ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I Versão Online 2009 O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Superintendência da Educação Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional ROSALINA SANCHES CANO SUREK ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS E PROVAS DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE ASTRONOMIA PARA A APRENDIZAGEM DE CONCEITOS CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL II ARAPONGAS - PR 2011 ROSALINA SANCHES CANO SUREK ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS E PROVAS DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE ASTRONOMIA PARA A APRENDIZAGEM DE CONCEITOS CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL II Artigo final destinado à Secretaria de Estado da Educação do PR (SEED), como requisito parcial ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) sob a orientação da Professora Msc. Patrícia de Oliveira Rosa da Silva. ARAPONGAS - PR 2011 ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS E PROVAS DA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE ASTRONOMIA PARA A APRENDIZAGEM DE CONCEITOS CIENTÍFICOS NO ENSINO FUNDAMENTAL II Rosalina Sanches Cano Surek¹ Patrícia de Oliveira Rosa-Silva² RESUMO O presente estudo descreve a intervenção pedagógica de um projeto de Ciências voltado para o ensino fundamental II, com a finalidade de aplicar estratégias didáticas de modo a instigar a curiosidade e criatividade dos alunos e direcioná-los a uma aprendizagem moldada pela tridimensionalidade do conhecimento astronômico, através da experimentação. Motivo pelo qual buscamos neste trabalho criar alternativas para ajudar a compreensão dos conteúdos básicos dentre eles, o Sistema Solar, os fenômenos celestes como o dia e a noite, os principais movimentos da Terra, o movimento aparente do Sol, a observação a olho nu do céu estrelado, noções sobre localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul e crateras da Lua. Entre as estratégias utilizadas, consideramos que a modelagem do Sistema Solar auxiliou na elaboração de imagens e escala dos astros; o geódromo facilitou a compreensão sobre os movimentos dos astros; o gnômon criou alternativas que ajudaram a determinar os pontos cardeais e a direção Norte/Sul; a luneta mostrou-se um importante recurso para se conhecer as crateras da Lua. O trabalho teve início com a coleta de dados feita através de um questionário contendo questões extraídas da seção de provas da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) níveis II e III, a fim de dimensionar os conhecimentos prévios Além disso, foram feitos registros escritos a respeito dos astros e fenômenos celestes observados no Universo. Os resultados obtidos apontaram que as diferentes estratégias didáticas forneceram subsídios que confirmaram a aprendizagem significativa, revelando a importância da experimentação no ensino/aprendizagem. Palavras-chave: OBA. Ensino/Aprendizagem. Estratégias didáticas. Fenômenos celestes. ¹ Pós-graduação em Biologia (FAFIJAN), Graduada em Ciências (FUNIOESTE) e Habilitação em Biologia (FAFIJAN), Docente do Colégio Estadual Marquês de Caravelas. ² Mestrado em Ensino de Ciências e Educação Matemática, (UEL), Graduada em Ciências e Biologia (FIES), UEL, Docente do Departamento de Biologia Geral. 3 TEACHING STRATEGIES AND EVALUATIONS OF BRAZILIAN OLYMPIC OF ASTRONOMY FOR LEARNING SCIENTIFIC CONCEPTS IN THE ELEMENTARY SHOOL II ABSTRACT The present study describes the teach interventions of a science project, into a high school, to apply abstracts teach strategies that can stimulate the student curiosity, creativity, investigation and guide them to a learning shaped by a three-dimensionality astronomical knowledge, through trial. Reason why the search in this work is to create alternatives to help the comprehension of basic stuff between them, the solar system, celestial phenomenon like day and night, the mainly earth movement, the seeming sun movement, to see the starry sky, notion of localization and to be guide by the constellation of the southern cross and lunar craters. Between the used strategies we consider that the model of solar system helps to form images and stars scales, the ____ which helps the comprehension about the stars movement, the gnomon creates alternatives to determinate the cardinal points and the north/south direction; the telescope shown its importance to recognize the lunar craters. The work had began a search of information done by a questionnaire with asks taken from OBA ( Brazilian Olympiad of Astronomy and Astronautics) tests from the II and III levels, to know the size of the prevail knowledge, besides that, it had being done by written records about celestials phenomenon observed in the universe. The results had indicated that different strategies provided subsides that confirm the real learn, showing the importance of the teach/learning. Key-words: – OBA, strategies and evaluations, celestial phenomenon, Teach/learning. 1 INTRODUÇÃO A Astronomia é parte integrante dos conteúdos estruturantes da disciplina de Ciências na rede Estadual do Paraná. É uma ciência que desafia os alunos e os impulsiona às descobertas dos fenômenos celestes que nos rodeiam. Na escola, cabe ao educador garantir a ascensão dos educandos ao conhecimento sistematizado, abordando-o de forma criativa e desafiadora, a fim de despertar cada vez mais o interesse deles. A forma de ensinar os conteúdos de Astronomia geralmente é através da memorização de conceitos ou desenhos, o que dificulta a compreensão e atribuição de significados a 4 respeito dos fenômenos astronômicos. Nessa perspectiva, buscamos trabalhar com estratégias didáticas diferenciadas, fator esse fundamental para a construção do conhecimento. Com isso, este trabalho, visou o desenvolvimento de atividades por meio de elaboração de modelos e observações dos fenômenos celestes. Segundo Faria (2007) e Queiroz (2008), faz-se necessário gerar novas possibilidades de focar os assuntos referentes à Astronomia, para potencializar o processo de ensino e aprendizagem, pois “o ensino da Astronomia como pólo gerador e motivador do aprendizado é fundamental” (FARIA, 2007, s/p). Nesse contexto, procuramos facilitar a compreensão dos estudantes do Ensino Fundamental a respeito de alguns conteúdos de Astronomia, por meio da experimentação. Dentre eles, destacaram-se o Sistema Solar, fenômenos celestes como o dia e a noite, os principais movimentos da Terra, o movimento aparente do Sol, observação a olho nu do céu estrelado, noções sobre localização pelo Cruzeiro do Sul e crateras da Lua. A experimentação está presente no ensino de Ciências desde sua origem e são estratégias de ensino fundamentais, pois podem contribuir para a superação de obstáculos na aprendizagem de conceitos científicos, não somente por propiciar interpretações, discussões e confrontos de ideias entre os estudantes, mas pela natureza investigativa (PARANÁ, 2008, p. 23). Este trabalho refletiu sobre o ensino e aprendizagem da Astronomia, levando o educando a uma viagem pelo Universo, cheia de instigação e descobertas: O que os alunos trouxeram de conhecimento prévios para o ponto de partida da viagem? Quais os conhecimentos que os alunos adquiriram durante a viagem? Então, sabendo que o conhecimento deve ser reconstruído com diversos elementos, as atividades com instrumentos astronômicos reuniram um conjunto de métodos que permitiu buscarmos o entendimento dessas questões para avançarmos no aprendizado. A partir da experimentação foi possível despertar a criatividade do aluno e do educador, meio este que motivou o aluno a participar da aula potencializando e concretizando o processo do conhecimento e 5 contextualizando o conteúdo específico. Tendo em vista que os alunos demonstram grande interesse nas aulas experimentais, tornou-se imprescindível unir a teoria à prática e propiciar um ensino de Ciências mais atraente e compreensível. 2 A astronomia como fascínio do ser humano Desde a antiguidade, a Astronomia aguça a curiosidade, desperta o interesse nos mais variados segmentos, e busca incessantemente desvendar os enigmas dessa tão complexa ciência do saber, vinculada com diversas outras áreas, sobretudo, na educação, e seguramente é uma importante fonte de conhecimento. “A astronomia é considerada a mais antiga dentre todas as ciências, sendo certo que, em sua luta pela sobrevivência, o mais primitivo ser humano se interessou em observar os fenômenos que ocorriam a sua volta”. (FARIA, 2007, p.13). De acordo com que afirma Leite e Hosoume (2007, p. 48), “o fascínio pelo céu tem levado o homem a observá-lo e criar teorias sobre o Universo desde a mais remota antiguidade”. A observação a olho nu do céu estrelado permite a identificação das principais constelações do hemisfério sul que servem como referencial para acompanhar as mudanças que ocorrem na esfera celeste ao longo do ano, e a educação tem sido o impulsionador na aquisição do conhecimento a respeito das teorias do Universo. O movimento aparente dos astros serve como um leme para o homem desde os primórdios de sua existência, estudos na área têm demonstrado a relevância da pesquisa na análise sobre os fenômenos cíclicos e importância dessa sincronia para os seres vivos. “Desde a mais remota Antiguidade, fenômenos cíclicos, como o nascer e o ocaso do Sol, ou as estações do ano nortearam a vida dos homens”. (BOCZKO; LEISTER, 2006, p.42). Contemplar os movimentos aparentes dos astros sempre foi algo que impressionou e instigou o homem ao longo de sua vida, os conhecimentos adquiridos através das observações permitem aos pesquisadores a fazer 6 previsões a respeito do tempo, identificar a melhor época para o plantio, nortear as viagens, ou seja, assessorar o homem em diferentes áreas da ciência de modo mais rápido e preciso. “Observações das posições aparentes do Sol, da Lua, e das constelações, permitiam conhecer as unidades de tempo para descrever os ciclos da agricultura e para ajudar na orientação das viagens marítimas”. (BOCZKO; LEISTER, 2006, p.35). Segundo Faria (2007, p.13), “o desconhecimento da verdadeira natureza dos astros deve ter produzido no homem primitivo um sentimento misto de curiosidade, admiração e temor, levando-o a acreditar na natureza divina dos corpos celestes”. As versões mais antigas das observações do Universo levam-nos a crer que o homem atribuía aos corpos celestes, a divindade, por imaginar que estes exerciam influência direta naquilo que ocorria na Terra, sendo provavelmente a partir desses sentimentos que surgiram os primeiros interesses relacionados à Astronomia. Os primeiros modelos cosmológicos científicos podem ser encontrados em obras de filósofos como Pitágoras de Samos (sé. VI a. C.) e Platão (séc. IV a. C.). O modelo platônico de universo era composto por duas esferas: uma esfera terrestre, sobre a qual vivam os homens, e uma celeste, na qual estavam coladas as estrelas (COSTA, 2006, p. 228). A inspiração de Pitágoras e Platão alavancou os estudos a respeito dos movimentos celestes, modelos esses que foram de grande valia nas pesquisas para que pudessem ocorrer tantas transformações no mundo atual. Os primeiros indícios matemáticos surgiram a partir dos modelos propostos por Eudoxo, e estes balizaram os estudos de Aristóteles que foi além da Idade Média, deparando-se com as teorias de Copérnico. “Uma contribuição significativa foi dada por Eudoxo (séc. IV a. C.), que propôs um modelo de esferas concêntricas, cada uma um planeta, com a Terra ocupando a esfera central e as estrelas presas à esfera mais externa”. (COSTA, 2006, p. 228). O modelo proposto por Cláudio Ptolomeu defendia a ideia da Terra ocupando o centro do Universo, e o Sol e os demais astros giravam ao seu redor, ou seja, o geocentrismo. Séculos mais tarde, surge o Heliocentrismo, 7 modelo criado por Nicolau Copérnico que defendia o Sol no centro do Sistema Solar e que a Terra girava com os demais planetas ao seu redor. “A visão heliocêntrica do Universo chega com Copérnico, em 1543, em seu tratado De Revolutionibus, onde ele propõe um modelo simples do Sistema Solar, com o Sol no centro do sistema”. (BOCZKO; LEISTER, 2006, p.37). O ensino de Astronomia deve proporcionar ao educando condições para que ele possa enriquecer os conhecimentos prévios e modificar determinados entendimentos adquiridos, e através desses reelaborar seus conceitos e avançar. A partir do momento que os professores conhecem as concepções alternativas de seus alunos previamente, podem desenvolver aulas que busquem desmistificar as concepções alternativas não condizentes a realidade e tornar as concepções condizentes a realidade mais plausíveis e inteligíveis aos seus estudantes (IACHEL; LANGHI; SCALVI, 2008, p.30). Trabalhar com diferentes estratégias didáticas é de suma importância para a reconstrução do conhecimento e as atividades com instrumentos astronômicos são de grande relevância para a consolidação da aprendizagem. “As atividades experimentais devem ser consideradas estratégias de ensino que permitam o estudante refletir sobre o conteúdo em estudo e os contextos que o envolvam”. (PARANÁ, 2008, p.72). Na intervenção pedagógica, além da elaboração de modelos e observações dos fenômenos celestes, foram realizados leituras, desenhos, estudos e construção de um Objeto de Aprendizagem Colaborativa (OAC), com o objetivo de repensar as estratégias didáticas, a fim de que os alunos reelaborassem seus conceitos a respeito de alguns conteúdos de Astronomia. Dentre eles destacaram o Sistema Solar, os fenômenos celestes como o dia e a noite, os principais movimentos da Terra, o movimento aparente do Sol, observação a olho nu do céu estrelado, noções sobre localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul e crateras da Lua. Entre as atividades astronômicas destacaram-se a modelagem do Sistema Solar, o gnômon, o relógio noturno, a luneta e o jogo da memória com as constelações, além de 8 indicação de sites, sons e vídeos, proposta de atividades, sugestões de leituras entre outros. A modelagem do Sistema Solar auxiliou na elaboração de imagens e escalas dos astros, tirando a impressão de que os astros são planos, de que estejam próximos uns dos outros, de que estão enfileirados como apresentado em alguns livros didáticos, além de ver o tamanho descomunal do Sol em relação aos planetas e as cores características dos mesmos. Essa dificuldade ocorre em consequência da forma de apresentar os conteúdos referentes ao Sistema Solar em sala de aula e também pelas ilustrações apresentadas nos diferentes meios impressos, mesmo quando explicito que as imagens estão fora de escala, nem sempre os estudantes conseguem ter noções reais das dimensões e das distâncias existentes entre os astros. “O Sistema Solar aparece em vários livros didáticos, através de figuras esquemáticas, onde é mostrado fora de uma escala definida, dificultando assim, sua compreensão”. (CANALLE, 2009, p.30). Diante da impossibilidade de visualizar os movimentos dos astros algumas ferramentas nos favorecem a concretização e reelaboração de alguns conceitos e o uso do geódromo é um forte aliado no estudo dos movimentos. “Em situações que não é possível observar diretamente algum fenômeno, é comum usarmos representações que apresentam, pelo menos, algumas características da realidade”. (TRIVELLATO et al., 2006, p. 192). O gnômon é um instrumento astronômico muito educativo, e também considerado o mais antigo entre os instrumentos de observação da sombra para se encontrar os pontos cardeais a partir do movimento aparente do Sol. Vários pesquisadores destacam a relevância do instrumento para se localizar a direção Norte e Sul, dentre os quais se destacam: Faria (2009), Valle (2007), Canalle (1997) e Boczko; Leister (2006). Além de favorecer a identificação dos pontos cardeais e a direção Norte e Sul, é possível observar o movimento aparente do Sol e os diferentes tamanhos da sombra projetada pela vareta. A menor sombra do dia aponta para a direção Sul, e ao amanhecer a sombra aponta para o lado oeste e ao entardecer para o lado leste. ”A direção da sombra de um gnômon ao longo do dia varia e vai diminuindo até o meio-dia 9 solar verdadeiro quando o sol atinge o ponto mais alto no céu e depois vai aumentando à medida que vai entardecendo”. (SALVADOR, 2007, p.7). A luneta é um importante recurso para se conhecer algumas características da Lua, principalmente crateras provocadas pelos impactos dos meteoritos e os relevos. A Lua sempre foi alvo de admiração para os observadores e estudiosos, sobretudo em certas fases, que permitem uma melhor visualização quando se utiliza a luneta como recurso. “As crateras lunares são facilmente observadas, assim como seu relevo, principalmente nas luas crescente e minguante”. (CANALLE, 1994, p. 9). Para a construção da luneta, utilizam-se tubos de papelão de diâmetro diferenciados, para que se possa encaixar um tubo no outro, e lentes de óculos ou lupas com diâmetro idêntico aos tubos colocados em certa distância, favorecendo assim, um aumento do objeto observado. “A luneta é constituída de duas lentes convergentes, que colocadas uma na frente da outra, separadas por certa distância, faz com que os objetos distantes sejam vistos como próximos.” (CANALLE, 1994, p.10). A luneta nos revela a importância da experimentação como estratégia didática para a consolidação da aprendizagem, bem como a facilidade da construção e manuseio da mesma. A observação a olho nu do céu estrelado permite a identificação das principais constelações do hemisfério Sul, principalmente do Cruzeiro do Sul, constelação utilizada para encontrar os Pontos Cardeais e a direção Norte e Sul, a observação auxiliada por um planisfério celeste rotativo tornou mais fácil a localização e identificação das mesmas. Além disso, quando se identifica o Cruzeiro do Sul pode se encontrar a hora local utilizando como recurso o relógio noturno ou estelar. Buscar meios para controlar o tempo sempre foi um enigma para a humanidade “o relógio noturno é talvez, o mais simples dos marcadores de tempo envolvendo observações das regularidades dos fenômenos celestes”. (NEVES, 1999, s/p). Dentre as 88 constelações catalogadas, a de maior importância para nós do hemisfério Sul, sem dúvida, é a Cruzeiro do Sul, constituída por 54 estrelas, sendo as de maior representatividade: Magalhães, a estrela mais brilhante da constelação, Mimosa, Rubídea, Pálida e a famosa Intrometida. “O Cruzeiro do Sul não se compõe apenas das cinco estrelas habituais que 10 formam a figura de um cruzeiro, mas sim de um “retângulo” no céu abrangendo todos os objetos dentro dessa área”. (LANGHI; NARDI, 2007, p. 94). O Cruzeiro do Sul é uma constelação antiga e utilizada como referência desde a época da navegação. Podemos localizar facilmente o Ponto Cardeal Sul, quando imaginariamente prolongamos 4,5 vezes o eixo maior da cruz, partindo da estrela gama, conhecida como Rubídea em direção à estrela alfa conhecida como Magalhães, onde se encontra o Polo Celeste Sul (PCS). A partir da base imaginária da estrela Magalhães traça-se uma reta perpendicular até o ponto onde corta a linha do horizonte, ali é o Ponto Cardeal Sul. O Cruzeiro do Sul é facilmente encontrado, pois além das estrelas que a formam e que parecem desenhar uma cruz no céu, perto dela há outras duas estrelas, muito brilhantes, que alinhadas imaginariamente parecem apontar para essa constelação (FARIA, 2007, p.36). No céu encontramos outras constelações com formato de cruz, a falsa cruz, porém é impossível confundi-las com o verdadeiro Cruzeiro do Sul, afinal a estrela épsilon conhecida como Intrometida mesmo com o brilho fraco interfere no formato da cruz, o que não se contempla no falso Cruzeiro do Sul. “A estrela épsilon do Cruzeiro do Sul tem brilho fraco e não faz parte de nenhum dos braços da cruz, é apelidada, por isso, de “Intrometida”“. (FARIA, 2007, p.37). Na perspectiva de contribuir para um novo olhar sobre a aprendizagem dos estudantes a respeito dos fenômenos celeste, buscamos recriar estratégias didáticas voltadas ao ensino de Astronomia, dentre elas destacaram-se: a modelagem do Sistema Solar, o geódromo, o gnômon, confecção do relógio noturno ou estelar, observação a olho nu do céu estrelado, localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul e o uso da luneta. 11 3 Objetivo Este trabalho teve como objetivo analisar a compreensão que os estudantes externaram a respeito de determinados conhecimentos básicos, dentre eles, destacam-se os fenômenos celestes como o dia e a noite, os principais movimentos da Terra, o movimento aparente do Sol, crateras da Lua e noções sobre orientação e localização pelo Cruzeiro do Sul. 4 Procedimentos metodológicos Nesta pesquisa buscamos conhecer as necessidades educacionais dos alunos na área da Astronomia, aplicando estratégias didáticas diferenciadas, visando melhorias na disciplina de Ciências e auxiliando a professora no processo de ensino. O trabalho foi desenvolvido no último bimestre do ano letivo de 2010, com alunos de 5ª série (6º ano) e 8ª série (9º ano) com idade entre dez e catorze anos no Colégio Estadual Marquês de Caravelas - Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante do município de Arapongas - PR. A turma constituída por 16 alunos de ambos os sexos, sendo doze alunos de 8ª série e quatro alunos de 5ª série identificados pelas três primeiras letras do nome, a fim de resguardar a respectiva identidade. As atividades contempladas na intervenção pedagógica foram a modelagem do Sistema Solar, o geódromo, o gnômon, o relógio noturno ou estelar, uso da luneta, observação a olho nu do céu estrelado e noções sobre localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul. Iniciamos o trabalho com a coleta de dados feita através de um questionário contendo questões extraídas da seção de provas da OBA nível II e III, além de registros escritos a respeito de astros e fenômenos celestes observados no Universo. Com o objetivo de agregar o máximo de informações possíveis, a respeito das atividades desenvolvidas foram feitas gravação das falas dos alunos, fotos, e registros escritos ao término de cada atividade. 12 Neste trabalho, analisamos um recorte da análise dos registros escritos de apenas seis alunos. Privilegiou para análise os dados dos conhecimentos prévios e dos conhecimentos aprendidos ao final do processo. Para a interpretação da resolução das questões, fomos guiados pelos gabaritos das questões da OBA. Os 16 alunos foram convidados a responder o questionário para análise dos conhecimentos adquiridos no dia 22/02/2011, mas o grupo restringiu-se em apenas seis alunos, por coincidir com horário de aula para os alunos do período vespertino e também pelas atividades complementares que alguns alunos do período matutino realizam na própria escola em contraturno. A professora solicitou aos estudantes que se colocassem em pontos distantes um do outro para evitar a troca de ideias. Salientamos também, que as questões seriam respondidas sem consulta e sem explicações, para assegurar a fidedignidade dos dados. Disponibilizamos além das questões impressas, lápis, canetas e borrachas para evitar a comunicação entre os alunos. Optamos por coletar os dados pós-intervenção pedagógica no retorno às aulas no ano de 2011, para averiguar o alcance da aprendizagem significativa dos estudantes. Nas correções das questões da OBA, tanto para análise dos conhecimentos prévios quanto para análise dos conhecimentos adquiridos, utilizamos os termos completa (C) quando interpretada inteiramente correta, seja por ilustrações ou explicações, incompleta (I) quando interpretada parcialmente correta, seja por ilustrações ou explicações, e equivocada (E) quando interpretada totalmente errada, exceto na última questão da análise dos conhecimentos adquiridos que utilizamos apenas dois termos, correta (C) e aproximou-se da resposta correta (A). 4.1 Questionário e registros escritos dos alunos O trabalho teve início no dia 19/10/2011, com a coleta de dados feita através de um questionário contendo 12 questões extraídas da seção de 13 provas da OBA níveis II e III On-line do site: www.oba.org.br, a fim de dimensionar os conhecimentos prévios dos alunos. O questionário com as questões foram divididas em quatro grupos, sendo que algumas questões com alternativas a e b, abordando conteúdos de Astronomia recomendados na disciplina de Ciências. Dentre eles, o Sistema Solar, os fenômenos celestes como o dia e a noite, os principais movimentos da Terra, o movimento aparente do Sol, noções sobre localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul, observação noturna dos principais astros e crateras da Lua. Além disso, foi feito registros escritos a respeito dos astros e fenômenos celestes observados no Universo. Analisando os registros escritos foi possível constatar que os alunos apresentavam uma concepção razoável a respeito dos oito planetas do Sistema Solar e que Plutão foi rebaixado a planeta anão, mas desconheciam escala de tamanho e distância dos astros. Apresentavam algumas informações sobre as Três Marias, e descreviam-na como uma constelação e não como estrelas da constelação de Órion. Houve uma referência a respeito da constelação Cruzeiro do Sul e Polar como guia na época da navegação, e também o 1º satélite em orbita, o 1º ser vivo lançado no espaço e o 1º foguete a chegar à Lua. O questionário e os registros escritos forneceram subsídios para se investigar as concepções básicas dos conteúdos de Astronomia. Por meio das respostas dos alunos fizemos um levantamento geral sobre os principais conceitos e equívocos adquiridos ao longo dos anos estudados na área de Astronomia. 4.2 Modelagem do Sistema Solar Para que os alunos adquirissem uma visão concreta das dimensões dos do Sistema Solar, nos reunimos nas dependências do colégio no dia 21/10/2010 e confeccionamos os planetas em escala de tamanho e colorido de acordo com as cores características para identificá-los. Geralmente os livros didáticos apresentam as ilustrações do Sistema Solar sem escala, induzindo os 14 alunos a conceitos errôneos. Para os planetas menores utilizamos massa de modelar e para os maiores bolas de isopor. O Sol foi representado por um balão de aniversário tamanho gigante de cor amarela. Os astros foram dispostos obedecendo à ordem de distância. A partir da modelagem do Sistema Solar os alunos tiveram noções de escala de tamanho e de distância dos astros. Além disso, puderam verificar a coloração dos astros do Sistema Solar, sobretudo do Sol, tempo de “vida”, tempo que a luz leva para chegar ao planeta Terra, constelação e galáxia da qual faz parte, bem como as consequências que a falta deste acarreta nos seres vivos. 4.3 Geódromo Atividade realizada no dia 26/10/2010, onde os estudantes puderam recordar os movimentos dos astros, utilizando como estratégia didática o geódromo. No primeiro momento foi colocado aos alunos que os astros (Sol, Terra e Lua) apresentados no experimento estavam fora de escala de distâncias e de tamanhos, visto que o experimento impossibilitaria tal relação. Em princípio, foi necessário responder alguns questionamentos a respeito do aparelho, para então explorarmos seus recursos por meio de perguntas e respostas. Fig. 1 Geódromo 15 4.4 Gnômon Atividade realizada no dia 04/11/2010, das 09h 00min às 13h 00min, com alunos do período vespertino e, das 13h 00min às 15h 00min, com estudantes do período matutino para acompanhar o movimento aparente do Sol e fazer as respectivas aferições para encontrar as direções Norte e Sul e os pontos cardeais. Obtivemos a primeira medida com 29,8cm às 9h: 46min; durante o procedimento os alunos mostraram-se surpresos com as posições da sombra em relação ao Sol e também com a diminuição da mesma ao longo da trajetória. Um dos momentos mais marcantes foi em torno das 13h: 00min quando o Sol estava exatamente sobre nossas cabeças e apresentava a menor sombra do dia com 4,4 cm voltada para o Sul, remetendo-os as questões da OBA realizada no início da implementação para análise dos conhecimentos prévios. As aferições continuaram no período vespertino até quando encontramos uma sombra com a mesma medida da sombra do período matutino. Os estudantes foram convidados a aproximarem do experimento para traçarmos a bissetriz e a perpendicular para encontrarmos os pontos Norte e Sul e a partir daí o lado Leste e Oeste. Com essa atividade os estudantes aprenderam determinar os pontos cardeais e a direção Norte e Sul e analisar os diferentes tamanhos da sombra ao longo do dia, e em qual hora do dia a sua sombra é menor e para qual direção cardeal ela está voltada. Fig. 2 Gnômon 16 4.5 Relógio noturno ou estelar Realizamos essa atividade no 08/11/2010. Construímos dezesseis relógios noturno com papel Paraná, cartolina americana, dezesseis xerox com as três partes do relógio (círculo, disco dos dias das horas e o ponteiro do relógio estelar) que serviram como molde, cola e rebite. O circulo e o ponteiro, foram colado no papel Paraná o disco na cartolina americana e, posteriormente, recortados e colocados na seguinte ordem: circulo base, disco dos dias e das horas e por último o ponteiro fixado com um rebite. O experimento foi um dos recursos utilizado na observação a olho nu do céu estrelado para se encontrar a hora local. 4.6 Lunetas, observação a olho nu do céu estrelado e relógio noturno ou estelar Na noite do dia 18/11/2010, o professor PDE Luiz Bomfim, do Grupo de Ensino e Divulgação de Astronomia de Londrina (GEDAL), ministrou uma palestra a respeito do Sistema Solar para os alunos do projeto, os quais estavam acompanhados de seus pais e para os estudantes da 5ª série D. Após a palestra nos dirigimos ao pátio do colégio para observarmos os astros, por meio de lunetas, incluindo a luneta recebida da OBA. Os participantes observaram as crateras da Lua. Além disso, cada aluno participante do projeto recebeu um planisfério celeste rotativo e o relógio noturno confeccionado por eles. Na observação a olho nu do céu estrelado identificamos o planeta Júpiter e algumas constelações da época, por meio do planisfério celeste rotativo. Não foi possível identificar a hora local através do relógio noturno no horário e data da observação, visto que a constelação Cruzeiro do Sul tornar-se-ia visível a partir da 0h. Essa atividade teve como objetivo conhecer as crateras da Lua, 17 observar a olho nu o céu estrelado para identificar as principais constelações e identificar a constelação Cruzeiro do Sul, e a partir desta encontrar a hora local. Neste artigo analisamos o recorte de questões que, para o seu entendimento, requerem um trabalho pedagógico com o uso do geódromo como recurso para estudar os movimentos de rotação e translação e o dia e a noite, o gnômon para identificação dos pontos cardeais e a direção Norte e Sul e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul. Foram utilizadas sete questões para análise dos conhecimentos adquiridos, sendo que algumas subdividem em alternativas (a e b), totalizando 11questões. 5 Apresentação e análises dos dados Apresentamos, a seguir, os principais resultados referentes às atividades astronômicas desenvolvidas. As questões a seguir referem-se aos dados pré-intervenção. 5.1 Questões adaptadas da OBA para análise dos conhecimentos prévios 1) O movimento que a Terra faz ao redor de si mesma chamamos de rotação e o movimento que ela faz ao redor do Sol chamamos de translação. (III OBA, 2001, p.2). a) Qual dos dois movimentos acima é o responsável pelo surgimento do dia e da noite? Gabarito: Rotação. Les: Rotação. (C) Tha: Translação. (E) Ste: Translação. (E) Raf: Translação. (E) Isa: Rotação. (C) Ale: Rotação. (C) b) Quantos dias duram o movimento de translação e o movimento de rotação? Gabarito: 365 dias (aproximadamente). 18 Les: Eu acho que sempre. (E) Tha: 365 dias. (I) Ste: Dura um ano. (I) Raf: 365 dias. (I) Isa: Translação 325 dias e rotação 1 dia.(I) Ale: Translação 365 dias e a cada 4 anos 366, ano bissexto. Rotação 24 horas ou 1 dia. (C) O objetivo da pergunta foi o de avaliar quais as compreensões que os alunos externavam a respeito dos conceitos de translação, rotação e a duração dos movimentos do planeta Terra, conceitos estes estudados desde o Ensino Fundamental I. Analisando as respostas do questionário para análises dos conhecimentos prévios, notamos que 50% dos alunos confundiram o movimento que o planeta Terra faz em torno do próprio eixo (rotação) com o movimento ao redor do Sol (translação) (questão a). Em relação à duração dos movimentos questão b, apenas um dos alunos citou a duração de ambos os movimentos exatamente como exigido na questão, portanto uma resposta correta 17%. A maioria das respostas 67% foi interpretada como incompleta, por citar apenas a duração de um dos movimentos. Outro ainda interpretou a questão de maneira equivocada 17%. 2) Você sabe que toda vez que faz aniversário é porque se passou mais um ano para você, certo? Isto significa que o planeta Terra deu mais uma volta ao redor do Sol desde o seu último aniversário. Muito bem, esperamos que você já tenha estudado a forma do movimento da Terra ao redor do Sol. Uma das figuras abaixo é a que melhor representa o movimento da Terra ao redor do Sol. (A trajetória do planeta Terra ao redor do Sol é quase circular, ou seja, forma de uma elipse com pouca excentricidade). a) Pinte (de qualquer cor) a figura que em sua opinião melhor representa o movimento da Terra ao redor do Sol. b) Na figura que você escolher no item (a) desenhe o Sol (basta fazer um ponto) no lugar que melhor representa o lugar que ele deve ocupar. A partir da ilustração (elipse) do movimento da Terra ao redor do Sol pode-se entender a Teoria do Heliocentrismo, Sol fixo e os astros girando ao redor. (IV OBA, 2003, p. 3). Gabarito: A posição do Sol na primeira figura da esquerda para a direita é quase no centro. Se escolherem a segunda figura da esquerda para a direita devem colocar o Sol muito próximo do centro. 19 Fig. 3 Gabarito Fig. 4 Les (E) Fig. 6 Ste (E) Fig. 8 Isa (E) Fig. 5 Tha (E) Fig. 7 Raf (C) Fig. 9 Ale (E) A questão teve como finalidade analisar quais os entendimentos dos alunos em relação à excentricidade da órbita da Terra, a posição ocupada pelo Sol em relação ao planeta Terra e a Teoria do Heliocentrismo. As ilustrações da órbita da Terra trazidas nos livros didáticos geralmente induzem há uma interpretação errônea, geralmente com órbitas muito excêntricas. Um significativo número de alunos interpretou a órbita da Terra de forma equivocada. Muitos deles ilustraram o Sol no centro da órbita e outro ainda ilustrou o Sol do lado externo da órbita. Constatamos que a maioria dos estudantes desconhece a forma quase circular da trajetória da Terra, ou seja, quase sem excentricidade, além de colocarem o Sol no centro ou do lado externo da órbita, quando deveria colocá-lo numa posição quase no centro da figura. Todos apontaram a Teoria do Heliocentrismo, onde Sol está “fixo”, e os demais astros do Sistema Solar giram ao seu redor. 3) Espero que você tenha observado a sua sombra, porque para responder esta questão você precisa ter observado a sua sombra. Provavelmente você percebeu que sua sombra é mais comprida ao amanhecer e ao entardecer, não é mesmo? Suponha (que seja inverno para responder ao item b) abaixo. (III OBA, 2000, p. 2). 20 a) Para qual direção cardeal está voltada sua sombra ao amanhecer e ao entardecer? Gabarito: 3a) No amanhecer ela está voltada para o oeste e no entardecer ela está voltada paro leste. Les: Sul. (E) Tha: Não respondeu. (E) Ste: Não respondeu. (E) Raf: Oeste. (E) Isa: Ao amanhecer para o oeste e ao entardecer para o leste. (C) Ale: Ao amanhecer ao leste e ao entardecer ao oeste. (E) b) Em qual hora do dia a sua sombra é a mais curta e para qual direção cardeal ela aponta nesta hora? Gabarito: 3b) Ela é mais curta ao meio dia (para ser exato, quando o Sol cruza o meridiano local mas vamos aceitar que a resposta esteja correta se for escrito que é ao meio dia) e aponta para o lado cardeal Sul. Les: Não respondeu. (E) Tha: Não respondeu. (E) Ste: não respondeu. (E) Raf: Às12: 00h, para o sul. (C) Isa: Ao amanhecer para o oeste. (I) Ale: Meio-dia, para nenhum lugar, pois o Sol fica exatamente em cima. (E) O conteúdo abordado nessa questão tem como intenção analisar as concepções que os estudantes exteriorizam a respeito dos pontos cardeais e as direções Norte e Sul, bem como o movimento aparente do Sol ao longo do dia. A maioria dos estudantes interpretou a direção cardeal da sombra no amanhecer e entardecer (questão 5a) de maneira equivocada e três deles não responderam. Para Isa, a direção da sombra no amanhecer está voltada para o lado oeste e ao entardecer para o lado leste, acertando a resposta. Enquanto Ale errou a questão ao dizer que no amanhecer está para o lado leste e ao entardecer para o lado oeste. Na questão 5b, em relação ao horário da menor sombra do dia e da direção da mesma, ficou evidente que o aluno Ale desconhece que a menor sombra está voltada para o lado Sul, e que o “Sol está a pino no Trópico de Capricórnio no dia 21/12” (CANALLE, 2011, p.3), enquanto Isa indicou a sombra apenas do amanhecer. O aluno Raf acertou a questão, Les, Tha e Ste não responderam. 4) Constelações são grupos de estrelas que formam “desenhos” no céu. As estrelas de uma mesma constelação estão próximas de uma mesma direção 21 no céu e por isso parecem estar próximas uma das outras. A maior parte destes “desenhos” foi criada pela imaginação dos povos antigos. Os desenhos abaixo mostram três constelações que podem ser vistas nos céus do Brasil: Cruzeiro do Sul, o gigante Órion e o Escorpião. Esperamos que você possa ver estas constelações no céu. a) Pinte as “Três Maria” da constelação Órion na figura abaixo. Faça (um circulo ao redor das estrelas que constituem a constelação Cruzeiro do Sul, menos de vermelho). (VIII, OBA, 2004, p. 2). Gabarito: 3a): No primeiro quadro o aluno deve ter pintado somente as três Marias estrelas. No segundo quadro o aluno deve ter pintado ou circulado as estrelas do Cruzeiro do Sul. (Vide figura abaixo). Fig. 10 Gabarito Fig. 11 Les (E) Fig. 12 Tha (E) Fig. 13 Ste(C) Fig. 14 Raf (E) Fig. 15 Isa (E) Fig. 16 Ale (C) 22 b) A estrela de maior brilho aparente de cada constelação é chamada de Alfa, daquela constelação. A estrela de maior brilho aparente da constelação de Escorpião é ANTARES, logo é Alfa do Escorpião. Esta Antares é uma estrela supergigante vermelha. Ela é muito maior do que o Sol. Na figura acima, na constelação do Escorpião, Antares foi desenhada maior do que as outras. Pinte Antares de vermelho. (VIII, OBA, 2004, p. 2). Gabarito: É só pintar ou indicar a bolinha de maior tamanho na figura da direita da pergunta. Essa questão buscou instigar a curiosidade dos alunos para conhecer e identificar as principais constelações do hemisfério Sul: Órion, Cruzeiro do Sul e Escorpião. No quadro que se refere à constelação de Órion, 67% dos alunos acertaram a questão ao pintar as Três Marias. Raf e Isa pintaram as Três Marias de Órion como sugerido, porém Raf errou quando circulou uma outra estrela e Isa quando pintou outra. Em relação ao Cruzeiro do Sul, 67% dos alunos erraram a questão, apenas Ale e Ste interpretaram a resposta corretamente ao circular às estrelas do Cruzeiro do Sul. Analisando as respostas do quadro onde se encontra a constelação de Escorpião, observamos que 83% dos alunos pintaram corretamente a estrela Antares. Isa não interpretou corretamente a questão, quando pintou mais do uma estrela e bem menores do que a sugerida pela questão. 5) As constelações sempre aguçaram a curiosidade e a imaginação da humanidade, pela imagem e beleza formada no céu, e a educação destaca a importância delas no ensino da Astronomia, dentre elas “existe uma muito famosa no nosso hemisfério sul. Esta constelação recebe o nome de Cruzeiro do Sul” ela está presente na bandeira nacional, time de futebol, importante para a navegação, etc. (III OBA, 2001, p. 2). a) Qual é a forma desta constelação? Gabarito: Ela tem a forma de uma cruz. Les: Forma de cruz. (C) Tha: Forma de cruz. (C) Ste: São quatro estrelas 2 de um lado e uma em cada ponto.(E) Raf: Formato de cruz.(C) Isa: Um cruzeiro. (C) Ale: Uma cruz. (C) 23 b) Se você está de pé olhando para o Cruzeiro do Sul como pode localizar o ponto cardeal Sul? Prolongando-se 4,5 vezes o eixo maior do cruzeiro entre as estrelas Magalhães e Rubídea encontra-se o Pólo Sul Celeste, e a partir daí traça-se uma perpendicular para se encontrar o Ponto Cardeal Sul. Gabarito: Prolongando quatro vezes e meia o braço maior do Cruzeiro do Sul a partir de sua estrela mais brilhante, no sentido do pé da cruz, achamos o pólo sul celeste do lugar. Desse ponto, traçando uma perpendicular ao horizonte, achamos o ponto cardeal Sul. Les: Olhando a estrela de baixo. (E) Tha: Não respondeu. (E) Ste: Não respondeu. (E) Raf: Olhando mais para baixo do Cruzeiro. (E) Isa: Não respondeu. (E) Ale: É a maior estrela. (E) Essa questão teve como intenção estimular a observação, a identificação da constelação Cruzeiro do Sul, para encontrar o ponto Cardeal Sul, constelação constituída por 54 estrelas, dentre as quais destacam cinco: estrela Magalhães (alfa), estrela Mimosa (beta), estrela Rubídea (gama), estrela Pálida (delta) e a estrela Intrometida (épsilon). Um expressivo número de alunos desconhece a constelação Cruzeiro do Sul, principalmente de que é constituída por cinco estrelas principais. A maioria dos participantes afirmou que a constelação Cruzeiro do Sul apresenta forma de uma cruz, exceto Ste, que apresentou uma resposta confusa. No que se refere à questão b, ao solicitar a localização do ponto cardeal Sul utilizando o Cruzeiro do Sul como referencial, os alunos Tha, Ste e Isa não responderam. Enquanto um dos alunos afirmou que devemos olhar para a estrela de baixo. Outro, ainda, diz que temos que olhar um pouco mais para baixo do Cruzeiro. Para outro aluno, o ponto cardeal Sul é a maior estrela. Analisando os conhecimentos prévios dos alunos, verificamos que eles conhecem a forma da constelação, mas desconhecem a constituição da constelação, sobretudo, das cinco principais estrelas que a compõe. Além disso, desconhecia que é possível encontrar o ponto Cardeal Sul utilizando o 24 eixo maior do Cruzeiro. Para a resposta da alternativa a, 83% dos alunos acertaram a questão. As próximas questões referem-se aos principais dados extraídos pósintervenção, que forneceram subsídios para as inferências. 5.2 Questões adaptadas da OBA para análise dos conhecimentos adquiridos 1a) Por que existe o dia e a noite? Além da resposta, faça um belo desenho para ilustrar o seu raciocínio. b) Como é chamado esse movimento e quantas horas ele dura? (II OBA, 1999, p. 3). Gabarito:1a) Dia e a noite existem porque a Terra gira em torno do eixo de rotação dela. 1b) Chamamos de movimento de ROTAÇÃO e sua duração é de aproximadamente 24 horas. Fig. 17 Les: a) Porque a Terra gira em torno do seu próprio eixo, então enquanto em um lado do mundo é dia, do outro é noite. b) Movimento de rotação, dura mais ou menos 24 horas. (C) Fig. 18 Tha: a) Por causa do movimento que a Terra realiza em torno do próprio eixo. b) Rotação dura 24 horas. (C) Fig. 19 Ste: a) Porque a Terra se move. b) Rotação 24 horas. (C) Fig. 20 Raf: a) Movimento da Terra, ela faz esse movimento de rotação em torno dela mesma. b) Rotação 24 horas. (C) 25 Fig. 21 Isa: a) O dia e a noite acontece por causa da rotação da Terra. b) Rotação/24 horas. (C) Fig. 22 Ale: a) Por causa da rotação, a Terra gira ao redor do Sol. b) Rotação 23 horas e 43 minutos. ( I ) Todos os alunos afirmaram que o movimento que a Terra realiza em torno de si mesma é chamado rotação e que a duração é de aproximadamente 24 horas. Como podemos observar, os estudantes afirmaram que o dia e a noite existem em consequência do movimento que a Terra realiza. A maioria dos estudantes afirma que a Terra gira ao redor de si mesma, ou seja, em torno do próprio eixo, mas para Ale a Terra gira ao redor do Sol por causa da rotação. A grande maioria dos alunos ilustrou a trajetória da Terra em torno do próprio eixo, alguns com bastante clareza e detalhes, exceto Ste que ilustrou o planeta Terra com um dos lados representado pelo Sol e outro pela Lua, demonstrando entendimento no movimento, porém no que se refere ao conceito explicitou apenas que a Terra se move. Nesses trechos, ficou evidente que a utilização do geódromo como metodologia de ensino auxiliou na compreensão dos estudantes a respeito do movimento de rotação. 2)Todos nós moramos num grande “ônibus”, chamado planeta Terra, que nos leva ao redor do Sol o tempo todo e do qual não podemos descer e nele não há nenhum motorista! Como vê, estamos numa grande enrascada! Desenhe a trajetória, isto é, o caminho que este “ônibus”, digo, planeta Terra, faz ao redor do Sol ao longo de um ano, supondo que o Sol fique sempre parado. Não use perspectiva, ou seja, desenhe imaginando que está vendo o movimento da Terra, bem de cima do Sol, mas bem longe dele, claro. (IX OBA, 2006, p. 3). Gabarito: A figura que melhor representa o movimento de translação da Terra é 26 um círculo, uma vez que a órbita da Terra é uma elipse de baixíssima excentricidade, ou seja, baixíssimo achatamento. Fig. 23 Les (C) Fig. 26 Ale (C) Fig. 24 Tha (C) Fig. 27 Ste (C) Fig. 25 Raf (C) Fig. 28 Isa (C) Todos os alunos desenharam a Terra descrevendo uma trajetória ao redor do Sol quase circular, concordando com a ideia de uma órbita com pouca excentricidade. A maioria dos alunos colocou as setas indicando que a Terra gira no sentido anti-horário, ou seja, de oeste para leste, exceto Les, que se equivocou ao desenhar o movimento de rotação no sentido anti-horário e a translação no sentido horário e a aluna Isa que não indicou a direção do movimento. Outro aluno ainda desenhou a trajetória ao redor do Sol no sentido anti-horário e um boneco colocado em cima do Sol, fato bastante interessante, que pode ter ocorrido por duas razões: a não conclusão da leitura da questão até o final, ou ainda, imaginar-se realmente olhando o movimento da Terra de cima do Sol, apesar da observação feita no final da questão. Com esses dados podemos proferir que os estudantes exteriorizaram por meio de ilustrações sobre o movimento de translação da Terra, órbita quase circular, ou seja, praticamente sem excentricidade e sentido dos movimentos. Esses dados, ao serem confrontados com o questionário aplicado anteriormente, mostram um avanço no aprendizado ao focar os movimentos da Terra ao redor do Sol por meio do geódromo, demonstrando a relevância do instrumento astronômico como estratégia didática. 27 3)Hoje, todos sabemos que nem o Sol é o centro do Universo. Ele é apenas o centro do sistema solar. Mas, até por volta de 1610, quase todo mundo acreditava que a Terra estava parada que tudo girava ao seu redor. a) Se vivesse naquela época, talvez até você acreditasse que a Terra estava parada. Escreva uma evidência que nos faz pensar que a Terra está parada. (XII OBA, 2009, p.3). Gabarito: Não sentimos a Terra girar. Vemos tudo girar ao nosso redor, etc. Les: Temos a sensação de estarmos parados e que tudo está girando em torno de nós. (C) Tha: Não sentimos nada. Nada se mexe. (C) Ste: Nós não vemos girar, e parece que o Sol gira. (C) Raf: O Sol que parece estar se mexendo. (C) Isa: Como nós não sentimos a Terra se mexer, e também quando olhamos para o céu vemos o Sol se movendo, parece que estamos parados. (C) Ale: A posição do Sol e da Lua que parecem estar sempre parados. (E) Para as Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 65), ”os fenômenos celestes são de grande interesse dos estudantes, porque por meio deles buscam-se explicações alternativas para acontecimentos regulares da realidade, como o movimento aparente do Sol”. A maioria dos estudantes acatou a ideia de que a Terra estava parada, portanto atribuíram sentido ao conceito de movimento aparente do Sol ao afirmarem que o Sol é quem gira, pois se pode ter a impressão de que a Terra parece estar parada, mesmo com uma velocidade de aproximadamente de 1600 Km/h na linha do equador. Ale equivocou-se ao dizer que o Sol e a Lua parecem estar parados, não interpretando a resposta. Observar as diferentes mudanças na esfera celeste no decorrer do dia, sobretudo, o nascer do Sol do lado Leste e o pôr do Sol no Oeste, permite compreender que esse movimento aparente ocorre devido o movimento de rotação da Terra, movimento esse que nos dá a impressão de que a Terra está parada. 4) Galileu apontou sua luneta para Júpiter, e para seu espanto, viu quatro luas girando ao seu redor. A conclusão dele foi que, se as luas de Júpiter podiam girar ao redor de Júpiter, então a Terra também poderia girar ao redor do Sol. 28 Abaixo, temos um desenho de Galileu, no qual se mostra a posição de três luas (os asteriscos) de Júpiter (disco) em três diferentes datas (1, 2,3). Na terceira data (linha 3) ele só viu duas luas. Onde estava a terceira lua para que fosse vista?(XI OBA, 2009, p. 3). Gabarito: Atrás ou na frente de Júpiter. Fig. 29 Luas de Júpiter Les: Ela está atrás de júpiter. (C) Tha: A 3ª está atrás de Júpiter. (C) Ste: Atrás de Júpiter. (C) Raf: Atrás de Júpiter. (C) Isa: Escondida em um eclipse. (E) Ale: Do outro lado de Júpiter. (C) Como podemos notar, a maioria dos estudantes assegurou que a terceira lua está atrás de Júpiter. Para um deles, a lua estava do outro lado de Júpiter. Um dos alunos diz que a Lua encontra-se escondida em um eclipse. As respostas dos alunos apresentaram evidências condizentes a respeito dos movimentos dos astros ao redor do planeta Júpiter, levando o aluno a compreender que tais movimentos, não são exclusividade do planeta Terra. 5) a) A sua sombra da manhã e a do meio-dia são do mesmo comprimento? b) Para qual direção cardeal a sombra apontou quando estava mais curta? (IV OBA, 2001, p.1). Gabarito: 5a) Não são do mesmo comprimento. De manhã a sombra é longa, pois o Sol está baixo no horizonte e ao meio-dia ele está no ponto mais alto no céu e a sombra é a mais curta do dia. 5b) Aponta para o lado cardeal Sul. Les: Não. A sombra da manhã é mais comprida. No Sul. (C) Tha: Não. Pela manhã é mais comprida. O Sul é o local que tem a menor sombra. (C) Ste: Não. A sombra varia ao longo do dia e vai diminuindo até o meio dia. Para o Sul. (C) Raf: Não. Varia com o passar das horas, de manhã mais comprida. Direção Sul. (C) Isa: Não. No amanhecer é mais comprida. Sul. (C) Ale: Não. No horário de pico a sombra é menor de manhã é mais longa. Sul nas nossas costas. (C) 29 Como podemos observar, todos os alunos afirmaram que a sombra da manhã e do meio dia não apresentam o mesmo comprimento. Ste explica que a sombra varia ao longo do dia e diminui ao se aproximar do meio dia. O estudante Raf esclarece que a sombra varia com o passar das horas e que de manhã é mais comprida. O aluno Ale deixa claro que no horário de pico temos a menor sombra e que pela manhã é mais longa. Os relatos dos alunos deixam claro que os estudantes interpretaram a questão corretamente, porque compreenderam o conceito de movimento aparente do Sol, ao observarem os diferentes comprimentos de sombras da vareta do gnômon decorrentes da trajetória do Sol ao longo do dia. Além disso, constataram que a menor sombra apresentada durante o movimento está voltada para a direção Sul, e que a partir desta pode-se encontrar as direções Norte, Leste e Oeste. Nesses transcritos, ficou claro que o uso do gnômon como estratégia de ensino ajudou os estudantes a encontrar os pontos cardeais, a observar as diferentes mudanças na esfera celeste no decorrer do dia, sobretudo, o nascer do Sol do lado Leste e o pôr do Sol do lado Oeste, compreendendo que esse movimento aparente ocorre devido o movimento de rotação da Terra. 6)Suponha que um dia você precise se orientar pelo Cruzeiro do Sul, mas deixou em casa o seu relógio astronômico noturno. Você lembra que, quando saiu de casa, às nove da noite, o Cruzeiro estava bem de pé. Agora, você está perdido, num lugar deserto, mas consegue ver o Cruzeiro do Sul, e ele está inclinado em 45 graus em relação à posição anterior. (XI OBA, 2008, p. 3). a) Que horas são neste momento? Sugestão: faça uma figura e/ou uma continha. Gabarito: Meia noite [= 9 h + 3 h ( = 45 graus)]. Les: Meia noite ou 0h: 00min. (C) Ste: Ás 22h: 30min. (E) Tha: Meia noite. (C) Raf: Às 0h: 00min ou meia noite. (C) Isa: Às 0h: 00min ou meia noite. (C) Ale: A meia noite ou 0h: 00min. (C) 30 Fig. 30 Les (C) Fig. 31 Tha (c) Fig. 33 Isa (C) Fig. 32 Raf (C) Fig. 34 Ale (C) Conforme orientação do astrônomo Faria (2001, s/p), “é possível orientar-se usando a constelação do Cruzeiro do Sul, visível no céu, atualmente, desde as primeiras horas da noite”. Para a maioria dos estudantes quando o Cruzeiro do Sul inclinou-se a 45º marcou meia noite, interpretando corretamente a questão. As diferentes formas de apresentar a resolução da questão demonstrou que eles compreenderam que é possível nos orientar por meio do Cruzeiro do Sul. Também verificamos que um dos estudantes errou a resposta e também não apresentou nenhuma forma de cálculo ou ilustração. b) Agora já se passou mais algum tempo, mas você ainda não conseguiu chegar de volta à sua casa e o Cruzeiro do Sul já se inclinou 90 graus, ou seja, está deitado. A cidade onde você está perdido fica perto da Linha do Equador, e por isso o Cruzeiro está se pondo neste momento. Novamente, que horas são? Gabarito: 3 h da manhã [= 9 h + 6 h ( = 90 graus)]. Les: Ás 06h: 00min da manhã. (E) Tha: Ás 06h: 00min da manhã. (E) Ste: Meia noite. (E) Raf: Às 3h: 00min da manhã. (C) Isa: As 06h: 00min. (E) Ale: Às 3h: 00min da manhã. (C) Somente dois estudantes acertaram a resposta da questão 6b, pois levaram em consideração a inclinação do Cruzeiro do Sul a 90º, a partir das 21h. Outros consideraram a inclinação de 90º a partir da meia noite, ou 45º, encontrando uma resposta para às 06h da manhã. A interpretação da questão 31 levou alguns alunos a esse raciocínio, talvez fosse necessário acrescentar um ponto de referência dos graus em relação à 0h, além da linha do Equador, momento em que o Cruzeiro está se pondo. Outro, ainda, diz que o Cruzeiro do Sul a 90º marcou meia noite. Contudo, podemos concluir que os estudantes compreenderam que a posição do Cruzeiro do Sul inclina 15º a cada uma hora, e que podemos nos orientar por meio dele. O baixo número de acertos da questão deve-se ao fato da impossibilidade de identificação do Cruzeiro do Sul no dia da observação noturna, visto que a constelação tornar-se-ia visível a partir da meia noite. Outro agravante é a falta de hábito e apreço de observar a regularidade da constelação no dia-a-dia. Para facilitar a localização das constelações, recomendamos o uso do relógio estelar e do planisfério celeste rotativo para entender a esfera celeste como uma circunferência, que é medida em graus. 7) A constelação Cruzeiro do Sul é formada por cinco estrelas principais: Estrela de Magalhães, Mimosa, Rubídia, Pálida e a Intrometida. Veja a figura abaixo. Observação: Pólo celeste é o ponto onde o eixo de rotação da Terra “fura” a esfera celeste. (XII OBA, 2009, p. 3). a) Utilizando a figura abaixo, encontre o Pólo Celeste Sul. Para tanto, basta fazer um prolongamento de 4,5 vezes do comprimento imaginário do “braço maior” da cruz, no sentido da estrela Rubídea para a Estrela de Magalhães. Faça um X no local encontrado. b) Encontre também o Ponto Cardeal Sul. Para tanto basta traçar um segmento de reta perpendicular ao horizonte, unindo o Pólo Celeste Sul à linha do horizonte. Coloque um Y no local. Gabarito: Fig. 35 Gabarito 32 Fig. 36 Les: Correto (C) Fig. 37 Tha: Correto (C) Fig. 39 Ste: Aproximou (A) Fig. 40 Raf: Aproximou (A) Fig. 38 Ale: Correto (C) Fig. 41 Isa: Aproximou (A) Os estudantes aprenderam a localizar o pólo celeste sul onde o eixo imaginário da Terra “fura” a esfera celeste. Traçaram as linhas perpendiculares no horizonte apontando a direção Sul, fato esse que comprova uma boa interpretação do enunciado questão. Três alunos, Les, Tha e Ale acertaram a resposta encontrando corretamente o Pólo Celeste Sul posição X, na quarta linha debaixo para cima, e o Pólo Cardeal Sul, na abscissa, indicado pela posição Y, entre os algarismos três e quatro. Ste e Raf aproximaram-se da resposta, encontrando a posição X na quinta linha debaixo para cima, e a posição Y, entre os algarismos quatro e cinco da abscissa. Isa, no entanto, encontrou o Pólo Celeste Sul X na sexta linha debaixo para cima e o Pólo Cardeal Sul na abscissa, posição Y, entre os algarismos cinco e o seis. A falta de familiaridade do uso do papel quadriculado no momento da resolução da questão levou Ste e Raf encontrarem a posição X uma quadrícula depois da resposta correta, e a posição Y na abscissa, entre os algarismos quatro e cinco. Enquanto que para Isa a posição X, foi encontrada duas quadrículas acima da resposta correta e a posição Y na abscissa, entre os algarismos cinco e seis. Se considerarmos os dados iniciais com os dados 33 atuais, podemos observar que houve um aumento significativo no entendimento de localização e orientação pela constelação Cruzeiro do Sul. 6 Considerações finais Verificamos que o ensino de Astronomia com diversas estratégias didáticas e com recursos tridimensionais, ofereceu condições para que os alunos compreendessem os conceitos e pudessem aplicá-los em questões da OBA. Nesse contexto, o papel da professora foi o de desafiar os alunos a discutirem sobre os fenômenos celestes apresentados com a finalidade de que eles entendessem os conhecimentos abordados e ampliassem a rede de significados, em que eles puderam reelaborar os conceitos, enriquecendo, assim, o seu repertório. Os dados nos revelaram que os conteúdos de Astronomia estudados por meio das atividades astronômicas, despertou no aluno interesse e entusiasmo pelas aulas, propiciou maior interatividade entre os participantes, facilitou a assimilação dos conceitos, pois ampliou os conhecimentos prévios modificando determinados entendimentos, ou seja, gerou aprendizagem significativa. “A aprendizagem significativa no ensino de Ciências implica no entendimento de que o estudante aprende conteúdos científicos escolares quando lhes atribui significados” (PARANÁ, 2008, p. 62). Além disso, as atividades astronômicas auxiliou a professora no processo de ensino, atendendo as necessidades da educação, mostrando-se estratégias didáticas inovadoras, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem. 7 Referências BOCZKO, R; LEISTER, N. V. As ferramentas do astrônomo. In: FRIAÇA, A. C. S. et al. (orgs.). Astronomia: uma visão geral do Universo. 2. ed. Reimp. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. 35 – 47. CANALLE, J. B. G; et al. Provas e Gabaritos da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica. Disponível em: 34 <http://www.oba.org.br/site/index.php?p=conteudo&idcat=9&pag=conteud>. Acesso em 11 jun. 2011. CANALLE, J. B. G. Oficina de astronomia. Rio de Janeiro, 1994. (Apostila). Disponível em: http://www.telescopiosnaescola.pro.br/oficina.pdf. Acesso em 05 abr. 2009. COSTA, R. D. D. Cosmologia. In: FRIAÇA, A. C. S. et al. (orgs.). Astronomia: uma visão geral do Universo. 2. ed. Reimp. 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