Evoluçao e Estrutura Estelar I (cap. 11) AGA215 Elisabete M. de Gouveia Dal Pino • Astronomy: A Beginner’s Guide to the Universe, E. Chaisson & S. McMillan (Caps. 11) • Introductory Astronomy & Astrophysics, M. Zeilek, S. A. Gregory & E. v. P. Smith (Cap. 16) • Apostila, J. Gregorio-Hetem, V. Jatenco-Pereira, C. Mendes de Oliveira (www.iag.usp.br/dalpino/aga215 • Agradecimentos Jane Gregorio-Hetem Formaçao de Estrelas Nuvens de gas e poeira em 1 galaxia: berçarios de estrelas Nebulosa Trífide M20, na constelação de Sagitário, a 9000 anos-luz de distância, exemplo de um berçário de estrelas . Formaçao de Estrelas À esquerda nuvem interestelar de gás e poeira, chamada Barnard 86. No lado direito aparece o aglomerado estelar jovem NGC6520. Como nasce uma estrela? • Quando nuvem densa, fria de gas e poeira: começa a colapsar – nuvem se esquenta e eventualmente seu nucleo muito denso e quente o bastante para iniciar reaçoes nucleares – contraçao pára – nasce uma estrela SP Formação de Estrelas • Em linhas gerais, veremos processo basico para formaçao de estrelas: fragmentação e contracao de uma nuvem • Porem, em geral: as nuvens interestelares não parecem estar sofrendo processos de fragmentação • Por outro lado estão sujeitas a perturbações: supernovas (explosões); colisões entre nuvens ondas de pressao de estrelas quentes O Condicoes de uma nuvem • Em geral: densidade da nuvem tao baixa que pressao interna do gas (movimento randomico das particulas) impede agregaçao gravitacional • Flutuaçoes de densidade tendem a dispersar-se pela açao do calor (P) que causa movimento randomico: Colisoes randomicas concentracao dispersao Condicoes para o Colapso Gravitacional Por que uma nuvem começa a colapsar? • Considere (caso ideal): nuvem de baixa densidade; temperatura uniforme, equilíbrio hidrostático. • Uma perturbação aleatória produz uma região de maior densidade ação gravitacional e pressão aumentam. Equilibrio Hidrostatico ? • Se houver uma > concentraçao de gas: > densidade FG entre atomos fica maior • Nuvem interestelar: esta em equilibrio hidrostatico se: Gravidade = força devido a pressao do gas • FG = Fpressao As forças por volume: -GM = ΔP = Ps – Pc -Pc R2 Δr R–0 R Gas ideal: Pc = GM R P = kB T mH Dominado por c: M = kBT R G mH Colapso Gravitacional Se gravidade passa a dominar: inicia-se o colapso • Isso ocorre quando nuvem suficientemente densa e fria: torna-se gravitacionalmente instavel • Nuvem sofre perturbacao (ex.: onda de pressao externa causada quando estrela O ioniza os arredores, ou onda de choque causada por uma estrela que explode em supernova) • Perturbacao: comprime nuvem e esta esquenta e resfria: P abaixa : FG > Fpressao M > kBT R G mH Como M R3 : R > [kBT ]1/2 [G mH]1/2 Condicao sobre o Raio da nuvem para que fique gravitacionalmente instavel e colapse Condiçao para o colapso Gravitacional Calculos mais precisos (por Jeans 1902): RJ = 1 2 [ kBT ]1/2 RJ= 6 x 107 (T/ )1/2 cm [G mH]1/2 Onde T : [k] e : [g/cm3] Ex.: Seja nuvem com: T = 10 K e n= 103 cm-3 , = 0,5 (peso molecular): • Como = n mH • D = 2 RJ = 1019 cm = 1014 km 2 Condicao sobre o Raio da nuvem para que fique gravitacionalmente instavel e colapse Colapso Gravitacional: RJ • Condições de instabilidade gravitacional para uma dada nuvem ou região de uma nuvem: Volume (esférico por simplicidade); V, M, R Massa (contida em V); Raio de Jeans para o colapso: • Em termos da massa da nuvem (M): é facil demonstrar que RJ é dado por: RJ kB/mH GM 3T Colapso Gravitacional: massa de Jeans: MJ lembrando que 4 M 3 4 3 M R 3 3 GM 3T 3 G M 2 4 3 T 3 e RJ GM 3T 3M 3 G M 4 3T 3 MJ 4 1 2 3T G 3 2 3 Formação de Estrelas Teoria: um dos grandes desafios da Astrofísica. ??? Colapso e fragmento de nuvem estrela. • Uma vez iniciado o colapso: nuvem fragmentase em nuvens menores Processos de Colapso e Fragmentação T e densidade da nuvem definem uma massa mínima MJ : M,R • Se M > MJ ocorre colapso outra MJ . • Se M < MJ nuvem estável. M J 1,4x 10 10 T 3 2 3 2 1 2 M Massa minima para nuvem colapsar Seja uma nuvem com T=100K, ~ 1, n ~ 1cm-3 ~ 10-24 g cm-3 Se M> MJ ~ 105 M colapso pode continuar. aglomerado estelar Por outro lado, seja T=50K, ~ 1 e n ~ 106 cm-3 Se M> MJ ~ 40 M uma única estrela se forma. Processos de Colapso e Fragmentação Fragmentacao segue-se naturalmente Dezenas, centenas de milhares de fragmentos Cada fragmento resultante: colapsa em uma estrela Fragmentacao cessa quando: densidade do fragmento tao alta que radiacao nao escapa: T cresce P cresce e fragmentacao PARA mas contracao do fragmento continua formar estrela Ilustração esquemática da fragmentação hierárquica de uma nuvem de gás M > MJ M’J > MJ M > M’J D. Prialnik (2000) M3 > M’J Processos de Colapso e Fragmentação Um fragmento destinado a formar uma estrela como o SOL: M = 1 a 2 massas solares R= 106 raios solares Estagio 12 -3 nc= 10 m Ts = 10 K (similar a da nuvem mae) Tc = 100 K 2 Estágios da formação estelar Estágios da formação estelar Apos poucos 106 anos: Estagio 3: Ts = 3000 K Tc = 106 K nc = 1024 m-3 Regiao central do fragmento: PROTOESTRELA densa e opaca Partes externas irradiam: L = T4 4 R2 L = 100 – 1000 Lsol densidade central segue crescendo parte externa: fotosfera em volta do esferoide central R(protoestrela) = 100 – 20 Rsol Etapas da Formação Protoestelar Pilares Gasosos (Nebulosa da Águia) Pleiades. Imagem de um disco ao redor da estrela Beta Pictoris (a luz da estrela foi bloqueada para que apenas o disco aparecesse). Extensão do disco ~ 1000 UA. Evidências de discos protoestelares Poeira + gas ao redor da protoestrela: invisivel no optico pois graos de poeira absorvem radiacao da estrela e reemitem em λs mais frios (IV) Nuvens interestelares (frias) Acréscimo de massa da nuvem mae Energia gravitacional gera E_térmica flutuações de densidade condensações de gás e poeira fragmento autogravitante Colapso gravitacional T, Gás opaco à própria radiação Embrião de estrela (protoestrela) Evolução Estelar Mudanças nos parâmetros estelares R, T, M Evolução de uma Protoestrela • Após alguns milhoes de anos de contração: T ~ 2000 a 3000K protoestrela ainda grande e brilhante 1M 20 x diâmetro e 100 x mais brilhante que o Sol • Trajetória evolutiva das protoestrelas começa na região das gigantes vermelhas no Diagrama H-R. Pois são grandes e vermelhas Trajetoria Evolutiva da Protoestrela no Diagrama HR Protoestrela (fase 4): comeca no ramo das gigantes vermelhas Depois disso: move-se para baixo (L <s) e para esquerda (T>s) : isso se deve à contracao TeR Cada vez mais: P : e trabalha contra a gravidade desacelerando contracao Calor do nucleo da estrela: difunde para a superficie fria: onde é irradiado Quando menos energia è irradiada (L<): contracao diminui (fase 5): atividade violenta com liberacao de ventos e jatos Evidencias de discos, jatos e ventos em estrelas Pré-SP Estrelas Pré-SP T-Tauri: ~ 1 massa solar: ejeção de matéria em forma de jatos Trajetoria Evolutiva da Protoestrela no Diagrama HR 107 anos depois (fase 6): protoestrela torna-se estrela: Pre-Sequencia Principal M= 1 M sol R = 106 km Tc 107 K Ts= 4500 K Suficiente para iniciar reacoes nucleares: 4H He Trajetoria Evolutiva da Protoestrela no Diagrama HR 30 x 106 anos depois: estrela contrai mais um pouco (ajuste fino) (fase 7): nc = 1032 m-3 Tc = 15 x 106 K Ts = 6000 K Equilibrio Hidrostatico: FG = FPressao Entra na SP Taxa de geracao de energia no nucleo = taxa de energia irradiada ns superficie (L) Estrela como o SOL: leva ao todo 4050 x 106 anos para chegar na SP NASCE UMA ESTRELA ! Gravidade > Forças de Pressão: COLAPSO & fragmentação Estrelas de outras massas Trajetoria evolutiva depende da massa da protoestrela: • Trajetoria que acabamos de ver: vale para estrela de M= 1 Msol – dezenas de 106 anos para chegar na SP • Protoestrela de M=15 Msol: apenas 10.000 anos para chegar na SP • Protoestrelas com M 0,08 Msol: nunca desenvolve Pc e Tc altos o bastante para virar estrelas – semelhantes a planetas (Jupiter) : anas marrons • Protoestrelas com M ≥ 100 Msol: desenvolvem altas Ts tao rapido que pressao da radiacao rapidamente encerra o colapso gravitacional: chega rapido na SP Trajetórias evolutivas préseqüência principal (PSP): para estrelas de diferentes massas a protoestrela caminha p/ esquerda (T) e p/ baixo (L). ^ Trajetórias evolutivas pré-seqüência principal (PSP) Note que a SP - NAO é trajetoria evolutiva: estrelas NÃO evoluem ao longo da SP SP: onde a estrela fica > parte de sua vida Por ex.: uma estrela que chega na SP como uma estrela G jamais podera transformar-se em uma estrela O ou B na SP, ou descer para tornar-se uma ana-vermelha tipo M ^ Exemplos de estrelas na pré-seqüência principal O Sol na sua juventude T Tauri 1-2 M tipo espectral F a M Ts = 3000 a 7000 K Ae/Be de Herbig Acrecao de materia da nuvem progenitora em forma de disco ~2-8 M semelhantes às T T mais quentes Ejecao de materia em jatos e ventos Grande variabilidade de brilho no IV e UV Associações OB • As estrelas mais massivas (>> Msol) ficam pouco na préseqüência principal. • Tipo O e B são as mais quentes e luminosas; com forte emissão ultra-violeta. • Grupos destas s formam as chamadas Associações OB. Formação de estrelas na galáxia M33. Centenas de estrelas massivas no interior de NGC604 produzem fortes ventos formando uma cavidade no interior da nebulosa. Sequencia Principal • Quando estrela chega na SP do diagrama HR: fase de vida madura: queima 4 H He fase duradoura e estavel: equilibrio hidrostatico R, L Ts: constantes Tempo de vida na Seqüência Principal Quanto maior a massa: • Temperatura interior aumenta rapidamente. • Alta luminosidade superficial • Consumo de “combustível” com maior eficiência. Menor tempo de vida Relação Massa/Luminosidade Vimos que: L M L M • ~ 3 (altas M & L) • ~ 4 (~ M & L) • ~ 2 (baixas M & L) • O tempo de vida na SP depende da massa e da taxa de producao de energia da estrela dE/dt (=luminosidade). M* t* L* • Usando a relação M-L M* M* M M t* 3, 3 t L* M* L M L M L M 3, 3 t* M * t M 2 , 3 O término do H no interior do caroço estelar (saída da seqüência principal) depende da massa da estrela: para M* temos t* Ex: estrelas O,B t* ~ dezenas de milhões de anos p/ M* t* Ex: anãs vermelhas t* ~ trilhões de anos Estágios Finais determinados pela massa • M ~1 M : gigante vermelha nebulosa planetária Anã branca • M >8 M : explosão de supernova Estrela de Nêutrons; Pulsar • M >>1 M : explosão mais violenta Buraco Negro Aglomerados Estelares • No aglomerado: – Todas formaram-se ao mesmo tempo de 1 mesma nuvem – todas estrelas à mesma distancia diagrama HR pode ser construido apenas com magnitudes aparentes (V) e indices de cor (B-V) das estrelas Agl. Pleiades: Jovem Agl. Omega Cen: Velho Aglomerado aberto (jovem) Plêiades Aglomerado aberto (jovem) • Estrelas em toda SP • As estrelas azuis O (alto, esquerda do diagrama HR): ainda jovens pois entram na SP rapidamente e vivem nesta apenas dezenas de milhoes de anos • Como todas as estrelas formaram-se ao mesmo tempo: estimar idade do aglomerado: 20 milhoes de anos (vida das estrelas O na SP) Plêiades Aglomerado globular (velho) Ômega Centauro: Aglomerado globular (velho) • Aglomerado esferico: centenas de milhares de estrelas (ate milhoes de estrelas em alguns casos) • D = 50 pc • Distancia d = 5000 pc • Falta de estrelas O e B (ja morreram) • Aglomerados globulares nao contem na SP estrelas com M> 0,8 Msol: Idade 10 bilhoes de anos Estrelas mais velhas de nossa Galaxia Ômega Centauro: Modelo para a Evolução de um aglomerado estelar