REVISÃO / REVIEW PAPER / REVISIÓN Assistência de enfermagem a pacientes vítimas de queimaduras: uma revisão da literatura Nursing care to patients victims of burns: a review of the literature Asistencia de enfermeria a pacientes victimas de quemaduras: una revisión de literatura Johnata da Cruz Matos Enfermeiro. Coordenador Pedagógico do Centro Técnico de Educação em Saúde. Docente pelo Instituto Metropolitano de Ensino. Pós graduado em Formação Pedagógica para o Ensino Superior na Área de Saúde e pós graduado em Saúde Mental pela NOVAFAPI. Fabrícia Castelo Branco de Andrade Enfermeira. Pós graduada em Urgência e Emergência pela Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI. Maria Zélia Araújo Madeira Mestre em Enfermagem. Docente pela Universidade Federal do Piauí. Docente da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e Tecnológicas do Piauí – NOVAFAPI. RESUMO As queimaduras são um dos problemas de saúde mais significativos no Brasil, além dos danos físicos que podem levar a morte, pode acarretar também problemas de ordem psicológica e social. Esta pesquisa pretende avaliar a participação da equipe de enfermagem na intervenção assistencial ao paciente queimado, tendo em vista que essa assistência prestada alcance o alívio da dor do cliente, a prevenção de infecções e de seqüelas físicas e emocionais. O presente estudo tem como objetivos fazer a revisão da literatura sobre a assistência de enfermagem a pacientes vítimas de queimaduras e descrever tipos, classificações e causas das queimaduras. Realizou-se um levantamento bibliográfico delimitado no período de 2000 a 2010 em fontes bibliográficas adequadas ao desenvolvimento da pesquisa, consultadas em artigos do banco de dados da SCIELO e sites da internet. Sendo assim, este estudo pretende alicerçar o tratamento dos pacientes queimados e subsidiar discussões e propostas assistenciais junto aos profissionais de saúde e serviços que atendam essa população. Descritores: Queimaduras. Enfermagem. Unidade de queimados. Cuidados de enfermagem. ABSTRACT Burns are one of the most significant health problems in Brazil, besides physical damage that can lead to death, it can also cause psychological and social problems. This research aims to evaluate the team’s participation in the intervention nursing care to burn patients in order that such assistance reaches the customer’s pain relief, prevention of infections and severe physical and emotional sequels. This study aims to review the literature on the nursing care of burn patients and to describe types, classifications and causes of burns. We conducted a limited literature in the period from 2000 to 2010 in bibliographic sources appropriated to the development of research articles found in the database SCIELO and websites. Thus, this study aims to underpin the treatment of burn patients and give support to health care proposals and discussions with health professionals and services that meet this population. Descriptors: Burns. Nursing. Nursing and caring. Burned people. RESUMEN Submissão: 12.01.2011 Aprovação: 23.02.2011 74 Las quemaduras son uno de los problemas de salud más significativos en el Brasil, además de los daños físicos que pueden llevar a la muerte, puede acarrear también problemas de orden sicológica y social. Esta investigación pretende evaluar la participación de un equipo de enfermería en la intervención asistencial al paciente quemado, teniendo en vista que esa asistencia prestada logre alivio del dolor causado al cliente, la prevención de infecciones y de secuelas físicas y emocionales. El presente estudio tiene como objetivos hacer la revisión de literatura sobre la asistencia de enfermería a pacientes víctimas de quemaduras y describir tipos, clasificaciones y causas de las quemaduras. Fue realizada una revisión bibliográfica delimitada en el período de 2000 a 2010 en fuentes bibliográficas adecuadas al desarrollo de la investigación, consultadas en artículos del banco de datos del sitio SCIELO y otros en el internet. Siendo así, este estudio pretende mejorar el tratamiento de los pacientes quemados y provocar discusiones y propuestas asistenciales junto a los profesionales de salud y servicios que atiendan a la población. Descriptores: Quemaduras. Enfermería. Unidad de quemados. Cuidados de enfermería. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.2, p.74-78, Abr-Mai-Jun. 2011. Assistência de enfermagem a pacientes vítimas de queimaduras: uma revisão da literatura 1 INTRODUÇÃO A queimadura é uma lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica, elétrica e química. Sendo que a maioria são de pequena extensão autotratáveis, tendo também as lesões graves de maior extensão, as quais exigem tratamentos invasivos e de reabilitação (CARVALHO et al., 2008). Segundo Ferreira et al. (2003) as lesões resultantes de queimaduras podem ser descritas de acordo com a profundidade sendo classificada como de primeiro grau, quando as lesões celulares ocorrem apenas na epiderme, causando reação inflamatória e dor ao toque; de segundo grau, quando compromete a epiderme e camada superficial da derme, provocando a formação de flictenas; e de terceiro grau, quando acomete todas as camadas epidérmicas e dérmicas, apresentando-se esbranquiçada, com diminuição da elasticidade tecidual e ressecamento. Quanto ao tratamento de escolha deve-se levar em consideração além da profundidade a fase evolutiva da lesão. Os autores citados afirmam ainda que as queimaduras de primeiro grau evoluem mais rapidamente, regenerando-se em até cinco dias. As queimaduras de segundo grau são classificadas como superficial e profunda e sua evolução dependerá do grau de profundidade e da ocorrência de complicações. Assim como as de terceiro grau que também poderão evoluir mais lentamente a depender da presença ou não de complicações, como infecção ou qualquer processo de intervenção que necessite na assistência. Pereira et al. (2002) dissertam que pacientes vitimas de queimaduras merece atenção especial não só por sua real debilidade física e psicológica, mas também pelo seu grande potencial na aquisição de infecções hospitalares, já que além de apresentarem lesão, possuem condições favoráveis para a proliferação bacteriana. Daí a importância de se ter um controle eficaz das condutas a serem tomadas diante de uma queimadura. Diante desta complexidade e gravidade, exige-se competência, habilidade e conhecimentos atualizados para a assistência de enfermagem ao paciente queimado. O atendimento inicial ao portador de queimaduras é sempre feita em caráter emergencial começando imediatamente pelo tratamento das condições que colocam a vida do paciente em risco e em seguida a avaliação da área queimada. Para uma boa assistência de enfermagem os cuidados devem ser prestados nas 24 horas de serviço, visando reduzir as dores físicas e emocionais, medos e ansiedades participando de toda sua assistência, procedimentos técnicos e administrativos. Para isto a equipe de enfermagem deve ser portadora de um conhecimento global do processo fisiopatológico e da terapêutica a ser ministrada ao paciente queimado, para oferecer um atendimento primário adequado, seguindo com os demais cuidados durante todo o tratamento (CONCEIÇÃO et al., 2008). Para Pereira et al. (2003) os cuidados de enfermagem prestados a uma pessoa queimada podem ser divididos em três fases: fase de reanimação, fase aguda e de reabilitação. A fase de reanimação do tratamento acontece nas primeiras 48-72 horas do incidente, visando resolver os problemas imediatos provocados pela queimadura. A aguda começa logo após o final da fase de reanimação, prolongando-se até que todas as lesões estiverem cobertas, seja por enxertos ou por tecido de cicatrização. Já a fase de reabilitação do tratamento visa a restauração das funções das partes cicatrizadas e a assistência emocional que tanto o doente como a família necessitam. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.2, p.74-78, Abr-Mai-Jun. 2011. O impacto emocional de uma queimadura leva ao desenvolvimento de problemas psicológicos que afetam a vida da vítima e de sua família, podendo permanecer por tempos prolongados ou por toda sua vida. Conceição et al. (2008) afirmam que a internação em Unidade de Tratamento de Queimados – UTQ traz alterações principalmente psicológicas por causa da aparência e cicatrizes que nem sempre com cirurgia reparadora se desfazem, devendo os profissionais de enfermagem estar preparados para atuarem junto ao paciente e a sua família de forma a reduzir os efeitos e transtornos da longa internação. De acordo com Costa e Rossi (2003) é bastante complexa para a equipe de enfermagem a convivência com pacientes que permanecem internados por um longo período e que são sujeitos a procedimentos dolorosos. Rotineiramente, o paciente que sofreu queimaduras é submetido à higiene corporal, à limpeza da área atingida, a curativos e estimulado a realizar exercícios fisioterápicos e todos estes procedimentos geram dor. São os profissionais de enfermagem que presenciam a queixa de dor, avaliam a sua manifestação e agem com a finalidade de dar alívio ao paciente. 2 METODOLOGIA Este estudo trata-se de um levantamento bibliográfico sobre a assistência de enfermagem a pacientes vítimas de queimaduras. De acordo Marconi e Lakatos (2003) é um levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita sobre determinado tema. Este tipo de pesquisa compreende oito fases distintas: escolha do tema, elaboração do plano de trabalho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise e interpretação e por último a redação. Segundo Gil (2009) o desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica varia em função de seus objetivos, ou seja, como os demais tipos de pesquisas, esta é norteada pelos seus objetivos procurando dar conta, através da literatura pesquisada e, posteriormente analisada, de respostas que venham a contribuir com a realidade da problemática enfocada. Para atingir os objetivos propostos foi realizado uma busca no Banco de dados SCIELO, acervo da Faculdade NOVAFAPI, bem como em livros e sites da internet para complementar a bibliografia. Foram utilizados publicações do período 2000 a 2010 utilizando palavras-chaves como: queimaduras, enfermagem, unidade de queimados e cuidados de enfermagem. 3 RESULTADOS Dos 10 artigos selecionados, quatro abordam os tipos, classificações e causas das queimaduras, os demais artigos discorrem sobre a assistência de enfermagem prestada a pacientes queimados. Quanto ao ano de publicação, foram utilizados artigos compreendidos entre os anos de 2000 a 2010 (Tabela 1). Para Varela et al. (2009), a queimadura é problema grave, representando um dos maiores desafios dos cuidados de saúde, ocorrendo na maioria das vezes de forma grave necessitando de longos períodos de internação hospitalar. Sendo a gravidade de uma queimadura mensurada pela extensão da superfície corpórea queimada (SCQ) e pela sua profundidade, além de outros aspectos como o agente causador, o período evolutivo e complicações durante o tratamento. 75 Matos, C. M.; Andrade, F. C. B.; Madeira, Z. A. M. Tabela 1: Artigos selecionados segundo revista e ano de publicação Segundo Piccolo et al.(2002) a internação hospital está indicada para pacientes vítimas de queimaduras que apresentem lesões de 3° grau que atingem mais de 2% de superfície corporal na criança e mais de 5% de superfície corporal no adulto; lesões de 2° grau que atingem área superior a 10% na criança e superior a 15% no adulto; queimaduras de face, pé, mão ou pescoço; queimaduras de região perineal ou genitália; queimaduras por descarga elétrica; intoxicações por fumaça ou lesões das vias aéreas. A internação na unidade de terapia intensiva (UTI) fica indicada nos casos de pacientes na com áreas queimadas acima de 30% da superfície corporal no adulto e acima de 20% na criança menor de 12 anos. Tabela 3: Regra dos noves (Wallace), para cálculo da superfície queimada em crianças até 10 anos de idade Fonte: Trabalhos sobre queimaduras publicados no período de 2000 a 2010, disponíveis no banco de dados SCIELO As queimaduras são classificadas de acordo com o agente causador, a extensão da superfície corpórea queimada e a profundidade ou grau. Os agentes causadores podem ser agrupados em: agentes químicos (queimaduras causadas por álcali, ácidos, álcool, etc), agentes físicos (queimaduras causadas por agentes inflamáveis, líquidos quentes, chama direta, corrente elétrica, radiação solar, nucleares,etc) e agentes biológicos (por exemplo, água-viva, urtiga, etc). Quanto a extensão da superfície corpórea queimada (SCQ) classifica-se em leve ou pequeno queimado, em que menos de 15% da superfície corporal é atingida; médio ou médio queimado, entre 15 e menos de 40% da pele coberta; e grave ou grande queimado, que representa mais de 40% do corpo queimado (SILVA et al., 2008). Segundo ainda as autoras citadas acima as queimaduras podem ainda ser classificadas quanto à profundidade ou grau, sendo agrupadas nas seguintes categorias: primeiro grau ou queimadura superficial que afetam apenas a epiderme e caracterizam-se por uma reação eritematosa na pele; segundo grau ou queimadura superficial de espessura parcial que envolve toda a epiderme e parte da derme, com formação de bolhas e edema da área queimada; terceiro grau ou queimadura de espessura integral que atingem toda a epiderme, derme e tecidos profundos, surgindo a cor preta, devido a carbonização dos tecidos. Casos ocorrem em que a queimadura, além da derme e epiderme, atinge o fáscia, músculos, tendões, articulações, ossos, cavidades, são gravíssimas e recebem denominação de 4º grau. Para uma avaliação mais precisa da área total da superfície queimada, o método mais aceito e empregado é a regra dos noves de Wallace (Tabela 2), em que a superfície corporal é dividida em múltiplos de nove, sendo que esse método deve ser ajustado para crianças menores de 10 anos (Tabela 3) (VALE, 2005). A percentagem da área corporal queimada, assim como a profundidade, sexo e faixa etária são fatores indicativos de gravidade das lesões. Tabela 2: Regra dos Noves de Wallace para adultos e crianças a partir de 10 anos de idade Fonte: Trabalhos sobre atendimento a queimaduras publicados no período de 2000 a 2010, disponíveis no banco de dados SCIELO. 76 Fonte: Trabalhos sobre atendimento a queimaduras publicados no período de 2000 a 2010, disponíveis no banco de dados SCIELO. Santana et al. (2008) afirmam que tanto o enfermeiro como toda a equipe que prestar assistência a pacientes queimados são responsáveis pela identificação de todas as alterações físicas e psicológicas que possam ocorrer, com o objetivo de reduzir possíveis situações que levem a piora do quadro clínico ou até mesmo óbito desses pacientes. Estes profissionais também são responsáveis pela avaliação diária do doente por meio do exame físico, avaliação da tolerância física e emocional, realização da balneoterapia e curativos tópicos, além da avaliação e cuidado com a dor física e psicológica do paciente queimado. Conforme o Projeto de Diretrizes da Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM) o primeiro atendimento ao paciente queimado deve ser feito por meio da avaliação primária com observância das via aéreas superiores que são bastante susceptíveis a queimaduras e atentar para suspeitas de lesão inalatória; a avaliação da mecânica respiratória e das trocas gasosas devem ser feitas de forma rápida e precisa; fazer controle de hemorragias e reposição volêmica; realizar avaliação do estado neurológico do paciente; e remoção das vestes queimadas. A realização de curativos das áreas queimadas requer técnica estéril e pode ser desenvolvida no leito do paciente, na sala de curativo, na sala de balneoterapia ou no centro cirúrgico, sendo feito sob ação de analgésicos, sedativos ou anestesias (PICCOLO et al., 2002). Para Carreiro (2008) a balneoterapia é o tratamento das doenças por meio de banhos, que consiste na limpeza mecânica, com fricção manual sobre os locais atingidos pela queimadura, utilizando técnicas assépticas para o controle de infecções. Para a realização deste procedimento o paciente deve estar sob efeito de sedação e anestesia, a fim de minimizar a dor no momento da manipulação dos curativos durante o banho. O paciente vítima de queimadura está sujeito a enfrentar dores intensas durante a realização de atividades específicas tais como debridamentos, banho e limpeza das lesões, troca de curativos e procedimentos fisioterápicos. O grau e duração da dor dependem da extensão e localização da queimadura, nível de ansiedade e da tolerância à dor. Dessa forma, o enfermeiro deve estar preparado para lidar com a dor do outro e com o fato de que os procedimentos de enfermagem ao serem executados podem potencializar a dor (ROSSI et al., 2000). Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.2, p.74-78, Abr-Mai-Jun. 2011. Assistência de enfermagem a pacientes vítimas de queimaduras: uma revisão da literatura Os autores citados afirmam ainda que os profissionais de enfermagem por estarem em contato permanente com os pacientes participam mais ativamente dos processos que envolvem a dor na unidade de queimados, seja como agentes potencializadores, com a realização de procedimentos que desencadeiam a dor, seja como agente que auxiliam no alívio da dor. De acordo com Costa e Rossi (2003) os procedimentos realizados nos pacientes vítimas de queimaduras são altamente dolorosos provocando reações tanto nos nesses como em toda a equipe. As reações do doente são manifestações de dor, desencadeando também reações nos profissionais, que muitas vezes laçam mão de recursos para enfrentar tal situação, como ser firme com o paciente para conseguir realizar o procedimento de forma correta. A atividade de enfermagem em uma unidade de queimados pode ser considerada um trabalho prazeroso frente à possibilidade de aprender ou um trabalho composto de desgaste físico, mental e emocional. O maior causador de estresse na equipe de enfermagem atuante nestas unidades é o convívio com as queixas constantes de dor da clientela, manifestadas através altos e intensos gritos, assim como alucinações e delírios devido às medicações sedativas (ARAÚJO; COELHO, 2010). Segundo as autoras supracitadas a convivência com o cliente queimado, presenciando diariamente o seu esforço de luta pela vida, estimula a ocorrência de desgastes emocionais na equipe, representados por sentimentos de compaixão, medo, dúvida, decepção, tristeza e preocupação, sendo todo esse sofrimento suprimido, procurando passar autoconfiança para o paciente durante o cuidado. Apesar do sofrimento relacionado à atividade desenvolvida na unidade de queimados, também é percebida a alegria pela alta dos clientes, que reflete o êxito do empenho da equipe em desenvolver um cuidado de enfermagem efetivo. Portanto o compromisso maior da equipe de uma unidade de tratamento de queimados é promover a melhoria da qualidade de vida dos pacientes vítimas de queimaduras, o que constitui uma árdua tarefa, tendo a dedicação e a perseverança na assistência prestada como os maiores atributos dessa equipe. Para tanto, se faz necessário procurar entender o paciente enquanto pessoa com necessidades e dificuldades decorrentes de uma situação traumática. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, Teresina. v.4, n.2, p.74-78, Abr-Mai-Jun. 2011. 4 CONCLUSÃO De acordo com o levantamento cientifico das 10 produções cientificas analisada, considerando o intervalo de tempo de dez anos, pôde-se perceber que as queimaduras são um dos problemas de saúde mais significativos no Brasil, apresentando como causas mais freqüentes líquidos superaquecidos em idosos, escaldadura em crianças até 3 anos de idade, desta idade até a adolescência o agente causador mais comum é a chama direta, e nos adolescentes o que mais ocorrem são acidentes com líquidos inflamáveis, como por exemplo, o álcool. Ressalta-se que a determinação da área corporal atingida pela queimadura pode ser feita por meio da “regra dos noves”, que é o método mais rápido, utilizado nos casos de emergência, para calcular a profundidade e o grau da área queimada. O resultado dessa análise da superfície corporal atingida pelo fogo será de grande importância tanto para o prognóstico como para o tratamento do paciente. Os danos físicos que podem levar a morte, causados pela queimadura, pode acarretar também problemas de ordem psicológica e social, daí a necessidade de uma atenção voltada para a melhoria da qualidade de vida do paciente durante sua reintegração na sociedade. A prestação de cuidados de enfermagem é essencial na recuperação e reabilitação do paciente, além de minimizar as possíveis seqüelas que o mesmo possa adquirir. O enfermeiro é o responsável direto por aliviar a dor do paciente queimado, uma vez este passa a conviver diariamente com o doente presenciando todas suas queixas nos momentos de procedimentos dolorosos. Apesar do estresse sofrido pela exaustão do trabalho, estes profissionais procuram desempenhar suas atividades de forma eficaz visando aumentar a sobrevida e melhorar as condições de reabilitação do paciente. Nota-se a importância da realização de pesquisas a cerca desse tema como forma de aprimoramento para as equipes de enfermagem que atuam em centros especializados para queimados, com o intuito de melhorar a qualidade da assistência prestada e consequentemente o prognostico do paciente assistido. 77 Matos, C. M.; Andrade, F. C. B.; Madeira, Z. A. M. REFERÊNCIAS ARAÚJO, S. T. C.; COELHO, J. A. B. Desgaste da equipe de enfermagem no centro de tratamento de queimados. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v.23, n.1, 2010. maduras na perspectiva do controle de infecção: um estudo de caso. Rev Eletr Enferm., v. 4, n. 1, p. 40 – 50, 2002. Disponível em: < http://www. revistas.ufg.br/index.php/fen> Acessado em: 10/03/2010. CARREIRO, F. A. Considerações de enfermagem sobre a balneoterapia no cuidado ao queimado. Revista electrónica cuatrimestral de Enfermería (on-line), n.12, Fev. 2008. Disponível em: < http://revistas. um.es/eglobal/article/viewFile/1051/1081> Acessado em: 29/05/2010. 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