UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS ap r Ob CURSO DE GEOLOGIA Roteiro Geológico do Caminhos de Darwin na Serra da Tiririca aC ar Diogo Fortes Silva on su Orientadora: Kátia Leite Mansur Co-orientador: Lúcio Carramillo Caetano lta Seropédica 11/2009 r Ob UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS ap CURSO DE GEOLOGIA aC ar Roteiro Geológico do Caminhos de Darwin na Serra da Tiririca on Diogo Fortes Silva su Orientadora: Kátia Leite Mansur lta Co-orientador: Lúcio Carramillo Caetano Monografia apresentada ao Curso de Geologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos para obtenção do título de Geólogo. aC ar ap r Ob “A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os minerais, as montanhas e os oceanos. Proteja esta obra-prima! ” lta su on Projeto Caminhos Geológicos DRM-RJ AGRADECIMENTOS r Ob Este trabalho foi realizado com o apoio e a ajuda de várias pessoas, algumas das quais merecem especial destaque e a quem quero expressar a minha gratidão. Meu primeiro agradecimento é para Kátia Leite Mansur pelo estímulo, a confiança, exagerada, e ap por fim, a paciência. Os erros aqui cometidos são todos meus. Os que não estão mais aqui, foi por sua paciência, tenacidade e profissionalismo na correção destas páginas. Ao Professor Lúcio Carramillo Caetano pela confiança e apoio. À Minha namorada Claudia, pela grande ajuda, apoio e paciência. aC ar À Cinthia e Felipe pelos ensinamentos e paciência. Meu irmão Thiago, pela ajuda e apoio. Ao Vitor Manuel Nascimento pelos ensinamentos e paciência. Ao Cristiano Carvalho pela sua ajuda sempre presente. Ao DRM-RJ pelo material concedido e pela disponibilidade de todos que cooperaram com este trabalho. Aos amigos que contribuíram de alguma forma, Ricardo, Henrique, Thalles, Umberto, Marcel, on Tiago, Cévio, Diego. Dedico este trabalho a minha família, que sempre me apoiou. lta su RESUMO Silva, D. F. 2009. Roteiro Geológico dos Caminhos de Darwin na Serra da Tiririca. Caminho de Darwin é como vem sendo chamada uma estrada de terra de 2,4 km que passa pelo Parque r Ob Estadual Serra da Tiririca e que liga Niterói a Maricá. Vários naturalistas passaram por essa estrada, principalmente no século 19, entre eles Charles Darwin, um dos maiores cientistas de todos os tempos, passou e pernoitou na fazenda de Itaocaia em Maricá em 8 de abril de 1832, quando iniciou uma excursão pelo interior fluminense. O projeto Caminhos de Darwin, vem resgatando este roteiro com o objetivo de transformá-lo num itinerário turístico-científico-educacional-cultural- Com isto pretende estimular as ap economias locais e proporcionar um resgate da história e da auto-estima da população das 12 localidades citadas no diário do naturalista. Neste trabalho é proposto um roteiro geológico que tem como objetivo a divulgação do patrimônio geológico associado à história da ciência no Parque Estadual da Serra da Tiririca pela descrição de 11 pontos ao longo da estrada, desde o Engenho do Mato, em Niterói, até a Fazenda aC ar Itaocaia. Palavas-chave: Caminho de Darwin, Projeto Caminhos de Darwin, Charles Darwin, roteiro geológico, divulgação cientifica, patrimônio geológico e História da Ciência . lta su on INDICE 01 2. LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO........................................................................................ 03 3. OBJETIVO....................................................................................................................................... 05 4. METODOLOGIA............................................................................................................................ 06 5. CONCEITOS BÁSICOS................................................................................................................. 08 5.1 Patrimônio Geológico................................................................................................................ 08 5.2 Geodiversidade.......................................................................................................................... 09 5.3 Geoconservação......................................................................................................................... 09 5.4 Geoturismo................................................................................................................................ 10 6 NATURALISTAS NO BRASIL...................................................................................................... 11 7. CHARLES DARWIN...................................................................................................................... 13 7.1 Pesquisa revolucionária............................................................................................................. 13 7.2 O pensamento geológico da época............................................................................................ 13 7.3 Charles Robert Darwin.............................................................................................................. 14 7.4 Viagem do Navio Beagle (Hms) - His / Her Majesty Ship...................................................... aC ar 15 7.5 Darwin no Brasil........................................................................................................................ 17 7.6 Darwin no Rio de Janeiro.......................................................................................................... 17 7.7 Darwin na Serra da Tiririca....................................................................................................... 18 8. O PARQUE ESTADUAL SERRA DA TIRIRICA....................................................................... 20 9. ASPECTOS FISIOGRAFICOS...................................................................................................... 21 9.1 Relevo........................................................................................................................................ 21 9.2 Clima......................................................................................................................................... 21 9.3 Flora........................................................................................................................................... 21 9.4 Fauna......................................................................................................................................... 22 ap r Ob 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................ su on 22 9.6 Geomorfologia........................................................................................................................... 23 9.7 Hidrografia................................................................................................................................ 24 10. GEOLOGIA................................................................................................................................... 25 10.1 Geologia Regional................................................................................................................... 25 10.2 Terreno Oriental...................................................................................................................... 27 10.2.1 Klippe Paraíba do Sul................................................................................................. 27 10.2.2 Arco Magmático Rio Negro....................................................................................... 28 10.2.2.1 Complexo Rio Negro..................................................................................... 28 10.2.2.2 Batólito Serra dos Órgãos.............................................................................. 28 lta 9.5 Solos.......................................................................................................................................... 29 10.2.3.1 Complexo São Fidélis - Pão de Açúcar......................................................... 29 10.2.3.2 Plúton de Niterói............................................................................................ 29 10.2.4 Domínio Cabo Frio..................................................................................................... 30 10.2.4.1 Unidade Búzios.............................................................................................. 30 10.2.4.2 Unidade Palmital............................................................................................ 30 10.2.4.3 Complexo Região dos Lagos......................................................................... 31 10.3 Geologia Estrutural.................................................................................................................. 31 10.4 Tectônica Rúptil Meso-Cenozóica.......................................................................................... 32 10.4.1 Rift da Guanabara....................................................................................................... 32 10.5 Metamorfismo......................................................................................................................... 32 10.6 Magmatismo............................................................................................................................ 32 10.7 Geologia do Parque Estaual Serra da Tiririca......................................................................... 33 10.7.1 Sedimentos Litorâneos............................................................................................... 33 10.7.2 Sedimentos Fluviais.................................................................................................... 33 10.7.3 Diques Básicos........................................................................................................... 34 10.7.4 Silimanita-granada-biotita gnaisse com quartizitos................................................ 34 10.7.5 Gnaisse Facoidal(augen gnaisse)................................................................................ 34 10.7.6 Biotita Gnaisse 34 aC ar ap r Ob 10.2.3 Domínio Costeiro....................................................................................................... ......................................................................... 10.7.7 Granitóides com Fenocristais..................................................................................... 35 11. TRILHA CAMINHOS DE DARWIN... ...................................................................................... 36 37 11.2 Perfil geológico............................................................................................................. 55 on 11.1 Pontos da Trilha.......................................................................................................... 12. ROTEIRO....................................................................................................................................... 56 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................... 87 lta su INDICE DE FIGURAS Figura 1: Mapa do Brasil com a localização do estado do Rio de Janeiro......................................................... Figura 2: Mapa do estado do Rio de Janeiro com a localização do Parque Estadual da Serra da Tiririca......... r Ob Figura 3: Mapa de localização de Niterói e Maricá com o a localização do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Fonte: Google Mapas........................................................................................................... Figura 4: Mapa do Parque Estadual Serra da Tiririca. Fonte: INEA.................................................................. ap Figura 5: Imagem de Charles Darwin. Fonte: site oficial Darwin...................................................................... Figura 6: Imagem do Navio Beagle. Fonte: site PT.......................................................................................... aC ar Figura 7: Mapa do trajeto do Navio Beagle. Fonte: site PT............................................................................... Figura 8: Mapa modificado dos solos do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Fonte: CPRM 2000................ Figura 9: Mapa modificado da geomorfologia do PESET. Fonte: CPRM 2000................................................ Figura 10: Topografia digital da América do Sul (USGS). Províncias Estruturais Brasileiras. Fonte: on Modificado de Almeida & Hasui (1984)........................................................................................... Figura11: Região sudeste do Brasil, com destaque para as ocorrências de rochas granulíticas (compilado e modificado de Pedrosa Soares et al., 2001; Heilbron et al., 2000; Trouw et al., 2000; Basei et al., su 2000; e Campos Neto, 2000). Fonte: Almeida, ????......................................................................... Figura 12: Mapa de pontos da Trilha Caminhos de Darwin. Fonte: Google Earth......... lta Figura 13: Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin INDICE DE FOTOS Foto 0: Início da Trilha, solo tipo podzólico vermelho-amarelo. Foto 1: Blocos rolados de k-feldspato e quartzo. r Ob Foto 2: Veio de quartzo in situ. Foto 3: Bloco rolado de gnaisse facoidal (augen). ap Foto 4: Afloramento de biotita gnaisse. Foto 5: Erosão. aC ar Foto 6: Contato de biotita gnaisse com gnaisse facoidal (augen). Foto 7: Gnaisse facoidal(augen). Foto 8: Solo do tipo podzólico vermelho-amarelo, solo característico da Trilha. Foto 9: Gnaisse facoidal (augen). on Foto 10: Gnaisse facoidal in situ. Foto 11: Parte mais plana da trilha quefica constantemente alagada, em função de seu solo. Foto: 14: Veio pegmatítico. Foto 15: Gnaisse com cristais tabulares. Foto 16: Intemperismo químico. lta Foto 13: Gnaisse facoidal (augen). su Foto 12: Gnaisse facoidal. Foto 17: Veio pegmatítico com a ação do intemperismo. Foto 18: Veio de quartzo. Foto 19: Gnaisse facoidal com a matriz desgastada pelo intemperismo. r Ob Foto 20: Dique de diabásio muito intemperisado apresentando contato com gnaisse facoidal (augen). Foto 21: Foto aproximada do dique. Foto 22: área de contato do dique. ap Foto 23: : Afloramento de paragnaisse e visão do Granito Itacoatiara ao fundo. Foto 24: Paragnaisse com veio de pegmatito. aC ar Foto 25: Paragnaisse com veio de pegmatito. Foto 26: Paragnaisse. Foto 27: :Paragnaisse. Foto 29: Fazenda Itaocaia. Foto 31: Granito Itaocara, bloco rolado por intemperismo físico. Foto33:GranitoItaocoatiara. lta Foto 32: Granito Itaocara. su Foto 30: Granito Itacoatiara. on Foto 28: Paragnaisse. 1. INTRODUÇÃO Em 2009 é comemorado o aniversário de 200 anos do nascimento do cientista Charles Darwin e 150 anos de sua mais famosa e importante publicação, A Origem das Espécies pela Seleção Natural. Em comemoração a essas datas o Ministério da Ciência e Tecnologia, a Casa da Ciência da UFRJ e os Caminhos r Ob Geológicos/DRM-RJ se uniram a instituições de ensino e pesquisa, empresas, ONGs, rede de ensino e representantes de governos para criar o projeto Caminhos de Darwin. Para a elaboração do projeto, textos dos diários e cadernetas de campo de Darwin, assim como mapas do século 18, 19 e 20 foram pesquisados e avaliados para a identificação dos locais e caminhos contidos nos textos de Darwin. O objetivo principal foi o de criar um roteiro turístico-científico-educacional-cultural que envolve as cidades e localidades do estado ap do Rio de Janeiro que foram descritas em seus diários, como, Rio de Janeiro, Niterói, Maricá (Itaocaia), Saquarema (Manitiba), Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio (Campos Novos), Casimiro de Abreu (Barra de São João), Macaé, Conceição de Macabu (Sossego), Rio Bonito e Itaboraí. E pretende-se, assim, estimular as economias locais com a implantação de itinerários turísticos relacionados à história da ciência e aC ar proporcionar um resgate da história local e da auto-estima da população, que, na sua maioria, desconhecia a visita do naturalista ou a considerava “lenda” de antigos habitantes (Moreira,et al, 2009). Desde a criação do Projeto Caminhos de Darwin várias atividades vêm sendo realizadas junto com a população local como palestras, teatros, caminhadas, apresentação de vídeos, doação de livros e vídeos,-e realização de oficinas, entre várias outras atividades. Além disso, foram implantados 12 marcos históricos em locais por onde Darwin passou e instaladas 24 placas sinalizadoras destes marcos nas estradas de acesso às cidades. Este projeto vem tornando possível a construção de novos olhares por parte de moradores e on visitantes com relação às cidades, e a experiência vem estimulando outros estados brasileiros, além de países como Uruguai e Cabo Verde, a implantarem um projeto semelhante. Tem permitido ainda o encontro e a troca de informações entre as cidades envolvidas, além da articulação de ações conjuntas na região, su especialmente a implantação do roteiro no campo do turismo científico e cultural. Nesse sentido, estão sendo envolvidos órgãos governamentais e universidades que possam contribuir, fortalecer e garantir essa implantação. Também estão sendo identificados os pontos para visitação com interesse científico, apoiados Pereira & Mansur, 2008). lta em projetos turísticos que envolvam rede de hospedagem, gastronomia e artesanato, entre outros (Moreira, Ao longo dos caminhos por onde Charles Darwin passou no Estado do Rio de Janeiro, são encontrados monumentos históricos tombados como o patrimônio nacional, estadual e municipal, alem de patrimônios naturais do tipo biológico ou geológico, como a Serra da Tiririca, que se tornou um parque estadual, o Parque Estadual Serra da Tiririca. Darwin passou por uma antiga estrada chamada estrada do vai e vem, e hoje chamada Caminho de Darwin, tendo 2,4 km e ligando o bairro Engenho do Mato em Niterói ao bairro Itaipuaçu em Maricá. Passou por ela em um burro e pernoitou na fazenda Itaocaia em Maricá. 1 O presente trabalho pretende a elaboração de um roteiro geológico na trilha Caminho de Darwin buscando a divulgação da geologia para preservação do patrimônio geológico e cultural, com o apoio do DRM-RJ e INEIA. lta su on aC ar ap r Ob 2 2. MAPA DE LOCALIZAÇÃO O Parque Estadual Serra da Tiririca (PESET) está localizado na região metropolitana no Estado do Rio de Janeiro, na divisa entre os municípios de Niterói e Maricá (Figuras 1e 2). Partindo do Centro da cidade de Niterói deve-se seguir em direção as praias oceânicas. Após passar a rotatória da praia de Itacoatiara, deve-se r Ob seguir em direção ao bairro Engenho do Mato pela Rua Irene Lopes Sodré, e seguir pela rua São Sebastião por 1,8 km (Figura 3). lta su on aC ar ap Figura: Mapa de localização: (1) Brasil figura1; (2) estado do Rio de Janeiro; (3) percurso até o Caminho de Darwin. 3 lta su on aC ar ap r Ob Figura 4: Mapa do Parque Estadual Serra da Tiririca. Fonte: INEA 4 3. OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho foi o de elaborar um roteiro geológico do Caminho de Darwin no Parque Estadual Serra da Tiririca com base no roteiro percorrido por Charles Darwin no século XIX. Especificamente, objetivou-se: r Ob 1 – Gerar um roteiro geológico para a utilização pelos visitantes da Serra da Tiririca, sem a necessidade de uma visita guiada por um geólogo para a explicação da geodiversidade local. 2 – Difundir a geologia para o visitante nacional e internacional. 3 – Gerar subsídios para trabalhos futuros de geoconservação no Parque Estadual Serra da Tiririca. lta su on aC ar ap 5 4. METODOLOGIA A metodologia utilizada baseou-se em quatro etapas distintas, mas interligadas, onde o objetivo principal foi elaborar o roteiro geológico, sendo elas: aquisição de dados, trabalho de campo, interpretação dos dados obtidos e elaboração do roteiro. r Ob 1ª Etapa – Aquisição de Dados Pesquisa de Dados Bibliográficos – para se obter maiores informações sobre a geologia da área de ap estudo foi feita uma pesquisa nas bibliotecas do DRM-RJ (Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro), UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e na internet, onde foram obtidos alguns artigos. Para obtenção de informações sobre os naturalistas em geral e, especialmente, sobre a viagem de aC ar Charles Darwin foram utilizados livros de história e biográficos e, para estudo de sua passagem pelo Rio de Janeiro, foram utilizados artigos científicos e informações do Projeto Caminhos de Darwin. Além desses dados, foram pesquisados e avaliados mapas com informações da região do Parque: como: Mapa geomorfológico e solos (CPRM,2001), mapas geológicos em diversas escalas: CPRM (2001),Baessa (2001) e Mendes ET al. (2003) su on 2ª Etapa – Trabalhos de Campo Com os dados obtidos na 1ª etapa, foram iniciados os trabalhos de campo, com objetivo de identificar e lta mapear as litologias que ocorrem na área de estudo e localizar pontos que pudessem ser destacados ao longo da trilha. Foram realizadas cinco visitas de campo à trilha sendo demarcados 90 pontos com suas elevações para elaboração de um perfil topográfico. Destes, onze foram descritos e georreferenciados com a utilização de um GPS marca Garmin Etrex. Os pontos foram descritos e suas foliações, fraturas e estruturas em geral foram medidas com auxílio de bússola. 6 3ª Etapa – Interpretação dos dados obtidos Os pontos de interesse geológico foram plotados em um mapa de localização usando como base uma imagem do Google Earth. Com isso foi elaborado um perfil geológico com exagero vertical onde foram destacados os 11 pontos de interesse geológico e, em seguida, foram iniciados, então, os trabalhos de r Ob escritório para formulação do roteiro geológico da área de estudo. lta su on aC ar ap 7 5. CONCEITOS BÁSICOS 5.1 Patrimônio Geológico r Ob Segundo Brilha (2005), corresponde ao conjunto dos geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou região, incluindo todos os elementos que constituem a geodiversidade, integrando, por isso, os patrimônios: Paleontológico, Petrológico, Geomorfológico, Hidrogeológico, Mineralógico, Sedimentológico, Estratigráfico, Tectônico e Estrutural. A palavra patrimônio pode ser definida como “bem ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor ap reconhecido para determinada localidade, região, ou país, ou para humanidade, e que ao tornar (em) protegido (s), como por exemplo, por tombamento, deve (m) ser preservado (s) para usufruto de todos os cidadãos” (Dicionário Aurélio on line, 2009). Segundo a UNESCO, Patrimônios Naturais são os monumentos constituídos por formações físicas, biológicas, geológicas e fisiográficas, assim como as zonas aC ar que constituem o habitat de espécies de animais e vegetais ameaçadas e os lugares ou áreas naturais estritamente delimitadas, que tenham valor universal excepcional do ponto de vista da ciência, da conservação ou da beleza natural (Convenção para a Proteção do Patrimônio Cultural e Natural, UNESCO, Paris, 1972). Dentre os Patrimônios Naturais, que envolve o meio físico e o biótico, a tendência em geral é a de privilegiar a conservação do Patrimônio Biológico, entretanto, mesmo reconhecendo a sua importância, deve-se sempre considerar a importância do Geopatrimônio para a sociedade e como substrato para o desenvolvimento da vida. on Geopatrimônio, equivalente ao termo inglês Geoheritage, é o conjunto de valores que representam a Geodiversidade do território, sendo constituído por todo o conjunto de elementos naturais abióticos existentes à superfície da Terra (emersos ou submersos) que devem ser preservados devido ao seu valor su patrimonial. Neste contexto, o Geopatrimônio inclui o Patrimônio Geológico, o Patrimônio Geomorfológico, o Patrimônio Hidrológico e o Patrimônio Pedológico devendo ser identificado, avaliado, classificado e integrado no conjunto patrimonial de uma região ou território. No Parque Estadual da Serra da Tiririca, destes locais onde há’ Patrimônio Natural e Cultural em conjunto. lta existem patrimônios geomorfológicos geológicos, arqueológicos pré-historico e histórico. É, portanto um 8 5.2 Geodiversidade A geodiversidade pode ser definida como a variedade de ambientes geológicos e geomorfológicos considerados como a base para a diversidade biológica da Terra (Panizza, 2007), o conjunto dos elementos naturais (geológicos, geomorfológicos, pedológicos, hidrológicos, etc.) existentes num determinado espaço. r Ob O Estado do Rio de Janeiro possui uma geologia peculiar (Reis & Mansur, 1995), com evidente geodiversidade, pois compreende uma das mais belas paisagens da Terra e ainda detém recursos minerais e energéticos de importância fundamental para o desenvolvimento do país. Esses recursos são frutos da evolução geológica complexa e peculiar do território fluminense (Mansur & Erthal, 2003). A Serra da ap Tiririca com sua geodiversidade associada ao seu Patrimônio Natural, deve ser preservada para que futuras gerações tenham a oportunidade de conhecer parte da História Natural desta região. O patrimônio geológico é um bem comum, todos têm direito de conhecê-lo e estudá-lo, no entanto suas características não são renováveis, o que exige um programa de gestão científica para sua preservação (Schmitt et al., 2004). aC ar 5.3 Geoconservação O surgimento de um novo paradigma a respeito da conservação dos geopatrimônios nesses últimos anos impulsionou a comunidade científica nacional e internacional a investir na Geoconservação. Geoconservação é todo o conjunto de valores patrimoniais abióticos (geologia, geomorfologia, hidrologia, on pedologia) que devem ser objeto de medidas de conservação e preservação. Para que seja concretizada é necessária a implementação de estratégias que assegurem a efetiva conservação e gestão do patrimônio geológico. Estas estratégias se traduzem numa metodologia de trabalho que integra as seguintes etapas: monitorização (Brilha, 2005). su inventariação, quantificação, classificação, conservação, valorização e divulgação e, por último, Mesmo sendo um território de conflitos em relação a sua área, o Parque Estadual Serra da Tiririca vem lta executando um conjunto de ações com o objetivo de fortalecer a percepção da sociedade em relação ao parque como espaço institucional para se visitar, contemplar, interpretar, educar e proteger. 9 5.4 Geoturismo Quando se tem implantado um sistema eficiente de geoconservação, a promoção e exploração sustentada dos recursos naturais de determinada região é feita de forma controlada e este é um dos objetivos do Geoturismo. r Ob O termo “geoturismo” começou a ser comumente utilizado nos meados da década de 90 e Hose, em 1995, elaborou uma primeira definição amplamente divulgada, sendo esta “a provisão de serviços e facilidades interpretativas que permitam aos turistas adquirirem conhecimento e entendimento da geologia e geomorfologia de um sítio (incluindo sua contribuição para o desenvolvimento das ciências da Terra), além ap de mera apreciação estética”. Ruchkys (2005), entretanto, definiu o geoturismo como sendo: “um segmento da atividade turística que tem o patrimônio geológico como seu principal atrativo e busca sua proteção por meio da conservação de seus recursos e da sensibilização do turista, utilizando, para isto, a interpretação deste patrimônio o tornado acessível ao público leigo, além de promover a sua divulgação e o aC ar desenvolvimento das ciências da Terra”. Entretanto, o geoturismo geralmente é uma simples caminhada e, com isso, particularidades geológicas das paisagens contempladas pelos turistas passam frequentemente despercebidas. Entretanto, por trás de uma simples paisagem existe uma oferta de conhecimentos históricos e científicos que muitas pessoas não sabem e infelizmente perdem a grande oportunidade de aprendê-los ou pelo total desinteresse ou pela falta de fonte de informação (Pereira, 2004). O geoturismo é uma atividade que tem aumentado sensivelmente nos últimos anos, assim como a sua influência econômica. Muitas pessoas aproveitam feriados e fins de semana para viajarem em busca de on lugares calmos, sem poluição, sem o estresse da cidade, onde possam entrar em contato com a natureza e aproveitar família e amigos. Destinos que envolvem o patrimônio natural e a cultura estão tendo um aumento de procura em relação aos tradicionais sol e praia (Enterprise, 2003). Para esse tipo de turismo a qualidade su do ambiente e os níveis do serviço ao consumidor são itens atrativos importantes (Eagles, 2001), no entanto, o fornecimento de serviços de qualidade tem que está completamente vinculado ao aproveitamento de boas estratégias de uso sustentável do meio ambiente e conservação, estabelecendo-se uma relação entre geosfera, lta biofera, hidrosfera e atmosfera (Nascimento et al., 2007). 10 6. NATURALISTAS NO BRASIL Segundo Bueno(2003),os portugueses mantiveram o Brasil totalmente fechado para os estrangeiros por aproximadamente 3 séculos, para impedir a cobiça sobre os recursos minerais e a natureza brasileira, só os traficantes conseguiam romper este bloqueio. Um capitão chamado James Cook r Ob piratas, corsários e conseguiu aportar no Rio de Janeiro, porém não conseguiu permissão para os cientistas que o acompanhavam desembarcassem. Naquele momento, estudiosos foram impedidos de entrar no país. Um dos maiores sábios naturalistas também não conseguiu entrar no Brasil, foi o barão alemão Alexander Von Humboldt, quando passava pela Venezuela. ap Quando a família real chegou ao Brasil em 1808 a situação mudou, pois os portos foram abertos. Um grande volume de sábios, cientistas e naturalistas desembarcaram. Cada trabalho levado para a Europa atraía mais estudiosos. Pouco antes desta abertura, Portugal já tinha baixado a guarda para os ingleses, fato explicado pela entrada em 1802 do viajante Thomas Lindsey . Intrigante foi como seu compatriota John aC ar Mawe obteve permissão para visitar e escrever detalhadamente a fechadíssima região das minas em 1807. John Luccock, em 1808, Henry Kostes, em 1809, ambos com relatos importantes e Richard Francis Burton, tradutor de obras importantes, descobridor da nascente do rio Nilo e primeiro ocidental a visitar Meca, foram outros três ingleses que vieram ao Brasil nesta época. Sobre muita influência de Alexander von Humboldt vieram alemães e austríacos como o príncipe Maximiliano, Langsdorff, Spix e Martius. Esses homens descreveram a paisagem do Brasil no formato de tese e poema. Oficial hussado, o príncipe alemão Maximilian Alexander Philip von Wied-Neuwied (príncipe on Maximiliano) esteve no Brasil de 1815 a 1817. Trocou as batalhas alemãs pelas viagens cientificas. Conseguiu coletar uma quantidade impressionante de informações e publicou “Reise nach Brasilien in den Jahren 1815 bis 1817” (“Viagem ao Brasil nos anos de 1815 a 1817”) em estilo denso e direto sem as su divagações de outros naturalistas. Deixou um legado zoológico, botânico, lingüístico e etnográfico. O zoólogo Johann Batist von Spix e o botânico Carl Friedrich Phillip von Martius chegaram ao Brasil em 1817 em uma missão austríaca, junto com a arquiduquesa Maria Leopoldina Josefa Carolina de lta Hamburgo (já casada por procuração com D. Pedro 1º). Seguidores de Humboldt, com formação humanista Spix e Martius percorreram mais de 20 mil km por 3 anos. Em 1820 foram do Rio de Janeiro para a Europa, com um imenso acervo botânico, zoológico e etnográfico. O barão Georg Heinrich von Langsdorff era cônsul da Rússia no Brasil, conseguiu convencer o Czar Alexandre 1º a financiar uma das mais ambiciosas expedições que percorrera o interior do Brasil em 1825. Deixou um legado etnológico, botânico e iconográfico que por anos ficou abandonado no museu de São Petesburgo, na Rússia. O Barão disse: 11 “A imaginação mais rica, mais feliz e perfeita nem de longe pode dar conta dos tesouros desta natureza. Quem quer que anseie por motivos poéticos que va ao Brasil , pois ali a natureza responde aos seus pendores. Qualquer pessoa, inclusive a menos sentimental, se deseja descrever as coisas como são, ali se transforma num poeta” (in Bueno, 79 pag) August François César Provençal de Saint-Hilaire chegou ao Brasil em 1816 , é considerado um dos r Ob maiores naturalistas a percorrer o Brasil. Mesmo com sua obra cientifica não sendo tão grandiosa, sua grande qualidade era saber observar, criticar costumes, brutal em uma frase e sua generosidade fizeram com que ele traçasse um retrato do Brasil vívido dinâmico e humano que depois de mais de 1 século e meio de sua publicação de 9 volumes em que ele narra sua viagem, continuam sendo uma leitura cativante e muito lúcida ap sobre o Brasil .Percorreu 12 mil km de formas rústicas , seu conterrâneo Lévi-Strauss concluiu que Saint- Hilaire julgou o Brasil como tristes trópicos. lta su on aC ar 12 7. CHARLES DARWIN 7.1 Pesquisa revolucionária Charles Darwin fez com que a relação homem-natureza tomasse uma nova feição em 1859 com a publicação do livro “A Origem das Espécies pela Seleção Natural” e, 12 anos depois com “A Descendência r Ob do Homem”. Conflitante com dogmas de espécies imutáveis e um lugar especial para os seres humanos na ordem natural, sua interpretação sobre a natureza e a evolução da vida tiveram grande influência sobre a cultura ocidental. Este naturalista do velho mundo, pertencente a uma família liberal e de posses de Shropshire, na ap Inglaterra, conseguiu transformar a maneira como nos vemos neste planeta. “Darwin é indiscutivelmente o cientista mais conhecido da história, mais do que qualquer outro pensador moderno, incluindo Freud e Marx” escreveu Adrian Desmond e James Moore biógrafos recentes de Darwin (Simmons, 1949). aC ar 7.2 O pensamento geológico na época No inicio do século, o pensamento geológico era bastante diferente do atual, Abraão Gottlob Werner (1749-1817), netunista, defendia a origem das rochas a partir da precipitação química nos mares. O naturalista escocês James Hutton (1726-1797), considerado o pai da geologia, defendia o plutonismo e demonstrou a natureza fluida, intrusiva e quente das rochas ígneas. Para Hutton o tempo geológico podia ser on explicado pelos mesmos processos que acontecem hoje, seria o conceito das causas naturais. Sua mais conhecida frase marcou esse período: “não encontramos nenhum vestígio de um começo e nenhuma perspectiva de um fim”. su Charles Lyell (1797-1875) sob influência do uniformitarismo, conceituava que o presente seria a chave do passado sendo o passado igual ao presente em todos processos atuantes na dinâmica interna e externa. Ele teve uma influencia fundamental em Charles Darwin e se tornaram grandes amigos. Darwin ficou muito resultado das forças normais que ainda estão em ação. (Teixeira ET AL.,2008) lta impressionado com a posição de Lyell, onde a atual geologia desenvolveu-se com o passar do tempo, como 13 7.3 Charles Robert Darwin Charles Robert Darwin nasceu em 12 fevereiro de 1809, quinto e mais novo de 2 filhos homens de Robert Waring Darwin, médico e Susannah Wedgwood. Erasmus Darwin (1731-1802), seu avô e inventor, publicou o Zoonomia (1795) no qual já abordava aspectos referentes a evolução das espécies . O avô materno Josiah wedgwood, era um importante fabricante de vasos e porcelanas (Simmons, 1949). Assim como seu irmão, Darwin, inicialmente planejava estudar medicina e começou a fazê-lo em 1825 na Universidade de Edimburgo. aC ar ap r Ob paterno também era médico, além de poeta, filósofo Fora das salas de aula Charles, se interessava por história natural e por colecionar plantas e animais. Em 1826 entrou para a sociedade Pliniana de História Natural. Fora das salas de aula Charles, se interessava por história natural e por colecionar plantas e animais. on Em 1826 entrou para a sociedade Pliniana de História Natural. Charles demonstrava não gostar de medicina e não conseguia observar operações (eram feitas sem anestesia). Seu pai, tendo conhecimento de suas dúvidas, decidiu que ele devia seguir a carreira religiosa, um dos requisitos para ser sacerdote era capacidade su de observar e reproduzir a “criação” de Deus, e seu ingresso no sacerdócio significaria um futuro estável (Casa da Ciência, 2009). Deixou Edimburgo em 1827 e matriculou-se no Christ College, na Universidade de Cambridge. Estudou com o botânico John Steven Henslow, colecionou besouros e formou-se em 1831. lta (Simmons, 1949) Charles Darwin se encantou com as ciências geológicas quando realizou uma expedição ao norte do Pais de Gales. Ingressou num curso de Geologia, em 1831, para se preparar para uma expedição, juntamente com alguns colegas de Cambridge à Ilha da Madeira. Mesmo sem essa viagem ter acontecido, no mesmo ano, surgiu a oportunidade de participar de uma expedição que percorreria a costa da América do Sul e o arquipélago de Galápagos no oceano Pacífico (Casa da Ciência, 2009). Naturalista iniciante com apenas 22 anos, embarcou no H.M.S. Beagle, navio da marinha real britânica que faria um levantamento cartográfico para uma nova viagem, cujo destino era o extremo sul da América e 14 as Ilhas dos Mares do Sul. A data de partida foi 27 de dezembro de 1831 e o seu objetivo científico de observar, coletar exemplares de fauna, flora, rochas e fósseis, organizar coleções e classificar tudo o que era observado. (Site pt ) 7.4 Viagem do Navio Beagle (Hms) - His / Her Majesty Ship r Ob A marinha inglesa financiou esta viagem com objetivo de que fosse feito um mapeamento cartográfico da costa sul da América do Sul. Sob o comando do capitão Robert FitzRoy, o Beagle, (Figura 6)com jovem naturalista Charles Darwin, deixou a Inglaterra. Rio de Janeiro, Patagônia e Terra do Fogo, costa do Chile, Peru e algumas ilhas do Pacifico, eram os principais locais a serem explorados, só que a expedição acabou ap chegando a Nova Zelândia, Austrália, sul da África, retornou a Salvador Recife e Cabo Verde. A viagem que duraria inicialmente dois anos acabou durando quatro anos e meio lta su on aC ar Figura 6: Imagem do Navio Beagle. Fonte: site oficial de Darwin) Após sair da Inglaterra, Cabo Verde foi a primeira parada do Beagle. Seguiram em direção a América do Sul, chegando a Fernando de Noronha em fevereiro de 1832 e a aportando posteriormente em Salvador, saindo desta, rumaram em direção ao Rio de Janeiro no mesmo ano. Darwin coletou insetos e fez medições 15 topográficas da costa. Em seguida partiram para a Argentina onde avistaram Bahia Blanca e Darwin encontrou o fóssil de um tatu gigante e uma preguiça, Patagônia e a Terra do Fogo. Ele subiu a cordilheira dos Andes e encontrou uma fenda nas montanhas com uma floresta petrificada e também fosseis de conchas, fazendo com que chegasse a conclusão que algum dia ali já tinha sido mar. A expedição foi para Galápagos após sair do Chile. Nesse arquipélago, Darwin observou tartarugas, r Ob iguanas e a grande variedade de aves e percebeu que eram diferentes de ilha para ilha. Partiram para o Taiti, Nova Zelândia, Austrália, Ilhas Cocos, e retornaram ao Brasil, aportando na Bahia e em Recife e em seguida voltaram para a Inglaterra (Figura 7). O livro “A Viagem do Beagle” (1838) foi um resultado imediato da viagem, sendo baseado nos diários de FitzRoy. A transcrição do diário de Darwin (1839) e sobre a América do Sul, artigos sobre a geologia da América do Sul, baseados nas observações e no livro “Princípios da ap Geologia de Charles Lyell”. Sua maior obra foi publicada alguns anos depois em 1959, “A Origem das Espécies pela Seleção Natural”. (Casa da Ciência, 2009) lta su on aC ar Figura 7: Mapa do trajeto do Navio Beagle. Fonte: site PT 16 7.5 Darwin no Brasil O Beagle, no dia 16 de fevereiro em 1832, chegou nas Ilhas de São Pedro e São Paulo, sendo este o primeiro contato de Darwin com o Brasil. Quatro dias depois passou no arquipélago Fernando de Noronha, e no dia 28 deste mesmo mês chegou a Salvador (Casa da Ciência, 2009)Ao chegar ao Brasil maravilhou-se r Ob com a exuberante singularidade do mundo tropical e reconheceu que apesar de a Inglaterra oferecer bons passeios para quem se interessava por história natural, “nesses climas férteis”, como no nosso país, “as atrações são tão numerosas que mal se podia dar um passo” (Selles, 2002). Esta viagem encantou e influenciou totalmente os pensamentos de Darwin sobre seus trabalhos como ap visto em um trecho retirado de seu livro “A Origem das Espécies pela Seleção Natural”: “Durante a minha viagem a bordo do navio HMS Beagle, na condição de naturalista, fiquei aC ar profundamente impressionado com certos factos relativos à distribuição das populações da América do Sul e com as relações geológicas existentes entre os habitantes do presente e do passado desse continente. Estes factos pareciam-se lançar alguma luz sobre a origem das espécies – esse mistério dos mistérios”. Charles Darwin Teve seu primeiro contato com as florestas tropicais e deslumbrou-se em Salvador. Fez expedições pela cidade observando o relevo e coletando espécimes de flora e fauna. Deixou Salvador no dia 18 de março lta su on e rumou em direção ao Rio de janeiro aportando no início do mês de abril (Casa da Ciência, 2009). 17 7.6 Darwin na Cidade do Rio de Janeiro Chegando no dia 6 de abril de 1832, Darwin teve que ficar sozinho no Rio de Janeiro, porque o Beagle teve que voltar a Bahia para refazer algumas medições topográficas. Darwin então visitou o Jardim Botânico, o qual descreveu em seu diário: r Ob “Uma profunda escuridão reina em todo canto. Seria impossível dizer que o sol estava brilhando, não fosse por um raio de luz que brotava sobre o chão, como se passasse através de uma veneziana, e também pelo topo das árvores mais altas, brilhantemente iluminadas. [...] A ondulação de algum riacho, a batida de ap um pica-pau ou o canto de algum pássaro mais distante, pela clareza com que podem ser ouvidos, trazem a convicção de como é silencioso o repouso da natureza.” Charles Darwin aC ar Fez pequenas expedições na Floresta da Tijuca, Penha e Gávea, também subiu o Corcovado e foi caçar na antiga Fazenda dos Macacos, hoje Jardim Botânico. Visitou o Palácio residência da Família Imperial no Campo de São Cristóvão, hoje Museu Nacional. 7.7 Darwin na Serra da Tiririca on Além da cidade do Rio de Janeiro, Darwin viajou pelo norte fluminense passando pela cidade de Niterói e a descreveu no seu diário: su “A vista que tivemos ao cruzar as montanhas por trás da Praia Grande foi linda. As cores eram intensas e o matiz predominante era um azul escuro, com o céu e as águas calmas da baía rivalizando em superada.” Charles Darwin lta esplendor. Após passar por uma região cultivada, adentramos uma floresta cuja grandeza não podia ser Em seus relatos, Darwin mostrou os caminhos que percorreu e destacou as belezas naturais e aspectos da fauna, flora, geologia e da sociedade. Identificou uma área de campos cultivados situada por trás das lagoas de Piratininga e Itaipu assim como o único trajeto possível para uma visão magnífica da floresta. 18 Darwin fez um mapa e marcou com um círculo um este trajeto e o identificava como uma estrada que margeava a exuberante cobertura vegetal da serra, a qual já era conhecida como Serra da Tiririca. Esta serra, descrita pelo próprio Darwin como “um dos enormes morros de granito, íngremes e nus, tão comuns neste país”, é a última referência natural de tal envergadura feita por Darwin antes de se chegar a Itaocaia e, posteriormente, a Maricá e ao rio Macaé, seu destino naquele momento (Selles, 2002). No dia 8 de abril de 1832, passou pela Serra da Tiririca pela antiga trilha do Vai e Vem e passou a r Ob noite na Fazenda de Itaocaia, situada no final da trilha. Descreveu em seu diário : ap “Em torno das casas centrais, estão as cabanas dos negros, cuja forma e posição regulares me lembraram os desenhos das moradas dos hotentotes do sul da África. Isso talvez evoque para essas pobres pessoas no meio da escravidão a casa de seus pais. [...] com exceção de uma velha que, a ser capturada de novo, preferiu se espatifar em pedaços e jogou-se bem do topo da montanha. Fosse ela uma matrona brutal!” aC ar romana e isso seria chamado de patriotismo nobre; como se trata de uma negra, foi chamado de obstinação Charles Darwin lta su on 19 8. O PARQUE ESTADUAL SERRA DA TIRIRICA O Parque da Serra da Tiririca (PESET) possui uma área de aproximadamente 2.400 hectares (24 quilômetros quadrados) e está localizada nos municípios de Niterói e Maricá, no Estado do Rio de Janeiro. O parque abrange as terras das Regiões Leste e Oceânica do município de Niterói e parte do bairro de Itaipuaçu, pertencente ao município de Maricá e ainda inclui uma faixa marinha. Antigamente a Serra da r Ob Tiririca era conhecida como Serra de Inoã ou de Maricá, como consta em relatos antigos. O atual nome está relacionado com a passagem de tropas de burros que atravessavam a Serra por um caminho cheio de plantas chamadas popularmente de tiriricas. Esta planta, cujo nome tem origem tupi, é uma erva daninha, gramiforme da família das ciperáceas (cyperus rotundus) famosa pela capacidade de invadir velozmente terrenos cultivados (Ferreira, 1986). ap Este Parque, criado pela Lei Estadual nº 1.901 de 29 de novembro de 1991, é o único Parque Estadual que teve a criação motivada por vontade popular. Uma comissão, integrada por órgãos públicos e entidades ambientalistas, elaborou, conforme previsto na lei que criou a unidade, uma proposta de delimitação aC ar definitiva. Nesta proposta o Morro das Andorinhas (situado entre Itaipu e Itacoatiara) é incorporado ao Parque e são excluídas áreas objeto de antigos loteamentos. O Parque da Serra da Tiririca abrange uma parte marinha, que vai da ponta de Itaipuaçu (Morro do Elefante, também conhecido como Alto Mourão) e avança 1.700 metros sobre o mar, até alcançar o ponto de encontro da Praia de Itacoatiara com o costão rochoso da Pedra de Itacoatiara, na sua parte continental, que incorpora a área de cobertura vegetal da Serra da Tiririca e áreas adjacentes (INEIA, 2009). lta su on 20 9. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 9.1 Relevo O Parque Estadual Serra da Tiririca prolonga-se em direção a nordeste dividindo os municípios de Niterói e Maricá. Este maciço, faz parte do conjunto de colinas e maciços costeiros que chega em vários r Ob pontos a atingir a costa formando pontões, que afloram em diversas áreas intercalados com as planícies e baixadas, perto do mar. O modelado do maciço costeiro alterna áreas mais elevadas e colinas cristalinas, destacando-se os seguintes Morros: Costão (217 m), do Telégrafo (387 m), da Penha (128 m), do Cordovil (256 m), da ap Serrinha (277 m) e do Catumbi (344 m), Alto Mourão ou Morro do Elefante, o ponto culminante do município de Niterói ( 412 m ) que separa Niterói de Maricá (PMN, 2000). 9.2 Clima aC ar A região é caracterizada por um clima quente e úmido, com seca no inverno entre junho e agosto e chuva no verão de dezembro a março (PMN, 1995). São constantes temperaturas altas acima de 41 graus no verão e mínimas abaixo de 14 graus no inverno e a media anual é de 23 graus. A média da precipitação anual é de 1200 mm.Os ventos são frequentemente de sul-sudeste nas frentes frias, e norte-nordeste nas chuvas de verão (Martins,1999). on 9.3 Flora Nas partes mais elevadas apresenta-se uma vegetação bem próxima a primária (Mata Atlântica) su (Pontes 1987). A maioria da área do PESET é caracterizada por uma mata secundária, vegetação de costão rochoso, muitos bananais e, em pequenas áreas, pastagens. Acredita-se que a maioria da vegetação seja por espécies nativas da Mata Atlântica. Algumas árvores são encontradas no parque como o Gonçalo Alves lta (Astronium graveolens), o Ipê-amarelo (Tabebuia crhysotricha), a Virola (Virola gardneri), a Quaresmeira (Tibouchina grandifolia), a Canjerana (Cabralea canjerona), o Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) e o Palmito (Euterpe Edulis), além de bromélias, como Alcantarea glaziouana e Vriesea Costae, que leva o nome do Costão de Itacoatiara por ser endêmica (só ocorre em um local), e cactus, como a Pereskia grandiflora. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro realizou na região estudos e aproximadamente 350 espécies vegetais foram identificadas, em sua maior parte de Mata Atlântica.Foram reencontradas algumas plantas raras( INEIA, 2009). 21 9.4 Fauna Ocorrem no Parque mais de 150 espécies de aves (algumas ameaçadas de extinção), além de anfíbios, répteis e pequenos mamíferos. O Instituto de Ecologia de Aves de Rapina (ECOAR) identificou 21 espécies de gaviões, sendo alguns muito raros e ameaçados de extinção e a perereca símbolo do Parque (Scinax litoreus) ocorre restritamente no litoral de Maricá. Assim como na Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, r Ob pesquisadores identificaram populações do Mico-Leão-de-cara-Dourada (Leontopitecus chysomelas), outrora introduzidos por traficantes de animais silvestres. 9.5 Solos ap A área do PESET é caracterizada pelos seguintes tipos de solo (Cprm, 2000): Solo podzol hidromófico distrófico (HPd2 cor verde claro), Glei pouco húmico distrófico (GPd azul claro), Solo podzólico Vermelho Amarelo álico (PVa9 rosaclaro) (Figura 8). lta su on aC ar Figura 8: Mapa modificado dos solos do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Fonte: CPRM 2000 22 9.6 Geomorfologia O PEST é em sua maior parte caracterizado pela unidade geomorfológica Maciço Região dos Lagos, onde ocorrem maciços costeiros e interiores com relevo montanhoso , muito acidentado, localizado em meio de baixadas e planícies costeiras . Possui vertentes predominantemente retilíneas, escarpadas e topos de cristas alinhadas. As amplitudes topográficas predominantementes altas como: Costão (217 m), do Telégrafo r Ob (387 m), da Penha (128 m), do Cordovil (256 m), da Serrinha (277 m) e do Catumbi (344 m),Alto Mourão ou Morro do Elefante ( 412 m ) (cor azul claro No 251 ESSE NÚMERO NÃO APARECE NO MAPA!! – Figura 9). Ocorrem Planícies Colúvio-Alúvio-Marinhas (Terrenos Argilo-Arenosos das Baixadas) caracterizadas ap por Superfícies subhorizontais, com gradientes extremamente suaves e convergentes à linha de costa, de interface com os Sistemas Deposicionais Continentais (processos fluviais e de encosta) e Marinhos (CPRM) (cor amarelo claro, No 122 – Figura 9). Um pequeno trecho do PESET ocorre Planícies Costeiras (Terrenos Arenosos de Terraços Marinhos, Cordões Arenosos e Campos de Dunas), amplitudes topográficas inferiores aC ar a 20m (cor rosa claro, No 121 – Figura 9). E ao norte do Parque ocorre um trecho de colinas muito pouco dissecadas, com vertentes convexas e topos arredondados ou alongados, com expressiva sedimentação de colúvios e alúvios. Ocorrência subordinada de morrotes alinhados (cor cinza claro, No 231 – Figura 9) (Mapa completo em anexo). lta su on Figura 9: Mapa modificado da geomorfologia do PESET. Fonte: CPRM 2000 23 9.7 Hidrografia Na Serra da Tiririca nascem os rios Várzea das Moças e do Ouro, que formam o rio Aldeia, que pertencem a bacia Baia da Guanabara, tal como alguns afluentes do rio João Mendes, a vala de Itacoatiara e o córrego da Tiririca que fazem parte da Bacia da Laguna de Itaipu. Já o rio Inoã contribui para a laguna de Maricá e outros que deságuam no canal da Costa, tendo um maior destaque o rio Itaocaia (INEIA, 2009). lta su on aC ar ap r Ob 24 10. GEOLOGIA 10.1 Geologia Regional O Estado do Rio de Janeiro está situado na região sudeste do Brasil, e está contido geotectonicamente r Ob na Província Mantiqueira (Almeida et al. 1981), que possui uma área de 700.000 km2 . Situada em paralelo com a costa brasileira, se estende por aproximadamente 3 000km do Uruguai até o sul da Bahia e sua largura média é de 200km (CPRM, 2001) (Figura 10). lta su on aC ar ap Figura 10: Topografia Digital da América do Sul (USGS) e Províncias Estruturais Brasileiras. Fonte: Modificado de Almeida & Hasui (1984). Cinturão Móvel Pampeano (Rapella, 2000 apud Silva, 2001). 25 A região sudeste do Brasil tem em seu arcabouço geotectônico um núcleo estável formado no chamado Cráton do São Francisco que no seu substrato é constituído por um bloco arqueano que ficou poupado das orogêneses do Proterozóico e partes de um orógeno paleoprotezóico, desenvolvido durante o Evento Transamazônico, por volta de 2,1 Ga. (Almeida 1977, Almeida 1981) (Figura10). Na parte interna da Faixa Ribeira (neoproterozóico) localiza-se o estado do Rio de Janeiro. A evolução tectono-metamórfica desta faixa forma a compartimentação tectônica dos terrenos que compõe a geologia do r Ob estado do Rio de Janeiro (Almeida et al. 1973). A deformação, metamorfismo, magmatismo e articulação dos diversos terrenos desta região foram causadas pela evolução orogênica (Heibron et al. 1999). A interpretação da tectônica da Faixa Ribeira teve um grande avanço após a caracterização da Orogênese Brasiliana I (600 Ma) na parte oriental do estado do Rio de Janeiro e a Orogênese Rio Doce (560 Ma) na ap parte litorânea (Figueiredo & Campos Neto, 1993) e, recentemente, somou-se a estes eventos anteriores a Orogênese Búzios (520 Ma) caracterizada por Schimitt et al (1999) com refinamentos na metodologia geocronológica. A área de estudo, está compreendida no Terreno Oriental. Este domínio é composto por uma sucessão aC ar de arcos magmáticos com polaridade temporal e composicional de W para E. Os arcos são divididos em Arco primitivo a W (Arco Rio Negro 630-500 Ma), Arco mais evoluído do tipo cordilheirando maturo mais a E (Arco Serra dos Órgãos 570-560 Ma), Arco sincolisional na parte mais oriental com magmatismo crustal (Arco Rio de Janeiro 560 Ma) (Figura 11). lta su on 26 aC ar ap r Ob 10.2 Terreno Oriental lta 10.2.1 Klippe Paraíba do Sul su on Figura 11: Região sudeste do Brasil, com destaque para as ocorrências de rochas granulíticas (compilado e modificado de Pedrosa Soares et al., 2001; Heilbron et al., 2000; Trouw et al., 2000; Basei et al., 2000; e Campos Neto, 2000) apud Almeida, 2000). É composto de xistos/gnaisses pelílicos e gnaisses psamíticos, ambos portadores de mármores dolomíticos, calco-silicatados e poucas intercalações de quartizitos. Almeida et al., 1993 , subdividiu o grupo Paraíba do Sul na parte sul do estado, em três unidades: uma basal com gnaisse psamíticos com intercalações de rochas calco-silicatadas, mármores e pelíticas (xisto/gnaisse); uma unidade pelítica (xisto/gnaisse) 27 intermediária e uma unidade no topo com gnaisse psamítico e abundante pelito (gnaisse/xisto), mármore, rocha calco-silicatada e intercalações de metachert manganesíferas. 10.2.2 Arco Magmático Rio Negro r Ob É constituído por ortognaisses do Complexo Rio Negro e pelo Batólito Serra dos Órgãos (Tupinanbá,1999). ap 10.2.2.1 Complexo Rio Negro Os migmatitos foram separados pelo Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro em 3 unidades (DRM,1981): aC ar 1. Unidade Rio Negro - constituída por migmatitos cujo paleossoma seria uma biotita gnaisse fino, mesossoma um hornblenda biotita gnaisse, leocossoma um muscovita biotita granito gnaisse e melanossoma que raramente aparece (Matos et al., 1980); 2. Unidade Santo Aleixo - constituída por migmatitos estromáticos com bandas leucossomáticas graníticas ou pegmatóides e bandas de melanossoma com hornblenda biotita gnaisse. on 3. Unidade Bingen - constituída por biotita gnaisse granítico homogêneo, com gnaissificação moderada (Penha et al. 1979, Penha et al. 1980). lta su 10.2.2.2 Batólito Serra dos Órgãos É descrito com sendo um (granada)-hornblenda-biotita-gnaisse granítico e granodiorítico. São freqüentes estruturas dictioníticas, tal como diques metamáficos deformados (Penha et al 1979 e 1980). Desde a cidade de Nova Iguaçu, em direção WSW – ENE, até Cordeiro, no Norte do estado, Barbosa & Sad (1985) interpretam-o como ígneo intrusivo sin-orogênico, baseando-se na grande homogeneidade composicional, na irregularidade dos contatos, na textura granular hipiomórfica preservada e nas evidências de intrusão em afloramentos. 28 10.2.3 Domínio Costeiro Estende-se do Estado do Espírito Santo a Santa Catarina e engloba várias unidades heterogêneas, pouco estudadas e com contatos obscuros. Gnaisses, migmatitos bandados e facoidais, subordinadamente, ocorrem intercalações de rochas calciossilicáticas, calcários, metavulcânicas, formações ferríferas, quartizitos e corpos máficos (Schobbenhaus et al. ,1984). r Ob 10.2.3.1 Complexo São Fidélis – Pão de Açúcar ap Originalmente era designado Unidade São Fidélis (Batista et al, 1977) e Grupo Pão de Açúcar (Leonardos Jr, 1973). Grupo Pão de Açúcar foi utilizado para nomear os gnaisses quartzo-feldspáticos grossos que ocorrem nas encostas das cidades de Niterói e do Rio de Janeiro, sendo os tipos característicos os augengnaisses (ou gnaisses facoidais). A Unidade São Fidélis tem sito utilizada para designar esta aC ar seqüência metasedimentar, pelitica. Muito irregular na distribuição dos tipos litológicos constituintes, o Complexo São Fidélis- Pão de Açúcar, nas cidades de Niterói e do Rio de Janeiro, predominam augengnaisses, gnaisses subfacoidais, kingzitos, leptinitos e biotita-gnaisses. Vastas áreas são ocupadas por metassedimentos e gnaisses granitizados e feldspatizados e migmatitos homogêneos. Em relação a origem, diversos processos e materiais interferiram e entraram em sua constituição, o pacote metassedimentar representado pelos gnaisses e migmatitos com granada,cordierita e silimanita, se on originou de uma seqüência sedimenta aluminosa, matura, peli’tica, destituída de psamitos e pouca contribuição carbonatica, que se formou em um ambiente tectonicamente estável (Leonardos Jr, 1973). su 10.2.3.2 Plúton de Niterói lta É conhecido como Gnaisse Facoidal e forma os principias afloramentos próximo a costa de Niterói e no Rio de Janeiro, já foi considerada uma rocha derivada da blastese de gnaisses (Lamego, 1937). Costa (1969) designou Plúton de Niterói e Machado & Demage (1992) de Batólito de Niterói. Pires et al.(1982), Silva et al.(2000)e Heilbron et al.(1999) determinam seu caráter intrusivo, pela identificação de xenólitos e xenocristais, além de apófises com granulometria mais fina que entram discordantemente em suas encaixantes . 29 É um granito porfiróide gnaissificado, com mega-cristais de k-feldspato com 5 a 8 cm em média e podendo chegar a 10-12cm,sua proporção matriz/pórfiros varia bastante como seu tamanho,orientação e forma dos cristais de k feldspato.A atuação da deformação D2, nas zonas de cisalhamento no centro ou nas bordas do corpo, definem onde os mega-cristais sofrem deformações e recristalização, admitindo textura augen ocorrem porções charnokíticas, com ortopiroxênio e feldspatos esverdeados. r Ob 10.2.4 Dominio Cabo Frio O Complexo Região dos Lagos constitui o Domínio Cabo Frio e forma o seu embasamento, com ap metassedimentos das Unidades Búzios e Palmital (Almeida, 2000). (Fonseca, 1992) 10.2.4.1 Unidade Búzios aC ar Ocorre no cabo de Búzios e na Serra das Emerancas, formada por uma sequência de paragnaisses, pelíticos, com o termo mais usado é cianita-silimanita-granada-biotita-gnaisse. Ainda ocorrem intercalações de camadas cálcio-ssilicáticas, e raros leitos quartizíticos e anfibolíticos dentro deste conjunto metapelítico (Reis et al., 1982). on 10.2.4.2 Unidade Palmital Ocorre na orla litorânea de Maricá até o Norte de Saquarema e é constituída por uma seqüência de su paragnaisses, xistos e migmatitos, que exibem uma acentuada foliação e se encontram lentes de rochas calcisilicáticas (poucas), onde o termo mais utilizado é o silimanita-biotita-plagioclásio-gnaisse. As Unidades Palmital e Búzios têm algumas características iguais: são supracrustais, dominantemente pelíticas, com que sua formação foi em uma seqüência supracrustal única (DNPM, 1998). lta lentes calcissilicáticas e possuem no embasamento o Complexo Região dos Lagos. Isto leva a hipótese de 30 10.2.4.3 Complexo Região dos Lagos Composto de granitóides orientados e os migmatitos de estrutura homófona, passando para migmatitos heterogêneos pelo aparecimento de um paleossoma, geralmente de composição tonalítica ou anfibolítica. As rochas granitóides e migmatitos homogêneos não se separam por limites definidos dos migmatitos heterogêneos (DNPM, 1998). Peço que você veja quem descreveu primeiro – este foi o Reis do DRM e o r Ob Palmital foi o Marcílio DRM. 10. 3 Geologia Estrutural ap Foram identificados três eventos de deformação na Faixa Ribeira, baseados na sua relação cronológica com o metamorfismo e o magmatismo e estas fases de deformação D1 e D2 são agrupadas no evento de deformação principal (Heilbron et al .,1995). aC ar a) Deformação Principal D1 +D2 É a principal etapa de encurtamento crustal observado no segmento central da Faixa Ribeira, relacionase com as estruturas mais importantes e penetrativas em todos domínios tectônicos. Gerou dobras, zonas de cisalhamento, foliação principal, lineações (Trouw et al., 2000). b) Deformação Tardia D3 on Gerou dobras subverticais e zonas de cisalhamento transpressivas (Trouw et al.,2000). As dobras de maior porte são: Megasinformal Paraíba do Sul e o Mega-antiformal do Rio de janeiro. Entre as zonas de cisalhamento a de mais destaque é a do Rio Paraíba do Sul orientada na direção NE-SW, exibe uma extensa c) Deformação Transtensiva D4 su faixa milonitica (Heilbron et al., 1995). lta Produziu dobras abertas e crenulações apertadas, com planos axiais subverticais e eixos N-S, indicativo de compressão E-W. Acredita-se que assim como as zonas de cisalhamento da faz D3, tenham agido como conduto para a ascenção dos granitos tardi-colisionais e pós-tectônicos (Heilbron et al.,1995) 31 10.4 Tectônica Rúptil Meso-Cenozóica A tectônica rúptil meso-cenozóica na porção sul da Faixa Ribeira, estruturou a Serra do Mar e a morfologia da região costeira do estado do Rio de Janeiro (Almeida, 2000). r Ob 10.4.1 Rift da Guanabara O Rift da Guanabara esta localizado a norte pelas Serra das Araras e dos Órgãos e ao sul pelas serras de Bangu, Carioca e do Mato Grosso.Se “instalou” sobre rochas pré-cambrianas (Almeida, 1976), ap essencialmente gnaisses, migmatitos e granitos. Elementos superimpostos são representados por diques de diabásio, “stoks”, “plugs” e diques de rochas alcalinas. Falhas normais, associadas a brechas com cimento calcedônico e a um registro sedimentar. Os diques possuem em média algumas dezenas até pouco mais de uma centena de metros de espessura e podem seguir por muitos quilômetros. Orienta-se na maioria das vezes 10.5 Metamorfismo aC ar ENE no Rio de Janeiro e até NE em Niterói (Ferrari, 1990). Na Orogênese Brasiliana duas etapas metamórficas principais estão ligadas a Faixa Ribeira: 1) O Metamorfismo M1de idade Neoproterozoica, atingiu condições de fácies anfibolito a granulito, tendo on ocorrido em regime de pressão média a alta, com migmatização localizada. A foliação principal materializa as paragêneses, confirmando o seu caráter sin-D1-D2.Nota-se um aumento do grau metamórfico de NW para SE. su 2) O Metamorfismo M2 atingiu a fácies anfibolito médio a alto, chegando ao inicio da curva da anatexia e se relaciona as deformações tardia, com paragêneses de alta temperatura e baixa pressão. Alcanc,ou 500-600 Co e pressões entre 5 e 6 Kb no sistema de empurrões Andrelandia. Gerou inúmeros corpos granitóides do tipo I 10.6 Magmatismo lta e S no terreno oriental (Heilbron et al.,1999). Intensa granitogênese e altas taxas de fusão parcial da crosta, um magmatismo com tendência calcioalcalina, tendo uma relação com um ambiente compressional de provável colisão entre placas 32 litosféricas foram causadas pelo Evento Termo-Tectônico Brasiliano. Cinco etapas de colocação de magmas granitóides foram enumeradas por Heilbron et al (1995): * S1: granitóides do tipo I, de caráter pré-colisionais: exibe foliação principal Sn e ocorre como corpos lenticulares subparalelos a direção regional NE-SW (granito’ide Serra dos Órgãos, Rio Turvo e Bom Jardim e o Gnaisse Facoidal) r Ob * S2: granitóides do tipo S, de caráter sin-colisionais, apresentam foliação penetrativa e dobras fechadas em veios graníticos (gnaisse facoidal,principal rocha aflorante no PESET, e os leucogranitos associados com idades U/Pb em torno de 560 Ma obtidas para o gnaisse facoidal no pão de açúcar . ap * S3: granitóides do tipo S e I, de caráter tardi-colisionais * S4: granitóides do tipo I, de caráter pós-colisionais são tardios a deformação brasiliana,colocados ao longo aC ar de zonas de cisalhamento subverticais (granitos Getulândia, Fortaleza, Sapucaia e Pedra Branca). *S5: granitóides do tipo I, de caráter pós-tectônicos – tendência alcalina, como corpos circunscritos claramente intrusivos (granitos Mangaratiba, Andorinha, Favela, Nova Friburgo e Sana ) 10.7.1 Sedimentos Litorâneos su on 10.7 Geologia do PESET e da Trilha Caminhos de Darwin Ocorrem no entorno sul do PESET, e em uma área maior em direção a NE no lado de Maricá, representado pelos cordões litorâneos de areias quartzosas,bem selecionadas, com coloração esbranquiçada. lta 10.7.2 Sedimentos Fluviais Ocorre pouco no sul do PEST no lado de Niterói, mas ocorre bastante no lado de Maricá, são areias grossas, médias e finas mal selecionadas com grãos sub- angulares a angulares com cores creme-amarelada, esbranquiçada e acinzentada composta de quartzo, feldspato, mica e máficos no lado de Niterói e bem 33 selecionadas com grãos bastante arredondados com cores creme-amarelada, esbranquiçada e acastanhada composta de quartzo, feldspato, mica e maficos no lado de Maricá. 10.7.3 Diques Básicos r Ob Ocorrem em todo PESET, com direção preferencialmente N-S, sendo constituídos de diabásio, bastante fraturados e alguns muito alterados, ocorre na Trilha com direção N-S no ponto 9. ap 10.7.4 Silimanita-granada-biotita gnaisse com quartizitos Paragnaisse constituído basicamente de quartzo, biotita, silimanita, plagioclásio e granada, com uma alternância de bandas máficas e félsicas com foliação marcante e ocorrem veios pegmatíticos. aC ar Na Trilha ocorre no ponto 9 10.7.5 Gnaisse Facoidal (augen gnaisse) Rocha Porfiroblástica, com quartzo, biotita, plagioclásio, fenocristais de feldspatos e granada, com a estrutura macroscópica marcante em função da pouca matriz. Apresenta direção NE-SW preferencialmente. Ocorrem enclaves de composição charnokítica, leucogranito e veios pegmatíticos. su 10.7.6 Biotita Gnaisse on Na Trilha ocorrem nos pontos 1,2,4,6,7 e 8. A maior quantidade de matriz, composta por quarto, plagioclásio, fenocristais mais tabulares e lta arredondados e coloração rósea a esbranquiçada diferenciam este, do gnaisse facoidal que tem a textura porfirítica e os fenocristais estão mais afastados. A direção NE-SW é a mesma do gnaisse facoidal. Apresenta enclaves de composição charnokítica, veios pegmatíticos. Tem um contato gradacional com o gnaisse facoidal, sendo diferenciado apenas pela relação pórfiro-matriz e os pórfiros deformados. Na Trilha ocorre no ponto 2. 34 10.7.7Granito porfiritico Itacoatiara Granito pórfiro, com fenocristais tabulares de feldspato, de coloração esbranquiçada, com matriz de quartzo, biotita e plagioclásio. A matriz não é claramente foliada e as bordas dos fenocristais não registam deformação em função disto sua foliação é atribuída ao fluxo magmático. Na Trilha ocorre no ponto 11 lta su on aC ar ap r Ob 35 11. Trilha Caminhos de Darwin 11.1 Pontos da Trilha Foram escolhidos 11 pontos na trilha que foram georreferenciados e descritos (Figura 12). lta su on aC ar ap r Ob Figura 12: Mapa de pontos na Trilha Caminhos de Darwin. Fonte: Google Earth 36 Ponto 1: Placa Darwin Coordenada UTM: 706168.48 m E 7462823.79 m S elevacao 45m r Ob Ponto caracterizado por conter sedimentos aluviais e blocos rolados de quartzo, k-feldspato (foto1), gnaisse facoidal (foto3)e veio de quartzo(foto2). lta su on aC ar ap Foto 0:Início da Trilha, solo tipo podzólico vermelho-amarelo. Foto:Silva,2009 37 ap r Ob foto:Silva,2009 lta su on aC ar Foto 1: Blocos rolados de k-feldspato e quartzo. Foto 2: Veio de quartzo in situ. foto:Silva,2009 38 aC ar ap r Ob Foto 3: Bloco rolado de gnaisse facoidal (augen). Ponto 2: Porteira subida Coordenada UTM: 706607.95 m E foto:Silva,2009 7462918.49 m S elevacao :135m lta su on Foto 4: Afloramento de biotita gnaisse. foto:Silva,2009 39 aC ar ap r Ob Foto 5: Erosão. foto:Silva,2009 lta su on Foto 6: Contato de biotita gnaisse com gnaisse facoidal (augen). foto:Silva,2009 40 ap r Ob Ponto 3: Ineia foto:Silva,2009 aC ar Foto 7: Gnaisse facoidal(augen). Coordenada UTM: 706951.14 m E 7462856.87 m S elevacao :111m lta su on Foto 8: Solo do tipo podzólico vermelho-amarelo, solo característico da Trilha. foto:Silva,2009 41 Ponto 4: Pilastras de tijolo Coordenada UTM: m E mS elevacao :111m aC ar ap r Ob Foto 9: Gnaisse facoidal (augen). foto:Mansur,2009 lta su on Foto 10: Gnaisse facoidal. in situ foto:Silva,2009 42 Ponto 5: Parte alagada Coordenada UTM: 707300.34 mE 7462914.35 m S elevação: 115m aC ar ap r Ob Foto 11: Parte mais plana da trilha quefica constantemente alagada, em função de seu solo. foto:Silva,2009 lta su on Foto12: Gnaisse facoidal. fonte: Silva,2009 43 Ponto 6: Afloramento Coordenada UTM: 707323.70 mE 7462971.99 mS elevação: 124m aC ar ap r Ob Foto 13: Gnaisse facoidal (augen). foto:Silva,2009 lta su on Foto 14: Veio pegmatítico. foto:Silva,2009 44 Ponto 7: Afloramento Coordenada UTM: 707338.11m E 7462984.85 m S elevação: 125m aC ar ap r Ob Ponto caracterizado por afloramentos e pegmatitos. Foto15:Gnaisse com cristais tabulares. foto:Silva,2009 lta su on Foto16: Intemperismo químico. foto:Silva,2009 45 ap r Ob Foto 17: Veio pegmatítico com a ação do intemperismo. foto:Silva,2009 lta su on aC ar Foto 18: Veio de quartzo. foto:Silva,2009 46 ap r Ob Foto 19: Gnaisse facoidal com a matriz desgastada pelo intemperismo. foto:Silva,2009 aC ar Ponto 8: Dique diabásio Coordenada UTM: 707919.34 m E 7462905.16 m S elevação: 61m lta su on Foto 20: Dique de diabásio muito intemperisado apresentando contato com gnaisse facoidal (augen).foto:Silva,2009 47 aC ar ap r Ob Foto 21: Foto aproximada do dique. foto:Silva,2009 lta su on Foto 22: área de contato do dique. foto:Silva,2009 48 Ponto 9: Placa origem Darwin Coordenada UTM: 708293.17 m E 7462887.39 m S elevevação: 28m lta su on aC ar ap r Ob Foto 23: Afloramento de paragnaisse e visão do Granito Itacoatiara. foto:Silva,2009 49 aC ar ap r Ob Foto 24: Paragnaisse com veio de pegmatito. foto:Silva,2009 lta su on Foto 25: Paragnaisse com veio de pegmatito. foto:Silva,2009 50 aC ar ap r Ob Foto 26: Paragnaisse. foto:Silva,2009 lta su on Foto 27:Paragnaisse. foto:Silva,2009 51 ap r Ob Foto 28: Paragnaisse. foto:Silva,2009 Ponto 10: Fazenda Itaocaia aC ar Coordenadas: 23 km 708144.15 m E elev 18 m 7462622.39 m S lta su on Foto 29: Fazenda Itaocaia. foto:Mansur,2009 52 aC ar ap r Ob Foto 30: Granito Itacoatiara. foto:Silva,2009 lta su on Foto 31: Granito Itaocara, bloco rolado por intemperismo físico. foto:Silva,2009 53 aC ar ap r Ob Foto 32: Granito Itaocara. foto:Silva,2009 lta su on Foto 33: Granito Itaocara foto:Silva,2009 54 11.2Perfil geológico aC ar ap r Ob Figura:perfil geológico Trilha Caminhos de Darwin. lta su on 55 ROTEIRO lta su on aC ar ap r Ob Figura: Mapa de pontos da Trilha geológica 56 Ponto 1 Placa Caminhos de Darwin aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 1. on Charles Robert Darwin foi um dos maiores cientistas de todos os tempos, em 1859 com a publicação do livro – “A Origem das Espécies pela Seleção Natural”- fez com que a relação homem e a natureza su tomasse uma nova feição. Darwin estava participando de uma expedição no navio Beagle que saiu da Inglaterra em 27 de dezembro de 1831 e o seu objetivo científico de observar, coletar exemplares de fauna, flora, rochas e lta fósseis, organizar coleções e classificar tudo o que era observado. Darwin passou por essa trilha em 8 de abril de 1832 com destino à Fazenda Sossego, em Conceição de Macabu que, naquela época, pertencia a Macaé. Esta viagem surgiu depois que um inglês que ele acabara de conhecer no Rio de Janeiro o convidou para visitar sua propriedade. Quando passava por Niterói-(Praia Grande era o nome da cidade na época) Darwin escreveu em seu diário: 57 r Ob “A paisagem que se descortinava [...] era belíssima, pela intensidade das cores em ap que predominava o tom azul escuro; o céu e as águas calmas da baía rivalizavam entre si em esplendor.” aC ar Foto: Charles Darwin on Geologia: sinônima, é importante manter uma distinção clara entre eles. su Embora na linguagem comum por vezes os termos mineral e rocha sejam utilizados de forma quase MINERAL: é um corpo natural sólido e cristalino formado em resultado da interação de processos lta físico-químicos em ambientes geológicos. Exemplo: diamante e quartzo. ROCHA: é uma mistura complexa de um ou diversos minerais, em proporções variadas.Os minerais que determinam a classificação de uma rocha, alguns deles como o quartzo, a mica ou o talco, apresentam uma vasta distribuição geográfica e podem ocorrer em muitos tipos de rochas, enquanto outros são muito restritos. Mais da metade dos mais de 4000 minerais reconhecidos são muito raros. Neste primeiro ponto e em toda Trilha encontramos o solo do tipo solo tipo podzólico vermelhoamarelo. 58 O solo é formado a partir da rocha, através da participação dos elementos do clima (chuva, vento e temperatura), que com o tempo, e a ajuda dos organismos vivos (fungos, líquens e outros) vão transformando as rochas, diminuindo o seu tamanho, até transformá-la em um material solto. Tem grande importância na vida de todos os seres vivos do nosso planeta. É do solo que retiramos parte dos nossos alimentos e que sobre ele, na maioria das vezes, construímos as nossas casas. lta su on aC ar ap r Ob Foto: Placa Caminhos de Darwin no início da trilha, notar solo. 59 No início da subida encontramos minierais que rolaram de blocos maiores que estão no topo da subida. Estes minerais são: k-feldspato e quartz0 aC ar ap r Ob Foto:k-feldspato e quartzo respectivamente.Observe a escala centimétrica dando noção do tamanho do mineral. lta su on Foto:Quartzo , observe o tênis como referência. 60 Também encontramos rochas, são rochas metamórficas chamadas gnaisse. aC ar ap r Ob Foto: Observe na foto a ponta do tênis como referência. . lta su on Estes minerais e rochas, foram fragmentados pela ação do intemperismo e trazidos erosão. 61 Ponto 2 Porteira na subida aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 2. on O Intemperismo , é o conjunto de fenômenos físicos e químicos que levam a degradação e enfraquecimento das rocha. Este fenômeno é de grande importância para a formação e constante mudança no relevo terrestre, junto com a erosão e também na formação dos solos, pois em algumas regiões onde há grandes formações su rochosas a fixação de plantas é mais difícil em relação a regiões de solo menos rochoso. lta O Intemperismo físico desgrega da rocha, sem que haja necessariamente uma alteração química dos minerais constituintes. Os principais agentes são variação de temperatura, cristalização de sais, atividades de seres vivos. EROSÃO é desgaste da superfície do planeta por agentes naturais,como o vento, água de chuva, rios e mares, que possibilitem transporte de material. Processo erosivo é o processo mecânico na superficie pelo intemperismo . 62 As formas irregulares da trilha são causadas pela erosão e pelos afloramentos rochosos. lta su on aC ar ap r Ob Foto: Água da chuva erodindo a Trilha. 63 aC ar ap r Ob Foto: Água da chuva erodindo. Afloramento é a exposição de uma rocha na superfície da Terra.Pode ser formada naturalmente, pela erosão do solo que cobria a rocha, ou pela ação humana, como por exemplo, em cortes de estradas ou em pedreiras. lta su on Foto:Afloramento visto ao lado da porteira. 64 Continuando a trilha, saindo da porteira, encontramos uma rocha metamórfica chamada gnaisse su on aC ar ap r Ob Foto: Rocha metamórfica (gnaisse) . As rochas metamórficas são formadas por transformações (quando submetidas ao calor e a pressão) sofridas rocha metamórfica (gnaisse)é o Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. lta por rochas ígneas (magmáticas) ou sedimentares, num processo chamado metamorfismo. Um exemplo de 65 ap r Ob Foto: Rocha metamórfica(gnaisse) . lta su on aC ar Foto: veio de quartzo. 66 Ponto3 placa INEA aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 3 . lta su on Foto: No entorno desta placa observamos, mesmo tendo passado por uma subida, o mesmo solo do ponto 1, solo classificado como podzólico vermelho-amarelo, sendo o solo característico da trilha. 67 Ponto4 Pilastras de tijolo aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 4. Neste ponto observamos novamente rocha metamórfica (gnaisse) lta su on Foto: Pilastras de tijolo. 68 aC ar ap r Ob Foto:Rocha metamórfica(gnaisse) observe que chuveu, com isso podemos visualizar melhor a rocha. lta su on Foto: Rocha metamórfica(gnaisse). 69 Ponto5 Parte plana aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 5. Esta parte da trilha se mantém alagada a maior parte do ano. lta su on Foto: Parte da Trilha lagada. 70 Ponto6 afloramentos aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 6. À partir da parte alagada, aparecem alguns afloramentos de rocha metamórfica (gnaisse) e alguns veios de lta su on pegmatito. Foto: Veio de pegmatito,notar a escala. 71 Os pegmatitos são formados a partir de magma que esfriou muito rapidamente, às vezes em poucos dias, ocorre em forma de dique(formação intrusiva de forma tabular) ou veio de magma que atravessa rochas muito mais frias sem atingir a superfície.Não é muito raro encontrar minerais raros em pegmatitos. lta su on aC ar ap r Ob Foto:solo. 72 Ponto7 afloramentos aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 7. on Continuam aparecendo afloramentos de rocha metamórfica(gnaisse) com os minerais com formas diferentes. lta su Foto:Rocha metamórfica (Gnaisse) com minerais de k-feldspato tabulares . 73 aC ar ap r Ob Foto: Ação do intemperismo na rocha metamórfica(gnaisse). lta su on Foto: Veio pegmatítico sofrendo intemperismo. 74 lta su on aC ar ap r Ob Foto: veio de quartzo, notar a ponta do tênis como escala. 75 Ponto 8 dique de diabásio aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 8. on Encontramos nesta parte um dique de diabásio (foto), note no perfil acima o dique. su Este dique se formou quando ocorreu a separação da América do Sul da África, o continente foi chamado de Gondwana. lta Um dique é uma intrusão segundo uma fratura, significando isto que um dique atravessa camadas ou corpos rochosos pré-existentes, o que implica que um dique é sempre mais recente que a rocha em que está contido. Diabásio é uma rocha ígnea (magmática), que se formam do magma (lava).O magma é um material rochoso fundido, formado a grandes profundidades dentro da Terra, onde a temperatura pode chegar a 1.200 oC e a pressão é muito elevada. Trata-se de uma mistura de líquido(água), rocha fundida, cristais sólidos e gases. A palavra magma tem origem no grego e refere-se a massa ou pasta que faz o pão, em referência a sua consistência viscosa e sua mobilidade. 76 As rochas formadas a partir do resfriamento do magma são chamadas rochas magmáticas ou ígneas [Ígneo, do latim ignis, que tem origem no fogo, a altas temperaturas]. É a classe de rochas que predomina na Terra, podendo ser de dois tipos: plutônicas ou vulcânicas. Quando o magma se resfria no interior da Terra (nas câmaras magmáticas, por exemplo), ele se solidifica lentamente e dá origem às chamadas rochas plutônicas. [O termo Plutônico tem origem na mitologia romana: vem de Plutão, Senhor do mundo subterrâneo, [localizado no fundo da Terra]. A Pedra do r Ob Morro Itaocaia (ponto9) é uma rocha magmática plutônica, que os geólogos denominam de granito, que foi formada há cerca de 600 milhões de anos atrás, entre 30km a 50km de profundidade. lta su on aC ar ap Foto: Dique de diabásio e rocha metamórfica(gnaisse). 77 aC ar ap r Ob Foto: Foto: Visão aproximada do dique. lta su on Foto: A formação do paleocontinente Gondwanaocorreu há 600 milhões atrás. Nessa época, a colisão da África com a América do Sul fechou o antigo oceano existente (Adamastor), causando também quebras e deformações nas rochas. O Gondwana foi fragmentado por volta de 130 milhões de anos atrás, gerando os atuais continentes do hemisfério sul . Essa dinâmica, que continua até hoje, á atestada pela separação entre a África. 78 Ponto 9 Placa A Origem INEA aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 9. lta su on Foto: placa INEIA. 79 Neste ponto da Trilha encontramos um grande afloramento deuma rocha metamórfica (paragnaisse) e veios de pegmatitos . lta su on aC ar ap r Ob Foto: afloramento de rocha metamórfica (paragnaisse), notar ao fundo. 80 ap r Ob Foto 25: aC ar Rocha metamórfica(paragnaisse) com veio de pegmatito. lta su on Foto 26: Rocha metamórfica (paragnaisse). 81 ap r Ob lta su on aC ar Foto 28:Rocha metamórfica (paragnaisse). Foto: Rocha metamórfica(paragnaisse) cortada por veio de pegmatito. 82 Ponto10: Fazenda Itaocaia aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 10. Neste ponto encontramos a Fazenda Itaocaia, onde Charles Darwin pernoitou. No local foi instalada uma placa do Projeto Caminhos de Darwin, mostrando seu caminho percorrido no estado do Rio de Janeiro. lta su on Foto: Fazenda Itaocaia. 83 aC ar ap r Ob Foto: Fazenda Itaocaia. lta su on Foto: Tataraneto dew Charles Darwin na inauguração da placa doProjeto Caminhos de Darwin na Fazenda Itaocaia. 84 Ponto 11 Morro Itaocaia aC ar ap r Ob Imagem:Perfil geológico da Trilha Caminhos de Darwin com a localização do ponto 9. Este ponto foi feito para demostrar a rocha ígnea do morro de Itaocaia que é denominado pelos geólogos como Granito de Itacoatiara, por ter a mesma rocha da praia de Itacoatiara. O acesso ao topo do morro só é lta su on feito por trilhas com um guia qualificado. Foto: Visão do ponto 9 da Trilha do morro de Itaocaia (granito Itacoatiara). 85 ap r Ob aC ar Foto : Rocha ígnea(magmática),garanito Itacoatiara bloco rolado por intemperismo físico, notar capa da maquina fotogáfica como escala. lta su on Foto: Rocha ígnea(magmática), granito Itacoatiara. 86 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, J.C.H, Silva, L.G.E and Valladares, C.S., 1993. O Grupo Paraíba do Sul e rochas granitóides na região de Bananal-SP e Rio Claro-RJ: uma proposta de formalização litoestratigráfica. In: 3º Simpósio r Ob de Geologia do Sudeste, Sociedade Brasileira de Geologia, Rio de Janeiro, Atas, p. 155-160. Almeida, J. C. H. 2000. Zona de Cisalhamento Dúctil de Alto Grau do Médio vale do Paraíba do Sul. Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual de São Paulo. Tese de Doutorado. 190p. ap Araújo E.L.S. (2005) - Geoturismo: conceptualização, implementação e exemplo de aplicação ao vale do rio Douro no sector Porto-Pinhão. 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