Priscilla Soares de Oliveira Faculdade de Formação de Professores/UERJ [email protected] A DINÂMICA DOS NUTRIENTES NA ÁGUA E A SUA INFLUÊNCIA NO PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO DO CANAL DO MANGUE. INTRODUÇÃO Os resíduos de substâncias de origem natural ou sintética constituem um dos mais importantes fatores de degradação do meio ambiente pelo homem. Nesse sentido, os rios que são elementos de suma importância na dinâmica da natureza, vêm sofrendo grandes impactos. O rio Maracanã, situado no Estado do Rio de Janeiro recebe uma grande carga de efluentes que são inseridos em suas águas de diversas maneiras, tendo como principal fonte o esgoto, acabando por deposicionar grande quantidade de nutrientes e compostos químicos ricos em fósforo e nitrogênio. Estes são elementos essenciais para vida dos organismos sendo considerados nutrientes limitantes para a produtividade primária em sistemas de água doce. Assim como o oxigênio, carbono, água, a dinâmica do nitrogênio e do fósforo na natureza pode ser entendida através dos denominados ciclos biogeoquímicos que são processos naturais de reciclagem de vários elementos em diferentes formas químicas do meio físico para os organismos e vice-versa. As aplicações industriais dos compostos de nitrogênio são bastante variadas: fertilizantes, explosivos, medicamentos, cosméticos, pigmentos, nylon, entre outras. E embora amplamente empregado e abundante na natureza sua obtenção em forma utilizável não é fácil. Em relação ao ciclo do fósforo, se dá tipicamente de forma sedimentar. O fósforo é liberado dos reservatórios - as rochas de fosfato, depósitos de guano (excremento de aves marinhas) e depósitos de animais fossilizados - por erosão natural e filtração, e através da mineração e do uso como adubo pelo homem. O fósforo geralmente está na presente na natureza na forma de fosfato orgânico e inorgânico. Os estudos sobre a dinâmica do fósforo em microbacias hidrográficas, bem como de outros contaminantes, ajudam a estimar os impactos e suas conseqüências nos ecossistemas aquáticos. O fósforo também pode ser considerado uma importante ferramenta que auxilia a Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 1 visibilizar as conseqüências do uso inadequado do solo. Nesse sentido, os rios, que são elementos de suma importância na dinâmica da natureza, vêm sofrendo grandes impactos. Nas áreas urbanas, os rios encontram-se degradados devido à ação antrópica que causa transtornos ambientais e sociais. A cada ano se tornam mais eutrofizados. O processo de eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes, particularmente fósforo e nitrogênio, nos ecossistemas aquáticos, que tem como conseqüência o aumento de suas produtividades. Suas principais fontes são os efluentes domésticos; efluentes industriais; escoamento superficial; chuvas. O Canal do Mangue, situado no Estado do Rio de Janeiro recebe uma grande carga de efluentes que são inseridos em suas águas de diversas maneiras, tendo como principal fonte o esgoto. O objetivo deste presente trabalho é analisar como as altas taxas de nutrientes podem contribuir para a diminuição do oxigênio no Canal do Mangue, situado na cidade o Rio de Janeiro. ÁREA DE ESTUDO A Bacia do Canal do Mangue possui área de drenagem com cerca de 44,6 km², que correspondendo aproximadamente 1% do total da área continental de contribuição à Baía de Guanabara. Seu perímetro é da ordem de 32,9 km e sua altitude máxima, localizada no Maciço da Tijuca, atinge 826 m. É limitada, ao Norte, pela própria Baía de Guanabara; ao Sul, pela Serra da Carioca; a Leste principalmente pelo Morro de Santa Tereza e a Oeste, pela Bacia do Canal do Cunha. O Canal do Mangue tem como principal formador o rio Maracanã, cujas nascentes se encontram na área do Parque Nacional da Tijuca, em cotas da ordem de 680 m, na parte Sul da bacia. O talvegue principal da bacia, formado pelo rio Maracanã e o trecho do Canal do Mangue, a jusante, se apresenta na direção SW-NE, com extensão de 11 km e sua bacia tem formato intermediário entre o arredondado e o alongado. A área está inteiramente abrigada pelo Município do Rio de Janeiro. A desembocadura do Canal está a Sudoeste da Baía de Guanabara na região do Cais do Porto. Este eixo principal apresenta três trechos distintos: trecho alto, de aproximadamente 1 km, onde o desnível é da ordem de 400 m, o trecho médio, que apresenta declividade mais Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 2 branda, com 2,2 km de extensão e desnível de 200 m, onde já aparece a mancha urbana e o trecho inferior com cerca de 8km de extensão e baixa declividade. A bacia se encontra densamente ocupada, e ainda hoje sofre com pressões do processo de expansão da mancha urbana sobre as poucas áreas que ainda restam com cobertura vegetal. Preservam-se principalmente as áreas mais elevadas pertencentes ao Parque Nacional da Tijuca. Diversos fatores afetam a área e geram zonas críticas: influência da maré, cotas extremamente baixas, trechos onde o gradiente de declividade é baixo, diversas obras hidráulicas inadequadas, assoreamento, ocupação de encostas e lixo. A qualidade da água do Canal do Mangue e do seu principal formador, o Rio Maracanã, continua sofrendo sérios impactos em virtude dos descartes domésticos e industriais produzidos nesta região. A Região que hoje abriga o bairro Maracanã fazia parte de uma das 21 freguesias ou paróquias, que formavam o Rio de Janeiro no século XVIII, freguesias que eram divididas sob aspecto eclesiástico. A freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho foi criada em 1762 e pertencia à Ordem dos padres Jesuítas, que utilizavam a área como lavoura de diversas culturas como arroz, cacau, etc. A freguesia abrigava os antigos bairros do Andaraí Grande e Andaraí Pequeno, Aldeia Campista, Fábrica das Chitas e Vila Isabel. Posteriormente formaram a região da Grande Tijuca. Em 1818 a 1823 foi feito o primeiro plano de captação de suas águas, com a construção de um encanamento provisório até o Campo de Santana (atual Praça da República). O novo encanamento foi realizado na década de 50 do século XIX no baixo curso do rio, onde o terreno era um alagadiço e devido ao elevado grau de urbanização ocorrido na área gerou problemas antagônicos. Com isso, devido à urbanização relacionada à valorização do solo, foi expandida a canalização do rio Maracanã em 1950, gerando freqüentes inundações. Essas enchentes causadas pela impermeabilização dos solos juntamente com a redução do espaço para o fluxo de água(diminuição na vazão regular do rio) aumentam o volume dos rios que acabam transbordando. A área da atual Grande Tijuca, onde está o bairro Maracanã, era nos primórdios da colonização do Brasil um grande território pantanoso. O adensamento populacional do bairro Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 3 Maracanã, seu desenvolvimento urbano e seu processo de edificação foram condicionados pelo leito do rio. OS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS Segundo Braga (2002), os elementos que são essenciais a vida participam de uma trajetória desde um meio inanimado, passando pelos organismos vivos e retornando ao meio original. De acordo com ele um elemento essencial que seja disponível para todos os produtores, em forma molecular ou iônica, recebe o nome de nutrientes. A partir disso podemos classificar os nutrientes em dois grupos: macronutrientes, que participam em quantidades superiores a 0,2 por cento do peso orgânico seco, e os denominados micronutrientes, que participam em quantidades inferiores a 0,2 por cento do peso orgânico seco de um ser vivo. No grupo dos macronutrientes podemos citar: Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio e o Fósforo. Já como micronutrientes podemos citar: o Alumínio, Boro, Cromo, Zinco, Vanádio, entre outros. Esses elementos essenciais fazem parte de ciclos que recebem o nome de biogeoquímicos. Bio, porque os organismos vivos interagem no processo de síntese orgânica e decomposição dos elementos; Geo, porque o meio terrestre é a fonte dos elementos, e químico, porque são ciclos de elementos químicos (Braga, 2002). Ainda de acordo com Braga, 2002, o ciclo que foi relatado acima pode se distinguir em três tipos, sendo dois tipos referindo-se ao ciclo dos elementos vitais – onde se encontram os macros e micronutrientes – e o outro que se refere ao ciclo de um composto vital: a água. Esses ciclos são chamados de ciclo hidrológico, sedimentares e gasosos. Portanto, nos ciclos sedimentares (como por exemplo, do fósforo), o reservatório que supre os elementos e os recebe de volta é a litosfera, ao passo que nos ciclos gasosos (como por exemplo, do nitrogênio), o reservatório é a atmosfera. OS MACRONUTRIENTE – O FÓSFORO E O NITROGÊNIO NITROGÊNIO - O nitrogênio, que compõe 78% das partículas do ar, é incolor, inodoro e principalmente inerte em condições ambientais, o que garante que o oxigênio (O2) disperso na atmosfera não incendeie a vegetação do planeta. O Nitrogênio é um dos elementos mais Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 4 importantes no metabolismo de ecossistemas aquáticos, graças à sua participação na formação de proteínas, um dos componentes básicos dos seres vivos. Quando presente em baixas concentrações pode atuar como fator limitante na produção primária dos lagos e reservatórios. As principais fontes naturais de N são: a chuva, material orgânico e inorgânico de origem externa e a fixação biológica no lago por bactérias e algas cianofíceas. O Nitrogênio apresenta-se sob várias formas: nitrato (NO3-), nitrito (NO2-), amônia (NH3), íon amônio (NH4+), óxido nitroso (N2O), nitrogênio molecular(N2), nitrogênio orgânico dissolvido (peptídeos, purinas, aminas, aminoácidos, etc.), nitrogênio orgânico particulado (bactérias, fitoplâncton, zooplâncton e detritos), etc. O nitrogênio, mesmo ocorrendo em grande quantidade na atmosfera, não pode ser aproveitado diretamente pelos vegetais e animais. Entretanto, algumas bactérias e alguns azuis (cianofíceas) podem fixar e utilizar o nitrogênio atmosférico nos solos e na água. Nas raízes das leguminosas, por exemplo, encontramos nódulos que abrigam um número imenso destas bactérias que vivem em simbiose com a hospedeira. FÓSFORO - O ciclo deste elemento é tipicamente sedimentar. O fósforo é liberado dos reservatórios - as rochas de fosfato, depósitos de guano (excremento de aves marinhas) e depósitos de animais fossilizados - por erosão natural e filtração, e através da mineração e do uso como adubo pelo homem. O fósforo geralmente está presente na natureza na forma de fosfato orgânico e inorgânico. As plantas usam o fosfato inorgânico para produzir compostos orgânicos necessários para a vida. O fósforo inorgânico é absorvido pelos vegetais sob a forma de ortofosfato. E os animais recebem esse elemento ao ingerir as plantas. O fósforo no ecossistema aquático Este elemento é essencial para a vida dos organismos, sendo considerado como um dos principais limitantes da produtividade primária do sistema de água doce. A produção dos fictoplânctos em ecossistemas de água doce é comumente limitada pelo fósforo e menos comumente pelo nitrogênio e sílica. A interação qualitativa e quantitativa entre os sedimentos e a água é o fator que determina a disponibilidade do fósforo na água. As quantidades e formas de fósforo presente no escoamento e no deflúvio superficial são dependentes, das fontes de poluição, dos Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 5 mecanismos de transferência de sedimentos e fósforo, das transformações que ocorrem durante a sua trajetória. O fósforo no sistema aquático esta sob a forma de fosfato, sendo o ortofosfato a forma mais comum e a mais utilizada pelos vegetais. Tais compostos estão em quantidades muito pequenas na água, porém constituindo um importante elemento componente da substância viva (nucleoproteínas), além de estar ligado ao metabolismo respiratório e fotossintético. Portanto, assim como o nitrogênio, o fósforo deve ser continuamente removido da água pela plantas, competindo com o solo, onde o mesmo (fósforo) é fortemente adsorvido, fixando-se no fundo em formas relativamente indisponíveis. Em meio alcalino, águas ricas em cálcio forma-se o fosfato de cálcio que se precipita no sedimento, e em águas com ferro e alumínio o fosfato é liberado para as águas quando em condições redutoras. Quando de elevado teor de oxigênio, águas ricas em ferro fazem precipitar a forma fosfato ferroso insolúvel, juntamente com o hidróxido férrico que se forma sob as mesmas condições, portanto um fator considerável para redução do elemento fósforo é a oxigenação das águas. Os estudos sobre a dinâmica do fósforo em microbacias hidrográficas, bem como de outros contaminantes, ajudam a estimar os impactos e suas consequências nos ecossistema aquáticos. O fósforo também pode ser considerado uma importante ferramenta que auxilia a visibilizar as conseqüências do uso inadequado do solo. As fontes geradoras de fósforo, podem tanto ser de ordem natural, artificiais e antropogênicas. Por tanto, as principais fontes, não só deste nutriente para a água, como pode-se observar na figura abaixo são: minerais fosfáticos, (apatitas); despejos domésticos, industriais, fezes de animais, decomposição da matéria orgânica, entre outros, sendo que na natureza ele não aparece em estado puro, por ser muito reativo em contato com o ar (com o oxigênio explode, formando o fosfato –PO4), a não ser dentro de alguns meteoritos ou quando produzido em laboratórios armazenado sem presença de oxigênio. O PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO DOS SISTEMAS AQUÁTICOS Eutrofização é o enriquecimento das águas de ecossistemas aquáticos através do aumento da concentração de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. Esse enriquecimento tem ligação direta com o aumento da produtividade do meio; e em Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 6 conseqüência desse processo o ambiente passa de um estado oligotrófico e mesotrófico para a condição de eutrófico ou hipertrófico. O processo de eutrofização pode ocorrer naturalmente ou ser induzido pela ação do homem. Quando ocorre de forma natural o processo é considerado lento e é um resultado do acúmulo de nutrientes trazidos pelas chuvas e águas superficiais. Quando esse processo é induzido pelo homem ele acontece de maneira rápida e a eutrofização passa a ser uma doença para os reservatórios de água doce. A eutrofização artificial pode ser considerada como uma forma de poluição, pois ela provoca inúmeras mudanças dentro de um ecossistema aquático. São várias as fontes geradoras dessa eutrofização, mas a principal é o crescimento populacional e a falta de educação ambiental da maioria das pessoas. ESTEVES (1998) enumera como sendo fontes de eutrofização artificial os efluentes domésticos, industriais, agropastoris e as chuvas. Ele afirma que essas fontes liberam nutrientes, como fosfato e nitrogênio, que são compostos estimuladores da eutrofização. Os efluentes industriais provocam grandes alterações nos níveis de fósforo e nitrogênio dos lagos; entre as indústrias merece destaque as da área alimentícia, pois são as principais fontes de efluentes orgânicos, ricos em fósforo e nitrogênio. Entre as atividades agrícolas e pastoris a que tem mais efeitos sobre a eutrofização é a atividade agrícola, essa interferência aumentou consideravelmente apartir da década de 40 com a introdução de superfosfatos como sendo uma forma de melhorar a produção agrícola. As chuvas são os elementos principais na eutrofização natural mais também contribui para a eutrofização artificial especialmente nas regiões de intensa poluição atmosférica. ESTEVES (1998) relata que lagos localizados próximos a rodovias podem receber aporte adicional de fosfato e nitrogênio, devido ao tráfego de veículos, principalmente nos períodos de chuva. Todas essas interferências aos ambientes aquáticos trazem inúmeras conseqüências e características que facilitam a identificação desses ambientes. MÉTODO Para a realização da metodologia executamos os seguintes processos: realização de campo para coleta de 10 amostras de água e 10 amostras de sedimentos; no laboratório Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 7 foram realizadas análises do teor de matéria orgânica por queima da mesma com Peróxido 10% nos sedimentos; análises de oxigênio dissolvido em água través do método de Winkler e a quantificação de nutrientes pelo método colorímetro de Denigés. RESULTADOS PRÉVIOS Como resultados prévios obtivemos as seguintes concentrações variando para, o PO4 no primeiro campo de 0,22 mg/L a 7,82 mg/L e no segundo variando de 0 (abaixo do limite de detecção) a 151,68 mg/L; NO2 variando de 0,1 mg/L a 6,18 mg/L no primeiro campo e no segundo de 2,18 mg/L a 12,44 mg/L. Em relação a matéria orgânica obtemos a seguinte variação no primeiro campo, 0,41g a 4,35g e no segundo campo resultados variando de 0,01g a 1,21g. Já na concentração de oxigênio obtivemos valores entre 6,02 a 67,11 no primeiro campo e 2,36 a 59,21 no segundo campo. O gráfico a baixo ilustra os dados relatados acima. Figura 3 - O gráfico acima demonstra os resultados das análises, mostrando as porcentagens de: Fosfato, Nitrato, Matéria Orgânica e Oxigênio. Segundo o Art. 17, da resolução Conama 357/2005, as águas doces de classe 4 apresentarão as seguintes condições e padrões: Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 8 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Materiais flutuantes, inclusive espumas não naturais: virtualmente ausentes; Odor e aspecto: não objetáveis; Óleos e graxas: toleram-se iridescencias; Substancias facilmente sedimentáveis que contribuam para o assoreamento de canais de navegação: virtualmente ausentes; Fenóis totais (substancias que reagem com 4 - aminoantipirina) ate 1,0 mg/L de C6H5OH; OD, superior a 2,0 mg/L O2 em qualquer amostra; pH: 6,0 a 9,0; 8. Fósforo total máximo de 0,05 mg/L 9. Nitrogênio total máximo de 10,0 mg/L; 10. Oxigênio superior a 2,0 mg/L em qualquer amostra; 11. pH: 6,0 a 9,0. Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 9 Através das analises dos dados obtidos foi possível realizar uma correlação entre os parâmetros medidos e a concentração dos poluentes estudados, assim como visualizar a fração química destes, verificando seus comportamentos e processos de remobilização visualizando assim a mobilidade e a biodisponilibilidade destes elementos para a biota deste ecossistema. Como a pesquisa também está comprometida em outros tipos de análises que se dão de forma sazonal, a mesma já se encontra em seu segundo estágio de coletas e análises em laboratório. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concentração de nutrientes: o aumento dos nutrientes em um ecossistema faz com que o mesmo produza mais do que sua capacidade para consumir, esse desequilíbrio traz conseqüências para o metabolismo do ecossistema. O tipo de nutrientes acumulado depende da fonte de efluentes a que está exposto o ambiente. Conseqüências para a comunidade fitoplanctônica: concentração de nutrientes favorece o aumento da produção do fitoplâncton que por sua vez limita a produção primária nas camadas inferiores devido às precárias condições de luminosidade. Conseqüências sobre as comunidades de macrófitas aquáticas: no início da eutrofização artificial ocorre o crescimento de diferentes grupos ecológicos de macrófitas aquáticas. Porém no decorrer do processo esse crescimento diminui, uma vez que a superfície da água fica espessa impedindo a entrada da luz, prejudicando o crescimento tanto das macrófitas submersas quanto das emersas. Conclui- se que a eutrofização causa grande desequilíbrio ecológico, com a diminuição do número e quantidade das espécies aquáticas. Torna o meio impróprio para o lazer, o qual se converte num local de disseminação de doenças e pode diminuir a atividade piscícola. Diante dessa problemática faz-se necessário uma reflexão crítica das ações do homem sobre os ecossistemas aquáticos, visando encontrar soluções para a minimização desse problema na nossa realidade. Bibliografia AMADOR, E.S. 1997. Baia de Guanabara e ecossistemas periféricos - Homem e Natureza. Rio de Janeiro, Retroarte Gráfica e Editora. 539 p. ABESSA, D. M. 2002. Avaliação da Qualidade dos Sedimentos do Sistema Estuarino de Santos, Tese de Doutorado, Instituto Oceanógrafo. Universidade de São Paulo, 290 p Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 10 BAPTISTA NETO, J.A. 1996. Sedimentological evidence for human impact on a nearshore sedimentary environment: Jurujuba Sound, Rio de Janeiro State, Brazil. 330 pp. (Ph.D. dissertation, The Queen’s University of Belfast, Irlanda do Norte/Reino Unido). BAPTISTA NETO, J.A. 1993. Sedimentologia e Geomorfologia da Enseada de Jurujuba – Niterói (Baía de Guanabara) / RJ. Dissertação de Mestrado – Programa de Pós graduação em Geologia e Geofísica Marinha/Departamento de Geologia – Universidade Federal Fluminense, pp. 131 BRAGA, E. S. 1989. Estudo dos Nutrientes Dissolvidos nas Águas da Enseada das Palmas, Ilha Anchieta (Ubatuba – São Paulo), com ênfase as formas nitrogenadas e contribuição dos aportes terrestres e atmosféricos. Dissertação de Mestrado, Instituto de Oceanografia. Universidade de São Paulo, 207 p. BRAGA, E. S. 1995. Nutrientes Dissolvidos e Produção Primária do Fictoplancton em Dois Sistemas Costeiros do Estado de São Paulo. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo. Departamento de Oceanografia. Geologia 2 vol. ESTEVES, F. A. 1998. Fundamentos de Limnologia, 2ª Edição. RJ, Editora Interciência FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente,1992: Coletânea de Legislação federal e estadual de meio ambiente. Rio de Janeiro. Relatório PDBG-FEEMA/ dezembro1997). VON SPERLING, M. Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos, Desa-UFMG, 1996 Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN 978-85-99907-02-3 11