UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI – UFSJ INSTITUÍDA PELA LEI NO 10.425, DE 19/04/2002 – D.O.U. DE 22/04/2002 PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PROEN COORDENADORIA DE FILOSOFIA - COFIL CURSO: FILOSOFIA Turno: INFORMAÇÕES BÁSICAS Currículo Unidade Acadêmica Unidade curricular Filosofia e Morte Carga Horária Período Código CONTAC Teórica Natureza Prática Tipo / Habilitação Licenciatura/bacharelado Total Prerrequisito Correquisito EMENTA A presente disciplina se propõe a discutir as dimensões pedagógicas e filosóficas da morte e dos processos do morrer.Concebendo a proximidade com a morte como uma possibilidade de vivência de um estado alterado de consciência, torna-se necessário prepararmos-nos tanto quanto possível para este momento, tendo-se em mente que, para Platão, “ filosofar é aprender a morrer. OBJETIVOS ) Familiarizar os alunos do curso de Filosofia com a leitura de textos que traduzem inusitadas possibilidades não formais de educação, como o aprendizado em viagem e/ou pelo risco. 2) Possibilitar ao mesmo alunado uma chance de reflexão aberta sobre a finitude da vida discutindo-se ao mesmo tempo a viabilidade de se pensar uma educação para a morte. 3) Contribuir para o diálogo interdisciplinar entre as áreas da Saúde, Educação e da Filosofia. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO A Morte na Filosofia: sua centralidade - O “ Fedon: diálogo sobre a alma e a morte de Sócrates”. - O inconsciente na Filosofia: viagem e aprendizado. II) Da natureza do Aprendizado em Viagem - Sua dimensão informal, ou não escolar ( Freyre e Wallace). - A informalidade enquanto “autocura” ou “pedagogia de si mesmo” (Cabeza de Vaca, Staden, Piñeda y Bascuñam). III) O Viajante enquanto um converso - Halfed e o aprendizado da mineiridade, entre os rios das Velhas e o São Francisco (Pedro Nava). - A travessia fluvial ou marítima como lugar do risco e espaço privilegiado da aprendizagem (Michel Serres). - A “Terceira Margem” em Serres, Guimarães Rosa, Conrad e no “Bhagavad-Gita”. IV) Os dois Planos da Jornada - ““Viagem interior e exterior: o “percurso da Montaria” (Lisboa), o “Astral e os Paus” (Polari). - Os lugares de poder: intersecção dos dois planos (Tanatos e Moksha segundo Burton); o “ponto” de Castañeda, a experiência do aprendizado (a Calvalgaa de Nava, a trilha de Kerouac, as imagens arquetipais). V) O Discipulado da morte - O significado etimológico do vacábulo “experiência” (Serres): lançar-se para fora e arriscar - se a morrer. -A faxineira de Kübler-Rose e o surdo-mudo de Wallace: professores surgindo na proximidade da morte. - Aprendendo não a temer, mas a utilizar a morte (Castañeda): A “misteriosa felicidade que brota das condições adversas” (Shackleton). - Instinto, Sonho e Vida Anímica: a “Adumbratio” de Jung (Freud e Koch-Grünberg), a montanha e a última dança do guerreiro (o cabo, o Roraima e a Geórgia do sul) CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Pequenas dissertações sobre os temas estudados. 2-Resumos, sínteses e verificações escritas de aprendizagem. 3-Apreciação de seminários de pesquisas. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ARIES, Philippe. História da morte no Ocidente. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1977. 2)ATTAR, Farid Uddin. A conferência dos Pássaros. São Paulo: Edições do Círculo do livro, 1991. 3)BECKER, Ernest. A negação da morte. Rio de Janeiro e São Paulo: ed. Record. 3ª edição, 2007. 4)BERGIER, Jacques e PAUWELS, Louis. O Despertar dos Mágicos: introdução ao realismo fantástico.Ed. Difel, 20ª edição. 5)BOWKER, John. Os sentidos da morte. São Paulo: Ed. Paulus, 1995. 6)BURYN, Ed. Vagabonding in América. Nevada City: Paperback, 1976. 7)CAPRA, Frijof. O Tao da Física: um paralelo entre a física moderna e o misticismo oriental. São Paulo: Ed. Cultrix. 8)CASSORLA, Roosevelt M. S. (coord.). Da Morte: Estudos Brasileiros. Campinas: Ed. Pappirus, 1991. 9)CASTAÑEDA, Carlos. A erva do diabo. São Paulo: Círculo do livro. 3ª ed., 1975. 10)CASTAÑEDA, Carlos. Viagem a Ixtlan. Ed. Record, 4ª ed. 11)CONRAD, Joseph. Juventude. Porto Alegre: Ed. LPM, 2006. 12)EVANS-WENTZ, W.Y. (org.).O livro Tibetano dos Mortos. São Paulo: Ed. Pensamento, 2005. 13)GOULART, Eugênio Marcos de Andrade (org.) Navegando o Rio das Velhas das Minas aos Gerais. Belo Horizonte: Editora da UFMG / Projeto Manuelzão, 2005. 14)GUEDES, Wanda Gurgel, TORRES, Ruth da Costa e TORRES, Wilma da costa (org.). A Psicologia e a Morte. Rio de Janeiro: Ed. Da Fundação Getúlio Vargas, 1983. 15)HAGEN, Victor Wolfgang von.A América do sul os chamava: expedições dos grandes naturalistas ( La Condamine, Humboldt, Dawin, Spruce).São Paulo: Edições Melhoramentos. 16)HERRIGEL, Eugen. A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen. São Paulo: Ed. Pensamento. 17)INCONTRI, Dora e SANTOS, Franklin Santana ( org.). A arte de morrer: visões plurais. Bragança Paulista: Ed. Comenius, 2007. 18)JUNG, Carl Gustav. O homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 5ª ed. 19)KAPLEAL, Pliliip. A Roda da vida e da morte: guia prático e Espiritual. São Paulo: Ed. Cultirx, 1997. 20)KOCH-GRÜNBERG, Theodor. Do Roraima ao orinoco.Vol.1.São Paulo: Ed.da UNESP,2006 21)KOVACS, Maria Júlia. Educação para a morte: Desafio na formação dos profissionais de saúde e educação. São Paulo: FAESP/Casa do Psicólogo, 1ª ed., 2004. 22)KÜBLER-ROSS, Elizabeth. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Edart, 1969. 23)LEARY, Timothy. Flashbacs:LSD,a experiência abalou o sistema. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1989. 24)MARTIUS, Karl Friedrich Philippvone SPIX, johannes Baptiste von. Viagem pelo Brasil.3 vols.Belo Horizonte e São Paulo:USP/ Itatiaia. 25)NAVA, Pedro. Baú de Ossos. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira. 26)OLIVEIRA, Wanderley Cardoso de e SANTOS, Maria Emanuela Esteves dos. A Educação como Mestiçagem em Michel Serres. In: OLIVEIRA, Wanderley, PEREIRA, Lúcia Helena (orgs.). Práticas Pedagógicas: Discursos e produção dos Saberes. Rio de Janeiro: Ed. Papirus, 2007, capítulo 5, págs. 119 – 148. 27) PLATÃO. “O Fédon: Diálogo sobre a alma e a morte de Sócrates. SP: Editora MartinClaret, 2006. ) RICE, Edward. Sir Francis Burton. São Paulo: Cia. 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