morrer para o pecado e viver para Cristo.
I. A Analogia do Casamento, 7.1-6
Na sessão anterior vimos claramente uma transformação da pessoa alcançada
pela graça divina: De servos do pecado para servos da justiça. Da morte para o
pecado para pertencer a outro, a saber: Cristo. Agora estamos diante de uma
analogia, o casamento e a lei. Primeiro analisemos sobre o matrimônio:
1 . Alei do casamento, segundo os costumes judaicos, no relacionamento
matrimonial, o homem era o senhor da mulher. De forma que ela estaria ligada a
ele enquanto ele vivesse. Devemos levar em contar também que ao homem era
dado o direito de se divorciar de sua mulher, ou até mesmo em muitos casos
possuir mais de uma mulher. A mulher era uma espécie de possessão do homem.
Portanto, se a mulher se unisse a outro homem enquanto vivia seu marido, ela
seria considerada adúltera, ela estaria livre para novas núpcias apenas a partir da
morte de seu marido.
2 . A libertação pela morte, o v.2 diz que a lei tem autoridade sobre alguém
apenas enquanto ele vive, isso é óbvio, não há lei que tenha autoridade sobre
alguém que tenha morrido. Em 6.11 diz: “Considerem-se mortos para o pecado”, a
morte para o pecado seria a libertação do pecado. Nesse ponto de vista outra
morte nos trousse libertação, a morte de Cristo. Ele nos substitui, sobre si levou os
nossos pecados e morreu para que tivéssemos essa libertação.
3 . Livre para pertencer a outro, se dessa forma só através da morte do esposo
a mulher poderia pertencer a outro, da mesma forma, a nossa morte para o
pecado nos faz pertencer a outro, a Cristo. V. 4 dessa mesma forma o cristão
morreu para a lei por meio do corpo de Cristo, para pertencer aquele que
ressuscitou dos mortos. Ele não pode morrer de novo, 6.9 de forma que nossa
relação com ele é para a eternidade.
4. Quando éramos controlados pela carne, v.5 antes da justificação, éramos
dominados pela lei que despertava as paixões pecaminosas atuantes no corpo.
Esse é o fruto da vida carnal: o pecado. Mas agora em Cristo o fruto é para Deus,
v.4, pois em Cristo fomos libertos da lei.
5. O novo modo do Espírito, v.6 Mas agora, no tempo presente há um novo
modo de atuação de Deus: É o novo modo do Espírito, essa é a nova forma de
Deus agir na vida do homem, essa forma foi inaugurada em Cristo. É a atuação
presente e pessoal do Espírito Santo na vida do homem justificado. Aquilo que
fora impossível ao homem agora Deus realiza em nós, 5.5; 8.9 - 16, 26.
32
II. A Luta Contra o Pecado, 7.7-25
.1. A lei é pecado? V.7, 8 A lei não é pecado, a lei dá consciência do pecado, ela é
boa, santa, 7.12, 14. Mas a lei acabou por despertar o pecado e deixou o homem
sem condições de vencê-lo.
2. Antes eu vivia sem a lei, v. 9 o capítulo 7 é o que mais aparece o pronome
“Eu” por 7 vezes. Uma das dificuldades de interpretação desse capítulo está na
identificação desse “Eu”. Alguns entendem que essa porção do capítulo é
autobiográfica, o apóstolo fala de si mesmo. Outros entendem que o “Eu” desse
capítulo tem um significado mais amplo: Seria Adão (ou a humanidade), ou Israel.
A meu modo de ver esse “Eu” não seria o apóstolo por causa de algumas
implicações. A primeira seria que dessa forma haveria uma contradição desse
capítulo com o anterior no seguinte aspecto: No capítulo anterior vimos de uma
forma muito clara que ao ser justificado, a velha criatura, a natureza pecaminosa
morreu, deixando de ser escravo do pecado para pertencer a Cristo, 6.6-14, e
ainda diz: vocês eram no passado escravos do pecado 6.17. Mas a afirmativa do
capítulo 7 é que esse “Eu” ainda no presente é escravo do pecado, “vendido como
escravo do pecado” 7.14. Em segundo lugar é o fato da expressão “antes eu vivia
sem a lei”, podemos fazer a seguinte pergunta: Quando é que Paulo viveu sem a
lei? Ele era fariseu e muito provavelmente de nascimento, era certamente ligado à
lei desde o nascimento. Agora esse termo se aplica a Israel como um todo.
3. A Lei, v.10-14a. A lei portanto fez aparecer o pecado, que sem a lei ficara
oculto. O mandamento é bom, mas produziu morte pelo fato de ressaltar o
pecado. O problema não estava na lei, mas em nós. Vejamos as qualificações da
lei: ela é santa, justa, boa, espiritual, mas o homem não era nada disso de forma
que criava-se uma dificuldade, o homem imperfeito diante daquilo que é perfeito.
Conclusão: o homem não tinha a mínima possibilidade de agradar a Deus através
da guarda da lei porque lhe era impossível. Mas a lei colocou diante dos olhos do
homem a sua pecaminosidade, a sua distância da vontade de Deus.
4. O Escravo do pecado, v.14b-20. Aqui vemos um quadro sombrio, obscuro:
Alguém vendido como escravo em um mercado, como na antiguidade em que
havia os mercados de escravos, aqueles que desejassem, os examinava, se
agradasse, pagava e levava como se fosse uma mercadoria. Aqui o escravo é
vendido ao pecado. V.15 vemos aqui uma luta muito desigual que não nos parece
uma luta da carne contra o espírito (Gl 5.17), o quadro aqui é de alguém entregue
ao pecado, sem resistência, muito diferente do capítulo anterior. V.16, 17 o que
odeio faço, ...mas não sou eu quem o faz...mas o pecado que habita em mim.
Acredito que essa situação não é de alguém que peca, mas é de uma pessoa que
sucumbiu diante do pecado, pois há consciência do pecado, mas não existe força
para vencê-lo. Resta-nos perguntar sobre a obra de Cristo, sobre a morte da velha
natureza, sobre a obra do Espírito Santo na vida do salvo, será que diante de tudo
isso, ainda o pecado permanece a dominar aquele a quem Jesus justificou? V.1820, O conflito desigual – desejo o que é bom, mas faço o que odeio. Há uma
consciência do pecado, obviamente gerado pela lei, pelo conhecimento, mas esse
conhecimento de Deus sempre é sucumbido pela força da carne, v.18. Vemos
aqui consciência, desejo e ação para o mal, não vemos aqui nessa porção
33
nenhuma referência a obra de Deus nessa pessoa. Parece de fato alguém que
vive baseado na lei e sente sua miséria e fraqueza na impossibilidade de vitória
sobre os maus desejos. Assim é o pecado, uma força que para o homem é
impossível superar. V.21-25 A lei que atua em mim: No interior prazer na lei de
Deus, no corpo a lei do pecado. Vemos que em todo o momento o “Eu” é aquele
que se gloria na lei de Deus, que se baseia na lei de Deus, a vida de Israel desde
o momento que recebeu a Lei mosaica viveu dessa forma, se orgulhando na lei, e
tentando se justificar por meio dela, mas de fato dessa forma ninguém alcançou
essa justificação. Nesse “Eu” há em todo o momento uma duplicidade: mente e
corpo, cada qual servindo a senhores diferentes. A mente que serve a lei e o
corpo ao pecado (Mt 6.24).
Nota:
Se admitirmos que esse “Eu” em todo o momento seja Paulo, então
deveríamos tomar esse texto apenas como um conflito da carne e do espírito (Gl
5.17), aquele conflito que sabemos muito bem que é comum a todos os
convertidos em Cristo Jesus. Muitas vezes vencemos nesse confronto e outras
vezes perdemos e pecamos. Ma a descrição desse capítulo parece-nos bem
diferente de um conflito interior, vemos claramente alguém totalmente vencido
pelo pecado. E alguém que seja convertido e ainda continua escravo do pecado é
incompatível com toda a Escritura e principalmente com a Carta aos Romanos.
Considero que de fato esse capítulo não é dos mais simples nessa carta, é
um dos que apresenta o maior grau na dificuldade de interpretação. Cabe-nos
continuar estudando de uma forma profunda para que tenhamos mais luz sobre o
assunto em questão.
Faço questão de não deixar uma idéia que pode ser perigosa, e aqui
gostaria de esclarecer. Quando aplico o “Eu” a Israel, não estou dizendo que não
pecamos, ou não podemos pecar, ou que não tenhamos sérios conflitos em nosso
interior, é obvio que temos e que pecamos (1Jo 2.1), mas no meu modo de ver há
uma enorme diferença entre ter conflitos e pecar, e viver dominado pelo pecado
(1Jo 3.6, 9 – Rm 6.10, 11, 18).
34
Plano de Aula 09
Capítulo: 08
Tema: O Homem Sob o Novo Modo do Espírito
Assunto: Estamos diante de um dos mais maravilhosos capítulos da bíblia,
praticamente todos conhecem pelo menos um versículo desse capítulo. Vemos de
uma forma muito clara a operação do Espírito Santo na vida do homem redimido e
os resultados dessa obra.
I. A Operação do Espírito Santo, 8.1-11
Se no capítulo anterior vimos a lei do pecado, 7.23, uma força que domina o
homem não regenerado, vemos aqui a Lei do Espírito 8.2 que é a operação da
graça de Deus que nos liberta da lei do pecado.
1 . Livres da condenação do pecado, v.1-4
v.1 Agora não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Se o resultado
do pecado é a condenação, agora não há condenação para os justificados,
declarados justos.
v.2 Estamos agora sob uma nova lei: A lei do Espírito da vida, essa nova
operação nos libertou da lei que nos prendia absolutamente: A lei do pecado e da
morte. Vemos que esse é o único meio de libertação de fato, uma operação de
Deus presente e pessoal na vida do homem.
v.3 Essa mudança era impossível à lei, por causa da natureza humana, mas
Cristo veio em nossa semelhança e condenou em si o pecado. Se o pecado
venceu todos os seres humanos, Jesus homem o venceu por nós.
v.4 As exigências da lei foi cumprida em nós através de Cristo que nos substituía,
mas essas exigências são satisfeitas sobre aqueles que vivem no novo modo do
Espírito, ou seja, sobre aqueles a quem Deus justificou através da pessoa de
Cristo, inaugurando um novo estilo de vida guiado pelo Espírito Santo.
2 . A Inclinação para a Carne, v.5-8
v.5 Os que se inclinam para a carne. Inclinar é viver de acordo com a carne, a
natureza humana sem a influência divina, a natureza pecaminosa. Esse é o estilo
de vida separado de Deus. O outro estilo é também descrito aqui, é o modo
influenciado pelo Espírito.
v.6 A inclinação da carne gera a morte a do Espírito para a vida e paz. Se a
natureza carnal gera a condenação, a nova espiritual nos leva a vida e a um
relacionamento com Deus. A paz com Deus é um resultado dessa operação.
v.7 A inclinação da carne é inimiga de Deus, esse é um estilo de vida contra Deus,
separado de Deus, regidos pela lei do pecado, é uma situação dramática e
condenatória e ao homem é impossível mudar de posição, a aproximação e a paz
é feita pelo próprio Deus.
v.8 Os que estão na carne não podem agradar a Deus. Podemos ver claramente
que não há nada que possa aproximar o homem de Deus, ou fazer com que o
homem agrade a Deus a não ser a partir de uma transformação no seu interior.
Com a velha natureza carnal será impossível. Por esse motivo nem religiões nem
códigos doutrinários nem um auto-domínio poderão aproximar o homem de Deus.
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3 . A inclinação para o Espírito, v.9-11
v.9 Vós não estais na carne mas no Espírito. A operação do Espírito Santo no
homem é a garantia da nova vida, da libertação do pecado e da glorificação (Ef
1.13, 14). A presença do Espírito Santo em nós é o fator diferencial, com isso
concluímos que toda a obra é de Deus.
v.10 Por causa da presença de Cristo o corpo esta morto por causa do pecado.
Podemos ver duas coisas possíveis nesse texto:
a. A morte do corpo para o pecado como vimos em textos anteriores, mas
especificamente no sexto capítulo. A crucificação do velho homem e suas paixões.
b. A morte física pela operação do pecado, o versículo seguinte de certa
forma vai concordar com esse pensamento, pois, há uma referência a ressurreição
de Cristo e a ressurreição dos crentes.
O espírito está vivo por causa da justiça. A nossa aceitação por parte de Deus
gerou vida em nosso interior.
v.11 A ressurreição física. Se o Espírito opera em nós haverá uma concretização
em sua obra. Hoje ele efetua em nós a salvação, regenerando-nos, mas de fato
iremos passar pela morte física, se a vida de Deus em nosso interior já é uma
realidade, Deus completará essa obra ressuscitando os nossos corpos físicos. A
obra o Espírito Santo é presente e futura, é no interior, mas será também no corpo
por meio da ressurreição.
II. Nossa Filiação Divina, 8.12-17
A operação do Espírito Santo em nós é a garantia de nossa filiação divina.
v.12 Não temos mais aquela “obrigação” que pesava sobre nós para vivermos
segundo a carne, nos foi aberta a porta para vivermos a vida de outro modo, sob a
influência do Espírito Santo.
v.13 A vida segundo a carne tem a morte como resultado, mas a vida sob a
influência do Espírito Santo nos proporciona a condição de mortificação da
natureza carnal. Mais uma vez aqui como em todo o capítulo sexto vemos a morte
da velha natureza bem clara para que o novo ser em Cristo, espiritual, desenvolva.
Esse processo nos leva à vida proposta por Deus.
v.14 Os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Esse é o
desejo de Deus: Que sejamos guiados pelo seu Espírito. Como um pai orienta,
influencia, adverte, ensina seu filho, Deus exerce também essa influência paternal
sobre seus filhos para que não sucumbam diante das enormes dificuldades do
mundo que se opõe a Deus e a tudo aquilo que é de Deus. Sem esse cuidado
paternal, pessoal, presente, não teríamos a menor condição de fato de uma vida
espiritual.
v.15 Esse espírito que nos adota não nos escraviza e nem gera medo em nós,
essa era a nossa condição anterior. Nossa filiação é concretizada pelo Espírito de
Deus que nos dá o direito de clamar a Deus: “Aba” – Pai.
v.16 É o mesmo Espírito que nos dá testemunho em nosso espírito que somos
filhos de Deus. Está aqui claro um relacionamento, uma comunicação: O Espírito
de Deus que comunica ao nosso espírito a respeito de nossa filiação divina. Esse
é o consolo de Deus, visando nos fortalecer para a nova vida.
36
v.17 Como filhos de Deus participamos das coisas de Deus, fomos feitos
herdeiros. Aqui está a chave de nossa participação em tudo o que é de Deus:
somos filhos e naturalmente herdeiros. De forma que participamos do sofrimento
de Cristo, participaremos também da sua glória. Há uma identificação no
sofrimento e na glorificação. No sofrimento tem haver com nossa natureza
humana fraca e limitada e Cristo veio e a assumiu. E realmente somos sujeitos a
muitos sofrimentos nesse mundo que se opõe a Deus, está aí nossa identificação
com Cristo. Mas também nos identificaremos em sua glória guando as angústias
ligadas a esse mundo e a nossa condição humana presente passar.
III. O Contraste entre o presente e o futuro, 8.18-25
Vemos aqui claramente uma exposição do contraste entre o presente e o futuro, a
vida terrena e a vida num estado de glorificação.
1. O Sofrimento presente e a Glória futura
v.18 Os sofrimento do tempo presente. É a nossa condição atual, salvos, mas
ainda no corpo corruptível, nessa militância sofremos, no mundo que faz oposição
a tudo o que é de Deus, somos ainda fracos e sujeitos a pecar. Não entendemos
ainda tudo plenamente por causa da limitação. Mas a glória que há de ser
revelada em nós é antagônica. Não há comparação entre o presente de
sofrimento e o futuro de glória. Portanto a obra começada por Deus em nossa vida
se cumpre no futuro, nossa fé deve olhar sempre o futuro.
2. A Criação no presente e no futuro
v.19-22 Essa glória futura é também aguardada por toda a criação que também
caiu junto com o homem. Vemos em Gênesis que após a queda do homem a terra
começou a produzir ervas daninhas, (Gn 3.18), portanto, a natureza também
aguarda a manifestação dos filhos de Deus. Vemos que o homem é o centro da
criação e quando ele cai de sua posição, Deus submete a natureza a essa mesma
situação. Mas ela com a plenitude de Deus na vida do homem, será também
redimida da sua posição de decadência. Toda a criação geme. Exprime a
necessidade de libertação da posição em que foi submetida. Vivemos em um
mundo caído, que não é a expressão da vontade de Deus em sua criação. No
futuro está garantido o restabelecimento de toda a criação.
3. A Expectativa nos Filhos de Deus
v.23 Não apenas a natureza, mas os filhos de Deus também gemem nessa
expectativa de ver em si toda a promessa redentora concluída. Aponta para a
glorificação que se concretizará na ressurreição dos nossos corpos.
v.24, 25 Nessa esperança fomos salvos. A ressurreição é sem dúvida a maior
esperança do cristão, pois, é por meio dela, que segundo as Escrituras, viveremos
plenamente o propósito para o qual Deus nos criou. A esperança da ressurreição
é inseparável da fé cristã.
37
IV. A Salvação Plena, v.26-30
Veremos claramente nessa passagem a obra salvadora em todos os tempos, nós
que somos criaturas sujeitas ao tempo, vivemos o tempo presente da salvação
que é o período em que o Espírito Santo efetua, opera em nossas vidas, mas
essa, é apenas uma etapa de um plano eterno de Deus.
v.26 A assistência do Espírito. Nos assiste em nossa fraqueza, O Espírito Santo é
Deus em nós efetuando a salvação no tempo presente, é a santificação. Nossa
fraqueza não é um ou outro problema específico e sim a nossa humanidade.
Somos de todo fraco, por isso precisamos da ajuda o Espírito Santo. Por essa
fraqueza nem orar sabemos como convém então temos sua ajuda.
v.27. A intercessão perfeita, assim é a intercessão do Espírito, segundo a vontade
de Deus
v.28. Esse é um dos versículos mais conhecidos das Escrituras. Todas as coisas
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados
segundo o seu propósito. Vemos a soberania e o cuidado de Deus sobre os
chamados. Deus trabalha em todas as coisas para que seu propósito se cumpra
na vida dos chamados. E como Ele é Senhor de todas as coisas, soberanamente
cumprirá absolutamente seu propósito.
v.29 O processo de salvação:
a. aos que de antemão conheceu, está aqui em foco uma escolha antecipada de
Deus, não é simplesmente conhecer, porque Deus conhece a todos e a tudo.
b. Predestinou – para serem conforme a imagem do seu Filho. Está determinado
que o salvo seja conforme a imagem de Cristo que é o primogênito de muitos
irmãos. Portanto, o resultado final na vida de todo salvo será maravilhoso.
c. v.30 Chamou, o chamado é a efetivação da salvação na vida do homem,
quando Deus no tempo faz com que o homem participe daquela obra eterna de
salvação existente. É o momento em que o próprio Deus chama e desperta o
homem. “as minhas ovelhas ouvem a minha voz” (Jo 10.27).
d. Justificou, declarou justo, a justificação é a declaração de justiça de Cristo
imputada ao pecador, a partir daqui o homem passa a gozar da paz com Deus,
5.1. Aqui toda a culpa do pecado é cancelada, todos os pecados são perdoados.
e. Glorificou, é o propósito final da salvação: a glorificação. O homem de forma
plena será revestido de glória – é a concretização da predestinação para sermos
semelhantes a Cristo. Obviamente que o homem jamais será divino. O homem
sempre será homem, mas será homem pleno, conforme o plano de Deus.
Nessa ordem progressiva da salvação pode parecer faltar algo: a
santificação, que é o tempo presente que vivemos, é a militância cristã ainda
numa condição de fraqueza e limitação. Mas esse tempo já fora citado nos
versículos 26 -28. Tempo esse que contamos com a operação presente e eficaz
do Espírito Santo em nossas vidas, sem a qual seria impossível vivermos para
Deus.
V. Invencíveis e Inseparáveis do amor de Deus, v.31-39
Sem dúvidas que essa é uma das passagens mais maravilhosas das Escrituras, é
uma declaração contundente da segurança que gozamos na posição de salvos
por Deus.
38
v.31 Se Deus é por nós quem será contra nós? É uma pergunta baseada na
declaração anterior, no plano de salvação, diante disso, nada pode ser contrário
ao plano de Deus. Afinal de Contas o plano é de Deus que é soberano.
Obviamente que nada pode frustrar o plano eterno de Deus, absolutamente nada.
v.32 não poupou seu próprio filho. Deus levou às últimas conseqüências o seu
plano redentor, deu aquilo que tinha de mais valor, por isso também nos dará
todas as suas promessas aqui mencionadas.
v.33 Que acusará os eleitos? Deus é quem os justifica. Não há mais espaço de
acusação na vida dos salvos, se o juiz de todo o universo os declara justos, assim
é. Vemos aqui que o serviço de satanás de acusador também não tem mais
eficácia sobre os salvos.
v.34 Quem os condenará? “não há mais condenação para aqueles que estão em
Cristo Jesus” 8.1. Aqui Jesus é o nosso intercessor, como o Espírito Santo é
também nosso intercessor em v.27. Jesus morreu e ressuscitou para cancelar a
condenação que era certa sobre o homem, ele nos substituiu, o preço já foi pago,
não há mais condenação, isso é justiça de Deus. Jesus está a direita de Deus, é
aquele que reivindica que a justiça seja estabelecida nos seus, ele é o nosso
advogado, (1Jo 2.1).
v.35 Quem nos separará do amor de Cristo? Será a tribulação, angústia,
perseguição, fome, nudez, perigo, espada? Obviamente que absolutamente nada
pode nos separar do amor de Cristo. A obra de salvação é algo definido e
determinado, é Deus quem faz, portanto não pode haver interferência de qualquer
outro fator.
v.36 As dificuldades desse mundo é algo que é tanto compatível com a vida cristã
como é comum a nós. Sofrer e morrer por Cristo é algo normal para os herdeiros
do reino.
v.37 Mas em todas essa situação somos mais que vencedores por aquele que nos
amou. Nossa vitória está em Cristo. Precisamos levar em conta o seguinte: Vitória
para o homem pode ser uma coisa, para Deus é outra. A maioria pensa que vitória
são as honras, a prosperidade, a resolução dos problemas, mas para Deus nem
sempre é isso. A vitória é simplesmente a fidelidade a Ele o Senhor. Quando
sofremos e somos fiéis a Deus isso é uma vitória, quando nos falta algo e somos
fiéis a ele, isso é uma vitória. Não temos o direito de inverter os valores do reino
de Deus para se adequar às nossas vontades.
V,38, 39 Vemos aqui uma lista de fatores que aparentemente podem nos oferecer
riscos: morte, vida, anjos, principados, coisas do presente, coisas do futuro,
poderes, altura, profundidade, ou qualquer outra criatura. Nada disso tem poder de
nos separar de Deus. Deveríamos entender esse texto como uma realidade para
nós, mas o que vemos abundantemente são afirmativas contrárias a essa. Na
boca de tantas pessoas a salvação e a obra de Deus é algo muito frágil e que a
qualquer momento pode se perder, e não poucas vezes é proclamada uma
excessiva fragilidade dos salvos, que segundo essas pessoas, correm riscos e
inseguranças o tempo inteiro e por mínimas coisas, até parece que possuem outro
livro que não seja a bíblia. Temos de fato segurança total – essa é uma
garantia de Deus.
39
Plano de Aula 10
Capítulo: 09
Tema: A Soberania de Deus
Assunto: Vemos nesse capítulo o modo em que Deus opera sua vontade e o seu
chamado, nunca dependerá de alguém, mas apenas de si mesmo, da sua vontade
soberana de criador e de redentor.
I. Os privilégios concedidos aos israelitas não redundaram em salvação,
9.1-5
Deus concedeu muitos privilégios aos israelitas mas esses mesmos não foram
suficientes para os salvar, pois, a salvação independe desses fatores.
1 . O amor de Paulo pelos seus compatriotas, v.1-3
O apóstolo Paulo testemunha aqui a respeito de uma tristeza que tinha em seu
coração: era a posição de incompreensão do seu povo diante daquilo que Deus já
havia realizado através deles. Vemos aqui no versículo 3 que Paulo se identifica
com Cristo no que diz respeito ao seu amor sacrificial: Assim como Cristo amou a
ponto de ser amaldiçoado por nós, Paulo também se expõe e desejaria ser
amaldiçoado em favor do seu povo, os judeus. De fato é uma identificação com o
grande amor de Cristo.
2. Os privilégios concedidos a Israel, v.4, 5
a. Deles é a adoção, (Jr 31.20, Os 11.1) O próprio Deus tratava a Israel como
filho, dessa forma revelando o seu amor e o seu cuidado de Pai.
b. deles é a glória divina, Israel já estava habituado a ver a glória de Deus como
no Egito, na ocasião do êxodo, no deserto, as maravilhas presenciadas, no
Tabernáculo, quando a glória de Deus se manifestou visivelmente, etc.
c. as alianças, A aliança com Abraão, com Moisés no Sinai, com Davi, e várias
alianças foram feitas com os israelitas.
d. a concessão da lei, é a lei dada a Moisés e que realmente foi um grande legado
ao povo, de forma que foram regidos pela lei durante sua existência.
e. a adoração do templo, o culto, os rituais, tudo isso foi dado por Deus , todo o
serviço sagrado, todo o cerimonial do templo.
f. as promessas, há muitas promessas de Deus para seu povo dentre essas a
maior seria a promessa messiânica.
g. os patriarcas, a partir de Abraão, Isaque, Jacó e seus filhos, é que vem os
hebreus e o próprio Cristo. Está através dos patriarcas está traçada a linhagem
humana de Jesus o Cristo,
II. A Escolha Soberana de Deus, v.6-29
1. A promessa de Deus não falha
v.6 Pode-nos parecer que ouve uma falha no plano de Deus(na promessa, na
palavra), diante de tantos privilégios o povo não respondeu à altura. Mas Deus
não falha, não era, seu plano se desenrola perfeitamente mesmo diante das falhas
40
humanas. Nem todos os israelitas fazem parte do povo de Deus: portanto está
muito claro que nossa posição diante de Deus não é definida a partir da raça, da
genealogia, da ascendência, mas depende de outro fator. – Deus executa seu
plano perfeito inclusive através de pessoas imperfeitas.
2. Isaque o filho da promessa, v.7-9
v.7 Nem todos os descendentes de Abraão são considerados filhos de Deus. Os
filhos de Abraão a partir de Isaque é que seriam considerados os filhos de Deus.
Isa é o filho da promessa de Deus e não natural. Então a descendência que faria
parte da promessa de Deus era a descendência de Isaque.
v.8, 9 Então os verdadeiros descendentes a quem pertenceriam as promessas de
Deus não são os naturais, mas os da promessa. Esses descendentes da
promessa ou filhos de Isaque foram providos por Deus e não pelo homem. (Gl
4.28). Devemos levar em conta que a promessa de um filho a Sara foi feito
quando ela e seu esposo Abraão eram já de avançada idade, e ela estéril, então é
nessa circunstância que Deus promete um filho e toda uma descendência.
Portanto, em Isaque que foi dado por Deus, foi traçada a descendência da
promessa.
3. A escolha de Jacó, v.10-16
Passamos a ver a escolha de outro patriarca: Jacó, que estava sob as mesmas
condições de seu irmão Esaú que era o primogênito, mas foi Jacó e não Esaú o
escolhido.
v.10 esse também é um caso tomado por Paulo para exemplificar o modo de
escolha de Deus. Isaque e Jacó eram filhos do mesmo pai, tinham a mesma
ascendência e naturalmente sobre eles recairia obviamente os mesmo privilégios,
mas não foi assim.
v.11-13 Antes que os gêmeos nascessem ou fizessem coisa boa ou má – para
que se cumprisse o propósito de Deus a respeito da eleição – Deus disse: “o mais
velho servirá ao mais novo” (Gn 25.23) – “Amei a Jacó e rejeitei Esaú” (Ml 1. 2,
30). Concluímos o seguinte:
a. O texto nos revela claramente a respeito da escolha de Deus – Eleição - Deus
tem um propósito, então ele escolhe as pessoas para que seu propósito seja
estabelecido. Vemos que Deus realmente tem o direito de escolher, ele é Deus, é
criador e é redentor. Muitos de nós achamos que Deus não pode escolher, sendo
que nós mesmo fazemos escolhas, escolhemos um em detrimento de outro para
vários propósitos.
b. A escolha de Deus não está baseada na pessoa que escolhe e sim unicamente
em si. O texto nos diz: “antes que nascessem”, “antes de fazerem o bem o o mal”,
portanto, nossas atitudes não são levadas em conta, a eleição de Deus é antes de
qualquer obra, pois seu plano não pode ser estabelecido na capacidade do
homem que é imperfeito, mas apenas na sua vontade.
c. A escolha de Deus não está baseada na obra humana, “Não por obras mas por
aquele que chama” não há obras que possa motivar a escolha de Deus, o homem
não pode comover ou influenciar uma atitude de Deus, o homem é imperfeito, e
Deus e o seu plano é perfeito.
41
d. Em que Deus se baseia? Apenas nas sua própria vontade. E se de fato Deus
escolhesse a partir das atitudes e das obras dos homens, ele na verdade não
escolheria nem um sequer, porque todos pecaram, TODOS.
v.14, 15 Será Deus injusto por escolher dessa forma? É o que muitos dizem, mas
Deus jamais será injusto, muito pelo contrário ele é justo.
Outra afirmativa categórica e que impressiona:
“terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem
eu quiser ter compaixão” (Ex 33.19) - vemos aqui mais uma vez que a decisão de
Deus não depende de ninguém e é exatamente o que diz o versículo seguinte.
v.16 “não depende do desejo ou do esforço humano” isso é graça, não vem de
merecimentos, vem apenas da decisão de Deus. Quem recebe esse benefício,
recebe uma graça, graça é algo que não se compra, não se alcança, não se
conquista, é um presente.
4. Acerca de Faraó, v.17, 18
Vemos aqui que o propósito na vida de Faraó era diferente: Se Deus escolhe uns,
deixa de escolher outros, se exerce misericórdia com alguns, deixa de exercer
com outros. Faraó aqui é um modelo de pessoa para quem Deus não exerceu sua
misericórdia e graça, mas pelo contrário, ele foi endurecido para o o propósito se
cumprisse: Deus mostrou seu poder. Deus portanto, é glorificado na vida dos
agraciados mostrando seu amor e também na vida dos não agraciados mostrando
sua justiça.
5. Vasos de honra e vasos para desonra, v.19-23
v.19 Por que Deus nos culpa diante disso? Quem resiste sua vontade? Diante da
afirmativa acima de que Deus escolhe independentemente de nossas ações,
como então poderemos ser culpados? A culpa do homem vem pelo pecado, e
todos pecaram, todos são culpados independente de qualquer coisa. A graça é
salvadora, a ação de Deus é para salvar, pois na condição de condenação, o
homem já nasce nela. O homem nasce condenado pelo pecado, e pode ser
agraciado com a obra salvadora. E de fato não como resistir sua vontade. Deus é
soberano e não há como fugir dos desígnios de Deus, ao homem isso se torna
impossível.
v.20, 21 Será que podemos questionar a Deus? O homem não tem o direito de
questionar a Deus, a criatura não tem condições de questionar o criador, nem ao
menos compreendemos os seus desígnio e propósitos, temos uma grande
limitação em relação a Deus e ao seu propósito, essa limitação é exatamente uma
decorrência do pecado que atua no homem. Deus certamente como criador tem o
direito de fazer do mesmo barro vasos para honra e vasos para desonra. Ele é
Deus soberano.
v.23, 23 Deus suporta com paciência os vasos de desonra e mostra neles a sua
glória, a exemplo de Faraó, e são para condenação. Mas por outro lado mostra a
riqueza da sua glória através dos vasos para honra. Esse são preparados ou
escolhidos de antemão para esse propósito.
42
6. Deus chama dentre judeus e gentios, v.24-29
v.24-26 Deus escolhe pessoas dentre o gentios, sua escolha não está restrita a
uma raça. Ou a qualquer outra coisa que não seja sua vontade. E esse plano já
era demonstrado no Antigo Testamento quando Deus diz: “chamarei meu povo a
quem não e meu povo; e chamarei minha amada a quem não é minha amada” (Os
2.23) e também (Os 1.10) nesses texto é declarado que a escolha de Deus não
tem barreiras. É uma menção clara dos povos gentílicos que também fazem parte
do plano salvador de Deus.
v.27-29 Mesmo dentre os judeus Deus escolhe, ou seja,. Não quer dizer que os
judeus tem garantia de eleição pelo fato de ser judeu, absolutamente não. Israel
estava afastado do plano de Deus, mas havia um remanescente fiel a Deus.
II.A incredulidade de Israel, e a fé dos gentios 9.30-33
v.30 Os gentios não buscava justiça receberam justiça através da fé. Vemos que a
graça para os gentios não veio através de uma busca por parte do homem. Mas
Deus veio de encontro e o evangelho foi pregado aos gentios gerando assim a
vontade de Deus.
v.31 Israel buscava justiça através da lei não alcançou. Não é uma decisão
humana a justiça imputada é uma obra exclusiva de Deus, sem o esforço ou
vontade humana como vimos.
v.32 Não é por obras, mas senão pela fé. Lembramos que a fé é uma obra de
Deus realizada no homem, vimos que fé é uma resposta a um chamado pessoal
de Deus ao homem. Vimos também que fé é um resultado (fruto) da palavra de
Deus (que é a semente) plantada no homem. O homem que responde com fé a
Deus, demonstra que Deus tem trabalhado em sua vida. Os judeus tropeçaram
naquilo que era fundamental: Jesus.
v.33 Jesus é o ponto fundamental e central da obra salvadora.
43
Plano de Aula 11
Capítulo: 10
Tema: O Caminho da Fé Mediante a Palavra
Assunto: Vemos neste capítulo que Israel que buscava uma justificação por meio
da lei, não a encontrou, por outro lado os gentios que não a procurava, recebeu
através da pregação. Vemos abundantemente nesse capítulo o modo que Deus
escolheu pra fazer conhecido o seu plano: A pregação do Evangelho que gera a fé
salvadora.
I. Israel não teve entendimento do modo de justiça de Deus, 10.1-3
O apostolo expressa seu grande desejo: a salvação do seu povo, os judeus. E foi
dito que os judeus tinham o zelo, mas sem o entendimento, ou seja, tinham boa
vontade, se esforçavam, mas sem entender o que Deus queria. Podemos declarar
que zelo, esforço, boa vontade, não mudará jamais a condição humana diante de
Deus. Ao homem é necessário entender a vontade de Deus, pois, ela o
transforma. A salvação certamente é o resultado de uma revelação de Deus ao
homem, mas contudo, que gera entendimento, compreensão da vontade e do
plano salvador. Desconheceram a justiça de Deus e estabeleceram a própria. Mas
uma vez esta aqui exposto a Lei e a Graça. Os judeus preferiram a lei e queriam
se justificar por meio dela, a religiosidade e a arrogância os cegou. Mas a graça,
eles desconheceram.
II. A finalidade da Lei, 10.4, 5
O fim da lei é Cristo, obviamente que o termo fim da lei, na verdade não se refere ao termino da
lei, mas sim finalidade, “De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de
que fôssemos justificados por fé.” Gl 3.24. Sem duvidas que esse é o serviço principal
da lei mosaica, levar, preparar o homem para Cristo, e a justificação cabe apenas
a Jesus. Mas se alguém busca uma justificação por meio da lei, viverá pela lei,
deverá cumprir tudo o que ela manda, e isso já vimos que é uma tarefa impossível
ninguém será justificado mediante a lei.
III. A justiça decorrente da fé, 10.6-11
Se pela lei não haverá possibilidade de justificação, a fé se torna o caminho
proposto por Deus. Não diga em teu coração. Existem afirmativas e atitudes que
são incoerentes com a justiça mediante a fé. A primeira incoerência “Não
perguntes em teu coração, quem subira ao céu? Isto e, para trazer do alto a
Cristo”. Duas coisas estão aqui bem claras: Quem subirá. uma ação humana em
relação a salvação. Para trazer a Cristo. Como se ele não tivesse ainda
encarnado. A segunda incoerência ligada a ressurreição de Cristo: “Quem
descera ao abismo para trazer Cristo dentre os mortos. Mas uma vez esta explicito
a ação humana no que diz respeito a salvação e é uma afirmativa contrária, pois,
afirma que Jesus não ressuscitou. Por esse motivo nos exorta as Escrituras: “Não
diga em teu coração”. Afirmativas contra a fé. As afirmativas decorrentes de fé
sempre estarão ligadas a Palavra, como diz o versículo 8: “A palavra esta perto de
ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.”
44
1..A base da fé salvadora. Portanto a base da fé salvadora é o evangelho que
revela Jesus e sua obra, conforme 10.17, é a própria palavra que opera essa fé
salvadora no interior do homem. E um trabalho divino no homem.
2..A ação da fé salvadora.
a..Confissão ou profissão de fé, há uma confissão do senhorio de Cristo na vida
dessa pessoa que crê, essa confissão é o resultado de uma obra em seu interior.
b..Crença na ressurreição de Cristo, a fé na ressurreição de Cristo é fundamental
no que diz respeito a salvação; 4.2 nos diz que Cristo ressuscitou para nossa
justificação. A crença em Cristo ressurreto implica em muitas outras coisas como
sua encarnação, sua vida, sua obra expiatória. Dessa forma fica claro que não há
salvação sem a crença na ressurreição.
O versículo 11 conclui dizendo que todo aquele que nele crê não será confundido,
realmente a fé e o ponto fundamental é o único elo possível entre o homem e a
graça de Deus, e realmente o que faz a diferença.
IV. A Salvação vem pela Pregação, 10.12-21
1. Não há distinção de povos, Deus não faz acepção de pessoas e o modo de
justiça é apenas um para judeus e gentios: Através da pregação do evangelho que
gera a fé salvadora. Rico para com todos os que invocam o nome do Senhor. Fica
claro que essa busca, essa invocação é um resultado da pregação do evangelho
que apresenta Jesus como o Senhor e Salvador. Essa invocação é uma operação
da fé salvadora, é o resultado de uma operação no interior.
2. O processo de evangelização, 10.14-17
Vemos claramente que a pregação do evangelho é o instrumento usado por Deus
para salvar o pecador. O evangelho é a espada do Espírito. O evangelho é a
semente que faz gerar a fé salvadora no interior do homem. O evangelho desperta
aqueles que dormem. Mas para que esse processo aconteça pessoas devem ser
enviadas para pregar o evangelho, daí se desencadeia todo o processo que
começa com o envio e culmina com a confissão que é o exercício da fé.
a. Enviar
b. Pregar
c. Ouvir
d.Crer
e. Invocar
v.10 E a fé vem pela pregação pela palavra de Cristo. É a semente geradora da
vida de Deus. Na parábola do semeador, a palavra proclamada é chamada de
semente, pois ela tem o potencial de gerar a vida espiritual no homem. Mais uma
vez fica bem claro que a fé é um trabalho de Deus no homem. A fé é a resposta
do homem ao chamado pessoal e íntimo do Senhor.
3. Diante da pregação como reagiu Israel e como reagiram os povos gentílicos?
O povo de Israel ouviu exaustivamente a pregação do evangelho, mas isso não
redundou em salvação de um modo geral para a nação. Mas por outro lado os
gentios que estavam longe foram aproximados pela pregação do evangelho.
45
Plano de Aula 12
Capítulo: 11
Tema: O Plano de Deus para Israel
Assunto: Esse capitulo nos revela algo que de certa forma nos causava um
incomodo ou duvidas: A situação de Israel. Porque Israel não aceitou a graça,
será que um dia eles converterão? Se isso ocorrer quando se Dará? Essas
perguntas são respondidas de uma forma satisfatória nesse capitulo.
I. Israel e a Graça, 11.1-10
É certo que na continuidade do plano eterno salvador, Israel entrasse em um novo
período: a graça. Mas não foi isso que ocorreu pelo menos de um modo geral.
Paulo alega que Deus não rejeitou a Israel.
v.1, 2. Deus não rejeitou o seu povo a quem elegeu, o plano eterno de Deus
continua vigorando, mas por causa do endurecimento causado pela religiosidade,
a nação de Israel como um todo não entrou nesse novo período, mas apenas
aqueles que foram alcançados pela graça. Inclusive devemos lembrar que os
primeiros cristãos eram da linhagem judaica. Esse é o remanescente de Israel.
v. 3-5. Há uma citação do AT, a respeito de Israel e Elias que se achava o único
devoto que tinha sobrado em Israel, e Deus lhe responde que haviam sete mil
homens que ainda não se dobrara diante de baal. I Re 19.10-18. Se a nação se
corrompeu, havia sete mil que era o remanescente fiel a Deus. Do mesmo modo
em todos os tempos ouve um remanescente segundo a eleição da graça que
representa toda a nação.
v.6-10. Portanto o modo de Deus agir e salvar é sem dúvidas pela graça. Israel
buscava e não consegui, porque buscavam uma justiça que provinha das obras da
lei, Dessa forma , foram endurecidos, mas não todos, pois há um remanescente.
E a nação de Israel permaneceu na incredulidade – foram endurecidos -. Esse
endurecimento por parte de Israel é explicado com citações do AT: (Is 29.10; Sl
69.22, 23). O texto de Isaias aponta para um endurecimento causado por Deus
(seria apenas um endurecimento inconseqüente causado por Deus, ou foi uma
resposta divina a sua obstinação pela vida religiosa desaprovada) Acredito que foi
uma resposta de Deus a obstinação de Israel. Deus lhes deu espírito de
entorpecimento e olhos para não verem.
II. O Futuro de Israel, 11.11-15
v.11. Será que essa prostração de Israel como nação em relação a graça é
definitiva? Paulo responde que não, mas é claro que abre-se um parêntese na
história, de modo que Israel tenha cumprido o seu papel no plano de Deus para
que a salvação, a graça tomasse uma amplitude universal. Porquanto, os gentios
são alcançados.
v.12-15 A transgressão dos judeus se tornou em riqueza, ou seja, seu
endurecimento ou tropeço abre a porta para os gentios ( Jô 1.12). E Paulo afirma:
O que causara a sua plenitude, ou a sua restauração. Já que os judeus foram
colocados em ciúmes em relação aos gentios, Paulo dizia provocar emulação em
46
seu povo para que alguns cressem, ou seja, eles olhariam para os gentios e para
o manifestar de Deus em suas vidas, e conseqüentemente buscariam o mesmo.
Paulo reafirma que a rejeição de Israel causou a reconciliação dos gentios, então
o que será o resultado da restauração de Israel, senão vida dentre os mortos. É
certamente uma alusão a ressurreição dos mortos por ocasião da vinda do
Senhor, dessa forma poderemos concluir que a restauração da fé da nação de
Israel está relacionado com os eventos escatológicos.
III. A União de Judeus e Gentios, 11.16-24
V.16. Se forem santas a raiz...as primícias...é uma referência clara aos patriarcas,
por onde Deus começa a traçar uma linhagem para formação do seu povo. Toda a
árvore será santa se assim for a raiz.
v.17. Ramos quebrados, são os judeus que se mantiveram endurecidos,
incrédulos ao evangelho. Oliveira brava que foi enxertada, são os gentios que
foram unidos a Deus por meio da fé, participa agora da mesma seiva da raiz que é
santa. Há apenas um meio, um plano de salvação.
v.18-24. Dessa forma é inútil toda a vangloria, pela incredulidade os judeus foram
cortados, e os gentios unidos através da fé. Deus usou seu rigor com os judeus
cortados e sua bondade para com os gentios crentes.
IV. O Desfecho do Plano de Salvação, 11.25-32
v.25-28 O endurecimento de Israel durará até que chegue a plenitude dos gentios,
esse é um tempo em que a obra de salvação entre os gentios será completada.
Dessa forma, portanto, os judeus serão salvos. Essa é aliança de Deus com os
patriarcas judaicos. Haverá um despertamento dos judeus.
v.29. Os dons e a vocação são irrevogáveis. Deus não se esquece de sua
aliança, Deus não se arrepende, Deus não volta atrás. Aquilo que Deus dá ou
determina, ele não se arrepende.
v.30-32. Se os gentios foram desobedientes e alcançaram misericórdia, da mesma
forma os judeus se tornaram desobedientes e alcançarão misericórdia. Deus
encerra todos na desobediência, no pecado, “todos pecaram”, para usar de
misericórdia tanto para judeus como para gentios.
V. Doxologia, 11.33-36
Há portanto, nessa porção, da parte do apóstolo Paulo, uma exaltação a Deus
pelas suas maravilhas, pelos seus atributos, pelo seu plano eterno. Fica claro que
o homem certamente não poderá alcançar em seu entendimento essa riqueza da
sabedoria divina. Todas as coisas procedem Dele e para Ele que é glorificado
para sempre.
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Plano de Aula 13
Capítulo: 12
Tema: O Modo de Vida Agradável a Deus
Assunto: A partir desse capítulo, a carta aos Romanos toma um formato
diferente. Se até então era apresentada as doutrinas fundamentais da fé cristã, as
questões relacionada a judeus e gentios, agora ela passa a abordar as questões
mais simples do viver cristão e que deve ser observada por todos indistintamente.
Esse capítulo nos mostra uma progressão possível na vida espiritual de uma
pessoa: vemos o primeiro passo que é a consagração da vida a Deus (1-2); em
seguida percebemos a graça de Deus doada ao consagrado, que são os dons
espirituais (3-8); e por fim culmina num possível relacionamento maduro, espiritual
com os irmãos e todos os homens (9-21). Daí entendemos que uma coisa
depende da outra, são processos desencadeados, e sem os quais não somos
trabalhados adequadamente e não ficamos prontos para Deus.
I. Uma Vida Consagrada a Deus, 12.1. 2
Há aqui um rogo do apóstolo, baseado na misericórdia de Deus para que os
irmãos se consagrassem a Deus. O modo era como um sacrifício santo,
agradável. Essa é uma entrega total, como no A.T. um animal era dado em
sacrifício, só que agora a própria vida deve ser entregue a Deus. Esse é o
verdadeiro culto.
v.2. A não conformação com o mundo é exigida, pois ele se opõe e é inimigo de
Deus, não há compatibilidade entre a vida mundana e cristã. O mundo molda a
pessoa. Transformai-vos, a conversão é sem dúvida uma transformação dos
moldes do mundo para a forma de Deus. Esse molde do mundo ou a forma de
Deus é feita em nossa mente, em nossa mentalidade. Nós somos aquilo que
temos em nossa mente. Essa transformação a partir dos padrões cristãos nos
proporcionará a experiência da vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável,
Ele como Criador propõe para nós um modo de vida superior a qualquer outro que
pudéssemos planejar.
II. Os Dons Espirituais, 12.3-8
Há aqui nessa porção a exposição dos dons espirituais concedidos a igreja para o
desempenho do ministério
v.3. Graça que me foi dada, é o apostolado recebido de Deus, sua autoridade
apostólica. Não podemos ter um conceito muito elevado de nós mesmos,
precisamos ser equilibrados e limitados pela medida da fé dada a cada um.
Parece indicar uma capacidade espiritual para desempenhar nossa função no
corpo de Cristo, já que o tema são os dons espirituais. É bem certo que esse texto
é um alerta contra o orgulho em face aos dons espirituais.
v.4, 5 Como no organismo humano os membros tem funções definidas e claras de
forma que no corpo de Cristo ocorre o mesmo. O conjunto de todos os crentes
formam o corpo de Cristo, estamos todos interligados, dependentes, trabalhando
em função de um para com os outros.
v.6-8 Cada um tem diferentes dons de acordo com a capacitação dada pelo
próprio Deus. Podemos dizer que os dons são as funções dos membros desse
48
corpo a exemplo do organismo humano. A seguir o texto especifica alguns dos
vários dons espirituais:
a. Profetizar, é um dos dons do NT que era bem comum no AT, principalmente
pelo fato de ainda não terem as Escrituras do NT, esse dom era imprescindível.
b. Servir, ou ministério, servir as pessoas.Na verdade é um dever de todos, mas é
certo que alguns recebem de Deus uma condição maior.
c. Ensinar, ser um mestre, instruir, aconselhar. Alguns tem uma capacidade
espiritual mais elevada para ensinar as coisas de Deus.
d. Exortar, chamar a pessoa para o lado com o fim de anima-la, corrigi-la, orientala, conforta-la, encoraja-la.
e. Contribuir, capacitação superior de dar, compartilhar segundo as necessidades
que se apresentam.
f. Presidir, estar a frente, liderar, superintender. Aquela pessoa capacitada para
ajudar os outros, proteger, dar atenção.
g. Exercer Misericórdia, ajudar alguém que está atribulado, necessitado e que
precisa de ajuda, está muito além de sentir misericórdia, é exercer misericórdia.
III. Orientações A Respeito do Relacionamento com o Próximo, 12.9-21
Veremos a partir de agora conselhos bem práticos acerca do relacionamento com
o próximo, veremos que algumas virtudes serão indispensáveis para um bom
convívio, como por exemplo: amor, perdão, respeito, humildade, etc. Sem dúvidas
que esse capitulo é um manual de Deus para o excelente relacionamento com o
próximo.
v.9, 10. O amor. O amor deve ser verdadeiro, esse amor não se agrada com o
mal, apenas com o bem. Na comunidade cristã devemos amar com amor de
irmão, e dar a honra ao outro, ou seja, tratar a todos com extremo respeito.
v.11, 12 O Serviço. Devemos trabalhar com entusiasmo, sem preguiça, servindo
a Deus com fervor. No relacionar com o próximo, se formos servos, tudo fica mais
fácil porque iremos buscar o interesse do outro. A perseverança deve marcar
nossa vida de serviço ao próximo e a Deus, em oração, com paciência na
tribulação e com esperança.
v.14 O Compartilhar. Devemos compartilhar com aquele que tem necessidade e
praticando a hospitalidade. Abençoar e bendizer, mesmo aqueles que nos
amaldiçoam ou maldizem. Participar da alegria e das tristezas dos irmãos.
Buscando a unidade espiritual e a humildade. Deixando todo orgulho de lado, para
que a comunidade seja beneficiada. Devemos fazer o bem para todos os homens,
pois nossa natureza foi transformada e o mal é incompatível com o novo ser em
Cristo. E se depender de nós devemos ter paz com todas as pessoas. De forma
alguma a vingança pode fazer parte de nossa vida. A natureza dos outros não
deve influenciar a nossa.
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Plano de Aula 14
Capítulo: 13
Tema: Uma Vida Disciplinada
Assunto: Esse capítulo nos revela alguns dos nossos distintos compromissos:
Com o estado, com o próximo e com o tempo que vivemos.
I. Nosso Dever em Relação às Autoridades, 13.1-7
Nossa relação como o estado e com as autoridades constituídas é de respeito e
submissão para o bem de toda a sociedade.
v.1 Vemos aqui claramente dentro do pensamento cristão o respeito exigido às
autoridades constituídas. Historicamente o cristão é pacífico, ordeiro e obediente,
dessa forma contribuindo para o convívio em sociedade. O respeito à autoridade é
um princípio divino e bíblico de modo que em todo lugar toda pessoa investida de
autoridade dever ser respeitada.
v.2 A quebra desse princípio de autoridade seria a quebra de um princípio
estabelecido por Deus.
v.3, 4 Segundo o texto o papel das autoridades constituídas é para o bem comum
de forma que quem vive de maneira correta não tem o que temer, a menos que se
pratique o mal, dessa forma as autoridades como “servos” de Deus exercem a
justiça.
v.5 A obediência não deve ser exercida por causa do medo, mas por
conhecimento desse princípio.
v.6 Os impostos são pagos para esse propósito, para que o estado tenha
condições de exercer a sua função.
v.7 Devemos pagar segundo aquilo que é exigido de nós, lembramos das
clássicas palavras de Jesus: “Daí a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus” (Mt 22.21).
II. Nosso Dever em Relação ao Próximo, 13.8-10
O cumprimento da lei é o amor. Segundo o evangelho amar o próximo não é uma
opção, é uma ordenança, mas é certo que a prática do amor é resultado de uma
vida transformada e equilibrara.
Essa passagem de Romanos nos faz lembrar das palavras de Jesus:
Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o
teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas ( Mt 22.37-40).
v.8 O versículo anterior diz que devemos pagar a todos o que é devido: imposto,
tributo, respeito e honra, isso é uma obrigação nossa. Quando pagamos, a dívida
termina, mas existe uma dívida que não pode jamais terminar: é a do amor, se
damos amor, continuamos devendo amor, e assim tem que ser a vida. Não
importa o quanto amamos, devemos continuar amando mais. Dessa forma nós
cumprimos a lei de Deus.
v.9 São citados preceitos da lei que na verdade é cumprido através do amor.
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v.10. O amor é totalmente benigno, apenas fará o bem, pois no amor não existe o
mal. Dessa forma vemos que o amor é o caminho para o relacionamento
excelente, equilibrado, não há outra forma.
III. O Nosso Dever em Relação ao Tempo, 13.11-14
Precisamos discernir o tempo em que vivemos, esse texto é uma clara exposição
do fim dos tempos, que segundo as Escrituras são tempos difíceis, trabalhosos, de
apostasia, de esfriamento do amor, etc. Portanto, devemos ter entendimento
desse tempo para sermos mais prudentes, vigilantes, cuidadosos, para que não
sejamos envolvidos pelas característica já citadas que marcam essa geração.
v.11 A concretização da salvação, ou a manifestação do Senhor Jesus é próxima,
portanto, não podemos dormir em relação a isso. Não podemos distrair em relação
a essa grande promessa das Escrituras. Dormir em relação às promessas da volta
do Senhor é o não discernimento do momento, é a apatia da fé. Uma parábola do
Senhor nos esclarece sobre esse assunto: A parábola das dez virgens. “E,
tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram.” (Mt 25.5).
Muitos se encontram assim: adormecidos na fé, adormecidos quanto a vinda do
Senhor. O estado de sono é um estado de não percepção das coisas de Deus.
v.12 Esse tempo é chamado de noite, mas é uma noite que está para terminar e o
dia está muito próximo. As trevas ainda estão operando, mas o dia vem, o Senhor
virá e fará justiça. Mas nós devemos nos revestir com as armas da luz, do dia.
v.13 As obras da trevas devem ser abandonadas porque somos da luz. Algumas
práticas pecaminosas citadas: Orgias, bebedeiras, impudicícias (imoralidades
sexuais), dissoluções (depravação, libertinagem), contendas e ciúmes.
v.14 Revestí-vos do Senhor, para não satisfazer esses desejos da carne.
Realmente só através de uma nova postura: Revestindo- nos do Senhor e com as
suas obras e nos despindo do velho homem que conseguiremos vencer os males
próprios dessa época. Esse é um processo de transformação(Cl 3. 9, 10).
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Plano de Aula 15
Capítulo: 14
Tema: Meu Relacionamento na Comunidade Cristã
Assunto: Nesse capítulo veremos algumas questões tradicionais que podem
dividir opiniões, e nessas questões certamente precisamos de bom senso,
maturidade para que o relacionamento fraternal não seja interrompido por coisas
mínimas.
I. Tolerância com os mais fracos, 1-12
v.1 Está aqui claro o relacionamento de uma pessoa madura e uma que é fraca na
fé, e é claro que se exigirá mais de quem é maduro, o que for mais sábio deve
ceder mais, entender mais, perdoar mais. Pois todas essas são características de
uma pessoa amadurecida. Portanto, devemos acolher, conviver com o fraco na fé
sem colocar mais empecilhos que o enfraqueça ainda mais.
v.2, 3 Um crê que pode se comer de tudo. Alguém maduro saberá que o alimento
não é um fator a influenciar a fé ou a comunhão com Deus, o alimento é algo
material e a fé é de outra ordem. A pessoa débil lhe impõe restrições, e ela deve
ser respeitada. Se Deus aceita a todos, nós devemos relacionar igualmente com
todos. Devemos entender que o reino de Deus não é uma questão de comida
14.17.
v.4 Não temos o direito de julgar as pessoas nessa questão de comida, bebida.
São coisas que não há um mandamento especifico de forma que a liberdade nos
permite agirmos do modo mais agradável, mas contudo, convivendo
harmoniosamente e aceitando as diferença. Não haverá convívio de qualidade se
não aceitarmos as diferenças.
v.5, 6 Vemos aqui de uma forma muito clara a liberdade que temos de pensar de
modo diferente em relação ao dias. Devemos lembrar que a igreja em Roma era
uma comunidade mista de judeus e gentios, os judeus tinham seus dias
santificados e os gentios também, tudo isso não deveria gerar problemas essa são
questões de menor importância. Quem come ou não come o faz para Deus, se
alguém guarda um dia ou não, para o Senhor o faz. Portanto é Deus quem julga.
v.7-9 Através da fé, tudo o que somos ou fazemos é para o Senhor, e dele somos,
tudo é para sua própria glória. Se morremos ou se vivemos somos do Senhor, e
foi para isso que Jesus morreu e ressuscitou: para ser o Senhor de mortos e vivos.
v.10-12 Dessa forma não podemos julgar nosso irmão por essa questões citadas,
e muito menos desprezar as pessoas que pensam e agem de modo diferente do
nosso. Um dia todos nós compareceremos diante do Tribunal de Deus. Está claro
que todos deveremos prestar contas a Deus de nossas obras, será um acerto de
contas. E certamente está aqui em foco um julgamento de salvos, pois, inclusive
prestarão louvores a Deus. Esse tribunal onde comparecerão os salvos também é
citado em II Co 5.10 “Porque importa que todos nós compareçamos perante o
tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver
feito por meio do corpo.”
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II. Amor e Liberdade, 14.13-23
Vemos claramente que através do amor se respeita a liberdade.
v.13 Não colocar tropeço ou obstáculo. Não temos direito disso, e nem ao menos
de julgar o nosso irmão, do contrário poderemos impedir o progresso daquele que
é mais fraco.
v.14-16 Nenhuma coisa é de si mesma impura. Nossa vida espiritual nem poderá
ser ajudada ou prejudicada por questão de alimentação. Mas se alguém acha que
algum alimento é impuro, para esse tal será. É uma questão de consciência. Mas
nem pó isso tenho o direito de entristecer alguém por esse motivo. Se algo é bom
para nós, que não seja motivo de maledicência.
V.17 O Reino de Deus. Nesse texto fica estabelecido o que é pertencente ao
Reino de Deus e o que não pertence. Comida e bebida não é um assunto do
Reino, são coisas naturais, materiais e não deve influencia as coisas espirituais.
Os valores do Reino são: justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Não podemos
perder o foco dos verdadeiros valores por coisas de menor importância. Nossas
comunidades são freqüentemente perturbadas por coisas desse tipo, e certamente
é um sinal de imaturidade e da falta do amor, e somente em amor é que
poderemos aceitar e tolerar aqueles que são diferentes.
v.18 18-19 É com essa mentalidade que devemos servir a Cristo, ele aceitará
nosso serviço e também seremos aprovado pelos homens. Eis um caminho: as
coisas da paz e da edificação, devemos buscar esse modo superior de
relacionamento.
v.20, 21 A obra de Deus não pode ser destruída ou perturbada por causa dos
caprichos de alguém. Podemos comer de tudo, mas se alguém acha que é errado,
devemos respeitar a sua consciência para não lhe causar escândalo. Quando sou
elevado a um modo superior de relacionamento posso me conter e não fazer
determinada coisa só por causa do meu irmão. Quem é mais sábio cede mais.
Devemos discernir a estatura espiritual de cada um e nos adequar a eles para o
bem da comunhão.
v.22, 23 A fé que tens. É a sábia consciência de que o que está fazendo não é
pecado, aquele que não possui essa sábia consciência duvida de algumas coisas
e quando as pratica sua consciência o julga culpado, de fato, dessa forma o
pecado aparece.
53
Plano de Aula 16
Capítulo: 15
Tema: O Exemplo de Cristo e Os Planos de Paulo
Assunto: Esse é um extenso capítulo e que aborda temas diferentes, em primeiro
lugar Cristo é tomado como o exemplo de amor e altruísmo. É exposto também
características do ministério de Paulo, seu serviço para os santos em Jerusalém e
seu desejo de ir a Espanha e a Roma. E por fim pede orações para que a
soberana vontade de Deus se cumpra. Esse é um capítulo em que ele abre o seu
coração e compartilha dos seus desejos.
I. Devemos Imitar a Cristo em seu Exemplo 15.1-13
Jesus é o nosso modelo de pessoa, inclusive no que diz respeito ao
relacionamento interpessoal.
Seu amor, compaixão e compreensão pelas
pessoas derrubavam qualquer barreira para o relacionamento.
v.1, 2 Devemos suportar os mais fracos, ajudá-los em suas fraquezas. A idéia aqui
é de alguém maduro e alguém inexperiente, a responsabilidade maior para um
bom relacionamento é daquele que é maduro, pois dele se espera mais. Nesse
relacionamento o propósito não é nos agradar a nós mesmos, mas sim fazer
aquilo que for bom para a edificação.
v.3-6 Cristo é tomado como exemplo de alguém que não tinha como propósito
agradar a si mesmo, dessa forma, Ele e suas atitudes se tornam modelos para
nós. Precisamos, portanto, exercer o mesmo sentimento que ouve em Cristo em
relação ao próximo, Ele é o nosso parâmetro no que diz respeito a
relacionamentos. Consequentemente em unidade poderemos glorificar a Deus
Pai. Nosso louvor está na atitude de uma consciente e excelente comunhão no
corpo de Cristo.
v.7 Acolhei-vos uns aos outros como Cristo nos acolheu. Acolher é aceitar,
relacionar, compartilhar, Cristo fez isso conosco e não havia méritos em nós,
éramos pecadores, inimigos de Deus, mas Ele nos aceitou. É dessa forma que
nós de igual modo devemos também aceitar as pessoas sem impor restrições ou
empecilhos. Na verdade não há em nós condições de fato de rejeitar uma pessoa
seja ela quem for, a situação de todos era semelhante: de pecadores. Por isso
nosso papel é acolher, dessa forma estaremos glorificando a Deus.
v.8 Cristo se tornou servo dos judeus para que a promessa de Deus feita aos
patriarcas se cumprisse e mostrasse a sua fidelidade.
v.9 E os gentios também iriam glorificar a Deus porque a salvação começou com
os judeus mas era propósito alcançar também os gentios que glorificam a Deus
pela sua misericórdia.
v.10, 11 São citações do Antigo Testamento que mostram a atuação de Deus nos
povos gentílicos, (2Sm 22.50; Sl 18.49; Dt 32.43; Sl 117.1).
v.11 Uma profecia sobre o messias que também governaria sobre os gentios, (Is
11.10).
v.12 O autor exprime seu desejo em relação aos romanos: O Deus que dá paz vos
encha de alegria e paz através da fé Nele para que a esperança aumente por
meio de um operar do Espírito Santo.
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II. O Ministério de Paulo, 15.14-21
Nessa porção Paulo revela algumas características do seu ministério.
V.14-16 Paulo estava certo de que os romanos estavam cheios de bondade e de
conhecimento, de forma que eram capazes de admoestarem, ou aconselharem
uns aos outros. Paulo então os relembra de assuntos vitais para o bom
relacionamento entre os irmãos, ele próprio sentia essa liberdade por causa de
sua autoridade apostólica para com os gentios.
Características do Ministério de Paulo
Ministério Sacerdotal
v.16 Ministro de Cristo com o dever sacerdotal de pregar o evangelho, seu
ministério era sacerdotal, de forma que seu emprenho em relação as pessoas era
de extremo zelo e dedicação. Então ele se empenhava para que os gentios
fossem apresentados a Deus como uma oferta agradável, à exemplo de um
sacerdote do Antigo Testamento que oferecia ofertas ao Senhor.
Ministério Poderoso
v.17-20 Sua glória estava apenas em Cristo e na obra realizada em sua vida por
meio de Cristo, e Paulo entendia que era um instrumento para conduzir os gentios
a Cristo, dessa forma o poder de Deus se manifestou ricamente em sua vida
através de palavras e obras, sinais e prodígios do Espírito Santo. Desse modo o
alcance geográfico do seu poderoso ministério foi enorme: de Jerusalém ao Ilírico.
Ministério Pioneiro
v.20-21 Ele se esforçava para pregar onde o evangelho de Cristo ainda não tinha
sido anunciado. Não buscava as facilidades, mas realmente fazia um trabalho de
base fazendo o nome de Cristo conhecido.
III. Os Planos do Apóstolo, v.22-29
Paulo aqui revela seu plano, principalmente em relação a um novo campo: a
Espanha e em relação à Roma.
v.22 Pelo fato de seu ministério possuir um caráter pioneiro, então ele sentiu-se
impedido de chegar até lá, pois em Roma o testemunho de Cristo já era
abundante contando inclusive com uma grande comunidade cristã a quem Paulo
destina essa carta.
v.23 Mas diante do fim da sua tarefa evangelística na área em que sempre
trabalhou, segundo seu entendimento abriu-se a oportunidade de conhecer a
igreja em Roma.
v.24 Mas desejaria ir à Roma apenas de passagem, pois seu objetivo era a
Espanha, então nessa viagem para a Espanha queria desfrutar por algum tempo
da companhia dos Cristãos de Roma.
v.25-27 No momento em que escreve essa carta, ele estava em Corinto,
aguardando a oferta das igrejas gentílicas para levar aos santos de Jerusalém que
55
passavam por muitas necessidades. Se os gentios participaram dos valores
espirituais dos judeus, agora deveriam contribuir para ajudá-los em suas
necessidades.
v.28-29 Só então depois de entregar essa oferta em Jerusalém é que ele iria à
Espanha e de passagem à Roma.
IV. Um Pedido do Apóstolo, 15.30-33
Ele pede a intercessão dos romanos para que estivessem lutando juntamente
com ele nesses propósitos:
-Para se ver livre daqueles que faziam a ele oposição em Jerusalém;
-Para que o serviço em favor dos santos em Jerusalém fosse aceito;
-Para que ele pudesse visitar Roma pela vontade de Deus e com a igreja
compartilhar.
O experiente apóstolo dos gentios, no clímax do seu ministério dá uma clara
demonstração da sua humildade e dependência no corpo de Cristo.
Demonstrando que está conscientemente sujeito a soberania de Deus e
dependente das orações da igreja. E conclui os abençoado com a paz de
Deus.
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Plano de Aula 17
Capítulo: 16
Tema: Conclusão
Assunto: Nesse último capítulo dessa extensa e profunda epístola, Paulo
demonstra seus laços afetivos citando inúmeras personalidades que de alguma
forma faziam parte de sua vida e ministério. Ele demonstra que era uma pessoa
bem relacionada, amiga, e que sabia muito bem elogiar os valores de todas essas
pessoas. O grande apóstolo dos gentios tinha também um grande coração.
I. Paulo recomenda a Febe
v.1, 2 Paulo recomenda a Febe, serva na igreja em Cencréia
em Corinto, e
muito provavelmente essa “diaconisa” era quem estaria levando essa carta aos
romanos. Era uma notável mulher citada como protetora de muitos e inclusive de
Paulo. Portanto deveria ser recebida em Roma com distinção.
II. Saudações a Áquila e Priscila
v.3, 4, 5 Priscila e Áquila, cooperadores em Cristo, Paulo havia convivido com eles
em Corinto e gozavam de uma grande amizade e um grupo se reunia em sua
casa.
III. Várias Saudações
v.5-15 Aqui Paulo saúda a várias pessoas principalmente nomes totalmente
desconhecidos, são elas:
v.5. Epêneto, dos primeiros convertidos da Ásia;
v.6 Maria, outra mulher trabalhadora;
v.7 Andrônico e Júnias, parentes de Paulo e companheiros de prisão e notáveis
entre os apóstolos;
v.8 Amplíato, seu amigo;
v.9 Urbano, cooperador e Estaquis;
v.10 Apeles, aprovado em Cristo; Aristóbulo e os de sua casa;
v.11 Herodião, seu parente; Narciso e os de sua casa que estão no Senhor;
v.12 Trifena e Trifosa, trabalhavam no Senhor, outras notáveis mulheres; Pérside,
estimada, e também trabalhou no Senhor;
v.13 Rufo, eleito no Senhor; e a sua mãe, considerada pelo apóstolo sua mãe;
v.14 Ansícrito, Flegonte, , Hermes, Patrobas, Hermas e os que se reúnem em sua
casa;
v.15 Filólogo e Júlia, Nereu, sua irmã, Olimpas e todos os santos que se reúnem
com eles;
IV. Saudai uns aos outros
v.16 O ósculo é um costume oriental, especialmente dos judeus: um beijo na face.
As igrejas também enviaram saudações à Roma.
V. Paulo exorta os romanos em relação aos falsos mestres
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v.17 Aqueles que andam em desacordo com a verdade deveriam ser notados,
aqueles que provocam divisões, escândalos, deveriam ser deixados de lado a
bem da comunhão e da fé cristã.
v.18 Esses tais não servem a Cristo e sim as suas próprias vontades e com
palavras de bajulação enganam os mais simples, como sempre as pessoas menos
preparadas na fé são facilmente enganadas.
v.19. Paulo elogia a obediência dos romanos que era para ele um motivo de
grande alegria, e o seu desejo era que eles fossem sábios para o bem e simples
para o mal.
v.20 O Deus que dá paz esmagará em breve satanás debaixo dos vossos pés. É a
promessa de uma vitória definitiva contra todo o engano que se manifestava
através da vida dos falsos obreiros. Os falsos ensinos sempre representam grave
problema para a comunidade cristã que pode ter a sua genuína fé diluída a
ensinos eréticos.
VI. Saudações dos Coooperadores
Aqui contém saudações em nome daquelas pessoas que estavam com Paulo;
v.21 Saudações de Timóteo, Lúcio, Jasom e Sosípatro;
v.22 O escriba, ou amanuense, Tércio também teve direito a uma saudação
pessoal. Muito provavelmente que Paulo estaria sem condições de redigir a carta
por motivo de enfermidades ou impedimentos devido as freqüentes prisões e
torturas recebidas. Ele era culto e, portanto, sabia escrever como escrevera outras
cartas, mas o certo é que aqui ele contou com a cooperação de Tércio.
v.23 Sudações de Gaio e de toda a igreja reunida em sua casa, amigo e
hospedeiro de Paulo. Erasto também envia saudações;
vii. Doxologia Final de Paulo
v.24 Aqui está a costumeira saudação final paulina
v.25 “Aquele que é poderoso para vos confirmar” Deus é o que os fortalece por
meio do evangelho de Jesus Cristo, a mensagem do evangelho estava oculta,
mas agora revelada para que o querer de Deus se cumprisse em suas vidas.
v.26 Agora o plano eterno de Deus estava manifesto por meio do evangelho que
pela fé deve ser obedecido por todos os povos.
v.27 “Ao Deus único e sábio seja dada glória para sempre, por meio de Jesus
Cristo! Amém!” O Deus único e sábio é glorificado por meio de Cristo!
“visto que a justiça de Deus se revela no
evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo
viverá por fé”. Rm 1.17
58
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